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MARKETING DIGITAL APLICADO AOS ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA

Análise sobre o marketing digital aplicado aos escritórios de advocacia.

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Quais são as novas estratégias de marketing que os escritórios e advogados podem adotar, levando em conta as inovações tecnológicas, o Código de Ética e o Estatuto da OAB.

A atividade do advogado desde os primórdios se valeu do conhecimento como recurso econômico, utilizando de seus recursos intelectuais para se sobressair em sua atuação. Assim também ocorre com as empresas (e aos escritórios) que em meio ao mercado de concorrência utilizam o conhecimento como recurso econômico para possibilitar a criação de novas estratégias competitivas.

A utilização do conhecimento como ativo econômico pode potencializar os lucros e favorecer o negócio no mercado competidor. O crescimento do número de advogados trouxe a necessidade de inovação, assim se torna imprescindível a publicidade desses serviços, sempre dentro dos parâmetros impostos pelo Estatuto e Código de Ética da OAB. Vale ressaltar que o networking continua sendo fundamental para qualquer profissional da área que deseje obter rendimentos satisfatórios.

No primeiro momento o Código de ética faz parecer que a publicidade do advogado está restrita a fazer cartões, pastas e canetas personalizadas com o logo de seu escritório. No entanto, deve-se saber que é possível a aplicação dos novos métodos de marketing por meio da internet no âmbito jurídico.

Para que isso ocorra o profissional precisa ter conhecimento das etapas e das estratégias a serem tomadas, necessita também definir seu público e sua especialidade, assim como da criação da identidade visual do escritório para fazer a conexão da qualidade no serviço com a marca, é o que se chama Brand equitty. De acordo com William M. Pride e O. C. Ferrel, a marca construída tem valor econômico, seja através de registros e patentes, de marketing, dos conceitos que ela representa na consciência do público, da fidelidade dos clientes e da qualidade associada a ela.[1]

Adentrando no mundo do marketing, a estratégia do digital é progressiva. A marca (a identidade visual do escritório) deve construir, de antemão, a sua consolidação, sua autoridade na área pretendida e, com isso, ter acesso aos seus potenciais clientes, somente depois disso, deve traçar um planejamento de como converter, de modo ético e justo, os seguidores em clientes, observando o Código de ética e o Estatuto da OAB.

Para os profissionais do direito a atenção precisa ser redobrada, pois o Código de Ética da OAB - CEOAB, no art. 39, estabelece o brand que deve ser seguido pelos escritórios de advocacia. Isso não impede que seja feito um esforço para construir uma marca jurídica que reflita os diferenciais e as especialidades que vão causar a identificação com os clientes.

“Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão.”[2]

O CEOAB impõe parâmetros de discrição e sobriedade que são elementos de um brand equity jurídico que irá se apresentar como sendo uma instituição séria e profissional, refletindo essa imagem de forma atrativa. Este é um exemplo de como o escritório pode se beneficiar do Marketing Jurídico de forma ética.

A marca deve ser acompanhada de princípios e valores, missão e visão, estas características vão fortalecer e guiar a utilização das ferramentas digitais. Na internet as informações são mais rápidas e muitas vezes mais curtas, são transmitidas através de uma linguagem mais simples e fácil de entender. Através de conteúdos curtos e simples é possível alcançar uma comunidade e suas necessidades e assim trazer bons resultados.

Uma ferramenta muito forte na estratégia de marketing digital está no uso de publicações patrocinadas como o Google Adwords para criação de conteúdo, patrocínios e publicações em redes sociais. Com toda a tecnologia dessa ferramenta os anúncios se tornaram mais efetivos, com resultados melhores e escaláveis. Isso porque os anúncios são direcionados para o público-alvo interessado em determinado assunto, portanto se uma pessoa pesquisa sobre um problema jurídico o conteúdo do escritório que utiliza o Google AdWords aparecerá para ela, podendo ser limitado também por área para que apareça para clientes próximos, mais propensos a se tornarem clientes.

Outra ferramenta é o marketing de conteúdo, com ela alcança-se muitas pessoas pela criação de conteúdo que agregue valor. Consiste em criar conteúdo relacionado com o produto ou serviço oferecido, sem mencionar as pessoas à venda ou contratação. Essa estratégia não tem como base a prospecção ativa. O interesse do cliente surge a partir das informações prestadas a ele.

Fragoso Júnior afirma que:

O marketing jurídico é constituído em grande parte por marketing de conteúdo. As especificidades da prestação de serviços jurídicos e as possibilidades de produção de conteúdo com o objetivo de notabilizar a atuação do advogado fazem com que esta seja uma ferramenta valiosa, diante das limitações à propaganda.[3]

As redes sociais também são ferramentas na estratégia de marketing jurídico. O CEDOAB em seu parágrafo único do art. 46 permite a utilização da internet para veicular publicidade. Assim, diante da situação em que o advogado produz conteúdo de valor, o Facebook, o Instagram, Blogs, You Tube, Twitter, LinkedIn, entre outros, são meios eficazes de alcançar o público. Ressalta-se mais uma vez que essas plataformas têm a ferramenta de publicidade patrocinada que potencializa o alcance e os resultados da publicação.

Além disso, há também a realização de eventos jurídicos virtuais como palestras, seminários e congressos. Há uma variedade de ferramentas que tornam possível a transmissão audiovisual ao vivo possível, entre as plataformas citadas o Facebook, o Instagram e o YouTube disponibilizam esse recurso.

Por todo exposto, observa-se que existem muitas ferramentas no marketing jurídico, propiciando formas de empreender neste setor de mercado, sejam novos escritórios ou escritórios tradicionais, podendo melhorar a performance do negócio, destacar a empresa no mercado e alcançar rendimentos satisfatórios.

REFERÊNCIAS

[1]FRAGOSO JÚNIOR, Antônio Carlos de Almeida. As possibilidades do Marketing do Jurídico Digital à luz do Código de ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Orientador: João Glicério de Oliveira Filho. 2017. 67 p. Monografia (Graduação em Direito) - Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017.

[2]ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Disponível em: https://www.oab.org.br/arquivos/resolucao-n-022015-ced-2030601765.pdf . Acessado em: 21 abr. 2021.

[3]PRIDE, William. FERREL, O.C. Fundamentos de marketing. Tradução da 6a edição norte-americana. 1a edição brasileira. São Paulo: Cengage Learning Edições Ltda, 2016. p. 323.


Publicado por: Caio Rego Nunes

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