Eleições 2020: plano de governo
Plano de governo é um documento que traz (ou, pelo menos, deveria trazer) todos os objetivos e caminhos para o novo mandato que pode se concretizar.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O que os candidatos e partidos chamam de plano de governo é um documento que traz (ou, pelo menos, deveria trazer) todos os objetivos e caminhos para o novo mandato que pode se concretizar. No plano de governo, conseguimos ter uma ideia mais clara sobre o posicionamento da pessoa candidata acerca dos diversos temas.
A Legislação Brasileira prevê no código eleitoral que o candidato quando busca um cargo no Executivo, seja municipal, estadual e nacional, tem a obrigatoriedade de registrar um plano de governo, muito utilizado pelos candidatos quando em campanha eleitoral. Pois nele costa as diretrizes que o candidato colocará em prática caso seja eleito.
Mesmo com a obrigatoriedade de registrar um plano de governo para atender os requisitos de candidatura, depois das eleições, o tal plano tão utilizado para convencer o eleitor, não passa de apenas uma estratégia política não obrigatória.
Diante da ineficácia de atender a obrigatoriedade do Plano de governo utilizado durante a campanha, muitos dos eleitos, sequer utiliza alguns dos itens relatados quando na elaboração do Plano.
O programa de governo serve para os eleitores distinguirem as propostas daqueles que disputam o pleito, de forma a escolher qual se aproxima mais de seus ideais. Não se trata apenas de uma peça de ficção. Após conhecer bem o público-alvo do candidato, chegou a hora de a equipe de marketing traçar as estratégias políticas com os coordenadores geral e de pesquisa. Para que sua campanha tenha alcance e seja bem-sucedida, é fundamental que as estratégias sejam pensadas de acordo com as pesquisas e com o plano de governo do candidato.
O atendimento das necessidades dos municípios, principalmente os que buscam melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes, deve ser planejado estrategicamente, para mais de quatro anos. Inquestionavelmente, tal estudo deve levar em conta propostas coerentes, integradas e viabilizadas por meio de políticas públicas factíveis e participativas. Muitas delas podem ser viabilizadas pelas iniciativas privadas (ou parcerias público-privadas).
São inúmeras e divergentes temáticas municipais que devem ser contempladas quando se pensa em desenvolvimento local e regional dos municípios, como por exemplo: agricultura, ciência e tecnologia, comércio, cultura, educação, esporte, habitação, indústria, lazer, meio ambiente, saúde, segurança, serviços, setor social, transporte, turismo etc.
Dicas para Criar um Plano de Governo:
BASEIE SUAS PROPOSTAS EM EVIDÊNCIAS
Atualmente, tanto a população quanto a mídia estão mais atentas às propostas, contando até com mecanismos que ajudam a cobrar o que está nos planos de governo e acompanhar as metas que foram estabelecidas. Por esta razão, ele deve refletir as necessidades e anseios do eleitorado.
O plano deve ser formulado a partir de evidências do diagnóstico de realidade do contexto para que as propostas tragam resultados perceptíveis à população.
IDENTIFIQUE AS QUESTÕES PRIORITÁRIAS
Para que o plano de governo esteja de acordo com o que a população espera de seu novo governante, é importante identificar as questões que são prioritárias para o eleitorado.
Quanto maior a cidade, mais desafiador esse diagnóstico pode ser, já que terá mais grupos envolvidos no processo e cada um tem interesses diferentes sobre o que gostaria de ver no plano de governo. Uma maneira para identificar as questões é conversar com a população e nisso a tecnologia pode ajudar muito.
A gestão pública colaborativa preza por ter a população e o setor público trabalhando lado a lado para melhorar a cidade, logo, como candidato você pode falar com o povo e colaborativamente encontrar as questões que serão diferencial em seu plano.
PENSE EM INOVAÇÃO
A população está cada vez mais acostumada com o uso da tecnologia e o setor público pode aproveitar essa tendência para trabalhar melhor a participação social.
Além disso, dado o cenário econômico brasileiro, a habilidade de fazer mais com menos será um diferencial para o mandato dos próximos prefeitos e vereadores, principalmente os que buscam se eleger em 2020.
Participação social e tecnologia são elementos importantes para alcançar esse objetivo.
ESTRUTURE A APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTO
- Contextualize as propostas e políticas através de uma mensagem inicial;
- Articule as políticas a partir de eixos, trazendo uma visão mais integrada das propostas;
- Os eixos ajudam a pensar transversalmente a futura gestão;
- As propostas e políticas específicas podem ser organizadas da seguinte maneira:
- Diagnóstico atual
- Principais indicadores
- Principais propostas
- Metas a serem alcançadas.
SAIBA QUAIS SÃO OS EIXOS
É possível usar eixos para ajudar na organização da apresentação do plano de governo, variando entre 3, 4 e 5 eixos. Por exemplo:
- 3 eixos: Humano, econômico e urbano.
- 4 eixos: Humano, econômico, urbano e governança.
- 5 eixos: Gestão administrativa, políticas sociais, infraestrutura, desenvolvimento econômico e direito e bem-estar.
E para os eixos prioritários:
- Diagnóstico de dados, análise de boas práticas, construção da visão de governo, definição de metas, sustentabilidade financeira e plano de 100 dias.
CONHEÇA SUAS PRINCIPAIS TAREFAS
O eleitorado precisa entender quais são as prioridades propostas, para isso é necessário estruturar bem o objetivo final. Ou seja, o governo onde se quer chegar.
DIALOGUE COM OS PLANOS VIGENTES NO MUNICÍPIO
Todos os municípios têm planejamento já vigentes (como o Plano Plurianual) que devem conversar com os que serão propostos. Para isso, prepare planos que estejam alinhados com outros que estão em prática.
Referências bibliográficas
BRASIL. Código eleitoral brasileiro: Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965: atualizado até a Lei nº 12.034, de 29.9.2009: texto consolidado com remissões e referências legais. Supervisão editorial Jair Lot Vieira. 13. ed., rev., ampl. e atual. Bauru : Edipro, 2010.
BRASIL. Lei n. 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Brasília: TSE. Disponível em: Acesso em: 28 set. 2020.
COSTA. Adriano Soares. Instituições de Direito Eleitoral. 7 ed., rev. Ampl e atual., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral 5. ed. Belo Horizonte: Del Rey 2010.
http://www.tse.jus.br/
Publicado por: Benigno Núñez Novo
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