A AUDITORIA NAS EMPRESAS DE PEQUENO, MÉDIO E GRANDE PORTE
Definir as diferentes classificações acerca do tamanho das empresas, e analisar como a auditoria é aplicada nas empresas de diferentes portes.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
O presente artigo exibe a forma como surgiu a auditoria, o que ocorreu no Reino Unido por volta do século XIX, e de que maneira a mesma conseguiu conquistar o seu espaço. Retrata também a origem do cenário da empresa, já que antigamente o comércio era representado por trocas, mas que em decorrênciadas necessidades também foi passando por evoluções. Nesse sentido, o presente artigo busca responder o seguinte questionamento: os donos e gestores de empresas de diferentes tamanhos dão a mesma importância e utilizam a auditoria da mesma forma? Para tanto, tem-se como objetivo geral realizar uma comparação sobre a implementação da auditoria em empresas de diferentes tamanhos, sendo elas de grande, médio ou pequeno porte, já que para cada segmento as técnicas acabamsendo praticadas de uma maneira, passando assim pelos seguintes objetivos específicos: explicar o vem ser a auditoria; definir as diferentes classificações acerca do tamanho das empresas; e analisar como a auditoria é aplicada nas empresas de diferentes portes. O assunto se mostra de grande importância na atualidade, uma vez que, apesar de não ser obrigatório em todos os portes de empresa, pode se constituir em uma ferramenta de grande utilidade para seus gestores.
Palavras – chave: Auditoria. Empresas. Porte. Crescimento.
1. INTRODUÇÃO
A história da contabilidade está ligada à grande necessidade de registrar as operações comerciais. No entanto acontabilização de riquezas já surge juntamente com o início da própria história da humanidade, começando com a atividade de troca, a qual, ao decorrer dos anos,vem passando por diversas mudanças.
É assim, fácil de entender, passando por cima da Antiguidade, por que a Contabilidade teve seu florescer, como disciplina adulta e completa, nas cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras. Estas cidades e outras da Europa fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural, momento a partir do século XIII até o início do século XVII. Representaram o que de mais avançado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos comerciais e industriais incipientes (IUDÍCIBUS, 2009, p. 16).
Até os dias de hoje a contabilidade vem sofrendo grandes mudanças, diuturnamente, para melhor atender a sociedade, tendo com, sendo seu objeto central de análise e preocupação o patrimônio, o qual é representado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações.
Tendo a contabilidade diversos conteúdos de extrema necessidade, dentro dela há alguns departamentos de grande importância, como por exemplo, a auditoria contábil, que surgiu primeiramente no Reino Unido, em meados do século XVIII, em decorrência da Revolução Industrial. A auditoria começou a se desenvolver na Inglaterra devido à grande necessidade de se analisar as novas corporações que substituíram a produção artesanal. Com o crescimento econômico, logo a auditoriacomeça a ser adotada por outros países, principalmente no Canadá e nos EUA, por serem países mais desenvolvidos economicamente.
As análises de auditoria, devido seu processo ser composto por exames detalhados de cada lançamento contábil, tinha um alto custo, acarretando inúmeros prejuízos para as entidades; assim houve a necessidade da criação de um sistema de controle interno para que as fraudes e erros fossem detectados com mais facilidade, corrigindo as distorções ocorridas nas entidades.Com isso a função do auditor muda, passando da busca de erros dos demonstrativos, para o exame do sistema e teste de evidências, com emissão de relatórios mais precisos das Demonstrações Contábeis (MELO, 2015).
Reforça também a necessidade mais latente da auditoria, a institucionalização do investidor capitalista, que exige relatórios mais precisos sobre a realidade financeira da entidade. E com o aumento dos patrimônios, os proprietários passam a não conseguir acompanhar pessoalmente o seu patrimônio, de modo que a partir disso, vem a necessidade de delegar responsabilidades, para que mesmo distante, o proprietário possa, através dos relatórios, ter controle sobre seus bens: surge aqui o auditor, que tem como objetivoanalisar documentos, livros contábeis, registros, além da fiscalizaras informações dos departamentos internos e externos, ou seja, averiguar com precisão os registros contábeis para obtenção de um grau maior de confiabilidade nas demonstrações contábeis por parte da entidade auditada.
Entretanto, é visível que as empresas não utilizam as ferramentas de auditoria da mesma forma, de modo que surge o problema do trabalho em questão: Os donos e gestores de empresas de diferentes tamanhos dão a mesma importância e utilizam a auditoria da mesma forma?
Acredita – se que nem sempre, dependendo de diversos fatores, uma vez que alguns gestores acreditam que eles por si só conseguem administrar e controlar sozinhos a sua empresa, e já tem empresas que não tem condições financeiras para custear uma auditoria, sem contar que cada empresa vive uma situação, sendo assim a auditoria é realizada de maneira diferente para cada entidade.
Com a intenção de pesquisar sobre as questões já expostas, o artigo tem por objetivo geral realizar uma comparação sobre a implementação da auditoria em empresas de diferentes tamanhos. Para tanto, faz – se necessário desenvolver os seguintes objetivos específicos: explicar o vem ser a auditoria; definir as diferentes classificações acerca do tamanho das empresas; e analisar como a auditoria é aplicada nas empresas de diferentes portes.
O que impulsionou a realização deste trabalho foi entender como funciona o procedimento de uma auditoria aplicada em diversos tamanhos de empresas, tomando por base as rotinas de cada entidade auditada para auxiliar a tomada de decisões de seus gestores, o que pode contribuir sobremaneira tanto na comunidade acadêmica quanto empresarial, por levantar um tema de extrema relevância e que muitas vezes acaba não sendo adotado da maneira mais adequada em ambos os âmbitos. Nesse sentido, o assunto se mostra de grande importância na atualidade, uma vez que, apesar de não ser obrigatório em todos os portes de empresa, pode se constituir em uma ferramenta de grande utilidade para seus gestores.
2. BREVE ANÁLISE DA AUDITORIA ENQUANTO AUXÍLIO CONTÁBIL
O ramo da auditoria conquista seu espaço pouco a pouco, sendo pouco utilizada na antiguidade, mas que com o passar do tempo e com a grande carência em planejamento e controle das empresas, fez com que a área ganhasse seu espaço, e hoje a auditoria conta com diversas técnicas e normas ao seu favor.
2.1. Origem e Evolução
Assim como a contabilidade, a auditoria surge devido ao grande crescimento econômico, criando assim a necessidade dos registros dos patrimônios das entidades. No início as empresas eram constituída por familiares, não havendo grande necessidade de acompanhamento do patrimônio, e decorrente a evolução econômica veio a necessidade de captação de dinheiro, já que a economia e a concorrência vinha crescendo era necessário e de interesse crescer junto, e esse capital que as empresas precisavam para crescer tinham que partir de terceiros, surgindo assim os investidores.
A auditoria nasceu no Reino Unido em meados do século XIX, decorrente da Revolução Industrial, onde o País seguia na liderança sendo considerado o centro da economia mundial.A captação de dinheiro do povo para empreendimentos altamente de risco era grande, o que deixava os contadores da época literalmente preocupados, assim surgindo a necessidade de organiza um método seguro para auxiliar os investidores, que aplicavam dinheiro em negócios que na maioria das vezes não eram de confiança, afinal era grande o número de falências naquela época. A primeira entidadeda época se chamou Sociedade dos Contadores e tinha como objetivos principais criar padrões profissionais, estabelecendo condição aos contadores, sendo que, com o passar dos anos,foram sendo criadas outras sociedades com o mesmo objetivo geral (CARDOZO, 1997).
O pontapé inicial aconteceu no Reino Unido pela grande carência de métodos que poderiam assegurar os investidores de que aquelas empresas pela qual tinha dinheiro aplicado eram empresas viáveis ou não, já que o número de falência naquela época era bem visível.
No entanto a auditoria teve um impulso maior no Estados Unidos, já que a origem dos procedimentos técnicos utilizado pela maioria dos contadores em diversos países globalizados, incluindo o Brasil, vinham de lá. A auditoria foi realizada pela primeira vez por auditores ingleses em empresas norte-americanas que pertenciam a capitais britânica. Na mesma época foi fundada a American InstituteofCertifiedPublicAccountants conhecida pela sigla AICPA, uma entidade forte que contava com auditores americanos, AICPA tem como objetivo os padrões éticos e normas de auditoria, e é a responsável pelos exames de suficiência em todo os estado americanos, com reconhecimento oficial(CARDOZO, 1997).
Nota-se queo impulso maior da auditoria aconteceu nos Estados Unidos devido aos seus grandes avanços tecnológicos, tanto que a primeira auditoria realizou-se no país, sem contar os avanços em relação aos padrões pelo qual o auditor deveria seguir.
Por volta dos anos 1970, a auditoria começou a ganhar força no Brasil, decorrente das novas leis que vinha sendo decretada, no entanto no começo era pouca a procura por auditores, normalmente só as filiais de empresas estrangeiras que adotava os métodos de uma auditoria, e mesmo assim só utilizavam por ser hábito nas matrizes. Quando acontecia de precisar de uma auditoria no Brasil naquela época era casos extraordinários como por exemplo, quando havia desfalques, ou quando tinha suspeitas de alguma tipo de fraude, ou coisas neste sentido (CARDOZO, 1997).
No Brasil a auditoria começou a surgir a partir das leis decretadas, no entanto a procura era pouca no começo, porém cada dia conquistando seu espaço.
Contadores no Brasil conquistaram o direito na realização dos trabalhos referente a auditoria e perícia.Lembrando que este privilégio não determinou a profissão de auditor, apenas deu o domínio aos contadores, e partir distoa auditoria começou ganhar forma no Brasil, exigindo maior e melhor qualificação técnica para bacharéis de Ciências Contábeis, já que seriam eles que iriam executar a auditoria(BRASIL, 1946).
A auditoria passa a ser obrigatória nas referidas prestações de conta dos Administradores Públicos, ou seja, se tratando de dinheiro público e obrigatório que haja auditoria realizada por contadores especializados (BRASIL, 1967).
Entende-se que com o passar dos anos, a contabilidade foi cada vez mais ganhando o seu espaço, porém, no mesmo instante em que o contador ganhava força e espaço, as responsabilidades cresciam junto com o poder deste privilégio, sendo então de extrema necessidade o aperfeiçoamento da equipe de trabalho, para melhores prestações de serviço.
Sem sombra de dúvidas, os anos 1970 trouxeram grandes evoluções à contabilidade, também voltadas à auditoria, trazendo aos contadores parâmetros de segurança com intuito de proteger os auditores.
2.2. Auditoria nos Dias de Hoje
Os dias de hoje são considerados como a Era da Auditoria, estabelecida pela carência de planejamentos e controles de entidades (QUEIROZ, 2008), pois é através da mesma que os gestores conseguem acompanhar o crescimento de suas empresas de forma mais clara e também os riscos pelos quais as mesmas estão subordinadas, podendo-se tomar decisões mais coerentes para a obtenção de resultados.A auditoria é utilizada mais precisamente por aqueles gestores que planejam entrar mais a fundo no mercado, no entanto não deveria ser apenas por esta razão, uma vez que a auditoria pode ser uma ferramenta muito importante para quaisquer tipos e tamanhos de empresas.
Com os grandes avanços tecnológicos pelos quais a sociedade passa diariamente, a contabilidade foi adquirindo diversas ferramentas que auxiliam os lançamentos de dados financeiros das empresas, automaticamente auxiliando os auditores qualificados, já que para a emissão dos laudos os auditores contam com dados emitidos pela própria empresa.
No entanto, ainda existem nos dias de hoje gestores que não utilizam o mecanismo da auditoria, ou por acreditarem ser realmentedesnecessário, ou por não terem condições financeiras para custear a realização da auditoria em sua empresa, mesmo sabendo que apesar do custo ser alto, os resultados dos laudos podem mostrar aos gestores uma visão mais ampla e auxiliar nas tomadas de decisões afim de crescer no mercado,principalmente na atualidade, na qual o mesmo está cada mais competitivo.
Em compensação, as empresas desenvolvidas contam com a auditoria como um método de segurança, afinal é através dos laudos que os gestores conseguem perceber se a vida financeira de sua empresa está saudável ou não, sem contar que através dos laudos, os gestores conseguem também acompanhar cada departamento,podendo esses acompanhamentosdiários evitardiversas fraudes.
Em sentido relacionado, porém ligado a empresas públicas, a auditoria pode ajudar e muito em relação ao combate à corrupção, e se tratando em fraudes nos últimos anos no deparamos com a notícia de que os diretores da Petrobrás teriam fraudado a companhia, recebendo comissões de contratos e assim burlando a Petrobrás (CARVALHOSA, 2016).
O laudo trimestral de setembro de 2014, foi emitido com ressalva negativa de opinião da Petrobrás, o que acontece quando o auditor vê que os documentos emitidos pelo controle interno não têm confiabilidade, causando assim um furacão no mercado de ações da empresa, de modo que as ações tiveram uma queda de aproximadamente R$ 40,00, o que causou um grande prejuízo para os investidores (ATHAYDE JUNIOR, 2015).
Como pode se notar é grande o avanço da auditoria ao passar dos anos, e assim como a economia vem crescendo e sofrendo alterações diariamente a busca por auditores vão ser cada vez maior, porém as exigências por auditores com maiores capacitações continuará crescendo junto a economia, hoje contamos com uma auditoria ampla, porém amanhã a mesma estará muito mais avançada.
2.3. Aspectos Legais da Auditoria no Brasil
Atualmente a auditoria conta com diversas normas brasileiras, as quais foram criadas com o intuito de padronizar e auxiliar as técnicas adotadas pela auditoria, assim promovendo melhorias na área.
De acordo com o Decreto-Lei nº 9.295/46, que criou o Conselho de Contabilidade e regulamentou as atribuições do Contador e do Técnico em Contabilidade, ficou determinado em seus Artigos 25 e 26 que a execução de trabalhos de auditoria e perícia contábil é exclusiva de contadores (BRASIL, 1946).
A auditoria é assim, um trabalho que proporciona confiabilidade, pois é através da opinião ou conclusão emitidas em relatórios expressos pelos auditores que o os gestores conseguem obter uma visão ampla de seus negócios, e para a realização desses parecere preciso centenas de técnicas, bem detalhadas, disciplinadas, extensivas, que solicitam capacidade específicas quanto ao tratamento de conceitos teóricos e aplicação prática desses conceitos (WANDERLEY, 2015).
Tendo em vista isto, é de suma importância que este trabalho seja realizado por profissionais capacitados, obtendo-se resultados com maior precisão e confiabilidade, já que o parecer final tem grande importância para a empresa.
Na linha de se buscar maior confiabilidade e segurança, bem como evolução das técnicas e conceitos, a Comissão de Valores Mobiliários realizou um projeto de remodelamento da Lei 6.404/76, que em dezembro de 2007 teve sua aprovação, transformando-se na Lei 11.638, que teve como intuito de modernizar e adequar com a lei societária em vigor da contabilidade internacional, planejando a implantação do Brasil no ambiente globalizado.
A Lei nº 11.638, de 28 de Dezembro de 2007, fala em seuArt. 3o que
Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários (BRASIL, 2007).
Empresas de grande porte deverão apresentar suas demonstrações financeiras a auditores independentes, especializado para aquele determinado departamento, para apresentação de pareceres da vida financeira da empresa às instituições financeiras, bem como cliente, fornecedores, acionistas, investidores interessados.
Porém não são todas as empresas de grande porte que estão agregados na lei por faturamento ou patrimônio que segue as normas, algumas delas por falta de conhecimento, outras por não se sentir ameaçadas, já que a legislação não prenuncia punições. Nesse sentido, somente as empresas que têm ações na bolsa de valores, ou que pretendem negociar por meio de cartas de créditos, cumprem fielmente a lei (GARÇON, 2012).
No entanto, entende-se que a auditoria é de grande importância para a empresa, beneficiando o estabelecimento por obter uma visão ampla sobre o setor, forma de gestão, risco da entidade, alavancagem, entre outros dados, assim obtendo novos investidores, o que seria benefício a empresa.
3. AS EMPRESAS E SEUS DIFERENTES TAMANHOS
Com o passar dos anos, o mundo empresarial adquiriu não somente seu espaço, como também o seu formato. No começo, o comércio era caracterizado por simples trocas, mas hoje conta-se com um mercado amplo com grande diversidade, sem contar a dimensão de cada empresa.
3.1. Análise da Origem do Setor Empresarial no Brasil
O mundo empresarial surge em meados do século XVII através da produção artesanal, onde os agricultores e os trabalhadores urbano fabricavam suas mercadorias em suas próprias casas, onde os principais produtos comercializados eram sapatos, camisetas, entre outros, que eram vendidos em feiras, os artesões não tinham muita das vezes capital suficiente para financiar suas mercadorias, sendo assim eles contavam com pessoas de maior renda para obtenção de capital para fabricação de seus bens (BATISTA, 2012). Em outras palavras, um entrava com a mão de obra, e o outro com o capital, assim formando as primeiras características do empresariado.
A demanda desses produtos foram cada vez maiores, assim o capitalismo começa a alastrar, e para o aumento da produção de tais mercadorias, aqueles que financiavam passaram a colocar os artesões em locais com área grande, que na época eles chamavam de fábrica, com a intenção de aumentar a produtividade, dando início à Revolução Industrial.
No decorrer da Revolução Industrial surge o equipamento TEAR, que era usado para fabricar tecido manualmente, e que teve sua praticidade concretizada com a chegada dos motores movidos a vapor, dando assim o surgimento do primeiro modelo de empresa, a indústria têxtil (SANTOS, 2010).
No Brasil as primeiras fábricas surgem de maneira silenciosa, já que o governo acreditava que nas terras brasileiras a única coisa que iria para frente seria a agricultura. Em uma matéria divulgada pela empresa “TextileIndustry”, observa-se que em meados do século XIX chegam ao Brasil poucas fábricas, normalmente para produção de tecidos de algodão para confecção de roupas para os escravos, somente depois de alguns anos que surgiram fábricas voltada para o mercado interno (TEXTILE INDUSTRY, 2012).
Para a alavancagem dessas indústrias, alguns requisitos precisavam serem cumpridos, como por exemplo ter capital disponível, mão de obra, demanda de mercadorias, e o mais importante, obtenção de lucros.No Rio de Janeiro o estimulo veio com mais força, por ser uma cidade com maiores recursos o que os tornavam beneficiados, então banqueiros e comerciantes de peso começaram a investir nessas fábricas.
Com o passar dos anos, a industrialização do Brasil continuou a ganhar força, mesmo em tempos de crise econômica, e na atualidade pode-se dizer que o Brasil detém uma generosa base industrial (LOUREIRO, 2008).
Percebe-se que com o passar dos anos a área comercial veio ganhando forma e peso, crescendo constantemente de acordo com a economia dos países. O que no começo era realizado visando apenas o sustento, hoje tem uma visão ampla, com intuito de multiplicar e crescer cada vez mais, podendo expandir os negócios.
3.2.Os Diferentes Métodos de Classificação dosPortes das Empresas
As empresas podem ser discriminadas por diversos critérios, esses critérios são distinguidos de acordo com cada porte em que se encontra a empresa. A expressão porte refere-se ao tamanho de uma empresa, podendo ser micro, pequeno, médio ou grande porte.
Esta dimensão de empresa auxilia o mercado a qualificar a capacidade econômica de uma associação, e é através dessa classificação que o governo consegue monitorar cada empresa. Amelhor forma de visualizar a classificação da dimensão de uma empresa é através do número de funcionários, ou através de sua receita bruta (ROCHA, 2017).
Tabela 1 - Classificação de empresa da Sebrae por segmento e por quantidade de funcionários |
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Porte |
Comércio e Serviços |
Indústria |
Microempresa |
Até 9 funcionários |
Até 19 funcionários |
Empresa de Pequeno Porte |
De 10 a 49 funcionários |
De 20 a 99 funcionários |
Empresa de Médio Porte |
De 50 a 99 funcionários |
De 100 a 499 funcionários |
Grandes Empresas |
100 ou mais funcionários |
500 ou mais funcionários |
FONTE: SEBRAE, 2017, adaptado pelo autor.
No entanto, legalmente as empresas são classificadas de acordo com seu faturamento anual bruto, este faturamento seria todo o montante em dinheiro que entra ao decorrer do exercício, incluindo as filiais, nos casos que houver.
Tabela 2 - Classificação legal de tipos de empresas por grupos, de acordo com seu faturamento |
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Classificação da Empresa |
Faturamento Anual |
Grupo I - Empresa de Grande Porte |
Superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). |
Grupo II - Empresa de Grande Porte |
De R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) à R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). |
Grupo III - Empresas de Médio Porte |
De R$ 6.000.000,00 (seis milhões reais) à R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais). |
Grupo IV - Empresas de Médio Porte |
Igual ou inferior a 6.000.000,00 (seis milhões de reais). |
Empresas de Pequeno Porte |
De 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) à 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). |
Microempresa |
Igual ou inferior a 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). |
FONTE: Lei 123/2006 e Lei 11.638/2007, adaptado pelo autor.
Surge também nesse cenário de “tipos de empresas”, para aumentar o registro de pessoas que exercem atividades econômicas de maneira não declarada, a figura do Microempreendedor Individual (MEI), e para se encaixar ao microempreendedor individual deve se ter anualmente o faturamento com limite de R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais),quanto ao número de funcionários só é permitido um funcionário com salário mínimo ou de acordo com o piso da categoria (BRASIL, 2006)
Através da classificação de dimensões acaba tornando visível os negócios, sem contar que auxilia os empresário a distinguir suas concorrências e localizar seus fornecedores.
4. A AUDITORIA EM EMPRESAS DE DIFERENTES PORTES
Percebe-se que a auditoria é realizada de maneira diferente para cada segmento de empresa, porém com o mesmo intuito de detectar erros ou fraudes, promover melhorias, confiabilidade nos demonstrativos, dentre outas vantagens.
4.1.Empresas de GrandePorte
A Lei 6.404/1976 traz para a contabilidade brasileira os fundamentos da contabilidade internacional, trazendo a obrigatoriedade da auditoria externa para empresas de maior porte, tendo seus ativos superiores a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou com faturamento acima de R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) (BRASIL, 2007).
É de suma importância a auditoria em especial nessas empresas, pois é através dela que pode-se localizar não só os erros ou furtos de cada departamento, mas também os pontos de melhorias, dando uma visão ampla do empreendimento.
Assim, o propósito da auditoria é explorar e analisar as atividades das empresas, amparando os gestores na performance de suas obrigações, promovendo análises, opiniões, sugestões e assessoria decorrente ao negócio examinado (ATTIE, 2007).
A auditoria não precisa se dar por funcionários da própria empresa, de modo que a auditoria externa é realizada por auditores sem vínculo empregatício, contratados com o intuito principal de declarar ao mercado que a empresa trabalha de acordo com as atividades da governança corporativa (CAMARGO, 2016).Mediante a auditoria externa a empresa consegue levar ao público externo, bem como os investidores, fornecedores, bancos, entre outros, o máximo de confiabilidade.
Em relação às Instituições Financeiras, estas estão sujeitas à auditoria a cada seis meses, da mesma maneira que as empresas de seguros, bem como as empresas de capital aberto com ações comercializadas em Bolsa, que devem ser auditadas uma vez ao ano (IAVELBERG, 2010).
No cenário nacional, as quatro maiores empresas brasileiras de capital aberto são: em primeiro lugar a empresa Ambev, com valor de mercado em R$ 276,6 bilhões; em segundo lugar o Banco Itaí, com o valor de mercado em R$ 231,4 bilhões; em terceiro lugar a empresa Petrobrás, com o valor de mercado em R$ 195,7 bilhões; e em quarto lugar o Banco Bradesco, com o valor de mercado em R$ 176,5 bilhões (SANT’ANA, 2017).
Também de acordo com Lei 6.404/1976, todas estas empresas citadas são submetidas a auditorias externas, com intuito de levar aos seus investidores a transparência em seus demonstrativos, e a certeza do funcionamento de cada setor de acordo com o regimento da empresa.
4.2. Empresas de Pequeno Porte
Quando define-se empresa de pequeno porte logo vem a ideia de empresa constituída por familiares, onde eles mesmos são quem administram os negócios.
Porém, toda empresa de pequeno porte busca crescer no mercado, e para se promover as vezes é necessário a autorizações de títulos de créditos, e esses títulos de créditos ficam mais fáceis de conseguir quando se tem as demonstrações contábeis analisadas por auditores qualificados (MARIANO, 2014).
No entanto, o número de empresas de pequeno porte auditadas é bem inferior quando comparado com empresas de grande porte, até porque uma empresa de pequeno porte não teria condições financeiras para custear uma auditoria, vendo que o intuito no momento é de se manter no mercado com os menores custos possíveis.
De acordo com asNormas Brasileiras de Contabilidade (NBC P1) o auditor deve designar seus honorários por meio da estimativa dos serviços a serem prestados, tendo em vista alguns aspectos, sendo eles:
a) a relevância, o vulto, a complexidade do serviço e o custo do serviço a executar;
b) o número de horas estimadas para a realização dos serviços;
c) a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;
d) a qualificação técnica dos profissionais requeridos para participar da execução dos serviços; e
e) o lugar em que os serviços serão prestados, fixando, se for o caso, como serão cobrados os custos com viagens e estadas (CRC, 2003).
São através desses aspectos que o auditor terá uma visão sobre os obstáculos pelo qual terá que passar, e consegue traçar uma rota para a aplicação de suas técnicas.
Além de todos esses aspectos pela qual o auditor deve considerar para determinar o valor de seus honorários, o auditor deve levar em consideração todo o seu investimento em capacitação para exercer a atividade de auditor (CRC, 2003).
Decorrente a todas essas exigência as técnicas de auditoria acaba tendo o custo alto, e empresas de pequeno porte normalmente não teria caixa para estar custeando esta prática;no entanto seria interessante para as empresas de pequeno porte investir, já que com a empresa auditada a probabilidade da mesma crescer é muito maior.
De qualquer maneira, as empresas de pequeno porte deveriam investir ao menos na auditoria interna, que tem o mesmo intuitoda auditoria externa, porém com o custo menor, já que o auditor interno seria um funcionário da empresa.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indispensabilidade da auditoria foi evidenciada a partir do desenvolvimento do presente artigo pois, o mesmo demonstra a relevância da utilização da Auditoria em todas as empresas, sejam elas de grande, médio e até mesmo nas de pequeno porte.
Pode-se então concluir que as necessidades da utilidade da auditoria variam de acordo com o faturamento das empresas, o que as diferenciam e facilitam a sua classificação em grandes, médias e pequenas.
As empresas de grande e médio porte possuem uma maior necessidade da aplicação da auditoria externa para a apresentação de suas demonstrações contábeis aos seus investidores, além de possuírem em legislação específica uma obrigatoriedade do uso da auditoria externapara que haja uma maior transparência, bem comopara gerar resultados mais confiáveis. Por gerar informações mais claras e objetivas, a auditoria nas grandes empresas auxilia na visibilidade da empresa diante de novos investidores.
Já as empresas consideradas de pequeno porte apresentam igualmente uma necessidade dos serviços de auditoria, porém devido ao seu caixa um tanto quanto enxuto e ao fato de em sua maioria se tratarem de empresas familiares, muitas delas não conseguem pagar pelos serviços. As empresas de pequeno porte acabam tendo dificuldades com relação ao alcance de novos investidores por não conseguirem contratar serviços de auditoria, o que influencia negativamente a expansão dos negócios.
6. REFERÊNCIAS
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ANVISA. Porte de empresa. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/porte-de-empresa> Acesso em: 24 de maio de 2018.
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________. Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007.
Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília. 2007. Disponível em Acessado em: 26 de março de 2018.
________. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. 2006. Disponível em Acessado em: 15 de maio de 2018.
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Publicado por: Stefany Caroliny Santos de Souza
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