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Os Laços Humanos e a Globalização

Breve resumo sobre os laços humanos e a globalização.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Já se sentiu sem tempo? Como se a vida estivesse passando rápido demais?

Cena do filme ‘’ Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual’’
Cena do filme ‘’ Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual’’

Este breve Ensaio retrata uma análise sociocultural dos tempos modernos, com o intuito de compreender e refletir um pouco mais sobre o mundo, tendo como base os pensamentos do sociólogo Zygmunt Bauman.
Após ler Bauman, passei a indagar-me sobre o meio em que estamos vivendo.
Século XXI, ápice da tecnologia e da ‘’era virtual’’. Nos encontramos tão conectados mas ao mesmo tempo estamos cada vez mais solitários. Cada vez mais presentes em redes sociais mas cada vez menos reunidos fora das telas.
Tudo é tão rápido, tão fluído, tão… líquido? Tudo está em constante mudança, mal temos tempo para nos adaptarmos e ‘’Boom!’’, novas tecnologias surgem. Nada é feito para durar por muito tempo.

A internet e o Facebook nos tranquilizam e nos dão a sensação de proteção e abrigo, afastando o medo inconsciente de sermos abandonados. Na verdade, muitas vezes você está cercado de pessoas tão solitárias quanto você.

Zygmunt Bauman

Assim também é com o Amor. Com o novo ritmo de vida imposto, as relações humanas vão sendo afetadas continuamente. É uma faca de dois gumes, os contatos online vão ficando mais fáceis e práticos através das telas, porém, em contrapartida vão ficando cada vez mais vazios e rasos offline, fora das telas. Não há mais toque, a troca de calor vai sendo substituida pelo toque gelado da tela e dos periféricos, não há um desenvolvimento na comunicação interpessoal nem trocas de carinho e afeto. Tudo pode ser facilmente desfeito através de um clique. Não há mais interesse ou insistência, todos são facilmente substituíveis e ao primeiro sinal de desentendimento, laços são desfeitos. Estamos cada mais imersos no individualismo e na efemeridade.
O Romantismo foi desaparecendo. Desaprendemos a Amar.

O Amor foi se esfriando à medida em que novas tecnologias foram se desenvolvendo e o mundo acelerando, o jeito de encararmos o mundo foi se adaptando e uma ideia de que não temos tempo para nossa vida social foi se infiltrando no imaginário coletivo, como uma reação em cadeia. Não há mais tempo para se aprofundar em um relacionamento, estamos muito ocupados com nossos trabalhos, tentando acumular capital para podermos acompanhar o progresso tecnológico. A antiga idealização de progresso ao formar uma família foi substituída por uma ideia baseada no consumismo, na aquisição de bens materiais e da sobrevivência individual. Tudo isto em conjunto deixou nossa sociedade doente, cada vez mais temos adolescentes e jovens diagnosticados com ansiedade e depressão por não corresponderem às expectativas e metas que o mundo as impõe. Não há mais seu próprio tempo para progredir, você deve acompanhar o progresso coletivo ou é deixado para trás. A solidão passa a ser acompanhada e compartilhada.

Tecnologias tomam grande parte do nosso tempo e nos deixam ansiosos sempre querendo novas notícias ou estar conectados -virtualmente- à outras pessoas, fazendo com que o tempo todo tenhamos a necessidade de acompanhar redes sociais, noticiários e emails. Nos tornamos pessoas fragmentadas e moldadas pelo meio tecnológico em que vivemos. Somos moldados conforme os grandes influenciadores da mídia, assim, afetando os gostos pessoais de cada indivíduo, causando assim uma rasa coletivização. Por exemplo, experiências estéticas e culturais ficam cada vez mais rasas, há uma padronização do que é agradável ao público, o que faz com que as pessoas tenham interesses rasos, culminando em produções culturais rasas, feitas de pessoas rasas para um público igualmente raso.

E, como ficará a sociedade no futuro? nossa ideia de futuro é totalmente diferente da que nossos antepassados tinham. Para eles, o futuro era esperançoso, com mais oportunidades de emprego e relações melhores entre as pessoas. Para nós, o futuro é sombrio e incerto. Estamos tão imersos no agora e na liquidez dos tempos que não temos a mínina noção de como será o dia de amanhã. De uma hora para a outra tudo pode acabar, não podemos ter um pensamento à longo prazo. O Presente é tudo que nós temos.

Referências:

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001

BAUMAN, Zygmunt. Globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1999.

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/informatica/globalizacao-e-internet/29134

https://www.scielo.br/j/pcp/a/TwtP4fS3hfWVmx9HptM7pLn/?lang=pt

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/as-redes-comunicacao-no-mundo-globalizado.htm


Publicado por: Vitor Amoroso

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.