O que as Eleições nos dizem sobre a Educação no Brasil
O que as eleições nos dizem sobre a educação no Brasil, a partir da análise da pesquisa realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral sobre os eleitores brasileiros.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral – TSE – divulgou sua mais recente pesquisa sobre o perfil do eleitorado brasileiro.
De acordo com o estudo, divulgado em junho de 2018, dos 147 milhões de eleitores aptos a votar no dia 7 de outubro – quase 4 milhões e meio a mais que em 2014 –, mais de 6 milhões e meio são analfabetos, ou seja, 4,463%. Exatamente 32,653% do eleitorado tem apenas Ensino Fundamental completo (6,809%) ou incompleto (25,841%). Já o Ensino Médio foi completado por 22,862%, e 16,880% não chegaram a terminá-lo. Apenas 9, 216% dos eleitores brasileiros contam com Ensino Superior completo, e 4,965%, incompleto. Por fim, mínimos 8,925% leem e escrevem.
Estes dados são alarmantes: restritos 14,181% do povo brasileiro tiveram ou têm acesso ao Ensino Superior; cerca de 37% da população sequer chegou a cursar o Ensino Médio, quase 5% são analfabetos e menos de 10%, capazes de ler e escrever. De cada dez eleitores no Brasil, sete completaram no máximo o Ensino Médio e um completou o Ensino Superior.
Segundo estudo da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – de 2017, o Brasil é um dos países que menos investe nos ensinos Fundamental e Médio, e se encontra nas últimas posições em avaliações internacionais de desempenho escolar, apesar de a despesa federal em Educação ter aumentado entre 2008 e 2017, chegando a 4,9% do PIB – a média dos países da OCDE é de 5,2%. O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) anunciou que pretende cortar o orçamento do MEC para despesas não obrigatórias em cerca de 11%. Por outro lado, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) referente a 2019, aprovado em julho de 2018 pelo Congresso Nacional, prevê corte significativo nas bolsas da Capes, um dos principais órgãos públicos de fomento a pesquisas de pós-graduação no Brasil. O Conselho Superior da Capes, baseado em dados do MEC, avaliou essa perda orçamentária em R$ 580 milhões. Em compensação, o governo decidiu por um aumento de 16,38% para ministros do STF em 2019, o qual resultará em impacto de R$ 717,1 milhões em todo o Judiciário, mais que todo o investimento no projeto Mais Alfabetização que é de apenas R$ 523 milhões.
Resumindo, gastamos pouco com os ensinos Fundamental e Médio, que são de baixa qualidade, a exemplo de boa parte do Ensino Superior. Este se mostra inatingível para a grande massa. Fica claro que a Educação não é prioridade no Brasil, mas sim a manutenção da dispendiosa e burocrática estrutura política por meio de barganhas e altíssimos impostos. Assim fica difícil ter um país mais consciente e socialmente responsável, que possa, através do voto, renovar-se.
Leila Krüger - Escritora e jornalista, Mestre em Comunicação Social.
Publicado por: Leila Krüger
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