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A Missão

A Missão: relatório do filme, obra inglesa de 1986, crise nas relações entre Coroa portuguesa e a Companhia de Jesus, Missão de São Carlos, os jesuítas, missões jesuíticas.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Relatório do filme “A Missão”

Dirigido por Roland Joffé e escrito por Robert Bolt, o filme A Missão é uma obra inglesa de 1986, baseada em fatos reais, e trata da época da expulsão dos jesuítas do reino português devido à crise nas relações entre Coroa portuguesa e a Companhia de Jesus.

Irmão Gabriel (Jeremy Irons) é um padre jesuíta designado à Missão de São Carlos logo depois da morte de um padre. No meio dos índios guaranis, desarmado, ele é aceito por aquele povo por conta da música que tira do seu oboé, e é levado até onde estes residem. Lá ele reinicia o trabalho de evangelização dos índios.

Rodrigo Mendonza (Robert De Niro) é um mercador de escravos que tem sua vida mudada completamente após cometer um crime passional: tira a vida do próprio irmão, Felipe Mendonza (Aidan Quinn), por conta de uma mulher, Carlotta (Cherie Lunghi). Como se tratou de um duelo, ele permanece em liberdade. Todavia, movido pelo sentimento de auto-punição, exila-se por conta própria em um mosteiro. Entretanto, ele aceita o convite do irmão Gabriel para retornar com ele à Missão de São Carlos – ou seja, a estar do lado daqueles “seres” que antes caçava. Com o passar do tempo, o convívio com os índios vai transformando Mendonza, a ponto de ele se tornar um jesuíta.

Os jesuítas são convocados a defender sua permanência numa corte, que seria analisada por Altamirano (Ray McAnally), funcionário da Coroa portuguesa. O território ocupado pelas missões está em vias de passar a pertencer aos espanhóis: que podem escravizar os índios, ao contrário dos portugueses.

Antes de dar seu parecer final, Altamirano decide visitar as missões para conhecer o trabalho dos jesuítas na América do Sul. Ele visita várias missões e, em meio a uma indecisão, irmão Gabriel o convida a conhecer a Missão de São Carlos.

Todavia, o destino das missões já estava traçado antes da corte ser iniciada: os jesuítas deveriam retirar-se do território ou serem massacrados por um exército. Todas as tentativas de persuadir os índios de se retirarem das missões são malogradas, e na missão de São Carlos, Mendonza abdica de seu voto de obediência jesuítica para liderar uma resistência. Irmão Gabriel se opõe, e decide ficar na missão sem lutar.

No final, todos são dizimados: tanto o valente Mendonza – que recebe o primeiro tiro tentando salvar a vida de algumas crianças –, quanto o pacato irmão Gabriel – que é morto com o corpo de Cristo em suas mãos. E assim se faz a vontade dos homens, que se julgam seres os porta-vozes da vontade de Deus.

Enfim, muitos falam das missões jesuíticas apenas por seu caráter evangelizador, no seu papel na quebra da identidade indígena. Mas o que moveu a Coroa portuguesa a expulsar os jesuítas não foi a preocupação com os índios, é óbvio, e sim questões políticas. Após a descoberta do Novo Mundo, os habitantes do paraíso só podiam ter três destinos: ou perder seus costumes e crenças para uma nova cultura, em nome de Deus; ou serem escravizados como animais selvagens; ou serem dizimados pelos colonizadores.


Publicado por: Stela Renata de Lima Camara

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