Técnicas Para Desenvolver a Criatividade e a Geração de Ideias Nas Empresas
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Independentemente de um indivíduo ter capacidades e aptidões criativas ou de uma empresa ter condições para favorecer o fluxo criativo dentro dela, para alguns especialistas em gestão ([1]) existem uma série de ferramentas e técnicas que facilitam o trabalho da geração de ideias. Essas técnicas podem ser utilizadas para a geração de ideias num sentido geral ou ter um carácter mais específico em função das necessidades da empresa e das necessidades a que se queira responder. Neste sentido, podem ser encontradas técnicas que sirvam para diferentes fins:
- Compreender o problema que enfrentam.
- Gerar ideias perante uma escassez no fluxo criativo.
- Selecionar das ideias existentes.
- Planejar as atividades
Essas técnicas são, igualmente, classificadas tendo em conta o número de pessoas que são necessárias à sua utilização:
- Individuais, que o trabalhador utiliza solitariamente, sem o apoio de uma equipe.
- Em grupo, mais adequadas para uma utilização de maneira conjunta.
Junto com essas classificações, que servem para facilitar a escolha de uma ou outra técnica em função das necessidades concretas que se apresentem, existem uma série de recomendações que farão com que os resultados da utilização das técnicas sejam mais positivos, se for possível:
- Adiar o julgamento. Não valorizar ou julgar nenhuma ideia proposta. Deixar que o processo seja selvagem, ou seja, permitir a sugestão de qualquer tipo de ideias por muito absurdas que estas possam parecer. Apenas no final do processo de geração serão avaliadas.
- Favorecer o pensamento selvagem. As técnicas criativas são especialmente úteis para situações em que as soluções lógicas e racionais não funcionem. Trata-se assim de facilitar as ideias aparentemente absurdas e ilógicas a partir dos parâmetros convencionais. Trata-se de dar liberdade ao pensamento lateral e criativo, de dar um salto desordenado na abordagem do problema.
- Gerar uma grande quantidade de ideias. O objetivo é ter o maior número de ideias possível; não existem ideias más, pois qualquer uma delas pode dar origem a outra que seja a origem de uma inovação importante para a empresa.
- Dispor de um espaço adequado. Para que existam as condições anteriores, o indivíduo deve sentir-se livre. Esta liberdade é facilitada pela existência, na medida do possível, de uma divisão ampla, aberta ao exterior, uma decoração aprazível e estar sentado em forma de semicírculo.
Técnicas de Criatividade Individuais Versus Técnicas de Grupo
As técnicas criativas são ferramentas que podem ser utilizadas tanto de forma individual como coletiva, embora as mais habituais sejam implementadas de maneira conjunta do que as individuais. Apesar de não ser por isso que o trabalho e a reflexão individual são menos importantes, a geração de ideias a partir de uma perspectiva de grupo, especialmente na empresa, oferece vantagens perante uma perspectiva individual. As principais razões para este fato são as seguintes:
- A empresa é uma organização em que trabalham conjuntamente diferentes pessoas e onde a consecução dos objetivos passa pela ação de grupo, que não é mais que a soma da racionalidade e de inteligência das individualidades que a compõem. Neste sentido, o processo criativo dentro da empresa deve ser também algo partilhado.
- O trabalho em equipa cria um efeito multiplicador – sinérgico em que os resultados se vêm consideravelmente melhorados do que se fossem realizados de maneira individual.
- Estimula atitudes de abertura, tolerância e de escuta ativa das propostas de outros intervenientes, o que favorece a superação e o melhoramento das próprias propostas.
- Obtém-se uma visão mais plural e mais rica em perspectivas e experiências dos membros do grupo.
- Permite criar uma consciência de grupo. Partilhar de maneira sistemática as ideias de uns e de outros e a aceitação recíproca de propostas, o que gera uma maior coesão e integração dos trabalhadores da empresa.
- A vinculação entre pessoas representa um estímulo e uma ajuda para superar os obstáculos no trabalho, oferecendo saídas e alternativas.
OBSERVAÇÃO: Embora existam outras variedades – tanto em grupo, quanto individual – abordaremos nesse texto apenas uma técnica de grupo e uma individual
Técnica de Grupo: Brainstorm
O brainstorming (chuva de ideias) é uma ferramenta que consiste em anotar num quadro as ideias surgidas de maneira não sistematizada num grupo de pessoas para que depois possam discuti-las e selecionar uma delas. É uma técnica básica que trata de criar um ambiente propício que favoreça o aparecimento de ideias. Favorece o trabalho em equipe, o que contribui para reforçar a colaboração entre pessoas e equipes dentro da empresa. Grande parte das técnicas de criatividade é baseada nesta ferramenta. A utilização desta técnica é recomendada para resolver todo o tipo de situações relacionadas com a necessidade de gerar um grande número de ideias. Pode ser utilizada individualmente. Contudo, por ter uma marcada vocação coletiva, recomenda-se o seu uso em grupos de trabalho para maximizar os seus resultados.
Como funciona o Brainstorm?
- Antes da Reunião: Recomenda-se que as pessoas convidadas a participar sejam pessoas predispostas a contribuir ativamente no processo de geração de ideias. Para que isto ocorra, também é necessário dar conhecimento, com antecedência suficiente, do motivo da reunião, para que levem inclusivamente preparadas algumas das suas ideias.
- Início da Reunião: Centrar o objetivo da reunião, definindo o foco criativo do brainstorming. Estabelecer o resultado final em termos de número de ideias e o limite de tempo para a apresentação e discussão em comum destas.
Recomendações Básicas de Funcionamento
As críticas estão proibidas, pois todas as ideias, associações de ideias ou inclusivamente as ideias absurdas favorecem o processo. O objetivo é gerar o máximo de ideias possível.
- Geração em grupo de ideias: Ocasionalmente pode ser estabelecida uma prova de brainstorming com um tema simples ou simplesmente pedir aos assistentes que deem uma primeira opinião breve sobre o tema para quebrar o gelo. Escrever o foco criativo no centro de um quadro ou similar e consensualizar com os participantes da sessão a sua definição, ajustando-o em função das suas possíveis sugestões. Começar a recolher todas as ideias de maneira ordenada, em torno de temáticas ou subcategorias. No caso de o ritmo ser lento, incentive a apresentação de ideias, inclusivamente de maneira selvagem ou absurda. O importante é que surjam ideias. Não se detenha até alcançar uma massa crítica de ideias; cerca de 40 /50 pode ser suficiente, mas, numa sessão de duas horas, o ideal seria conseguir entre 100 e 200.
- Seleção de Ideias: Após deixar que durante 5 ou 10 minutos os participantes leiam e analisem a totalidade das ideias propostas, poderá proceder à tomada de uma decisão. Cada assistente deve escolher cinco ideias e distribuir uma pontuação de 100 pontos entre elas. Questionar e estabelecer definitivamente as pontuações realizadas, para finalmente estabelecer uma classificação de ideias. Se, em vez de realizar a seleção nesse momento, for convocada uma segunda reunião para selecionar as ideias, é necessário reenviar por escrito os resultados brutos do brainstorming para que as pessoas os analisem e realizem o trabalho de seleção de maneira individual. Trata-se de provocar que nesta seleção sejam consideradas também as ideias aparentemente absurdas e a intuição.
- Aplicação da (s) Ideia (s) Selecionada (s): Após a tomada de uma decisão é importante que, em primeiro lugar, a ideia seja implementada e, em segundo lugar, que seja dado conhecimento aos participantes deste facto, para motivar futuras participações.
Técnica Individual: Mapas Mentais
Trata-se de uma técnica de carácter gráfico em que se utiliza uma palavra ou conceito-chave como ponto de partida para adicionar ideias sob a forma de ramos de uma árvore ou de estrutura radial. Não existe uma forma predeterminada de representar as ideias e são as relações ou a hierarquia que o próprio indivíduo decidir que condicionam o resultado ou a forma final do mapa. Com os mapas mentais, trata-se de facilitar a compreensão de uma questão e a forma como o indivíduo a interpreta. Mostram as relações e interligações entre ideias e conceitos em forma de imagem, de uma maneira mais visual.
Os mapas mentais apresentam vantagens para a abordagem de problemas complexos e para a identificação de novas ideias. A sua utilização ajuda a ordenar melhor as ideias no cérebro. Neste sentido, a representação de informação procedente de diferentes fontes num formato simples, mostrando a hierarquia e as ligações existentes entre ideias de maneira gráfica, facilita não só a sua visualização como também a sua memorização.
Como Funciona a Técnica de Mapas Mentais?
- Do mesmo modo que o Brainstorming e as restantes técnicas criativas, é fundamental que o foco criativo fique perfeitamente definido. No entanto, uma vez definido, é fundamental procurar uma palavra, conceito ou ideia-chave que o represente.
- Escrever no centro de uma folha a palavra escolhida em maiúsculas, mas também se recomenda utilizar cores diferentes ou associar a ideia a um desenho, para que seja mais visual.
- Estabelecer uma série de princípios sobre os quais desenvolver as ideias de forma ordenada. Estes princípios constituem o primeiro nível da árvore e servem para estabelecer uma primeira estruturação das ideias.
- O desenvolvimento dos ramos não tem de seguir uma ordem determinada no sentido em que não é necessário começar um ramo e continuar com este até o completar. Pode sempre saltar de um ramo para outro, pois o fundamental é assegurar que o fluxo de ideias seja constante.
- O mapa mental deve ter uma estrutura que contenha uma sensação visualmente atrativa e equilibrada. Não existe uma regra concreta, mas para manter uma certa estética recomenda-se:
- a) Procurar representar cada ideia com uma só palavra, recorrendo a ícones ou gráficos sempre que seja possível.
- b) Utilizar uma letra clara e espaçamentos uniformes.
- c) Utilizar cores diferentes para agrupar ideias, no mínimo 3.
- Ramificar ao máximo o mapa mental, especialmente nos aspectos que sejam mais interessantes para a empresa.
REFERÊNCIAS
DE BONO, E.: ”Lateral thinking. Creativity step by step.” Harper Perennial. New York, 1990
([1]) ARANA , L. et alt.: ”Guía de creatividad en la empresa”. .IAT , Sevilla, 2008
JULIO CESAR S. SANTOS
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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