Os Tipos de Inovação Quanto à Sua Dimensão
Análise sobre os tipos de inovação quanto a sua dimensão.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Quais as Doze Dimensões em Que as Empresas Podem Inovar? Como Ocorre Uma Inovação em Captura de Valor? Quais as Diferenças Entre Melhoria, Invenção e Inovação? O Que é Uma Inovação Radical?
Existem diversos enfoques pelos quais pode-se classificar os vários tipos de inovação, os quais nos fornecerão uma visão bem ampla dos processos quanto à dimensão da inovação, quanto à sua intensidade e o seu impacto.
Quanto à Dimensão da Inovação
É comum vermos autores indicando os tipos de inovação existentes e indicando cinco ou seis categorias. Nesse texto optamos por trazer a definição de dois autores ([1]) que nos apresentam doze (12) dimensões em que as empresas podem inovar:
A) Inovação da Oferta: Também chamada de inovação de produtos por outros autores, consiste no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores que representem valor para os consumidores. A Gillette é uma empresa reconhecida por inovações de oferta como no caso da série de barbeadores Sensor, Excel e Mach III.
B) Inovação de Plataforma: Onde se constrói um portfólio de produtos que se diferenciam em modelos e funcionalidades de forma a atingir diversos tipos de consumidores. “Quando lançou o Walkman, a Sony desenvolveu uma plataforma básica do aparelho e gerou inúmeros modelos distintos, de acordo com as preferências dos mais distintos consumidores espalhados pelo mundo”.
C) Inovação de Solução: Onde se criam opções integradas e customizadas de produtos, serviços e informação para resolver problemas abrangentes dos clientes. “A IBM reinventou seu negócio a partir da oferta de serviços complementares ao hardware e software comercializados e mais recentemente com a ideia de Soluções ‘On Demand’”.
D) Inovação em Clientes: Quando a empresa consegue encontrar um segmento de clientes não explorado e que pode ser consumidor da marca, ou ainda, identificar necessidades não atingidas dentre os próprios consumidores da marca. “O Habib’s é exemplo de empresa que, com uma proposta de valor bem desenhada e uma operação eficiente, possibilitou o atendimento de clientes mais sensíveis a preço e que anteriormente não consumiam o fast-food”.
E) Inovação na Experiência do Consumidor: É uma das mais faladas atualmente, pois promete, além da oferta de um produto ou serviço, que o consumidor viva uma experiência diferenciada e marcante ao consumi-lo. “O Cirque du Soleil, circo-espetáculo-show canadense, inovou na experiência do cliente ao transformar a ida ao circo numa nova experiência de entretenimento. Desde a comunicação dos shows, passando pela compra dos ingressos, chegada no local do evento e ambiente do espetáculo, tudo prima pelo alto nível de serviço e atenção aos detalhes, a fim de proporcionar uma experiência inesquecível para o cliente”.
F) Inovação em Captura de Valor: Em que se inova no quesito geração de receita, promovendo novas formas de se cobrar pelo produto ou serviço. “O Google inovou em Captura de Valor a partir de seu sistema de remuneração pelos anúncios colocados junto com a “procura” realizada no site, o que viabilizou a comercialização para pequenos anunciantes antes alijados do mercado pelo preço do sistema de banners eletrônicos”.
G) Inovação de Processos: Diz respeito à cultura empresarial e objetiva rever os processos operacionais a fim de gerar mais produtividade e eficiência. “A Toyota é um dos exemplos mais conhecidos de empresa que revolucionou o setor a partir da implementação de novos processos e do redesenho dos existentes. A partir dessa e de outras inovações, a empresa mantém melhor produtividade que seus concorrentes. O movimento da Qualidade estimulou melhorias, mas inclusive inovações de processos”.
H) Inovação na Organização: Segundo os autores citados acima, indica novas formas de se estruturar a empresa, seu organograma, seus principais parceiros comerciais. “A empresa de engenharia Promon é uma dessas empresas, reconhecida pela forma singular e inovadora com que se auto organiza. Na Promon, o presidente é escolhido pelos funcionários, há diferentes formas de participação nos resultados e a empresa possui uma estrutura flexível e ágil”.
I) Inovação na Cadeia de Fornecimento: É quando a empresa olha para toda sua cadeia de produção, pensando em formas de adequar as atividades dos envolvidos no processo de fabricação e de prestação de serviços. “A GM, por exemplo, organizou a produção do Celta na montagem de seus Sistemistas e no modelo de venda on-line. É o tipo de inovação que trata de redefinir o modelo de fornecimento do negócio”.
J) Inovação de Presença: Procura recriar os canais de distribuição para aproximar a empresa do cliente através da presença em novos pontos de venda. “A Grendene inovou em presença ao desenvolver lojas-conceito para sua marca Melissa nas quais difunde a ideia de design e inovação ao redor do mundo”.
K) Inovação em Relacionamentos: Quando uma empresa se une a algum parceiro comercial que contribui para oferecer uma solução melhor ao problema do cliente. “A Otis, por exemplo, conseguiu uma inovação em rede ao oferecer a possibilidade de monitoramento remoto de seus elevadores. Para tanto, estabeleceu uma rede de parceiros de tecnologia, segurança e informação para viabilização dessa proposta”.
L) Inovação na Marca: Consiste na criação de novos contextos e aplicações para a marca. “A Ferrari, por exemplo, a partir de sua presença no mundo dos automóveis, se multiplicou para uma série de produtos, incluindo vestuário, canetas e notebooks, obtendo ótimos resultados”.
Quanto à Intensidade e Impacto da Inovação
Se ao falarmos de inovação nos aproximamos de sua relação com o retorno da empresa, uma forma interessante de definir os tipos de inovação diz respeito às diferenças entre melhoria, invenção, inovação incremental e inovação radical. Existe uma relação manifesta entre a novidade da ideia e o resultado esperado, que diferencia o processo de adequação de produtos aos concorrentes para não perdermos espaço no mercado, da melhoria de nossos produtos com certo grau de novidade e de retorno, passando pela invenção de produtos muito originais, mas com baixo retorno financeiro e chegando à inovação enquanto um processo com alta novidade da ideia e alto resultado esperado.
Os referidos autores apontam ainda que as inovações podem se dar em diferentes níveis: as incrementais e as radicais. Vamos olhar um pouquinho para ambas por meio do site da empresa de consultoria em inovações ABGi Acceleration Innovation.
De acordo com SCHERER e CARLOMAGNO (2016, p 22), o que caracteriza as iniciativas de inovações incrementais são o fato de elas serem apenas uma continuidade de algo já existente. “Uma inovação incremental se caracteriza por um grau moderado de novidade e por ganhos significativos nos resultados”, apontam. Como exemplos, eles citam “a Coca-Cola Zero, o Check-in eletrônico das Cias. Aéreas, o iPod Shu½e da Apple e o sistema de Self Service de Café da rede Starbucks”.
Olhar para a nomenclatura de cada um dos tipos já nos permite entender bastante do que se diz respeito. As inovações radicais, por exemplo, não trazem apenas uma melhoria, mas dizem respeito a “grandes transformações nas regras competitivas, no processo produtivo, nos produtos e serviços ofertados, e nas preferências do consumidor”. E dizem mais:
“A inovação radical transforma as regras do jogo, altera o relacionamento com fornecedores, distribuidores e clientes, reestrutura a economia de determinados mercados, aposenta produtos vigentes e eventualmente cria categorias inteiramente novas de produtos. Inovações radicais envolvem mudanças significativas em produtos, processos e serviços que mudam os mercados e indústrias existentes ou criam outros absolutamente novos. O modelo “Pré-Pago” das empresas de telefonia, o fast-food de baixo preço do Habib’s, a inigualável experiência de consumo do Cirque du Soleil e o modelo de produção enxuto do Toyota são exemplos de inovações radicais”. (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 23).
Referências
([1]) SCHERER, Felipe Ost e CARLOMAGNO, Maximiliano Selistre. Gestão da Inovação na Prática. 2ed. São Paulo: Atlas, 2016 [Minha Biblioteca]. Retirado de https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597007121/
JULIO CESAR S. SANTOS
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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