Orçamento Público Brasileiro
Breve resumo sobre orçamento público brasileiro.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Em Que se Baseia o Orçamento Brasileiro? Qual é a Principal Premissa do Orçamento Tradicional? Quais São as Três Importantes Dimensões do Orçamento Brasileiro?
O orçamento público surgiu na Inglaterra por volta de 1822, em tempos em que o Liberalismo Econômico era o pensamento mais aceito e, por esse motivo, havia fortes resistências à participação do Estado na economia, bem como ao crescimento dos gastos públicos.
Um orçamento público é, na verdade, um documento recheado de inúmeros aspectos políticos, jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros, administrativos o qual, didaticamente, pode ser divido em Orçamento Tradicional e Moderno.
No orçamento tradicional, a principal premissa é disciplinar as finanças públicas e possibilitar o controle político sobre o Executivo. A sua finalidade era manter o equilíbrio das contas públicas. No orçamento tradicional, o aspecto econômico não figura em primeiro plano; o gasto público não possui importância significativa em termos econômicos.
No início do século XX, o governo abandonou a sua neutralidade econômica e passou a intervir para corrigir distorções do mercado e estimular o crescimento e desenvolvimento econômico.
O orçamento moderno tem caráter de administração passando a auxiliar o executivo na programação, na execução e no controle do processo administrativo. Em economias centralizadas, esse tipo de orçamento é a peça fundamental para o controle da atividade econômica, pois alguns fatores de produção são do Estado.
No Brasil, o orçamento é feito com base nos artigos 165 a 169 da Constituição Federal. O sistema orçamentário brasileiro é composto por três instrumentos mais importantes: a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA).
O Plano Plurianual, que vigora por quatro anos, estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas do governo para as despesas de capital e os programas de duração continuada, desenvolvendo, assim, um planejamento de médio prazo.
Já a LDO é elaborada anualmente e tem por objetivo detalhar as metas e as prioridades da administração para o ano subsequente, e orientar a elaboração da lei orçamentária anual. A partir dos parâmetros definidos pela LDO e a programação do PPA, a LOA estima as receitas e fixa as despesas de toda a administração pública federal para o ano subsequente.
O sistema orçamentário brasileiro tem três importantes dimensões, todas de interesse direto para a nossa sociedade (PASSOS; NOGAMI, 2008).
A primeira é a dimensão jurídica (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012): o orçamento público tem caráter e força de lei, e enquanto tal define limites a serem respeitados pelos agentes públicos a respeito da realização de despesas e da arrecadação de receitas.
Como em qualquer outra lei, a elaboração e a aprovação do orçamento público seguem o processo legislativo de discussão, emenda, votação e sanção presidencial.
Os autores seguem apresentando a segunda dimensão, que é a econômica. O orçamento público é basicamente o instrumento pelo qual o governo extrai recursos da sociedade e os injeta em áreas previamente selecionadas.
Tanto os incentivos microeconômicos quanto as variáveis macroeconômicas relativas ao nível de inflação, endividamento e emprego na economia são diretamente afetados pela gestão orçamentária pública (VASCONCELOS; GARCIA, 2012).
A terceira dimensão (a dimensão política) é atrelada à dimensão econômica. Se o orçamento público tiver qualquer erro, o processo de elaboração, aprovação e gestão do orçamento que possui perspectivas e interesses conflitantes que se resolvem em última instância no âmbito da ação política dos agentes públicos e dos diversos segmentos sociais.
Essas três dimensões mostram que o sistema orçamentário brasileiro é composto não apenas das leis que mencionamos anteriormente, mas de todo um arcabouço institucional composto por agentes políticos e entidades dos Três Poderes, as relações entre esses agentes e segmentos organizados da sociedade e as regras formais e informais que disciplinam essas relações e impactam no processo de tomada de decisão em torno do orçamento público (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).
A Lei de Responsabilidade Fiscal é um importante instrumento de política fiscal que começou a ser utilizado a partir de 1998 e tem por objetivo proporcionar o equilíbrio orçamentário do setor público.
A lei impõe limites para despesas com funcionalismo público de 50% para a União e de 60% para Estados e municípios além da proibição de socorros financeiros entre União, Estados e Municípios, impõe também limites para gastos, no fim dos mandatos e limites de endividamento também para os três entes.
Ter conhecimento de como o setor público faz a gestão de suas receitas e despesas, sob a luz da Constituição Federal e os quesitos de transparência da
Lei de Responsabilidade Fiscal, é de grande importância para o fornecimento de informações relevantes ao mercado. No Brasil, o orçamento público tem se colocado de forma inacessível para boa parte da sociedade devido à sua formatação mais técnica que não oferece uma linguagem conhecida.
Logo, apresenta essa barreira no que diz respeito à viabilidade de seu entendimento por parte da sociedade.
REFERÊNCIAS
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 4. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2008.
VASCONCELOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
JULIO CESAR S. SANTOS
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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