O Surgimento e a Evolução do Empreendedorismo
Breve análise sobre o surgimento e a evolução do empreendedorismo.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Qual Foi Primeiro Brasileiro Que se Destacou Nessa Atividade? Qual Era o Perfil do Empreendedor na Idade Média? Qual a Diferença Entre um Empreendedor Nato e o Empreendedor Que Aprende? Quais os Dez Tipos Mais Populares de Empreendimentos?
Nossos ancestrais foram bastante criativos no campo da agricultura, gerindo recursos e fazendo negócios sob a forma de escambo entre mercadorias e serviços. Com o desenvolvimento de algumas civilizações – principalmente incas, egípcios, maias, chineses e astecas – ergueram-se grandes estruturas pelas cidades, demonstrando o espírito empreendedor dos indivíduos daquela época. No século XVI, os empresários eram vistos como pessoas que se entregavam à especulação e não à produção e geração de riqueza, o que os tornava indivíduos pouco recomendável” ([1]). Porém, por volta do século XVII a noção formal do empreendedorismo avançou na direção da produção, apoiada principalmente pela parceria entre a burguesia e os governos europeus. Esse mesmo grupo evoluiu em direção a Revolução Industrial, com a introdução da produção em série apoiada em máquinas que reformularam a economia mundial. Daí pode-se dizer que, no decorrer dos tempos, o empreendedorismo conheceu novos modelos de negócios que inovavam para produzir novos produtos e serviços.
Hoje, o contexto evoluiu não só para a criação de novos negócios, como para uma visão empreendedora dos próprios funcionários das organizações. No Brasil, o empreendedorismo surgiu com os colonizadores portugueses que extraiam matérias-primas das terras brasileiras e as revendiam no mercado europeu. Após a Independência, quem se destacou como um dos maiores empreendedores brasileiros foi Barão de Mauá, que entre a 2ª metade dos anos 1850 e o início da década seguinte, tornou-se o homem mais rico do país, exercendo influência sobre o governo imperial e aparecendo como decisivo no desenvolvimento nacional e continental. No entanto, pode-se afirmar que o empreendedorismo em si só apareceu no Brasil por volta de 1990, com a abertura da economia e a consequente competição entre os produtos brasileiros e os importados. Assim, muitos empresários brasileiros se destacaram principalmente nos segmentos de varejo e, conforme o Sebrae, hoje em dia quase 52 milhões de brasileiros empreendem.
Sendo assim, pode-se dizer que o empreendedorismo seria a capacidade do indivíduo em projetar novos negócios ou idealizar transformações inovadoras – ou arriscadas – nas organizações. E, para isso, o indivíduo deve ter uma vocação, aptidão ou habilidade de desconstruir, gerenciar e desenvolver projetos, atividades e/ou negócios. O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma ideia – ou um projeto pessoal – assumindo riscos, responsabilidades e inovando continuamente. Essa definição envolve não apenas os fundadores de empresas, mas os membros da segunda ou terceira geração de empresas familiares e os gerentes-proprietários, que compram empresas já existentes de seus fundadores ([2]).
A Evolução do Perfil Empreendedor
Pode-se dizer que, durante a Idade Média, o empreendedor gerenciava grandes projetos de produção, embora não assumisse riscos e usasse o capital dos governos. Nos séculos XVII e XVIII, o empreendedor já estabelecia contratos com governos e passou a assumir riscos. Nos séculos XIX e XX, o empreendedor foi confundido com gerentes e administradores e, hoje em dia, os empreendedores estão se concentrando cada vez mais na responsabilidade social e na sustentabilidade, pois os consumidores estão mais conscientes dessas questões e esperam que as empresas adotem práticas éticas e sustentáveis. Sendo assim, ao longo dos tempos, o perfil dos empreendedores foi se tornando cada vez mais específico e, com a divisão de papéis no trabalho, foi possível identificar os seguintes profissionais:
- Empreendedor: Indivíduo que cria e inova negócios.
- Administrador: É o profissional que administra seus negócios, seu funcionamento e seus recursos.
- Investidor: Profissional que investe em negócios e os capitaliza.
Atualmente, muitos profissionais combinam essas funções, sendo possível observar vários empreendedores que administram seu próprio negócio e, muitos deles, são até mesmo o seu próprio investidor. Mas, empreender especificamente requer pessoas versáteis, criativas e pesquisadoras que possuam habilidades técnicas para produzir e montar um negócio, ou dispostas a empreenderem nas próprias empresas em que trabalham. Por outro lado, o mercado atual exige pessoas cada vez mais capazes de articular tudo o que leu, que estudou e refletiu, usando-os como referência para alternativas inovadoras de solução de problemas. Não adianta mais acumularmos estoques de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender sozinhos e sempre; ou seja, como realiza o empreendedor na vida real – fazendo, errando e aprendendo ([3]).
Além disso existem diversos tipos de empreendedores, tais como o Empreendedor Nato – aquele que aprende a empreender – ou o Empreendedor Que Aprende – normalmente são aquelas pessoas que, quando menos esperava, se depararam com uma oportunidade de negócio e tomaram a decisão de mudar o que faziam na vida para se dedicarem ao próprio negócio. Logo, eles caracterizam-se pelo inesperado. Existem também o Empreendedor Serial – é aquele que cria um negócio para vendê-lo – e o Empreendedor Corporativo, os quais são executivos que se destacam e buscam crescer dentro da empresa, trazendo bons frutos para a organização. Possuem grande conhecimento em ferramentas administrativas e sabem gerenciar uma equipe com excelência.
Oito Fatos Importantes Sobre o Empreendedorismo
- O conhecimento é essencial para iniciar uma jornada empreendedora.
- Tenha uma visão ampliada do seu negócio.
- Não se iluda com a “falta de um chefe”.
- Tenha energia de sobra para se dedicar ao empreendedorismo.
- Saiba o momento oportuno para inovar.
- Tenha objetivos e metas claras.
- Saiba administrar os imprevistos.
- Abra a empresa do jeito certo.
Os Dez Tipos Mais Populares de Empreendimentos
Embora os princípios básicos do empreendedorismo sejam os mesmos — planejamento, abertura e operação de um negócio — as nuances e habilidades necessárias variam dependendo dos tipos de negócio que você planeja abrir. Pois, para empreender, é necessário definir essas diferenças e identificar os elementos característicos que os diferencia.
- Pequenos Negócios: Se refere a qualquer pequeno negócio criado por uma única pessoa, sem o objetivo inicial de expansão ou franquia. Exemplo: se você estivesse planejando abrir um salão de beleza, um pequeno mercado, um food truck de comida mexicana, ou qualquer outro negócio de baixo investimento (mas ainda assim, lucrativo) seu objetivo seria lançar um estabelecimento individual. Você provavelmente planejaria contratar funcionários locais ou até membros de sua família para o pontapé inicial e precisaria investir os seus recursos no negócio.
- Startup Escalável: Se concentram em criar um modelo de negócio reprodutível e escalável (mais vendas com mais recursos). Esse estilo de empreendedorismo nasce com a expectativa de rápida expansão e grandes lucros. Muitas startups têm uma narrativa semelhante "da garagem ao sucesso", começando com uma ideia simples que ganha vida com a perseverança dos empreendedores e com o apoio de investidores. Amazon, Google e Apple são exemplos de startups pioneiras que mudaram o mundo.
- Intraempreendedorismo: Ao contrário de um empreendedor, que também é o fundador, designer e gerente de um negócio, um intraempreendedor é um colaborador auto motivado e proativo que pensa de forma criativa e trabalha como um empreendedor dentro da empresa. O intraempreendedorismo é uma forma de as empresas apoiarem e incentivarem os funcionários com espírito empreendedor.
- Grandes Empresas: São negócios como Disney, Google, Toyota e Microsoft que têm ciclos de vida finitos; ou seja, que inovam continuamente, oferecendo aos consumidores novos produtos derivados de sua linha principal. Uma característica que distingue esse tipo é que não se trata de abrir um novo negócio, mas de criar novos produtos ou subsidiárias dentro de uma empresa já existente, ou mesmo de adquirir empresas menores (como quando o Facebook comprou o Instagram e o WhatsApp). Mais especificamente, o foco está em atingir novos mercados, ampliar a base de clientes e expandir o negócio.
- Empreendedorismo de Imitação: A imitação é a melhor forma de elogio e, um empreendedor de imitação, é aquele que copia o que os inovadores de sucesso fizeram, na maioria das vezes com riscos financeiros menores e recursos limitados. Se você está usando um estilo de empreendedorismo de imitação, basicamente está copiando uma ideia — mas também encontrando maneiras de melhorá-la. Ao observar os erros dos outros e buscar formas criativas de aperfeiçoar um negócio, você pode se tornar um empreendedor de sucesso.
- Empreendedorismo Inovador: Estão constantemente tentando emplacar a próxima tendência. Se você tem ideias inéditas de como criar um negócio ou serviços e produtos específicos que podem se tornar empreendimentos comerciais, talvez você seja um desses empreendedores inovadores. Como um inovador, você deve estar sempre atento às condições atuais do mercado para encontrar maneiras originais e criativas de transformá-las. A inovação diz respeito não apenas a ideias de produtos, mas também à forma como os negócios são conduzidos. O empreendedorismo inovador está mudando o status quo e ampliando horizontes.
- Empreendedorismo Por Aquisição: Você já ouviu o ditado "dinheiro traz dinheiro" e, para esse tipo de empreendedor, isso é verdadeiro. Em vez de encontrar formas de levantar dinheiro para um negócio, um empreendedor por aquisição compra uma empresa em desenvolvimento ou já bem estabelecida e ajuda ela a prosperar. Ao contrário dos investidores, um empreendedor por aquisição está envolvido financeira e pessoalmente no negócio, permanecendo ativo e ajudando diretamente no aumento da lucratividade. Não é raro que em algum momento os empreendedores por aquisição transfiram sua liderança para outra pessoa, mas eles sempre mantêm uma parte ativa nos negócios que compram.
- Empreendedorismo de Pesquisa: Confiam em fatos, dados e na convicção de que, com a preparação e o conhecimento corretos, terão mais chances de sucesso. Se isso soa familiar, você se identifica com o empreendedorismo de pesquisa, que alia uma grande ideia de negócio à pesquisa acadêmica e a uma compreensão de como maximizar recursos limitados. Veja o exemplo dos vencedores de Prêmios Nobel.
- Empreendedorismo Hustler: Hustler (gíria americana que designa alguém que ganha dinheiro de forma ilícita, no mundo dos negócios). Aqui se refere a uma pessoa com iniciativa, altamente motivada e focada no sucesso. Esse estilo de empreendedorismo se desenvolve a partir do empreendedor, que deve ser confiante, destemido e ter uma ética de trabalho rigorosa. Se você é o tipo de pessoa que pode vender qualquer coisa para qualquer pessoa, está sempre a par da próxima grande tendência e sabe reconhecer oportunidades, provavelmente é um hustler.
- Empreendedorismo Social: São inovadores cujo objetivo principal é criar produtos e serviços que beneficiem o mundo e gerem lucro. O empreendedorismo social está relacionado a empresas sem fins lucrativos, com fins lucrativos ou híbridas, que estão comprometidas com mudanças sociais ou ambientais. Alguns exemplos incluem programas educacionais, instituições de micro finanças e empresas que prestam serviços bancários em países subdesenvolvidos.
REFERÊNCIAS
BAGGIO, Adelar F.; BAGGIO, Daniel K. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Rev. de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia
LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY; J. William. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1998
MENDES, Jerônimo. Empreendedorismo 360º: a prática na prática. 3ed. São Paulo: Atlas, 2017.
([1]) MENDES, Jerônimo. Empreendedorismo 360º: a prática na prática. 3ed. São Paulo: Atlas, 2017.
([2]) LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY; J. William. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1998. p. 3.
([3]) BAGGIO, Adelar F.; BAGGIO, Daniel K.. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Rev. de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, p. 26.
JULIO CESAR S. SANTOS
Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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