O ambiente de competitividade pode levar à inovação?
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No ambiente atual que o mundo se encontra muito tem se falado em competitividade, tanto entre países, estados, cidades, empresas e entre os indivíduos, todos querendo ser os primeiros e chegar à frente. Os países querem ser os primeiros em determinados assuntos – sendo os líderes como potência militar ou mesmo em riqueza. Constantemente vemos rankings sendo criados e exibindo o primeiro lugar e, dessa forma, temos um tipo de ranking para cada área específica de interesse. Um deles muito relacionado ao empreendedorismo é o ranking dos países com os maiores impostos do mundo, embora existam outros como o de melhor país para se investir, de melhor segurança, etc. Enfim, o objetivo sempre estará na elaboração de um indicador, despertando a competição, natural do indivíduo e sempre querendo ser o melhor.
O espírito de competição entre os seres humanos apresenta alguns antigos registros e, entre as nações, a história nos conta inúmeros conflitos e guerras entre elas, cidades contra cidades, raças contra raças – sempre à busca da supremacia. O primeiro lugar em algum ranking massageia o ego da raça humana e a busca incessante ao topo não tem limites. Talvez, com um exame rápido de consciência, você se lembre de uma disputa com seu irmão ou algum parente próximo pela preferência do carinho dos pais, ou por algum brinquedo, não é mesmo? E, na escola, quem era sempre o aluno de maior nota, ou aquele que tinha a melhor oratória da turma, enfim, nos lembramos sempre dos melhores. É uma tendência nos lembrarmos sempre dos primeiros, ou dos melhores em determinado tema.
No ambiente corporativo a competição é escancarada e cruel, pois quem não alcança o primeiro lugar tem dificuldades em se manter no mercado. As empresas disputam cada espaço com a concorrência e, alguns produtos, chegam até a ser idênticos e apresentam diferenças apenas no serviço. Mal uma empresa lança um produto no mercado – com uma campanha de marketing inovadora – outra já lança algo muito parecido e, muitas vezes, com um preço mais acessível. Um bom exemplo de competitividade acirrada ocorre no mercado de telefonia celular, onde a maioria das operadoras têm aparelhos similares ou até o mesmo, pouquíssima variação nas tarifas, se diferenciando apenas na qualidade dos serviços. Quando determinada operadora lança um lançamento, imediatamente outra já lança algo para não ficar para trás. Esse é o atual cenário de competição entre empresas no Brasil.
Diante dessa situação, de concorrência acirrada, desleal e cruel, você poderia refletir: “não é melhor arrumar um emprego e ficar sossegado ganhando meu salário? ”. A resposta natural seria um estrondoso “sim”. No entanto o que move o mundo empreendedor é a curiosidade e a insatisfação. É justamente em meio às turbulências e adversidades que surgem os grandes líderes. E, nesse ambiente de incertezas, para se tornar um líder não é necessário fazer nenhuma mágica, ser amigo do chefe, ter que ficar necessariamente um longo tempo em determinado cargo. Hoje é fundamental ter uma visão diferenciada, ver a situação de um ângulo diferente, sob um novo prisma. Onde os indivíduos comuns vêm problema, o novo líder vê a solução. É necessário que se analise determinada tarefa, atividade ou processo e se busque a execução de uma maneira diferente.....ISSO É INOVAÇÃO! Ou seja, superar obstáculos por meio das mudanças.
Para inserção de um novo empreendimento no mercado – ou mesmo para sua manutenção – é importante que o novo gestor adquira cada vez mais novos conhecimentos e conceitos acerca do seu ramo de atuação. É importante que o novo negócio não seja apenas mais um no mercado, mas que tenha vantagem competitiva e diferenciais visando despertar o interesse do público. Nesse momento, você deve estar se perguntando o que é competitividade. Para especialistas, competitividade empresarial é a capacidade que uma empresa possui em cumprir sua missão e seus objetivos de uma forma mais assertiva que seus concorrentes, satisfazendo os anseios dos seus clientes ([1]). Uma organização ser competitiva, significa que tem uma rentabilidade igual, ou superior, aos seus concorrentes, provocando um encantamento nos clientes por produtos e serviços oferecidos.
A questão principal do encantamento são os recursos humanos de alto nível, utilização de tecnologia avançada, no sentido de dar algo mais ao seu cliente, utilizando-se dos conceitos de cadeia de valor. O conceito de valor surge da relação entre a satisfação das necessidades e os recursos necessários para satisfazê-la. Mas afinal, o que vem a ser uma cadeia de valores? Em um contexto estratégico, Porter (1990, p. 31), destaca a importância da cadeia de valores para se buscar o diferencial competitivo de uma organização: A cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Uma empresa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades estrategicamente importantes de uma forma mais barata ou melhor do que a concorrência PORTER (1990, p. 31).
A definição da cadeia de valores de um processo objetiva definir quais as atividades que efetivamente agregarão valor ao cliente no momento da compra do serviço em uma empresa. A definição de Porter carece de complementação, pois não conceitua efetivamente o que é “cadeia de valores”. Neste sentido, outros autores complementam o conceito de Porter desta forma: “A cadeia de valor para qualquer empresa, em qualquer negócio, é o conjunto interligado de todas as atividades que criam valor, desde uma fonte básica de matérias-primas, passando por fornecedores de componentes, até a entrega do produto final às mãos do consumidor” ([2]).
Sendo assim, uma gestão eficaz surge como uma resposta à obtenção da vantagem competitiva, permitindo que o empreendedor, por meio de uma gestão sustentável, aumente sua lucratividade, sem aumentar os preços, mas diminuindo seus custos. É óbvio que isso ocorre por meio da articulação de todos os recursos necessários para o sucesso de um negócio e, no processo empreendedor, passa-se necessariamente pela fase de articulação de recursos.
Neste contexto, Porter (1985, p. 62) conceitua vantagem competitiva como advinda do valor que a empresa cria para seus clientes em oposição ao custo que tem para cria-la e, portanto, a formulação de uma estratégia competitiva é essencial para a empresa, pois esta dificilmente poderá criar condições ao mesmo tempo, para responder a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendido, proporcionando à empresa, desta forma, criar uma posição única e valiosa.
Além de um bom planejamento, é importante – no contexto de competição no ramo dos negócios – apresentar algo novo no mercado a fim de garantir a sobrevivência do empreendimento por um longo tempo. Não existe mágica nem varinha de condão, pois um negócio somente sobreviverá se apresentar diferenciais perante os concorrentes de modo a se obter vantagem competitiva e, para isso, a observação e o acompanhamento da concorrência é fundamental. O mundo dos negócios se equipara a um tabuleiro de xadrez, além dos próprios movimentos serem pensados e amparados por dados estatísticos, os movimentos da concorrência merecem especial atenção, pois nesse ambiente, não há espaço para amadores.
REFERÊNCIAS
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
PORTER, M. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho competitivo. Nova Iorque: Imprensa Livre, 1985.
([1]) HASHIMOTO, M. Espírito empreendedor nas organizações: aumentando a competitividade através do intraempreendedorismo. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
([2]) SHANK, J.K.; GOVINDARAJAN, V. Strategic cost management: the new tool for competitive advantage. New York: The Free Press, 1993, p. 13
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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