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Mentalidade Empreendedora – Conceitos e Desafios

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Como o Empreendedorismo é Tratado nos Estados Unidos? Como Obter Uma Mentalidade Empreendedora? Por Que o Empreendedorismo é Um Comportamento e Não um Traço da Personalidade?

Provavelmente você já deve ter percebido alguns empreendedores que, com muito pouco, tiveram grande sucesso nos negócios e também aqueles que investiram grandes quantias e não obtiveram sequer o retorno do investimento. Alguns pensadores afirmam que o empreender já nasce com o indivíduo e, outros, dizem que o indivíduo adquire o espírito empreendedor, adquirindo hábitos e observando procedimentos. Aqui cabe um exemplo característico sobre o ensino do empreendedorismo. Nos Estados Unidos – no ensino fundamental – as crianças aprendem empreendedorismo e, no Brasil, no último ano da faculdade os formandos têm uma leve noção de empreendedorismo no último semestre do curso. Essa é a diferença!

Aqui os pais orientam os filhos a terem bons empregos em empresas públicas, garantindo uma aposentadoria satisfatória. Lá, os jovens são orientados a terem seus próprios negócios. Em outras palavras, nos Estados Unidos os jovens são formados para serem donos de empresas e no Brasil se forma a mão de obra para essas empresas. O empreendedor é aquele que combina fatores de produção, produtos ou mercados de novas maneiras. O agente de mudança responsável por inovações é o empreendedor. A inovação é, portanto, fruto da atividade do empreendedor, não do mercado ([1]).

Face aos desafios impostos aos empreendedores no início das atividades empresariais, além de uma mentalidade empreendedora, é importante que se tenha clareza das atividades a serem desenvolvidas. Ter o negócio próprio, provavelmente já tenha passado na cabeça de todos nós. Abrir um negócio requer além de planejamento, muita dedicação, persistência, pois os riscos existem e podem inviabilizar o empreendimento. Nesse cenário, há os empreendedores que planejam a abertura da empresa, viabilizam recursos e quando surge a oportunidade, iniciam o negócio em uma base sólida e segura, caracterizando o que denominamos de empreendedorismo de oportunidade.

No entanto, há aqueles que, ao perderem seus empregos, com dificuldade de recolocação no mercado, abrem de súbito uma empresa, sem qualquer planejamento e sem enxergar uma oportunidade de negócio, caracterizando o que denominamos de empreendedorismo por necessidade. Uma boa ideia nem sempre é sinal de um empreendimento de sucesso. Você já deve ter ouvido o chavão: “de boas intenções o inferno está cheio”. Todos nós já tivemos na família ou no rol de amizades, aquela pessoa que se dá bem onde põe a mão, ou seja, aquela pessoa que sempre dá certo, independentemente da área onde atua, devido à sua mentalidade empreendedora.

Um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre à frente de seu tempo, conseguindo visualizar oportunidades onde a maioria enxerga dificuldades. Costuma-se dizer que onde as pessoas normais enxergam problemas, um empreendedor vê soluções. A mídia tenta nos vender uma ideia de que os empreendedores de sucesso, somente o são, devido à determinação, genialidade, timing correto e, sobretudo, um grande produto ou serviço. Nesse sentido, Ries (2012, p. 2) destaca: No entanto, o mito da perseverança, do gênio criativo e do trabalho duro persiste. Por que essa crença é tão popular? Acho que há algo muito atraente a respeito dessa história moderna de começar na pobreza e enriquecer. Ela faz o sucesso parecer inevitável se você tem os predicados certos. Isso significa que os detalhes mundanos, a parte burocrática, as pequenas escolhas não têm importância.

Se desenvolvermos um produto de fato, os consumidores virão. Quando fracassamos – como acontece com muitos – temos uma desculpa pronta: não criamos a coisa certa. Não fomos visionários o suficiente, ou não estávamos no lugar certo na hora certa. Em resumo, não há uma fórmula matemática que garanta o sucesso de um empreendimento, afinal, as variáveis que implicam no sucesso ou fracasso são múltiplas. Aquela velha máxima do copo d’água pela metade explica o ponto de vista de um empreendedor: o copo está meio vazio ou meio cheio? Em outros termos, a visão em função dessa enormidade de variáveis será otimista ou pessimista. É óbvio que um candidato a empresário com uma mentalidade empreendedora terá uma visão otimista, mas o empreendedor que pretende ter sucesso necessita de características como coragem e paixão para desbravar o novo, e equilíbrio, racionalidade e facilidade em lidar com as mais variadas situações, já dentro do empreendimento.

Se você fosse um investidor, em que tipo de empreendedor você apostaria suas fichas? De acordo com Portal Endeavor Brasil (2011), os olhos dos grandes investidores estão focados em empresas de alto crescimento! Os empreendedores que acessam fundos de growth capital não têm medo de atingir um novo patamar de negócios. Segundo esse Portal, os Fundos de Growth Capital têm os seus radares voltados para esse tipo de organização, que normalmente apresentam as seguintes características:

  • Empreendedores excepcionais à frente do negócio, querendo continuar no mesmo patamar e crescer mais;

  • Histórico de crescimento agressivo com potencial de atingir um novo patamar de organização;

  • Modelos que podem ser “escaláveis”, nacional e internacionalmente;

  • Inovação;

  • Empreendedores que querem dominar o mundo;

  • Necessidade da empresa e do empreendedor, não apenas de capital, mas de buscar competências de governança, gestão, rede de relacionamento e aconselhamento.

Nesse cenário, você já percebeu que não há espaços para amadores, ou empreendedores com receio de saírem da zona de conforto, ou ainda aqueles com síndrome de Peter Pan (medo de crescer). A dinâmica imposta pelo mundo globalizado é a de movimentação constante, foco nos custos e no crescimento planejado.

Empreendedorismo

Para alguns especialistas, trata-se de um comportamento e não um traço da personalidade e, por essa razão, os indivíduos podem aprender a agir como empreendedores, utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las como oportunidade de negócios. Como resultado, uma cultura empreendedora pode gerar prosperidade econômica ao proporcionar altas taxas de criação de novas empresas. Por se tratar de um fenômeno social e cultural, existem famílias, cidades, regiões e países mais empreendedores que outros ([2]).

Empreender é um processo dinâmico que cria riquezas por meio de indivíduos dispostos a assumirem riscos no tocante ao próprio patrimônio, tempo ou comprometimento com a carreira, que também empenham suas habilidades e esforços vislumbrando ter o próprio negócio ou empresa. Toda organização precisa planejar o seu negócio e o primeiro passo é o estabelecimento do planejamento organizacional, quando são definidos a missão, a visão, os objetivos, a análise do ambiente interno e externo, o desenvolvimento de estratégias, as formas de execução e também as medidas para controle e avaliação de todo o planejamento, do seu início até a conclusão.

Nesse sentido, o plano de negócios é uma ferramenta essencial para cumprir esta finalidade: a abertura de um empreendimento. Quando projetamos um novo empreendimento, devemos ter em mente a missão que esse negócio tem a cumprir. Todo negócio deve ter uma visão de futuro que o norteie e os valores que pretende perseguir. Isso precisa ficar muito claro para que todos os parceiros saibam exatamente o que fazer, como, quando e onde. Os conceitos de missão, visão, valores e objetivos globais são essenciais para direcionar o negócio. Mas a tarefa de planejar é uma atividade fácil? Esse trio – missão, visão e valores – é um recurso poderoso para que empreendedores consigam planejar negócios diferenciados, atrair colaboradores engajados e se orgulhar do seu trabalho.

Mas, antes de lançar qualquer negócio é preciso criar algumas diretrizes que garantem que estão todos navegando para a mesma direção. É assim que você define, desde o começo, qual é o jeito de pensar, ser e trabalhar da sua empresa, antecipando problemas, estabelecendo limites e minimizando os conflitos entre as pessoas que vão colocar sua empresa de pé. A ferramenta missão, visão e valores tem como finalidade definir a direção estratégica da empresa e permite ao empreendedor uma reflexão acerca do papel do seu negócio na sociedade e sobre o futuro da empresa. Em um primeiro momento parece difícil para o empreendedor o rápido entendimento desses termos.

Porém, para facilitar a diferenciação desse importante conceito, devemos esclarecer que a missão é o que fazemos e o que não fazemos juntos. Normalmente ela é bastante inspiradora, mas, na prática, a missão descreve a nossa razão de existir. E o mais importante, ela pode mudar sim com o tempo, se ajustando à realidade. Dessa forma, pode-se dizer que missão é a tradução da estratégia da empresa, que expressa o propósito da sua própria existência. Em outros termos, a missão reflete a resposta a três questões: (a) “Quem somos? ”; (b) “O que fazemos? ”; (c) “Por que fazemos? ”. Ou de outra forma, a missão expressa a finalidade (a razão de ser), a estratégia (objetivos e posicionamento no mercado), os valores (princípios éticos que orientam a atuação da empresa). A missão deve ser concisa, curta e facilmente memorizável.

Já os valores se diferenciam das regras, pois incidem nas convicções que fundamentam as escolhas por um modo de conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização. Dessa forma, pode-se dizer que os valores possuem uma base ideológica de como as pessoas devem agir dentro da organização, já as regras ou normas não são apenas orientações, mas procedimentos que devem ser seguidos pelos membros da organização com risco de algum tipo de punição caso não sejam cumpridas ([3]).

Os empreendedores também devem ter uma visão clara de em qual área do negócio a empresa atuará, considerando o seu posicionamento no mercado e no setor, os diferenciais, a sua estratégia e forma de atuação. Então, é preciso ter uma ideia clara de visão – a imagem que a empresa tem de si e do seu futuro (ou seja, aquilo que almeja ser, mais do que de fato é atualmente). A visão consiste na projeção futura da organização, ou seja, quais são seus objetivos e onde ela quer chegar. A visão define os planos da empresa, os rumos que deverá tomar. Sendo assim, é necessário pensar em ações concretas que possam ser alcançadas e que possam estar de acordo com as políticas e com o segmento no qual a empresa atua.

Se a visão é o que eu faço, valores é quem eu sou, a visão é o que eu quero atingir. Em essência, a visão é o destino final. E a frase que sintetiza a visão é o desenho de uma paisagem futura, considerando que você atingiu seu objetivo e chegou ao seu destino. Costuma ser um alvo em movimento, mas para funcionar, é preciso ser enxergada com foco. Dos três, a Visão é a que mais pode mudar com o tempo porque, assim que você alcançou o que pretendia, muda novamente para um alvo que está logo à frente, sem nunca parar de avançar. Daí é possível identificarmos a importância em se definir a missão, a visão e os valores de uma empresa, pois auxilia no alcance dos objetivos organizacionais sendo indicada a organizações de todos os portes, determinando a direção estratégica da empresa, desde a integração das operações até a estratégia global e da motivação da equipe.

O empreendedor deverá dedicar a ela uma parcela de tempo suficiente para refletir sobre o papel do seu negócio na sociedade e também sobre o futuro que deseja para o seu empreendimento. Não existe uma regra fixa para definir o grau de empreendedorismo nos indivíduos, afinal, somos diferentes, temos aspirações diferentes, condições econômicas diferentes e gostos bem distintos. Essa é a graça da raça humana! O Empreendedorismo se compõe de diferentes fatores, presentes em diferentes doses em cada empreendedor. Mesmo havendo muitas variações no perfil empreendedor, com algumas características comportamentais podemos prever a vocação empreendedora de uma pessoa, através de um modelo, para aferir o seu grau de empreendedorismo (MALHEIROS et ali, 2005).

REFERÊNCIAS

PORTAL ENDEAVOR BRASIL. As características que todo investidos procura nos empreendedores, 2011. Disponível em: . Acesso em 01 Dez. 2017.

RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.

([1])  SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982

([2])  MALHEIROS, R.C; FERLA, L.A; CUNHA, L.A. Viagem ao Mundo do Empreendedorismo. Florianópolis: IEA – Instituto de Estudos Avançados. 2ªedição, 2005.

([3])  COUTINHO, F.G. Comunicação integrada de marketing. Maringá, Pr: Unicesumar, 2016.


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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