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Introdução ao Estudo da Economia Como Uma Ciência

Breve estudo sobre a economia como uma ciência.

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Onde Surgiram as Primeiras Atividades Econômicas? Quando a Economia Despontou Como Ciência? Por Que Alguns Setores da Economia Crescem Mais do Que Outros? O Que Significa Déficit Governamental?

Por volta de 4000 a. C. o homem descobriu a agricultura, formando assim as primeiras civilizações e, consequentemente, passou a ter uma vida mais sedentária. Essas primeiras civilizações se formaram em torno de grandes rios: a Mesopotâmia que estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito, ligado ao rio Nilo, a Índia ao rio Indo e a China ao rio Amarelo. Mas, foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações e, tempos depois, foram se desenvolvendo no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com os demais.

Pode-se dizer que na Mesopotâmia já existiam transações econômicas, pois essa civilização é considerada uma das mais antigas da história. Ocupada entre 4.000 a.C. e 539 a.C. por uma série de povos que formaram a nação mesopotâmica, a estreita faixa de terra localizava-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio – onde atualmente é o Iraque. Por sua disponibilidade de terras, grande parte de sua riqueza era movida pelas atividades agrícolas. Embora já existissem naquela época atividades comerciais e, portanto, econômicas, ainda não se falava sobre a Economia como Ciência. Já na Renascença, por volta dos séculos XV e XVI, era quase impossível a emergência da Economia como campo específico de estudo, tendo em vista a dominação do Estado e da Igreja, a força dos costumes e as crenças religiosas e filosóficas, além de limitada da atividade econômica.

Vários foram os problemas vividos pelas sociedades antigas e, certamente, em todas as épocas da História universal dessas pequenas comunidades, todas procuraram resolver de alguma forma seus problemas de natureza econômica. Porém, os registros históricos de estudos da economia vistos como conjunto sistematizado de conhecimento são relativamente recentes.

Somente a partir do século XVIII é que a Economia despontou como Ciência e, a partir da Revolução Industrial (final do século XIX) com o motor de combustão interna e a geração de energia elétrica, o progresso econômico foi intenso. Nas últimas décadas do século XX, seu estudo ganhou novo e inesperado impulso. Após os conflitos evidenciados nos períodos de guerras (a primeira entre 1914 e 1918 e a segunda entre 1939 e 1945), os estudos da época tinham foco em como conseguir rapidamente o equilíbrio econômico das nações, pois havia uma grande massa de desempregados.

Mas, se já fazíamos transações econômicas em nosso dia a dia, por que falar da Economia como Ciência? Em um grupo formado por várias pessoas, podemos dizer que cada uma delas age de forma diferente diante de um problema econômico. Contudo, ao ocupar um cargo de responsabilidade em uma empresa ou na administração pública, essas pessoas precisam ir além da subjetividade, ou seja, necessitarão de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos no contexto organizacional. 

Questões Econômicas Mais Relevantes

  • Aumento de Preços: Os aumentos de preços se justificam em função da existência de inflação. Quando há inflação nas economias, o ajuste de preços ocorre em função da falta de credibilidade do empresário em relação à estabilidade da economia. Na verdade, não ocorre equilíbrio entre oferta e procura.
  • Períodos de Crise Econômica: Pode-se dizer que há uma relação direta entre os períodos de crise econômica com o montante que os governos gastam dos recursos que têm a sua disposição. Quando se gasta mais do que o disponível, é gerado um desequilíbrio nas contas dos governos, levando o país a enfrentar crises. A consequência é a elevada carga tributária, o que ajuda a reduzir o consumo da sociedade, provocando menor produção e mais desemprego.
  • Desemprego: tem forte relação com os setores produtivos e, estes, dependem do poder aquisitivo dos consumidores para decidirem o volume que será produzido. Portanto, o ideal é que haja crescimento econômico de forma a utilizar a plena capacidade produtiva disponível, ou seja, direcionar a economia ao pleno emprego dos recursos.
  • Setores Que Crescem Mais Que Outros: Atualmente observa-se que alguns setores crescem mais do que outros, como por exemplo a indústria automobilística, que buscou investir de maneira acentuada na aceleração do crescimento e desenvolvimento tecnológico para que pudesse atender à exigência do consumidor ao buscar pelo conforto, pelo prazer e pela satisfação pessoal. Ou negativamente, a indústria de Bens de Capital, que para vender uma nova máquina, depende de os consumidores comprarem mais do que têm comprado.
  • Diferenças Salariais: Desde a formação da sociedade brasileira, evidenciamos que os grandes centros pagam mais pelo trabalho do que as regiões que acusam menor índice de desenvolvimento e crescimento econômico. Tal colocação nos levará a entender a questão do “custo de vida” que tanto ouvimos falar. Isso se deve à realidade que nas capitais mais desenvolvidas os preços são maiores, em comparação com os centros menos desenvolvidos, o que leva a gastos maiores no primeiro em relação ao segundo.
  • Crises no Balanço de Pagamentos: Em uma economia globalizada os acordos econômicos são feitos de maneira equilibrada; ou seja, não está previsto a determinado país exportar mais do que importará deste país. Quando esse “Balanço de Pagamentos” está em desequilíbrio, ou seja, há mais importação (compra) do que exportações (venda), dizemos que há crise no balanço de pagamentos.
  • Valorização (ou Desvalorização) na Taxa de Câmbio: O dólar é o parâmetro para comparação entre as moedas mundiais, por ser considerada uma moeda forte e estável. Quando existe algum aumento do dólar os exportadores acham bom, pois isso torna o produto brasileiro mais competitivo.
  • Ociosidade em Alguns Setores da Atividade: Vários são os fatores que determinam a “atividade”, seja pela melhor maximização dos recursos utilizados, pelo poder aquisitivo dos consumidores, seja pela necessidade de o patrão aumentar seus preços ou pela concorrência acirrada em função da necessidade de sobrevivência. Enfim, os setores econômicos sempre serão influenciados pelas decisões dos consumidores, dos empresários (produtores) ou pelo governo como mediador.
  • Taxas de Juros: Taxa de juros como o custo do dinheiro em um determinado tempo. Em palavras mais simples, quanto custa obter recurso (dinheiro) de alguém? Esse custo é explicado pela taxa de juros. No Brasil, a taxa de juros ainda é um fator que restringe o crédito ou a busca por tal dinheiro. Devemos entender que todo consumidor, ao obter dinheiro, é conduzido ao consumo. Tal procedimento faz com que o detentor do capital, percebendo mais dinheiro na Economia, eleve seus preços provocando o aumento dos índices de inflação. Então, a taxa de juros passa a ser uma ferramenta de controle, coibindo tal procedimento. ([1])
  • Déficit Governamental: Tem forte relação com a questão da dívida externa, uma vez que essa tem fundamento na ação do governo de utilizar recursos oriundos de economias estrangeiras passando a dever para estes.
  • Elevação de Impostos e Tarifas Públicas: Devemos nos lembrar que, para movimentar a “máquina pública”, o governo necessita de recursos, ou seja, o dinheiro que movimenta tal máquina é originado pelo pagamento de impostos e tributos. Quando o governo arrecada mais do que consome, há um aumento em impostos e tarifas.

Conforme Mochón (2007), os impostos são instrumentos fundamentais da política econômica. A incidência de um imposto mede a maneira como se divide a carga do imposto entre os participantes do mercado. Os impostos reduzem a renda privada e o gasto privado e, ao mesmo tempo, são fontes de recursos para o gasto público. Conforme temos evidenciado, o governo também se usa do advento do imposto para alavancar determinados setores econômicos, como o foi em certos momentos, quando da redução da alíquota do IPI para incentivar o aumento da venda de automóveis.

REFERÊNCIAS

MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

PASSOS, C. R. M; NOGAMI, O. Princípios de economia. 5. ed. ver. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

([1])  MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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