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Formação dos Custos em Manufaturas

Breve análise sobre a formação dos custos em manufaturas.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Qual a Relação Entre os Custos Diretos e os Produtos Finais? O Que é Necessário Para Alocar os Custos aos Produtos? Quais os Critério Para Classificar o Material Como Direto ou Indireto?

Os custos em manufatura possuem em sua composição os custos diretos e os custos indiretos. Os custos diretos são aqueles que têm identificação para um segmento específico a ser considerado. Dessa forma, se o que é considerado é uma linha de produtos, então os materiais e a mão de obra relacionados à sua manufatura são definidos como custos diretos ([1]).

Ao fazermos uma relação com os produtos finais, os custos diretos são os gastos industriais que podem ser destinados diretamente e objetivamente aos produtos, podendo ser fixos e variáveis. Os principais custos diretos são os materiais diretos e a mão de obra direta e, os custos indiretos, são todos aqueles gastos que não podem ser classificados como diretos; ou seja, não podem ser destinados diretamente nem objetivamente aos produtos.

Para que esses custos sejam alocados aos produtos, será necessária a utilização de critérios de rateio. Também podem ser fixos e variáveis. Os custos indiretos têm por característica principal serem de natureza genérica e não típica do produto final. Possuem relação com o produto final, no entanto, essa relação é indireta. Para Martins (2018), é possível afirmar que, entre os custos indiretos, é possível encontrar os menos indiretos (quase diretos), como, por exemplo, material de consumo, e os mais indiretos, como supervisão de fábrica, imposto predial ou corpo de segurança.

A depreciação poderia até ser considerada um custo direto, porém, em função de sua natureza de custo, essa prática, na maioria das vezes, não é considerada útil, pois seu valor é uma estimativa e fixado de forma arbitrária. O consumo de energia elétrica é um custo relevante, no entanto, não é tratado como custo direto.

Para ser tratado como tal, é necessário mensurar o gasto consumido em cada produto, por meio de equipamento específico. A mão de obra direta corresponde aos valores em salário pagos aos funcionários que atuam diretamente no produto por meio de maquinários, em todos os materiais e no produto final, até a finalização para venda.

No caso dos materiais diretos, estes são de fácil identificação, pelo fato de serem parte integrante do produto, ou seu consumo é visivelmente identificado como necessário para chegar ao produto final. Em relação aos custos indiretos, estes são dos mais diversos tipos, variando de empresa para empresa e de segmento para segmento.

Martins (2018) cita como exemplo de custo indireto o material de consumo e, no caso do uso de lubrificantes, não existe condições de atribuí-lo a cada produto de forma objetiva, e outros são valores tão mínimos que se torna irrelevante mensurá-los.

Os custos indiretos são os custos complementares, os quais geram benefícios aos bens produzidos. São exemplos clássicos de custos indiretos os insumos imprescindíveis à produção de um bem, embora não exista nenhuma relação direta com o bem produzido:

  • Supervisão geral da fábrica;
  • Segurança;
  • Depreciação;
  • Óleos;
  • Lubrificantes;
  • Energia elétrica;
  • Água;
  • Peças de reposição de equipamentos.

OBSERVAÇÃO: São inúmeros os custos indiretos inerentes às atividades das empresas que, se não existissem, tornariam as atividades produtivas totalmente inviáveis.

  • Critério para classificar o material como direto ou indireto: É necessário verificar quais materiais são parte integrante do produto. Se utilizados, devem fazer parte do produto final. Em caso afirmativo, o material é classificado como direto.
  • O consumo de energia elétrica (material direto e indireto): O uso de energia elétrica na produção de alumínio é fundamental, pois a matéria-prima é processada com o uso dela. No caso da produção de alumínio, a energia elétrica é considerada material direto, em função de fazer parte da estrutura do produto. Além disso, sua demanda é mensurada de maneira objetiva em cada item do produto final.

Entendendo os Elementos dos Custos em Manufatura

Os principais elementos dos custos diretos e indiretos são a mão-de-obra direta e o material direto. A mão de obra direta é a mão de obra empregada direta ou indiretamente na produção de bens. É considerada mão-de-obra direta se houver como calcular o tempo consumido, sem que sejam necessários incorporação indireta ou rateio. Constituem elementos formadores da mão-de-obra direta os salários e os encargos sociais – que sofrem variação de empresa para empresa.

Uma das razões dessa variação são os direitos assegurados por acordos – ou convenções coletivas – de trabalho. O custo com mão de obra, de acordo com Ribeiro (2013), abrange não apenas os salários, mas também os encargos sociais exigidos legalmente, atendendo à legislação trabalhista e previdenciária. Ainda assim, existe um conjunto de gastos com os trabalhadores que atuam no setor produtivo, direta ou indiretamente.

A mão de obra direta corresponde aos gastos com funcionários que empregam mão de obra de forma direta na produção de bens. É de fácil identificação em relação ao produto.

Para PADOVEZE (2013), o material direto corresponde à matéria-prima, aos elementos, aos materiais de auxílio e aos materiais de embalagem, uma vez que eles compõem a estrutura do produto. Os elementos e os materiais de embalagem, geralmente, são de fácil identificação. Durante a produção pode ocorrer que algumas matérias-primas e materiais de auxílio fiquem imperceptíveis, assumindo outros aspectos.

Sabe-se que os custos indiretos são aqueles custos que não têm relação direta com a produção. São custos complementares, porém relevantes. Os materiais indiretos são aqueles solicitados e adquiridos para serem utilizados na produção, porém não fazem parte da estrutura dos produtos. São materiais auxiliares na produção, tanto para a mão de obra no processamento e nas ações industriais quanto para os maquinários utilizados diretamente e nas atividades indiretamente.

Tendo como base os produtos e serviços finais, PADOVEZE (2013) explica que muitas vezes alguns gastos são considerados equivocadamente como sendo indiretos. Em última instância, certos custos são inerentes a alguns produtos, dessa forma, poderiam e deveriam ser denominados de custos diretos. São exemplos de gastos de produção diretos aos produtos e serviços finais: aluguéis e leasing de equipamentos específicos para a produção de certos produtos, serviços de engenharia e consultoria para certos produtos, contratos de licenciamento, royalties e transferência de tecnologia de certos produtos.

É incontestável, no entanto, que a maioria dos gastos tem aspecto de custos indiretos, pelo fato de atenderem a todos os produtos e serviços finais. Os materiais indiretos consumidos ou utilizados pelos equipamentos que mais se destacam são os seguintes: materiais consumidos para conservação e manutenção dos equipamentos e para conservação e manutenção dos imóveis. Os materiais indiretos consumidos ou utilizados pelo pessoal que têm relação com as operações e ações industriais são: material de expediente, material de higiene e segurança do trabalho (capacete, óculos etc.).

REFERÊNCIAS

CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

MARTINS, E. Contabilidade de custos.11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

PADOVEZE, Clovis Luis.”Controladoria Estratégica e Operacional” (3ª ED. Cengage Learning BR, São Paulo, 2013

VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 12. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.


([1]PADOVEZE, Clovis Luis.”Controladoria Estratégica e Operacional” (3ª ED. Cengage Learning BR, São Paulo, 2013

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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