Critérios de Rateios de Custos Empresariais
Breve análise sobre critérios de rateios dos custos empresariais.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Qual a Importância do Rateio no Processo de Decisão da Empresa?
Trata-se de uma operação contábil de extrema importante, pois o rateio de custos permite que a organização entenda quais projetos – ou produtos – exigem mais gastos e, além disso, também ajudam a compreender como está o andamento de cada setor; ou seja, onde é preciso economizar, no que se deve investir, entre outros pontos. Então, pode-se dizer que o rateio representa um método utilizado na organização dos custos, constituindo-se em uma prática na divisão dos Custos Indiretos de Fabricação. Em última instância, trata-se da destinação dos custos dos objetos de custeio, tendo como referência um critério de rateio já estabelecido.
Conforme Crepaldi e Crepaldi (2018), os principais critérios de rateio dos Custos Indiretos de Fabricação são a quantidade produzida, o consumo de materiais diretos, a mão de obra direta aplicada, as horas-máquinas e as receitas de vendas. Em relação aos custos indiretos, devemos ressaltar que precisam ser destinados por vários centros de custos e, posteriormente, repassados aos produtos, processo conhecido como rateio dos custos indiretos. A escolha do critério de rateio deve ser feita considerando-se o tipo de recurso mais utilizado no processo produtivo. No caso de uma indústria de pães, o recurso mais utilizado é a farinha de trigo e, nesse sentido, o critério de rateio a ser empregado é o consumo de materiais diretos.
Um custo indireto ou uma reunião de custos indiretos possui relação com o objeto de custo, por meio da base de alocação de custos. Os custos indiretos de fabricação, quando verificados isoladamente para uma mensuração real, possuem relação mínima com o produto. Alguns exemplos disso são: manutenção de máquinas, depreciação, seguros, vigilância, aluguéis, energia elétrica, pró-labore do diretor de produção etc. Observe a seguir uma colocação sobre essa questão: “Os custos indiretos devem ser atribuídos ao processo de produção, entre as diversas unidades operacionais autônomas, denominadas centros de custos, que constituem a menor unidade de acumulação de custos na empresa” ([1]). Veremos abaixo um exemplo prático, considerando os dados a seguir dos custos indiretos do departamento de colocação de tampas em garrafas no 1º semestre:
- Mão-de-Obra Indireta: R$ 11.200,00
- Lubrificantes: R$ 2.450,00
- Energia Elétrica: R$ 3.325,00
- Depreciação: R$ 1.750,00
- Custos Indiretos Diversos: R$ 4.200,00
Nesse semestre, foram produzidas 24.500 dúzias de garrafas de 500 ml, 28.000 dúzias de garrafas de 1 litro e 17.500 dúzias de garrafas de 1,5 litro. Vamos calcular o rateio dos custos indiretos das garrafas:
- Custos indiretos: R$ 22.925,00
- Total de embalagens produzidas = 70.000 unidades
- Custo indireto por embalagem = R$ 22.925,00 / 70.000 unidades = R$ 0,3274 / unidade
Custo da Embalagem:
- Garrafas de 500 ml: 24.500 u × R$ 0,3274 = R$ 8.023,75
- Garrafas de 1 litro: 28.000 u × R$ 0,3274 = R$ 9.170,00
- Garrafas de 1,5 litro: 17.500 u × R$ 0,3274 = R$ 5.731,25
- Total: R$ 22.925,00
Garrafas de 500 ml (R$ 8.023,75) e de 1 litro (R$ 9.170,00) = R$ 17.193,75
Nesse exemplo, o critério de rateio utilizado foi o de quantidade produzida e, além dos principais critérios de rateio citados no início do tópico, existem outros tipos, os quais vamos conhecer a seguir.
- A iluminação da fábrica é um custo comum ou indireto em relação ao departamento, e o critério de rateio é a área ocupada, o número de lâmpadas ou os pontos de luz.
- O custo do refeitório é um custo comum ou indireto em relação ao departamento, e o critério de rateio é o número de empregados
- Também existem outros critérios de rateio, como o número de empregados e os custos de materiais
Departamentalização
É o setor fabril dividido em segmentos, conhecidos como departamentos, nos quais são contabilizados todos os custos de produção neles incluídos de modo geral. As empresas são segmentadas em departamentos, cuja representação é expressa por meio de um organograma. A definição de departamento é que ele é a parte mínima, formada, na maioria das vezes, por funcionários e maquinários, em que os custos indiretos são reunidos para posteriormente serem destinados aos produtos. Os tipos de departamentos são produtivos e de serviços. No primeiro caso, os custos são atribuídos de maneira direta aos produtos. Já no segundo caso, isso não é possível, uma vez que os produtos não transitam por esses departamentos.
Vejamos cada tipo de departamento a seguir. Os departamentos produtivos atuam proporcionando alguma alteração ao produto. Por exemplo, em uma indústria têxtil, o departamento de costura e o departamento de acabamento modificam alterações no tecido. Por sua vez, os departamentos de serviços atuam prestando serviços a todos os outros departamentos produtivos, não tendo contato com o produto. Por exemplo, em uma indústria de massas, o setor de manutenção e almoxarifado não tem contato com o produto. Em conjunto, os departamentos produtivos e os departamentos de serviços unem forças, em função do mesmo objetivo, ou seja, são interdependentes, um não funciona sem o outro. Os melhores exemplos de departamentos produtivos são os departamentos de acabamento, prensas e usinagem, pois realizam algum tipo de alteração no produto. E, os melhores exemplos de departamentos de serviços são os departamentos de limpeza, expedição e administração geral da fábrica.
A departamentalização promove a eficiência operacional nas empresas, gerando benefícios tanto no departamento produtivo quanto no departamento de serviços. Outros exemplos de departamento de produção e de serviços são o aplainamento, a montagem, a tapeçaria e a pintura. Já exemplos de departamento de serviços são a moagem, a perfuração, a galvanização, malharia, mistura, refinaria e engarrafamento. Na maioria dos casos, o departamento é um centro de custos; em outras palavras, no departamento estão reunidos os custos para depois serem destinados aos produtos (departamento de produção) ou aos demais departamentos (departamentos de serviços). Pode ocorrer que um único departamento agregue mais de um centro de custos. São objetivos da departamentalização dos custos:
- Promover melhorias no controle dos custos; e
- Possibilitar definição mais exata dos custos dos produtos.
A expedição e o controle de qualidade são exemplos de centros de custos. No departamento produtivo, os custos são apropriados diretamente. Já no departamento de serviços, não é possível apropriar os custos, tendo em vista que o produto fabricado não passa pelo departamento de serviços. Portanto, pode-se dizer que a departamentalização gera organização, facilita os critérios de rateios dos custos e favorece os resultados empresariais.
REFERÊNCIAS
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS, E. Contabilidade de custos.11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 12. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018
([1]) CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018, p. 62
JULIO CESAR S. SANTOS
Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico.
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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