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Conceito de Custos e Despesas

Breve resumo sobre o conceito de custos e despesas.

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Quais as Principais Diferenças Entre Custos e Despesas? E Entre Investimentos e Gastos? Como se Classificam os Investimentos Empresariais?

Ao adquirir matérias-primas para a fabricação de um produto, uma empresa contrai custos. Porém, para uma melhor compreensão dos termos técnicos que serão utilizados nesse texto é necessário conhecermos alguns desses termos. Para CREPALDI & CREPALDI ([1]) custos são os gastos relativos a bens – ou serviços – utilizados na produção de outros bens ou serviços, sejam eles desembolsados ou não. Só são reconhecidos como custos no momento da fabricação de um produto ou execução de um serviço. Correspondem aos valores gastos com a fabricação dos produtos – e, como os custos são utilizados diretamente na produção, as matérias-primas são um bom exemplo a ser mencionado.

Outro bom exemplo de custos é a mão de obra responsável diretamente pela fabricação de um bem, pois para ser fabricado, qualquer produto necessita de mão de obra no processo produtivo, sem a qual ficaria inviável sua produção. Em função disso, a mão de obra é considerada imprescindível e responsável direta na produção de um bem. Na produção de qualquer bem, tudo o que é utilizado para que a matéria seja transformada no produto será registrada como custos, na contabilidade. Dessa forma, é fundamental saber com exatidão a classificação dos custos no comércio de bens.

Para que a empresa tenha conhecimentos exatos de quanto em dinheiro foi utilizado – e em que foi utilizado – é preciso que o empresário seja consciente e disciplinado. No entanto, o que acontece, na prática, é uma redução no controle dos custos quando a empresa está em uma boa fase. Sendo assim, cabe à contabilidade de custos a missão de identificar os custos, dentre os valores gastos pela empresa, para o desenvolvimento de suas atividades. Daí vamos entender agora o que são despesas e como elas são vistas pelas empresas e pelo setor contábil. No caso das despesas, tem-se a seguinte definição:

“São gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, os quais provocam redução do patrimônio. Também podem ser definidas como valores gastos com a comercialização e com a administração das atividades empresariais e, geralmente, são gastos mensais” (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 19). Para a empresa realizar vendas, as empresas se utilizam de vendedores; estes, por sua vez, recebem percentuais sobre o valor das vendas, ou seja, recebem comissões. Para a Contabilidade de Custos, comissões são consideradas como despesas para as empresas. Um segundo exemplo de despesas são os honorários advocatícios.

Numa empresa, as despesas são feitas para aquisição de bens e serviços, os quais são utilizados nos setores comercial, administrativo e/ou financeiro, sempre com a finalidade de – direta ou indiretamente – obter receitas. Essas despesas podem ser diretas e indiretas. As despesas diretas têm relação direta com o faturamento, como por exemplo os fretes de entrega, os impostos diretos sobre o faturamento, as comissões de vendas etc. Mas, as despesas indiretas não têm relação com o faturamento, por exemplo, salários e encargos sociais, aluguéis, tarifas públicas, condomínio etc.

OBSERVAÇÃO: Os gastos e as despesas são elementos distintos e precisam ser classificados corretamente para fins de contabilização.

Diferenças Entre Custos e Despesas

Para VICECONTI (2018), diferenciar custos e despesas não é uma tarefa simples. Nesse sentido, vejamos um exemplo: Os gastos realizados com embalagem de perfumes de uma grande empresa de cosméticos representam custos, se forem feitos no decorrer da produção (no caso de o produto ser vendido embalado), e serão considerados despesas, se forem feitos no encerramento da produção (caso o produto possa ser vendido embalado ou não). Podemos concluir, dessa forma, que os gastos adicionados ao produto nas indústrias são contabilizados como despesas.

No caso do leite, é um produto que só pode ser vendido embalado, configurando a embalagem um custo ocorrido durante o processo produtivo. Já no caso do sabão (que pode ser vendido embalado ou não), se o custo para ser embalado ocorrer durante o processo produtivo, será considerado custo; se o custo para ser embalado for após o processo produtivo, será considerado despesa.

OBSERVAÇÃO: Os gastos realizados na produção até o produto final – produto pronto para venda em estoque – são custos; após esse momento, todos os demais gastos são despesas. Essa questão representa uma importante dica para diferenciar custos de despesas

Em uma empresa os custos são diversos, em função da complexidade para que toda a estrutura empresarial funcione plenamente. Então, podemos observar outros exemplos de custos como os combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas de uma fábrica, os aluguéis e seguros do prédio da fábrica, a depreciação dos equipamentos da fábrica ou os gastos com manutenção das máquinas dessa fábrica. E, classificados como “despesas” podemos ter os gastos com combustíveis e refeições do pessoal de vendas, a conta telefônica do escritório e de venda, os aluguéis e seguros do prédio do escritório. (VICECONTI, 2018, p. 29). Como se observa existem infinitos custos e despesas, os quais variam de empresa para empresa, em função do seu porte e da sua atividade. Portanto, os custos e as despesas apresentam diferenças significativas, sendo fundamental entendê-los com clareza.

Para Crepaldi e Crepaldi (2018), as despesas incluem todos os elementos que são identificados no setor administrativo, no setor financeiro, setor de vendas, entre outros setores que possam minimizar a receita, ou seja, o lucro da organização. Em razão das despesas influenciarem diretamente o resultado do exercício, podendo reduzir o lucro, a organização precisa administrar sistematicamente seus gastos por meio da Contabilidade de Custos:

  • Custos Antes das Vendas: Antes das vendas, os custos são elementos integrantes do estoque de matéria-prima, do estoque de produtos em processo e do estoque de produtos acabados.
  • Custos Depois das Vendas: Os custos depois das vendas tornam-se despesas, obedecendo ao Princípio da Competência (reconhecimento simultâneo das despesas com as receitas).

Podemos concluir que as despesas influenciam diretamente o resultado do exercício, diferentemente dos custos. É importante atentar que, se os gastos forem utilizados diretamente na produção, são considerados custos; em contrapartida, se os gastos não forem utilizados diretamente na produção, são considerados despesas.

Conceito de Investimentos e Gastos

Sob o ponto de vista da Contabilidade, os investimentos são valores em que a empresa investe com a finalidade de obter retornos futuros. Saber identificá-los faz toda a diferença para o patrimônio das empresas. Cursos de capacitação para funcionários é considerado investimento, pois eles estarão mais capacitados, gerando melhorias para a empresa. “Investimentos são todos os gastos ativados em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos. É realizado na obtenção de um bem para o ativo da entidade, bem este ativado em função de sua vida útil ou porque será atribuído a exercícios futuros (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 20). Nesse sentido, as empresas, para investirem, precisam visualizar retornos significativos em curto ou em longo prazo. Os investimentos no setor produtivo (como máquinas, equipamentos e veículos) promovem melhorias na produção e, consequentemente, nos lucros.

A classificação dos investimentos está diretamente atrelada ao período de retorno e esses investimentos podem ser circulantes (estoques de matéria-prima e produtos para comercialização) e permanentes (equipamentos de produção e instalações). Sob o ponto de vista da Contabilidade, os gastos são recursos financeiros utilizados para que a empresa atinja seus objetivos empresariais. “Os gastos são os encargos financeiros efetuados por uma entidade com vista à obtenção de um produto ou serviço qualquer para a produção de um bem ou para a obtenção de uma receita. Representados por entrega ou promessa de entrega de ativos (geralmente dinheiro) ”. (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 19)

Em uma empresa, os gastos são utilizados para diversas finalidades, tais como os gastos feitos para aquisição de matéria-prima, gastos com salários ou gastos com comissões sobre vendas. Então, pode-se classificar os gastos em custos, despesas, perdas e desperdícios. Em princípio, tudo é considerado gasto e, posteriormente, cada gasto recebe a sua classificação. Para reforçar a importância de se conhecer esses conceitos, veremos a seguir a percepção de outros autores sobre investimentos:

“Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s) período (s). Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especifica ente chamados de investimentos”. ([2]). Não existe empresa que faça investimentos sem ter como objetivo retorno futuro de diversas naturezas. Os gastos são necessários e representam sacrifício para as empresas.

Esse mesmo autor definiu gastos como “a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Trata-se de um conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos” (p. 24)

OBSERVAÇÃO: A complexidade que envolve os gastos requer atenção redobrada no momento de classificá-lo corretamente. Por exemplo: - quando uma empresa adquire ações de outras empresas, tal investimento é um gasto, podendo ser classificado como investimento circulante ou não circulante, em função do interesse da empresa que levou à compra dessas ações. O dinheiro destinado pelas empresas em serviços de logística, na distribuição de seus produtos, é considerado um gasto.

REFERÊNCIAS

CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

MARTINS, E. Contabilidade de custos.11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 12. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.


([1]CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018, p. 20

([2]MARTINS, E. Contabilidade de Custos.11ª. ed. São Paulo: Atlas, 2018, p. 25

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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