A Estratégia do Oceano Azul
Breve resumo sobre a estratégia do Oceano Azul.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Por Que os Autores Contestam as Estratégias Baseadas na Competição? Em Que se Baseia a Estratégia do Oceano Azul? Quais São as Principais Críticas à Estratégia Oceano Azul?
O livro de Treacy & Wiersema ([1]) apresenta um método para tornar a competição irrelevante, através de estratégias que podem ser identificadas com a Escola do Posicionamento.
A ideia central é a criação de um diferencial de valor para a empresa – e seus clientes – com a quebra do paradigma da escolha entre a estratégia de “Diferenciação”, a estratégia de “Baixo Custo”, do alinhamento da proposta de valor e da proposta de lucro dos produtos e serviços.
Os autores argumentam que estratégias baseadas na competição assumem que as condições estruturais da indústria são elementos dados e que as organizações são forçadas a competir uma com as outras. Essas hipóteses são baseadas na visão estruturalista.
Para sustentar a si mesmas no mercado, as empresas que nadam nos oceanos vermelhos utilizam estratégias que buscam a construção de vantagens competitivas sobre a competição, analisando que os concorrentes fazem e buscando fazer melhor.
Aqui, conseguir uma fatia de mercado é considerado um jogo de soma zero, pois uma organização ganha mercado enquanto o competidor perde – na mesma proporção. Dessa forma, as empresas acabam por dividir as águas do oceano vermelho, onde o crescimento é limitado.
A Estratégia do Oceano Azul é baseada na visão de que as fronteiras do mercado e a estrutura da indústria não estão dadas e podem ser reconstruídas pelas ações e crenças das organizações presentes na indústria.
Assumindo que a estrutura e as fronteiras da indústria existem apenas nas mentes dos gerentes, os competidores que assumem essa visão não deixam que as estruturas do mercado limitem sua compreensão do que pode vir a ser a indústria e, para esses gerentes, a demanda está pronta para ser desenvolvidas e a questão crucial do problema é descobrir como criá-la.
Esse processo requer uma mudança de foco da oferta para a demanda, de um foco na competição para um na inovação de valor, que é a criação de novas maneiras de atender a uma nova demanda que ainda não está sendo suprida.
E essa solução é alcançada por perseguir “Diferenciação” e “Baixo Custo”. A estrutura de mercado é mudada com a quebra da escolha “Diferenciação” e “Baixo Custo”, pela quebra das regras do jogo. Para os autores, competição é um jogo antiquado e obsoleto, tornando-se então irrelevante.
Então, com a expansão da demanda, riqueza é criada. Tal estratégia permite que as empresas evitem os jogos de soma zero, com maiores possibilidades de agregação de valor e novos patamares de lucratividade e rentabilidade.
Exemplos Bem-Sucedidos da Estratégia Oceano Azul
1) Cirque du Soleil: misturou ópera e balé com o circo no mesmo formato, enquanto eliminava performances com animais, mágicos e outras estrelas do circo.
2) Southwest Airlines: ofereceu a flexibilidade de uma viagem de ônibus com a velocidade de uma viagem aérea, utilizando aeroportos secundários.
3) Home Depot: ofereceu preços e variedades de produtos com preços baixos, ao mesmo tempo que ofereceu ajuda aos seus clientes nos seus produtos de reforma e construção de suas casas.
4) Netjet: com uma estratégia inovadora de propriedade compartilhada de jatos executivos.
Outro exemplo dessa estratégia é a Nintendo que projetou seus produtos (Nintendo DS e Nintendo Will) para atingir clientes que não jogavam videogames.
Pela simplificação dos mecanismos de comando – tela sensíveis ao toque e controles sem fio – a trabalhando com softwares que complementaram as atividades diárias das pessoas, a empresa redefiniu fronteiras no mundo dos videogames e tornou os seus produtos líderes em uma indústria de alcance mundial.
Críticas à Estratégia Oceano Azul
Apesar de todo apelo das ferramentas apresentadas por Kim & Mauborgne, poucos são os casos de sucesso de empresas que aplicaram as teorias propostas pelos autores. A questão principal se refere a se o livro e suas ideias são mais descritivos do que prescritivos.
São muito exemplos de inovações bem-sucedidas, explicadas à luz das perspectivas dos oceanos azuis, a interpretação do sucesso segundo suas próprias ideias.
O processo de pesquisa seguido pelos autores também é alvo de críticas, pois não há um grupo de controle e não há indicações de empresas que tenham seguidos essas estratégias e tenham sido malsucedidas. Os exemplos no livro parecem ter sido baseados apenas em casos de sucesso.
Argumenta-se que, em vez de uma teoria, a estratégia do Oceano Azul é uma tentativa bem-sucedida de vender um conjunto de conceitos e estruturas como sendo uma ideai altamente inovadora.
A analogia oceano azul/vermelho é instigante e fácil de lembrar, pois é uma metáfora poderosa e responsável por sua popularidade. Essa metáfora é forte o suficiente para estimular as pessoas à ação; porém, os conceitos por trás da estratégia – como fatores competitivos, curva de ciclo de vida ou não-clientes – não são novos.
REFERÊNCIAS
TREACY, M.; WIERSEMA. F. “A Disciplina dos Líderes do Mercado”. 3 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
([1]) TREACY, M.; WIERSEMA. F. “A Disciplina dos Líderes do Mercado”. 3 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998
JULIO CESAR S. SANTOS
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
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