Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp

A cultura afro-brasileira

Análise sobre as contribuições do negro para a cultura do Brasil na culinária, artes e religião.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

 1 INTRODUÇÃO 

Mesmo tendo sido escravizado durante trezentos e cinquenta anos, o negro influenciou decisivamente na formação da cultura brasileira. Nesse sentido, o presente trabalho – intitulado “A cultura afro-brasileira” – procura apresentar algumas contribuições do negro para a cultura do Brasil na culinária, artes e religião. De acordo com a Wikipédia, “denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil Colônia até a atualidade”.

2 A CULTURA AFRO-BRASILEIRA

No período colonial e nas primeiras décadas após a independência do Brasil, a matriz cultural de origem europeia foi a mais valorizada no país.

As manifestações culturais afro-brasileiras, por outro lado, eram bastante desprezadas, amiúde desestimuladas e, em certos casos, até mesmo proibidas. Religiões afro-brasileiras (como candomblé e umbanda) e artes marciais como a capoeira eram frequentemente perseguidas pelas autoridades.                                  

Em contrapartida, algumas manifestações folclóricas, como as congadas e o maracatu, assim como expressões musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas.            

A partir de meados do século passado, algumas expressões culturais afro-brasileiras gradualmente foram aceitas pelas elites nacionais como expressões artísticas genuinamente nacionais. 

3 LEI 10.639/2003

A Lei 10.639/03, sancionada durante o governo de Luís Inácio Lula da Silva, tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, em todas as escolas públicas e privadas, do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, conteúdo esse que deve ser ministrado no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Artes, Literatura e História.                                      

Sendo assim, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.

4 ARTE AFRO-BRASILEIRA

A cultura afro-brasileira tem início com a chegada dos negros africanos que foram escravizados. Nos primeiros anos, a arte produzida pelos negros se limitava à releituras e recriações das obras vinda da cultura africana.                              

No entanto, com o decorrer dos anos, as produções artísticas dos afrodescendentes adquiriram elementos das culturas portuguesas e indígenas.  Além do destaque artístico afro-brasileiro nas esculturas e pinturas durante o período barroco, a arte musical foi notoriamente a mais difundida e até hoje repassada e ensinada para as novas gerações. Através dos atabaques, agogôs, tambores e berimbaus, a música afro-brasileira é ainda disseminada através das religiões, dos ensinos culturais e também pela capoeira. 

5 CULINÁRIA AFRO-BRASILEIRA

Os negros deram uma importante contribuição para a culinária brasileira, a partir da introdução de ingredientes como leite de coco-da-baía, o azeite de dendê, a pimenta malagueta.  A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratos típicos como acarajé, caruru, vatapá e moqueca.

6 RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

As principais religiões afro-brasileiras são o candomblé e a umbanda, praticadas em todos os estados brasileiros. O candomblé deriva do animismo africano. A crença e baseada no culto aos orixás (deuses).  A Umbanda é uma sincretiza o catolicismo, espiritismo e as religiosidades africana, indiana e indígena.                                                                                                                

Infelizmente, tanto o candomblé quanto a umbanda ainda são bastante depreciados por boa parte da população brasileira.

7 CONCLUSÃO 

Ao longo dos anos, o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil frequentemente era lembrado nas aulas de História com o tema da escravidão negra africana. Diante dessa realidade, uma reflexão preliminar que devemos fazer é sobre a palavra escravo, geralmente atribuída a indivíduos em determinadas condições de trabalho. Portanto, o termo “escravo” não existiria sem o significado do que é o trabalho e das condições para o trabalho.                                        

Quando alguém se refere ao “escravo africano”, comente um grave equívoco, pois ninguém é escravo – as pessoas “foram” e são “escravizadas”.   O termo escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, isto é, trazer a ideia de que ser escravo é uma condição inerente aos seres humanos, também possui um significado preconceituoso e pejorativo, que foi sendo construído durante a história da humanidade. Além disso, nessa mesma visão, o negro africano aparece na condição de escravo submisso e passivo.                                

Estudos acadêmicos demonstram que nas escolas primárias frequentemente estudantes negros vivem situações constrangedoras e são tratados com indiferença por colegas e professores. A exclusão do negro no ensino superior é clara: mesmo com o sistema de cotas raciais, os negros são menos de 5% dos universitários.                                                                                                 

Por outro lado, o próprio simbolismo do 13 de maio não é tão representativo para o povo negro, pois a data passou para a história como um “gesto de bondade” da “redentora” princesa Isabel, ocultando assim todas as lutas por liberdade empreendidas pelos escravos em mais de três séculos de cativeiro. Para o Movimento Negro, o 20 de novembro, data que homenageia Zumbi dos Palmares, é mais emblemático.

Lembrando um clássico samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, apesar de livres do açoite e da senzala, os negros continuam presos na miséria da favela. “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”, diz a engajada letra de uma música da banda O Rappa. Atualmente, os negros não são mais cativos que possuem um senhor, mas são escravos do capital. O “modo de execução” mudou, é muito mais sofisticado e difícil de ser identificado; o “chicote” é praticamente invisível, mas ainda é grande. Portanto, a verdadeira libertação do negro ainda é um processo longo e inacabado.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília.

CULTURA AFRO-BRASILEIRA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2024.

LADEIRA, Francisco Fernandes. A consciência negra. O Tempo, p. 21, 20 nov. 2014.

________. Significado do 13 de Maio. O Tempo, Belo Horizonte, p. 17, 16 jan. 2015.

  


Publicado por: Francisco Fernandes Ladeira

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.