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Disfunção sexual em mulheres e um dos seus motivos: os tabus

Análise sobre a sexualidade feminina, com suas lutas por décadas em busca de uma igualdade.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Resumo

O presente artigo a seguir tem como objetivo expor claramente sobre a sexualidade feminina, com suas lutas por décadas em busca de uma igualdade. A Saúde feminina ainda nos dias de hoje é escondida por ser confundida com sexualidade, o que leva ao principal ponto: os tabus que cerca mulheres de todas as idades. A vergonha e o constrangimento fala mais alto que o auto cuidado, o que torna cada vez mais mulheres retornando ao médico já enfermas, os tabus que eram pra ficar no passado perseguem a sexualidade feminina e faz a sociedade ditar como se comportar em relação aos filhos, casa e até mesmo sexualmente, deixando as mulheres fisicamente e mentalmente exaustas.

Palavras-chave: sexualidade, tabus, sociedade, saúde.

Abstract

The present article below aims to clearly expose women's sexuality in their struggles for decades in search of equality. Women's health is still hidden today because it is confused with sexuality, which leads to the main point: the taboos surrounding women of all ages. Shame and embarrassment speak louder than self-care, which makes more and more women returning to the doctor already sick, the taboos that were to stay in the past pursue female sexuality and make society dictate how to behave towards their children , home and even sexually, leaving women physically and mentally exhausted.

Uma tradução ao Inglês do resumo feito acima.

Keywords: sexuality, taboos, society, health.

Resumen

El presente artículo a continuación tiene como objetivo exponer claramente la sexualidad de las mujeres, con sus luchas durante décadas en busca de la igualdad. La salud de la mujer todavía hoy se oculta porque se confunde con la sexualidad, lo que lleva al punto principal: los tabúes que rodean a las mujeres de todas las edades. La vergüenza y la vergüenza hablan más fuerte que el autocuidado, lo que hace que cada vez más mujeres regresen al médico ya enfermas, los tabúes que se quedaron en el pasado persiguen la sexualidad femenina y hacen que la sociedad dicte cómo comportarse con sus hijos, el hogar e incluso sexualmente. , dejando a las mujeres agotadas física y mentalmente.

Palabras clave: sexualidad, tabúes, sociedad, salud.

Introdução

Há décadas as mulheres vem sendo colocadas em lugares onde a sociedade quer, antigamente não tinham voz. Eram vistas apenas como objeto sexual ou alvo de procriação, em alguns períodos foram até mesmo queimadas pela acusação de serem bruxas e sedutoras. Com isso a sexualidade feminina fica em um patamar disfuncional, a revolução veio, o feminismo também mas ainda o que prevalecia eram os tabus e as mulheres ficavam perguntando quais eram seus papéis sexualmente e a resposta veio e novamente era de procriar e apenas agradar seu parceiro, na visão de muitos era um avanço, de outros apenas outra década que fisicamente e mentalmente a mulher ficaria exausta, atualmente têm se enfrentado uma questão seríssima, consequência dada por um dos tabus. Mulheres só tem ido cuidar da sua saúde quando sentem dores ou já estão doentes, muitas vezes por medo do que outros vão falar ou até mesmo constrangimento pois foram ensinadas que saúde da mulher é questão de sexualidade deixando então assim em segundo plano tudo que envolve prazer e ser saudável.

1.1. Conceitos iniciais sobre um dos motivos de disfunção sexual em mulheres.

Durante a vida sexual de uma mulher não é incomum encontrar os famosos “tabus”, o verdadeiro “psiu' interno que ecoa e afeta consideravelmente o externo, apesar quando se comparada a educação sexual das mulheres aos séculos passados se tem muitos indícios de mudança e revolução. Ainda falta passos largos para quebrar alguns muros e mitos que existem na atualidade, antigamente a sexualidade feminina dividindo-se entre realização sexual, procriação e até mesmo sendo considerado um rito satânico sendo estritamente proibido. As mulheres seguiam assim em suas vidas sexuais cada época algo totalmente diferente, segundo a pesquisadora (ABDO, 2008)  Teria registros de vida sexual humana por volta de 22 mil anos atrás. E naquela época (Seixas 1998) descreve como a sexualidades feminina era tratada. a sexualidade é permissiva e os acasalamentos permanentes, o ato sexual é voltado exclusivamente para a satisfação física e a procriação é uma consequência.  

A satisfação física era o auge, maternidade uma consequência. A prioridade era o desejo sexual, porém a mulher não teria voz ativa, sendo mais uma vez deixada de lado sexualmente, quando se avança algumas décadas na história, a sexualidade regride não sendo vista agora como satisfação e sim como um ritual demoníaco e é taxado como expressamente proibido sendo pecado, o período da inquisição não foi algo simples de ser vivido, tendo em vista que muitas mulheres eram queimadas por serem acusadas de serem bruxas e também apontadas como tentações do demônio já que eram consideradas sedutoras, seguindo com a sexualidade feminina mudando sua finalidade para um lado totalmente oposto das décadas passadas, agora se ouve falar de uma nova ciência (sexologia) que surgiu, apesar da sexualidade ter sido aprimorada um pouco mais a fundo e a mulher ter ido para um novo patamar surge outros “tabus” com o período da revolução industrial, a mulher é inserida no ambiente de trabalho e muitas coisas mudam, principalmente sua jornada em afazeres tendo que ser mãe, mulher e funcionária a sobrecarga a atinge e a faz ficar exausta deixando novamente o seu prazer sexual em segundo plano, mas a revolução industrial não trouxe apenas uma jornada de trabalho feminina, trouxe também um novo conceito de sexualidade feminina aonde mais uma vez a mesma é ditada pela sociedade, sendo definida assim no anos 50 como exclusiva para procriação e casamento, a  mulher que não se encaixava nos “padrões” de mulher frágil e doce era considerada totalmente anormal segundo  DEL PRIORI (2006)

A mulher tinha de ser naturalmente frágil, agradável, boa mãe, submissa e doce etc. As que revelassem atributos opostos seriam consideradas seres antinaturais. Partia-se do princípio de que, graças à natureza feminina, o instinto materno anulava o instinto sexual e, consequentemente, aquela que sentisse desejo ou prazer sexual seria inevitavelmente, anormal. Pensavam que a histeria era decorrente do fato de que o cérebro feminino podia ser dominado pelo útero (DEL PRIORI, 2006, p. 218-219).

Dando impulso ao movimento feminista e também lutando por um dos seus direitos “a pílula anticoncepcional”. Com tudo isso acontecendo a sexualidade feminina dá um passo nunca dado antes, um degrau mais largo para sua independência visando o prazer sexual feminino como orgasmos múltiplos e masturbação, deixando para trás a sexualidade feminina “assexuada”. Costa (2005) nos descreve esse movimento na década de 70

Em linhas gerais, poderíamos caracterizar o movimento feminista brasileiro dos anos 1970 como fazendo parte de um amplo e heterogêneo movimento que articulava as lutas contra as formas de opressão das mulheres na sociedade com as lutas pela redemocratização (COSTA, 2005, p. 7).

Segundo Rangé (2001) a sexualidade é extremamente complexa pois é algo que depende de histórico social, família e o ambiente onde se vive influencia completamente em como tal se comportará.

Rangé (2001) aponta alguns fatores psicológicos que afetam a sexualidade, no caso 3, são eles: 1) os predisposicionais: que incluem as relações familiares conflitantes, ás relações sexuais traumáticas, uma educação restritiva, baseada em preceitos morais e/ou religiosos (tornam a pessoa vulnerável ao desenvolvimento da disfunção), 2) causas precipitadoras: como conflitos na relação conjugal, infidelidade, envelhecimento, disfunção do parceiro, depressão e ansiedade e reações psicológicas a fator orgânico (propiciam o aparecimento da disfunção) e 3) os fatores mantenedores: como a ansiedade em corresponder ao desempenho esperado, exigências do parceiro, falta de comunicação, culpa, desinformação sobre o próprio corpo, perda de interesse (fazem com que a disfunção persista ou piore).

Porém ainda em decorrência nos dias de hoje a sociedade tem um dos papéis principais modeladores na vida sexual de um indivíduo principalmente a vida sexual de uma mulher e como se é visto desde os primórdios ainda funciona assim. Assim como LOURO (2008) explícita em sua fala.

A construção do gênero e da sexualidade dá-se ao longo de toda a vida, continuamente, infindavelmente. Quem tem a primazia nesse processo? Que instâncias e espaços sociais têm o poder de decidir e inscrever em nossos corpos as marcas e as normas que devem ser seguidas? Qualquer resposta cabal e definitiva a tais questões será ingênua e inadequada. A construção dos gêneros e das sexualidades dá-se através de inúmeras aprendizagens e práticas, insinua-se nas mais distintas situações, é empreendida de modo explícito ou dissimulado por um conjunto inesgotável de instâncias sociais e culturais. (LOURO, 2008, p. tabusl.

1.2. Liberdade sexual e física afetada em decorrência a tabus.

A lei do “silencio” na sexualidade feminina  Afeta não somente uma parte da liberdade sexual mas vem afetando também a saúde feminina, como? A doutora Ana Lúcia da segmento “parece até improvável nos dias de hoje mas ainda há muito constrangimento para falar dos cuidados necessários por serem associados a sexualidade são deixados de lado afetando estritamente a mulher”. (UAI, 2021)  Mulheres que viveram na década de 60 e 70 tem dificuldade de ir ao ginecologista nos dias de hoje, ficando sem informações e deixando suas saúdes de lado. Os tabus geram comportamento de risco deixando as pessoas mais vulneráveis a condições como doenças sexualmente transmissíveis DST's, uma gravidez não planejada e até consequentemente uma depressão afirma a psicóloga Kay Francis leal Meira (UAI, 2021)  apesar da sexualidade feminina não ser vista mais como um pecado igual antigamente ainda existe muitos muros sobre esse assunto. A IUCR divulgou uma pesquisa de opinião com a seguinte pergunta: o que as mulheres sabem sobre câncer de colo de útero e HPV ?  E os resultados foram os seguintes. Questionário on-line aplicado por nós a 548 mulheres aponta que quase metade das mulheres não passaram em consulta de rotina no ginecologista em 2020 e também que metade (50,1%) não sabem ou dizem ser falso que o câncer de colo do útero é um dos tipos de câncer mais fáceis de serem evitados; uma entre quatro desconhecem o HPV como principal causa e os principais motivos para não realização do Papanicolau periodicamente são o exame ser desconfortável e medo de sentir dor. (IUCR, 2021) . Medo e constrangimento de ir cuidar da saúde por associar com a sexualidade é disfuncional, porém a sociedade dita esse lado sem nem ao menos se conscientizar

Metodologia

A pesquisa a seguir foi elaborada a partir de perguntas com 20 mulheres, onde as perguntas das mesmas foram respondidas verbalmente e via e-mail, a seguir o objetivo é consultar e expor opiniões sobre sexualidade feminina de mulheres que viveram na década de 60 e 70. E por isso não quiseram revelar sua identidades serão identificadas por via letras e números sendo assim: M1 a M20. No decorrer da pesquisa haverá relatos pessoais das mesmas de como viviam naquela época.

Resultados

Sendo assim a primeira figura a seguir mostra a idade predominante na pesquisa.

Figura 1

Quando se vê na tabela a idade que prevalece é entre 57 a 60 anos, mulheres essas que viveram na década de 60 sendo o auge de revoluções e evoluções, mas cercada de muitos tabus, sendo a seguir a primeira indagação feita para as entrevistas foi sobre o sexo na época em que viveram, a forma como viam isso. Relatos foram levantados e adicionados a pesquisa

Figura 2

O sexo na década em que cada mulher respondeu, o que predominou foi a visão estar focada em ter filhos ou agradar o parceiro, apenas 3 das entrevistadas responderam que era prazeroso.

Figura 3

Como a pesquisa do IUCR, a mesma coisa aconteceu na presente pesquisa, mulheres em vez de ir ao um médico especializado preferem tratar em casa com chás, ou remédios caseiros ensinados pelas suas mães e avós, a vergonha também prevalece criando um vínculo entre ir apenas em caso de doença, o que dificulta a vida sexual e mental de uma mulher.

Figura 4

A indagação realizada sobre o exame Papanicolau para as mulheres levantou uma preocupação e questionamento em questão da saúde feminina, o que era pra ser um exame de rotina. Tem se tornando um exame opcional e apenas que vem ao acaso para muitas mulheres. Apesar de se ver que mais de dois anos é um tempo extenso, se teve o relato de algumas que nem veem o tempo passar. E acabam deixando em segundo planos os exames.

Figura 5

A sociedade dita como se vive, e infelizmente também a sexualidade feminina. Há relatos das mulheres entrevistadas a seguir, cada uma teve seu lugar de fala e momento. Relatando suas experiências na década em que nasceram. 

(M1) 41 anos 

Apesar de eu ter vivido em uma década que ainda havia repressão com mulheres, meus pais me apoiaram, não tenho o que reclamar vim de uma família boa e cresci bem.

(M2) 45 anos 

Cresci vendo meu pai sendo autoritário com mamãe e achei que isso era normal. Casei com meu esposo achando que era normal ser bruto e até hoje vivo  isso.

(M3) 44 anos 

Pois olha só, casar não é bom não viu. Ninguém é bom nesse mundo, minha infância não foi boa.

(M4) 47 anos 

Então eu não tive uma infância maravilhosa não, mas por sorte encontrei um parceiro muito bom, sou feliz.

(M5) 50 anos 

Tive 6 filhos e câncer de mama aos 30, na época nada foi fácil. Sempre ouvi das pessoas que me criaram que mulher só foi feita pra pari. Que mulher que não tem muito filho é bichada.

(M6) 48 anos 

E hoje eu sou é feliz, tenho um marido novo. Passado é passado

(M7) 48 anos 

Minha mãe era prostituta na época de criança minha, então além da vergonha na escola que eu passava, tinha que aturar os homens passando a mão em mim, cheguei a falar com uma professora mas ela falou que com a mãe que eu tinha era normal.

(M8) 52 anos 

Prefiro não falar das minhas experiências

(M9) 54 anos 

Papai batia muito em mamãe quando ela não fazia o que ele queria, eu ouvi muitas vezes ele falando “você vai ter que me dar o que eu quero”, e cresci com isso na cabeça, o sexo até hoje pra mim é algo só pra agradar homem.

(M10) 55 anos 

A questão é essa de nós mulheres sempre sermos controladas pela sociedade.

(M11) 54 anos

Nunca quis ir ao médico, tive 4 filhos. Não fui a pré-natal tinha vergonha do que iam falar de mim, aos 27 descobri um câncer no útero e estou tentando me sarar

(M12) 51 anos 

Minha vida foi muito sofrida

(M13) 60 anos 

Mas ispia só nunca fui ao médico não viu, mamãe falava que era vergonha homem vê a parte íntima da mulher. E com esse hábito até hoje não vou

(M14) 57 anos

Minha mãe me colocou pra fora de casa quando eu tinha 13 anos porque não queria casar com o homem que ela queria que eu casasse

(M15) 58 anos 

Minha mãe foi humilhada demais no trabalho, em casa. Ela vivia em função da gente, nunca pensava nela. Cresci achando que as pessoas eram monstros pela minha mãe ter sofrido tanto.

(M16) 57 anos 

Não acho minha época ruim não viu, a mulher era delicada e os homens trabalhavam pra sustentar a casa 

(M17) 59 anos 

A sociedade massacrava a gente viu e não é diferente de hoje em dia não

(M18) 60 anos

Não tenho muito o que falar daquela época. Não era ruim e nem bom.

(M19) 57 anos 

Eu lembro uma vez quando mãe  falou pra mim que aquela época que a gente vivia não era uma época boa pra casar. Pois  os homens eram donos das mulheres. Meu pai casou com a ela mas amava outra. Casou com ela apenas por status.

(M20) 57 anos 

Mamãe dava garrafada pra gente desde pequena. Falava que mulher tinha que ter o útero bom pra dar filho, mas nunca tive filhos. Quando meu marido reclamou que eu não engravidava fui ao médico e ele falou que eu era estéril, foi um choque pra mim e meu marido separou de mim

Quando se foi dado o tempo para as mulheres exporem o que de fato as marcou na década delas, teve relatos interessantes e algumas não quiserem comentar, em vista disso irá se analisar a fala de algumas para comparar-se com relatos de tempos passados. 

Em primeiro lugar (M2) 45 anos vivencia até hoje o que aprendeu vendo sua mãe de forma totalmente negativa. O que foi relatado ao decorrer do texto sobre como o ambiente, a sociedade influencia a sexualidade das mulheres e ditam como devem viver, Bauman  (2005)  entende  identidade  como  um  mecanismo  que exerce  um  poder  de  transformação  contínua,  cuja  não  possui  a  solidez  perpétua. Por isso a mesma pode continuar se moldando, se entende que quando a entrevistada enfatizou que até hoje ainda vive isso, a mesma sabe que pode mudar mas as suas raízes familiares a impedem. 

Outro caso que se difunde conforme a narrativa é (M7) 48 anos com uma figura materna que se vendia para outros homens para conseguir seu sustento se vê aqui que mulheres que não tinha maridos, ou uma ocupação o que era quase impossível na época teria que recorrer a meios que não seriam tão favoráveis assim para as mesmas. 

Com apenas 54 anos (M11) enfrenta um questionamento intenso sobre sua saúde ao relembrar que sua vergonha de ir ao um especialista acarretou consequências após a vinda de seus 4 filhos, Muitas vezes, por vergonha, falta de acesso aos serviços, preconceito ou medo de realizarem os exames ginecológicos de rotina, as mulheres colocam a saúde e a vida em risco. 

(M15) 58 anos chama a atenção a um fato totalmente diferente a humilhação no trabalho de sua mãe, apesar da revolução industrial, o salário de uma mulher era muito baixo e a sociedade via como uma afronta uma mulher trabalhar naquela época. “Perceptível que a mulher mesmo contribuindo de forma positiva no mercado, sofria preconceito e discriminação, o que fez dela alvo de desigualdades no decurso do tempo. Sabido é que mesmo com a presença feminina cada vez mais sólida nos postos de trabalho, os cargos de chefia e gestão que por sua vez eram melhores remunerados, sempre foram destinados aos homens, pois a questão do gênero feminino sempre foi obstáculo para o avanço da mulher no mercado de trabalho” (BRASIL ESCOLA, 2021). 

Para finalizar com um olhar mais profundo com a entrevistada  (M19) com apenas 57 anos relata uma relação aonde seu pai se casou com interesse pelo status de sua mãe, o que naquela época não era algo distante de acontecer, moças de famílias ricas e bem sucedidas eram muito visadas pelos rapazes casar por amor muitas vezes eram um mero capricho, mulheres destinadas a exercer domesticidade proibidas de fazer o possível para não “destruir” seus casamentos e casamentos fadados ao fracasso mesmo estando dentro de seus lares.

Considerações Finais

O presente trabalho procurou analisar como os tabus interferem significamente na sexualidade da mulher criando disfunções também em sua saúde diária, por sua vez analisando uma parte do contexto histórico viu se que ao longo das décadas as mulheres sofreram repressão em sua educação sexual, crescendo por sua vez em seu lares muitas vivenciaram suas mães tidas como verdadeiros instrumentos de posse para deleite próprio de seus parceiros, outras vivenciando até mesmo na pele e do outro lado algumas que se envolveram sexualmente apenas para procriarem em prol da não exclusão da sociedade. A pesquisa aqui feita com mulheres de 40 a 60 anos deu embasamento para se concluir que ainda nos dias de hoje há muitos tabus impedindo mulheres de serem livres em benefício do seu prazer próprio.

Referências

ABDO,Carmita H. N. História da sexologia. Revista Psique especial: ciência & vida. n 09.  ano III. 2008.

BAUMAN,  Zygmunt.  Identidade. Editora  Zahar:  2005.

COSTA, A. A. A. O movimento feminista no Brasil: dinâmicas de uma intervenção política. Disponível em: http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2014/05/texto-5363c73631215.pdf. Acesso em 06 de jun. de 2021

LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Revista ProPosições, v. 19, nº 2, p 17-23, maio/ago, 2008.

PRIORI, M. D. História do amor no Brasil. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2006

RANGÉ, Bernard. Psicoterapia Comportamental e Cognitiva: transtornos psiquiátricos. v. 2 .São Paulo: Livro Pleno, 2001. p. 219-230.

SEIXAS, Ana Maria Ramos. Disfunções sexuais femininas. Revista Psique especial: ciência & vida. n 09.  ano III. 2008. ____. Sexualidade feminina: história, cultura, família, personalidade e psicodrama. São Paulo: Senac, 1998.

GUIMARÃES, Gustavo Cardoso. Pesquisa de Opinião: “O que as mulheres sabem sobre câncer de colo do útero e HPV?.

Disponível em: https://www.iucr.com.br/post/pesquisa-de-opiniao-o-que-as-mulheres-sabem-sobre-cancer-de-colo-do-utero-e-hpv acesso em 08 de jun de 2021

Falar sobre a saúde íntima da mulher ainda é tabu e gera constrangimento. Disponível em : https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2019/06/04/noticias-saude,246860/falar-sobre-a-saude-intima-da-mulher-ainda-e-tabu-e-gera-constrangime.shtml acesso em 08 de jun de 2021. 

LUZ, Gabriela de Almeida Ribeiro, A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-evolucao-mulher-no-mercado-trabalho.htm. Acesso em: 10 de jun de 2021.

Por Moisés Hungria Pinto 


Publicado por: Moisés Hungria Pinto

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