A DINÂMICA DOS RELACIONAMENTOS AFETIVOS: ENTRE COBRANÇAS, INCENTIVOS E CONSTRUÇÃO CONJUNTA.
Breve análise acerca da dinâmica dos relacionamento afetivos e o papel dos fatores sociais nessa construção conjunta.
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Introdução
Os relacionamentos afetivos são frequentemente idealizados como uniões baseadas exclusivamente no amor e na cumplicidade, mas a realidade mostra que eles envolvem complexidades que vão além do sentimento romântico. Muitas vezes, a dinâmica entre os parceiros é marcada por cobranças, expectativas não verbalizadas e conflitos sobre responsabilidades individuais e compartilhadas. Esses fatores podem fortalecer ou desgastar a relação, dependendo de como são gerenciados.
Um dos principais desafios enfrentados pelos homens nos relacionamentos é a forma como são cobrados e incentivados. Enquanto o incentivo pode motivar e fortalecer, a cobrança excessiva tende a desestimular e até mesmo a "castrar" emocionalmente o indivíduo. Isso ocorre porque há uma linha tênue entre lembrar alguém de suas responsabilidades e pressioná-lo de maneira negativa. Quando a cobrança se torna constante, o parceiro pode se sentir incapaz ou desvalorizado.
Outro aspecto relevante é a comunicação dentro do relacionamento. Embora se pregue que um casal deve conversar sobre tudo, é necessário ponderar até que ponto certos temas, quando abordados repetidamente, geram mais desconforto do que solução. Muitas vezes, um dos parceiros ainda não resolveu uma questão por limitações externas, e insistir no assunto pode apenas aumentar a frustração mútua. A comunicação deve ser um meio de conexão, não de conflito.
A maneira como as demandas são expressas também é crucial. Um diálogo maduro e leve, sem intenção de culpar ou ferir, é essencial para que o outro compreenda verdadeiramente os sentimentos envolvidos. No entanto, há situações em que um parceiro já entendeu o que precisa ser feito, mas não pode agir imediatamente, e a pressão contínua pode ser interpretada como falta de comprometimento. Saber a hora de falar e a hora de aguardar é fundamental.
Um erro comum nos relacionamentos é a expectativa de que o outro seja responsável por resolver todos os problemas e tornar a vida mais fácil. Na realidade, cada indivíduo deve assumir sua parte na construção da relação, sem transferir completamente a responsabilidade para o parceiro. Relacionamentos saudáveis são construídos por duas pessoas que se complementam, não por uma que carrega o peso sozinha.
A discussão sobre motivações e objetivos compartilhados também é fundamental. Se um casal não está alinhado em seus propósitos, a relação pode se tornar desigual, com um parceiro carregando mais peso do que o outro. A construção de um futuro conjunto exige que ambos estejam dispostos a contribuir e apoiar um ao outro, sem que isso signifique sofrimento ou sacrifício excessivo.
A questão financeira é outro ponto de tensão. Relacionamentos não devem ser tratados como transações comerciais, mas quando um parceiro passa a ser visto como um provedor exclusivo, a dinâmica pode se tornar opressiva. Se uma pessoa permanece no relacionamento apenas por comodidade financeira, a relação perde sua essência afetiva e se transforma em uma troca desigual. O amor não deve ser condicionado a bens materiais.
A verdadeira parceria deve ser baseada em decisões conjuntas, onde ambos avaliam custos, benefícios e metas sem imposições. Quando apenas um assume todas as responsabilidades, o relacionamento pode se tornar insustentável a longo prazo. É preciso equilibrar as expectativas e entender que cada um contribui de acordo com suas possibilidades.
Portanto, é necessário refletir sobre como equilibrar incentivos, cobranças e responsabilidades, de modo que a relação seja construída com respeito, diálogo e apoio mútuo. Relacionamentos duradouros não são feitos de perfeição, mas de compreensão e esforço contínuo de ambas as partes.
Abstract
This article explores the dynamics of affective relationships, focusing on the balance between demands, encouragement, and shared responsibilities. While love is the foundation of partnerships, many relationships face challenges related to communication, financial expectations, and unequal responsibilities. Excessive demands can demotivate, whereas constructive encouragement strengthens the bond. Effective communication requires maturity to address issues without causing discomfort. Financial dependency can turn relationships into oppressive transactions rather than loving partnerships. True companionship involves shared goals, mutual support, and joint decision-making. The article argues that relationships should not be treated as business deals but as unions built on respect, understanding, and balanced effort.
Desenvolvimento
A Importância do Incentivo vs. Cobrança
O incentivo é um fator motivacional essencial em qualquer relacionamento, pois reforça a confiança e a disposição do parceiro em contribuir positivamente. Quando um homem se sente apoiado, ele tende a se empenhar mais, sentindo que seus esforços são reconhecidos e valorizados. Por outro lado, a cobrança excessiva gera um efeito contrário, criando um ambiente de pressão e descontentamento. Muitas vezes, o parceiro que é constantemente cobrado passa a agir por obrigação, e não por vontade própria, o que mina a espontaneidade do relacionamento. A diferença entre lembrar e cobrar está na intenção e na forma como a mensagem é transmitida. Enquanto um lembrete pode ser saudável, uma cobrança agressiva ou repetitiva desgasta a relação. Homens, em particular, respondem melhor ao encorajamento do que à crítica constante, pois se sentem mais motivados quando suas ações são vistas como parte de um esforço conjunto. Portanto, o equilíbrio entre incentivar e cobrar é crucial para manter a harmonia e o crescimento mútuo no relacionamento.
A Comunicação como Ferramenta de Conflito ou Solução
A comunicação é a base de qualquer relação saudável, mas sua eficácia depende de como é utilizada. Um diálogo aberto e respeitoso permite que os parceiros expressem suas necessidades sem medo de julgamentos ou retaliações. No entanto, quando a comunicação se transforma em um campo de batalha, onde cada discussão vira uma repetição de queixas, ela deixa de ser produtiva e passa a ser fonte de estresse. Muitos casais caem na armadilha de acreditar que falar sobre um problema repetidamente irá resolvê-lo, mas, na prática, isso só amplia a frustração. O segredo está em abordar os temas de forma construtiva, buscando soluções em vez de apenas apontar falhas. Além disso, é importante escolher o momento certo para essas conversas, evitando discussões em situações de cansaço ou irritação. Uma comunicação eficiente requer escuta ativa, empatia e a disposição para entender o ponto de vista do outro, mesmo quando há discordâncias. Quando bem conduzida, ela fortalece o vínculo; quando mal administrada, torna-se um obstáculo para a intimidade.
O Equilíbrio entre Falar e Escutar
Em um relacionamento, tão importante quanto expressar os próprios sentimentos é saber ouvir o parceiro. Muitas vezes, um dos indivíduos já está ciente das questões levantadas, mas ainda não encontrou uma maneira de resolvê-las, seja por limitações práticas ou emocionais. Nesses casos, pressionar continuamente só gera mais tensão, criando um ciclo de insatisfação. A arte de ouvir envolve paciência e compreensão, reconhecendo que o outro pode estar processando as coisas no seu próprio tempo. Em vez de insistir no mesmo assunto, pode ser mais produtivo oferecer apoio e esperar que a solução surja naturalmente. Por outro lado, quem fala também precisa se atentar à forma como transmite suas preocupações, evitando tom acusatório ou dramático. Um diálogo equilibrado permite que ambos se sintam seguros para compartilhar suas dificuldades sem medo de críticas. Quando os dois lados praticam a escuta ativa e a fala consciente, os conflitos são resolvidos com mais maturidade e menos desgaste emocional.
Responsabilidades Compartilhadas
Um relacionamento saudável pressupõe que ambos os parceiros assumam suas responsabilidades, sem que um se torne o único responsável pela felicidade ou pelo sucesso do outro. Quando um indivíduo deposita todas as expectativas no parceiro, criando a ideia de que ele deve resolver todos os problemas, a relação se torna desigual e cansativa. Cada um deve contribuir de acordo com suas possibilidades, seja nos aspectos emocionais, financeiros ou práticos do dia a dia. A divisão justa de tarefas e decisões evita que um se sinta sobrecarregado enquanto o outro se acomoda. Além disso, é importante reconhecer que cada pessoa tem suas limitações, e nem sempre é possível atender a todas as demandas imediatamente. Parceria significa colaboração, não dependência total. Quando ambos entendem que estão no mesmo time, trabalham juntos para superar desafios, em vez de culpar um ao outro pelas dificuldades. Essa mentalidade fortalece a união e cria um ambiente de apoio mútuo.
Motivos e Objetivos em Comum
Para que um relacionamento prospere, é fundamental que os parceiros compartilhem motivações e objetivos similares. Se um busca estabilidade financeira enquanto o outro prioriza aventuras e liberdade, os conflitos serão inevitáveis. O alinhamento de expectativas desde o início evita frustrações futuras, permitindo que o casal trace metas realistas e compatíveis com a visão de ambos. Quando os propósitos são divergentes, um pode se sentir incompreendido ou negligenciado, enquanto o outro se vê pressionado a abrir mão de seus desejos. Construir um futuro juntos exige conversas sinceras sobre planos de vida, família, carreira e valores pessoais. Se um parceiro está sempre se sacrificando para atender às expectativas do outro, a relação se torna desequilibrada e insatisfatória. Portanto, é essencial que os dois estejam comprometidos com um projeto comum, onde cada um contribua de forma justa e voluntária. Quando os objetivos são compartilhados, os esforços se somam, tornando o caminho mais leve e gratificante para ambos.
A Questão Financeira nos Relacionamentos
O dinheiro é um dos temas mais delicados em um relacionamento, pois envolve não apenas questões práticas, mas também valores e prioridades individuais. Quando um parceiro assume o papel de provedor exclusivo, a dinâmica pode se tornar opressiva, criando uma relação de dependência e desigualdade. Em alguns casos, a pessoa que sustenta financeiramente o lar passa a acreditar que tem maior poder de decisão, enquanto a outra se sente inferiorizada. Por outro lado, quando ambos contribuem de forma equilibrada, há um senso de parceria e respeito mútuo. É importante discutir abertamente sobre finanças, estabelecendo um planejamento conjunto que atenda às necessidades do casal sem sobrecarregar ninguém. Relacionamentos baseados apenas em interesses materiais tendem a ser frágeis, pois o amor não deve ser condicionado a bens ou conforto financeiro. O ideal é que o dinheiro seja um meio para alcançar objetivos comuns, e não um fator de dominação ou controle dentro da relação.
Dependência Financeira e Opressão
Permanecer em um relacionamento por comodidade financeira é uma realidade que pode gerar infelicidade e ressentimento a longo prazo. Quando uma pessoa depende totalmente do parceiro para manter seu padrão de vida, ela pode se sentir presa, mesmo que não haja mais amor ou respeito na relação. Essa dinâmica cria um desequilíbrio de poder, onde o provedor pode impor condições e decisões unilateralmente. Em casos extremos, a dependência financeira pode levar a situações de manipulação emocional, em que um se sente obrigado a tolerar comportamentos inadequados por medo de perder o sustento. Para evitar essa armadilha, é essencial que ambos tenham certa autonomia, seja através de uma renda própria ou de um planejamento financeiro que permita independência. O amor verdadeiro não deve ser negociado em troca de segurança material, pois uma relação saudável se baseia em liberdade e escolha mútua, não em necessidade econômica.
Decisões Conjuntas e Planejamento
Um relacionamento forte é construído através de decisões tomadas em conjunto, considerando as opiniões e necessidades de ambos os parceiros. Quando apenas um assume o controle sobre todas as escolhas importantes, o outro pode se sentir excluído e desvalorizado. Planejar o futuro juntos — seja em relação a finanças, moradia, filhos ou projetos pessoais — fortalece o senso de equipe e compromisso. Esse processo exige diálogo constante, flexibilidade e disposição para negociar quando há divergências. Metas devem ser estabelecidas de forma realista, levando em conta as possibilidades e limitações de cada um. Além disso, é importante revisar periodicamente esses planos, ajustando-os conforme as circunstâncias mudam. Relacionamentos que funcionam como uma parceria, onde ambos têm voz ativa, tendem a ser mais duradouros e satisfatórios. Quando os dois se envolvem ativamente na construção do futuro, o sentimento de pertencimento e cumplicidade se intensifica.
O Custo Emocional das Expectativas Não Alinhadas
Expectativas irreais são uma das principais causas de frustração nos relacionamentos. Quando um parceiro espera que o outro atenda a todas as suas demandas sem considerar suas limitações, cria-se um ciclo de cobranças e decepções. Muitas vezes, essas expectativas são influenciadas por ideais romantizados ou comparações com outras relações, ignorando a individualidade de cada casal. O desgaste emocional causado por essa dinâmica pode levar a ressentimentos e distanciamento. Para evitar esse problema, é fundamental que ambos expressem claramente suas necessidades e ouçam as do outro, buscando um meio-termo viável. Compreender que nenhum relacionamento é perfeito e que cada um contribui dentro de suas possibilidades ajuda a reduzir a pressão. Quando as expectativas são ajustadas à realidade, a convivência se torna mais leve e menos conflituosa. O amor não exige perfeição, mas sim aceitação e esforço contínuo para crescer juntos.
A Necessidade de Paciência e Compreensão
Algumas conquistas dentro de um relacionamento levam tempo, e é essencial ter paciência para esperar sem cobranças excessivas. Pressão constante para que mudanças aconteçam imediatamente só gera estresse e desgaste emocional. Cada pessoa tem seu ritmo para lidar com desafios, sejam eles financeiros, emocionais ou práticos. A compreensão e o apoio são muito mais eficazes do que críticas ou ultimatos. Em vez de cobrar, é mais produtivo perguntar como se pode ajudar, criando um ambiente de colaboração. Relacionamentos duradouros são construídos com paciência, pois transformações significativas raramente ocorrem da noite para o dia. Quando ambos entendem que estão em uma jornada conjunta, tornam-se mais tolerantes com os processos individuais. A paciência não significa passividade, mas sim respeito ao tempo do outro e confiança no crescimento mútuo.
A Diferença entre Querer e Poder
Nem sempre a falta de ação significa falta de vontade; muitas vezes, é uma questão de impossibilidade momentânea. Um parceiro pode desejar ardentemente proporcionar algo ao outro, mas estar limitado por circunstâncias externas, como questões financeiras, profissionais ou até mesmo emocionais. Confundir "não poder" com "não querer" gera interpretações equivocadas e desnecessárias. É importante diferenciar quando a inação é fruto de negligência e quando é resultado de limitações reais. Dialogar sobre essas dificuldades, em vez de julgar, permite que o casal encontre soluções conjuntas. Pressupor má-fé só aumenta a distância entre os dois. Um relacionamento saudável reconhece que os esforços nem sempre são imediatos, mas que a intenção e o comprometimento são o que realmente importam. Quando há compreensão, mesmo as limitações temporárias se tornam oportunidades para fortalecer a união.
Avaliação de Prioridades
Em um relacionamento, é fundamental que ambos reflitam sobre o que realmente importa e o que pode ser ajustado para o bem da relação. Prioridades mudam com o tempo, e o que era essencial no início pode perder relevância com os anos. Conversar regularmente sobre metas, desejos e necessidades ajuda a manter o alinhamento entre o casal. Muitos conflitos surgem quando um parceiro insiste em manter expectativas que já não fazem sentido para o outro. Flexibilidade e disposição para repensar certas demandas são essenciais para a evolução do relacionamento. Quando ambos estão dispostos a ceder em alguns aspectos sem perder de vista seus valores fundamentais, a convivência se torna mais harmoniosa. Avaliar prioridades não significa abrir mão dos sonhos, mas sim adaptá-los à realidade do casal. Essa prática fortalece a parceria e evita frustrações desnecessárias.
A Importância do Diálogo Leve
Conversas difíceis são inevitáveis em qualquer relacionamento, mas a forma como são conduzidas faz toda a diferença. Abordar temas sensíveis com tom acusatório ou dramático só aumenta a resistência do outro. Em vez disso, optar por um diálogo leve, com linguagem não violenta e foco na solução, facilita o entendimento. Expressar sentimentos sem culpar o parceiro ("Eu me sinto assim quando isso acontece" em vez de "Você sempre faz isso") reduz a defensividade. Além disso, escolher o momento certo para essas conversas — evitando discussões em situações de estresse — aumenta as chances de um desfecho positivo. Quando ambos se sentem ouvidos e respeitados, mesmo os assuntos mais delicados podem ser resolvidos sem grandes desgastes. Um diálogo leve não significa evitar conflitos, mas sim enfrentá-los com maturidade e empatia. Essa habilidade é um dos pilares para relações duradouras e satisfatórias.
O Perigo das Generalizações
Frases como "você nunca faz nada" ou "você sempre age assim" são generalizações que só pioram os conflitos. Elas ignoram nuances e contextos, reduzindo o parceiro a um rótulo negativo. Em vez de promover mudanças, esse tipo de linguagem gera ressentimento e desmotivação. Cada situação deve ser analisada em seu próprio contexto, sem comparações exageradas. Reconhecer os esforços do outro, mesmo quando pequenos, cria um ambiente mais positivo e encorajador. Generalizar comportamentos passa a impressão de que nada do que a pessoa faz é suficiente, o que pode levar ao desânimo. Um relacionamento saudável requer comunicação precisa, onde críticas são feitas de forma construtiva e específica. Quando ambos evitam generalizações e focam em situações reais, as discussões se tornam mais produtivas e menos dolorosas.
A Construção de um Futuro Compartilhado
Relacionamentos duradouros são construídos com esforço mútuo, não apenas com o trabalho de um dos parceiros. Quando ambos se veem como parte ativa na construção do futuro, o senso de responsabilidade e comprometimento se fortalece. Projetos em comum — como comprar uma casa, formar uma família ou viajar juntos — devem ser planejados e executados em colaboração. Um erro comum é delegar todas as decisões a uma única pessoa, criando um desequilíbrio que pode gerar ressentimentos. Quando os dois participam ativamente, cada conquista se torna mais significativa, pois foi fruto de um trabalho em equipe. Além disso, compartilhar sonhos e aspirações fortalece o vínculo emocional, criando uma sensação de propósito conjunto. Relacionamentos onde ambos investem igualmente tendem a ser mais resilientes e satisfatórios a longo prazo.
A Necessidade de Revisão Constante
Planos e acordos estabelecidos no início de um relacionamento nem sempre se mantêm válidos com o passar do tempo. Circunstâncias mudam, prioridades se transformam e novos desafios surgem. Por isso, é essencial que o casal revise periodicamente seus objetivos e ajuste as expectativas conforme necessário. Uma relação estática, onde não há espaço para reavaliações, pode se tornar obsoleta e frustrante. Conversas regulares sobre o que está funcionando e o que precisa ser modificado ajudam a manter a sintonia. Flexibilidade e adaptação são características de relacionamentos saudáveis, pois demonstram que ambos estão comprometidos com o crescimento mútuo. Quando os planos são revistos em conjunto, evitam-se surpresas desagradáveis e conflitos desnecessários. Essa prática assegura que a relação continue evoluindo, mesmo diante das mudanças da vida.
O Respeito às Individualidades
Embora um relacionamento envolva compartilhamento de vida, é crucial respeitar as individualidades de cada parceiro. Tentar moldar o outro aos próprios gostos ou expectativas é uma receita para frustração. Cada pessoa tem suas preferências, hobbies, amigos e momentos de solitude, que devem ser valorizados em vez de reprimidos. Um erro comum é acreditar que o casal deve fazer tudo junto, ignorando a importância do espaço pessoal. Quando ambos mantêm sua identidade fora da relação, trazem experiências e energias renovadas para o convívio. O equilíbrio entre "nós" e "eu" é fundamental para uma dinâmica saudável. Relacionamentos que permitem o crescimento individual, sem cobranças de assimilação total, tendem a ser mais harmoniosos e duradouros. Amar alguém não significa possuí-lo, mas sim apoiá-lo em sua jornada pessoal.
A Importância do Apoio Emocional
Mais do que recursos materiais, um relacionamento precisa de suporte emocional recíproco para florescer. Saber que se pode contar com o parceiro nos momentos difíceis é um dos pilares da confiança e da intimidade. Esse apoio se manifesta através da escuta ativa, do acolhimento sem julgamentos e da presença sincera. Muitas vezes, o que o outro mais precisa não é de uma solução imediata, mas sim de um ombro amigo e de palavras de encorajamento. Relacionamentos onde há falta de empatia e validação emocional tendem a se tornar superficiais e frios. Por outro lado, quando ambos se sentem seguros para expressar vulnerabilidades, o vínculo se aprofunda. O apoio emocional não resolve todos os problemas, mas torna a jornada mais suportável. É essa base de segurança afetiva que sustenta o amor nos momentos mais desafiadores.
Evitando Relacionamentos Transacionais
Quando o amor é condicionado a benefícios materiais ou trocas de favores, a relação perde sua essência e se torna uma transação. Frases como "eu te dou isso, então você me deve aquilo" transformam a conexão afetiva em um acordo comercial. Esse tipo de dinâmica gera ressentimento, pois nenhum dos lados se sente verdadeiramente amado — apenas usado. Um relacionamento saudável não é baseado em débitos e créditos, mas em generosidade e reciprocidade espontâneas. Quando ambos contribuem por genuíno desejo de ver o outro feliz, e não por obrigação, a relação flui naturalmente. Amor não é moeda de troca, e sim um investimento contínuo de cuidado e respeito mútuo. Relacionamentos que fogem da lógica transacional são os que realmente prosperam, pois são construídos sobre alicerces sólidos de afeto e parceria.
A Busca por Equilíbrio
O segredo de um relacionamento duradouro está em encontrar um equilíbrio entre dar espaço e estar presente, entre cobrar e incentivar, entre individualidade e vida compartilhada. Extremos — como controle excessivo ou negligência — tendem a desgastar a relação. O equilíbrio não significa perfeição, mas sim a capacidade de ajustar-se às necessidades do momento, sempre com respeito e diálogo. Nem sempre as coisas serão 50% para cada um; haverá fases em que um precisará carregar mais peso, e vice-versa. O importante é que, no longo prazo, haja uma distribuição justa de esforços e compreensão. Relacionamentos saudáveis são aqueles que se adaptam, sem perder de vista o amor e o propósito comum. Quando ambos buscam esse equilíbrio, a convivência se torna mais leve, gratificante e verdadeiramente significativa.
Resumo
Este artigo discute a dinâmica dos relacionamentos afetivos, abordando temas como cobranças, incentivos, comunicação e responsabilidades compartilhadas. Defende-se que um relacionamento saudável requer diálogo maduro, apoio mútuo e planejamento conjunto, evitando-se tanto a dependência financeira quanto a cobrança excessiva. A conclusão é que relações duradouras são construídas com respeito, paciência e esforço equilibrado entre ambos os parceiros.
Conclusão
Em síntese, um relacionamento não deve ser tratado como um negócio, mas como uma parceria em que ambos contribuem de forma equilibrada. Cobranças excessivas desmotivam, enquanto incentivos constroem confiança. O diálogo maduro, o respeito às individualidades e o planejamento conjunto são essenciais para uma relação duradoura e satisfatória. Quando ambos estão comprometidos em somar, e não apenas em receber, o relacionamento se fortalece e torna-se verdadeiramente significativo.
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Publicado por: João Paulo dos Santos

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