Reações transfusionais/ Reação Hemolítica Tardia
As transfusões de sangue estão sujeitas a efeitos adversos como toda terapêutica médica.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
As reações transfusionais sanguíneas e de hemocomponentes são de extrema importância para diversos recursos terapêuticos no qual podem aliviar sofrimentos e até mesmo salvar vidas. Porém as transfusões de sangue estão sujeitas a efeitos adversos e como toda terapêutica médica, esses riscos podem ser graves e levar a morte de um paciente.
Com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), a segurança transfusional mudou fazendo com que aumentassem os cuidados com a aplicação de novos testes que estão disponíveis na atualidade, desta forma atualmente os riscos de complicações infecciosas são bem menores. Mas não é a penas risco de transmissão de doenças que nós devemos nos preocupar pois existem eventos imunológicos, metabólicos e hidroeletrolíticos que podem ocorrer.
A identificação e tratamento melhoram de acordo com o conhecimento científico e clínico sobre estudos das reações transfusionais, e assim melhor será a segurança do paciente.
Atualmente pacientes correm um risco maior de receber hemácias erradas do que de ser expostos ao HIV ou à hepatites.
Para que o risco seja minimizado é importante ter profissionais treinados e qualificados para que sejam atentos para prevenir, identificar, abordar e tratar possíveis reações transfusionais.
Reação Hemolítica Tardia:
Reação hemolítica tardia (RHT) pode ocorrer em um período que pode variar de 24 horas até cerca de 3 semanas depois da transfusão sanguínea. Essa reação é caracterizada pela hemólise das hemácias transfundidas, tal fato ocorre devido à presença de aloanticorpos que não são detectados nos testes pré-transfusionais. Este evento, geralmente apresenta boa evolução, porém não pode ser considerado benigno.
Etiologia e Incidência:
A RHT ocorre devido a não-detecção de um aloanticorpo previamente desenvolvido, por transfusão ou até mesmo na gestação, no que irá levar a hemólise de hemácias antígeno-positivas transfundidas.
Segundo estudos recentes cerca de 29% dos aloanticorpos tornam-se indetectáveis após 10 meses do seu desenvolvimento. Os Anticorpos que apresentam uma queda brusca de título são encontrados mais frequentemente neste tipo de reação, como no caso do sistema Kidd.
Sua incidência é de uma reação para cada 11.000 - 5.000 transfusões.
Diagnóstico:
Frequentemente a RHT não é detectada, devido os sinais clínicos poderem serem discretos e geralmente imperceptíveis.
O quadro clínico geralmente é composto por icterícia, febre e aproveitamento transfusional inadequado ou queda da hemoglobina. Esta reação deve ser suspeitada sempre quando ocorrer aproveitamento inadequado da transfusão ou febre sem causa aparente, mesmo sem ter icterícia. A presença de um novo anticorpo, seja no soro ou ligado às hemácias (teste de antiglobulina direto positivo), pode direcionar o diagnóstico. A confirmação é feita através de identificação do correspondente antígeno nas hemácias recentemente transfundidas.
Geralmente nas reações hemolíticas tardias, a hemólise é extra vascular e os sistemas Rh, Kidd e Kell são os mais envolvidos.
Condutas e Tratamento:
Solicitação de exames imuno-hematológicos para diagnóstico da reação é de extrema importância para estabelecer um bom diagnóstico. O tratamento quase sempre é desnecessário, mas uma avaliação da função renal pode ser feita. Caso for necessário a realização de transfusões futuras, os concentrados de hemácias devem ser antígeno-negativos para o correspondente anticorpo.
Prevenção:
O uso de testes sensíveis na rotina imuno-hematológica, o cuidado e a atenção na investigação de anticorpos irregulares principalmente na presença de associação de alo anticorpos ou quando da concomitância de auto anticorpos e a da adequação do uso de registros transfusionais são ferramentas de grande importância na prevenção das reações hemolíticas tardias. Também é importante a realização de transfusões de fenótipos Rh (C, c, E, e) e kell (K) compatíveis para pacientes sob esquema de transfusão crônica, que são ferramentas auxiliares na profilaxia de reações transfusionais tardias, pois os anticorpos dentro desses sistemas são de fato os mais encontrados.
Publicado por: Angélica Martins Espinosa
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