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O Enfermeiro na liderança em Centro Cirúrgico

O trabalho do enfermeiro nos centros cirúrgicos prioriza as intervenções, o desempenho segundo riscos e, a vulnerabilidade e particularidades dos pacientes sob seu cuidado, de forma a garantir a segurança no processamento de produtos de saúde.

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RESUMO

Introdução: O Centro Cirúrgico é uma unidade complexa, singular e com rotinas próprias, onde o paciente é submetido a procedimentos anestésico-cirúrgicos, terapêuticos ou de diagnóstico. O enfermeiro de centro-cirúrgico é peça chave na equipe sendo responsável por planejar, gerenciar/liderar, controle/ coordenar, educar e pesquisar, necessitando de embasamento técnico e cientifico, sendo notórias as habilidades nas relações humanas humanizada. Objetivo: O presente artigo tem por objetivo evidenciar a importância da conduta do enfermeiro na liderança da equipe do Centro Cirúrgico, ressaltando quais são seus deveres, responsabilidades e procedimentos a serem seguidos. Dessa forma, objetiva-se demonstrar que o enfermeiro tem importância vital para o processo operatório, razão pela qual se deve valorizar estes profissionais. Materiais e Métodos: Foi realizada através de artigos científicos indexados na base de dados do Scientific Eletronic Library Online (SciELO), o qual disponibiliza artigos técnico-científicos na área da saúde. Usando como expressão de pesquisa os uni-termos: “Cirurgia, Enfermeiro Liderança”. Contudo somente foram encontrados artigos pelo descritor “A conduta do enfermeiro líder” da equipe do centro cirúrgico, de 38 artigos científicos entre eles dissertações de mestrado e tese de doutorados encontrados, foram incluídas na pesquisa apenas 13 publicações segundo os critérios de inclusão: disponíveis na íntegra; sendo que os 25 artigos científicos excluídos não abordavam ao tema. Resultados e Discussão: A enfermagem nesta década deve enfrentar o sério desafio das definições: definição de seu papel no contexto da saúde e não na doença, definição de seu papel nos ambiciosos e sadios programas de extensão da cobertura dos serviços de saúde. As expectativas, referentes às definições no quadro político saúde nesta década parecem ser prometedores. Conclusão: A visão do enfermeiro quando conclui o curso de enfermagem é trabalhar com assistência voltada ao cliente, entretanto, ao inicia suas atividades no mercado de trabalho, ele, passa a não visar somente à assistência e, sim a liderança em grupo.

Palavras-chave: Cirurgia, Enfermeiro, Liderança.

ABSTRACT

Introduction: The Surgical Center is a complex, unique unit with its own routines, where the patient is submitted to anesthetic-surgical, therapeutic or diagnostic procedures. The center-surgical nurse is a key player in the team being responsible for planning, managing / managing, controlling / coordinating, educating and researching, requiring technical and scientific background, humanized human relations skills are well-known. Objective: The purpose of this article is to highlight the importance of the nurse 's conduct in the leadership of the Surgical Center team, highlighting their duties, responsibilities and procedures to be followed. Thus, it aims to demonstrate that nurses are vitally important to the surgical process, which is why these professionals should be valued. Materials and Methods: It was carried out through scientific articles indexed in the Scientific Eletronic Library Online (SciELO) database, which provides technical-scientific articles in the health area. Using as an expression of research the uni-terms: "Surgery, Nurse Leadership". However only articles were found by the descriptor "The conduct of the nurse leader" of the surgical center team, of 38 scientific articles, among them master dissertations and doctoral thesis found, only 13 publications were included in the research according to the inclusion criteria: whole; and the 25 excluded scientific articles did not address the issue. Results and Discussion: Nursing in this decade must face the serious challenge of definitions: definition of its role in the context of health rather than illness, definition of its role in the ambitious and healthy programs of extension of health services coverage. Expectations regarding definitions in the health policy framework in this decade appear to be promising. Conclusion: The view of the nurse when completing the nursing course is to work with client-centered assistance, however, when he begins his activities in the labor market, he is not only looking for assistance but rather group leadership.

Keywords: Surgery, Nurse, Leadership.

INTRODUÇÃO

O Centro Cirúrgico é uma unidade complexa, singular e com rotinas próprias, onde o paciente é submetido a procedimentos anestésico-cirúrgicos, terapêuticos ou de diagnóstico. O enfermeiro de centro-cirúrgico é peça chave na equipe sendo responsável por planejar, gerenciar, liderar, controlar, coordenar, educar e pesquisar, necessitando de embasamento técnico e cientifico, sendo notórias as habilidades nas relações mais humanizadas. O Centro Cirúrgico devido os riscos dos quais as pacientes estão expostas, o enfermeiro deve sempre manter-se atualizados e ter responsabilidade e estabilidade emocional.

A Conduta do Enfermeiro na Liderança no Centro Cirúrgico sobre tudo é de Competência de Gestão em Saúde: O trabalho em Enfermagem em Centro Cirúrgico prioriza as intervenções o desempenho segundo riscos, vulnerabilidade e particularidades dos pacientes sob seu cuidado, prioriza os materiais e equipamento adequado para os procedimentos cirúrgicos, assegura que o processamento de produtos de saúde seja realizado por profissionais qualificados e métodos adequados, de forma a garantir a segurança dos processos.

Organiza o processo de trabalho para o cuidado dos pacientes sob sua responsabilidade, investigando oportunidades e obstáculos ao trabalho e busca encaminhamento segundo os padrões de qualidade e eficácia no processamento dos produtos de saúde e controle de infecção. Providência recursos necessários para a assistência, assegura que os materiais utilizados sejam em conformidade com a recomendação normativa e processo de validação e registro.

Promove a integralidade do cuidado busca a construção de um trabalho em equipe interdisciplinar, articulando as ações de sua área aos cuidados promovidos por outros profissionais de saúde. Por se tratar de um ambiente diferenciado, a dinâmica de trabalho e o relacionamento profissional necessitam ocorrer de maneira consensual, indo ao encontro do pensamento de Stumm ET al. (2006) que refere ser imprescindível o trabalho multidisciplinar, com uma equipe capacitada e preparada, para que estejam aptos a enfrentar as exigências impostas pelo ambiente, possibilitando mais segurança e o bem-estar do paciente.

Diante disso, é um desafio refletir a respeito da atuação do Enfermeiro no Centro Cirúrgico e de suas competências quando relacionadas às mudanças sociopolíticas, tecnológicas, econômicas e culturais e que, de acordo com Bianchi e Leite (2008), determinam um repensar no exercício da profissão, indo desde as instituições de ensino até as hospitalares. (GOMES, 2014)

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva exploratória, por meio de revisão de bibliográfica, realizada através de artigos científicos indexados na base de dados do Scientific Eletronic Library Online (SciELO), pelo site www.scielo.br,  o qual disponibiliza artigos técnico-científicos na área da saúde. Usando como expressão de pesquisa os uni-termos: “Cirurgia, Enfermeiro Liderança”. Contudo somente foram encontrados artigos pelo descrito “A conduta do enfermeiro líder da equipe do centro cirúrgico”. A população em estudo foi caracterizada em artigos da área da saúde e área administrativa que descrevam temas relacionados aos aspectos centrais da temática da conduta do enfermeiro em sua liderança para análise do material bibliográfico foi utilizado neste estudo se considerou as seguintes variáveis: tipo, ano e local de publicação.

Para atender os objetivos desse trabalho dos 38 artigos científicos entre eles dissertações de mestrado e tese de doutorados encontrados, foram incluídas na pesquisa apenas 13 publicações segundo os critérios de inclusão: disponíveis na íntegra; sendo que os 25 artigos científicos excluídos não abordavam ao tema na área de liderança enfermagem especificamente, o idioma da escolha de publicação na língua portuguesa e recorde temporal: De fevereiro 2017 a outubro 2018. As publicações foram analisadas conforme pertinência do assunto por meio de leitura crítica após a leitura das publicações.

RESULTADOS

O centro cirúrgico é um setor que exige o exercício eficaz da liderança pelo enfermeiro, porque esse profissional, no seu cotidiano, depara-se com uma variedade de situações para o atendimento da demanda cirúrgica. Essa demanda para ser cumprida, necessita atender a cirurgiões de diferentes especialidades, com pacientes que apresentam necessidades e expectativas específicas. Isto acarreta para o enfermeiro um ambiente no qual um estilo único de liderança não é eficaz, pois, cada situação requer atitudes e habilidades diferentes. Devido à atuação de o enfermeiro ser predominantemente orientada para a execução de atividades administrativas no centro cirúrgico, leva-nos a crer que o estilo de liderança (delegar) venha mesmo ao encontro à realidade deste setor; entretanto, conforme preconizado na Liderança Situacional, para a aplicação correta deste estilo pelo líder, o liderado tem que apresentar capacidade e disposição para o desenvolvimento da atividade. (FREITAS, 2008)

Conforme já mencionamos anteriormente os membros da equipe de enfermagem, na qual o enfermeiro é um líder, aliados para a execução das atividades que asseguram um bom funcionamento do centro cirúrgico e para alcançar o melhor desempenho de cada um, este profissional necessita conhecê-los e oferecer-lhes estratégias que possibilitem o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Assim, entendemos que o exercício eficaz da liderança pelo enfermeiro seja um aspecto crucial para a implementação de ações que acarretem mudanças visando sempre a melhoria da assistência prestada ao paciente cirúrgico e seus familiares, o alcance dos objetivos organizacionais e o atendimento das necessidades da equipe de enfermagem. (FREITAS, 2011; TURRINI, 2017; CAMPOS, 2015).

A situação caótica em que se encontra o setor saúde do país, somada aos graves problemas das escolas de ensino superior, repercutem imperiosamente na formação e prática profissional do enfermeiro, cujo papel parece estar indefinido. Valores éticos, morais, culturais e até pessoais também colaboram para a situação de crise em que se encontram os profissionais de enfermagem. A enfermagem, nesta década, deve enfrentar o sério desafio das definições de seu papel descrito a seguir: seu papel no contexto da saúde e não na doença, papel nos ambiciosos e sadios programas de extensão da cobertura dos serviços de saúde. As expectativas, referentes às definições no quadro político na saúde nesta década parecem ser prometedores. (BRASIL MINISTERIO DA SAUDE, 2017; TURRIN, 2017)

DISCUSSÃO

Nesse sentido, para que se possa compreender o papel do Enfermeiro Líder no Centro Cirúrgico, esse deve ser notado desde sua formação que se inicio no período de graduação. Torna-se relevante o curso que apresenta carga horária teórica e prática, a fim de possibilitar aos graduandos a experiência de atividades essenciais como técnica asséptica, circulação de sala, instrumentação cirúrgica, entre outras. Condutas do enfermeiro no Centro Cirúrgico: Preparar a sala de cirurgia, o enfermeiro deve considerar: - cirurgias limpas ou contaminadas, desinfecção concorrente e terminal, produtos de limpeza e desinfecção adequados utilizados após salas contaminadas, material e equipamento necessário ao procedimento anestésico-cirúrgico em nível de previsão, pelo enfermeiro e provisão pelo circulante da sala; o ambiente terapêutico da sala de cirurgia referente a temperatura entre 21 a 24°C; segurança elétrica, física e emocional, tais como: trânsito mínimo de pessoas, silêncio, tipo de comunicação (paciente e equipes), prevenção de queimaduras e lesões devido a compressão de nervos e/ou músculos, e manutenção de um ambiente asséptico; (FREIRE P, 2008)

Orientar o funcionário encarregado do transporte do paciente da unidade ao centro cirúrgico, para fazê-lo com delicadeza e afeto, sem tropeços e ruídos exagerados, respeitando a individualidade e privacidade, proporcionando o máximo de conforto, segurança e tranquilidade; (MATURANA, 2009)

Receber o paciente no centro cirúrgico, chamando-o pelo seu nome, apresentar-se para ser reconhecido, dando assim continuidade ao plano assistencial, bem como, iniciando a implementação dos cuidados de enfermagem no que se refere ao fazer, ajudar, orientar, supervisionar ou encaminhar, durante o período transoperatório; (GUIDO, 2008)

Analisar os componentes do prontuário necessário à cirurgia como: autorização para cirurgia, RX (Raio X), exames e resultados ambulatoriais, o formulário especifico dos cuidados pré-operatórios, os problemas do paciente e ações prescritas e os resultados obtidos; (FREIRE P, 2008)

Inspecionar o preparo da área cirúrgica; condições de higiene; efeitos do pré-anestésico aplicado; remoção de próteses, grampos, adornos, lentes de contato, chicletes, esmalte; funcionalidade dos sistemas de infusões endovenosas e drenagens; horário da última micção e ingestão de alimentos sólidos e líquidos; (FREITAS, 2015)

Procurar sustentar interação enfermeiro-paciente: Atentando à comunicação verbal e não verbal do paciente, avaliar o nível de ansiedade; mostrar-se disponível a ouvi-lo; reforçar orientações e procurar transmitir, segurança ao demonstrar que tudo será feito para seu integral atendimento; Proporcionar máxima segurança durante o transporte do paciente de área de recepção do centro cirúrgico à sala de cirurgia, referente a grades e traves da maca; ao passar o paciente da maca para mesa cirúrgica, os movimentos devem ser firmes, mas suaves, informando-o sempre que será feito; não deixá-lo sozinho na sala; promover ambiente tranquilo, evitando ruídos, conversas e movimentação exagerada do pessoal, procurando manter sua privacidade e conforto; (GUIDO, 2008)

Informar à equipe cirúrgica os problemas não observados pela mesma na sala de cirurgia como: febre, hipertensão ou hipotensão, vômitos ou diarreias, tosse, coriza ou expectoração, bem como os desejos manifestados pelo paciente; orientar circulante e instrumentador quanto aos cuidados específicos, referentes ao posicionamento, localização da placa neutra do bisturi e possíveis reações alérgicas; Registrar qualquer ocorrência durante o transoperatório para um planejamento e implementação de ·cuidados específicos de enfermagem; Transportar o paciente à sala de recuperação pós-anestésica controlando: a permeabilidade das vias aéreas superiores ou ventilação artificial, nível de consciência, infusões, drenagens e modificações bruscas de temperatura ambiental; (GALVÃO, 2017).

A Conduta do Enfermeiro e de Enfermagem no Pré-Operatório: O paciente/cliente cirúrgico recebe assistência da enfermagem nos períodos pré-operatórios, trans. e pós-operatório. O período pré-operatório compreende desde o momento pela decisão cirúrgica até a transferência do cliente para a mesa cirúrgica; a partir desse momento inicia-se o trans. e intra-operatório, que termina com a saída do paciente/cliente do centro cirúrgico; o pós-operatório vai desde o período da recepção do paciente/cliente que retornou da cirurgia até a alta médica. O período pré-operatório divide-se em mediato e imediato: No pré-operatório mediato o paciente/cliente é submetido a exames que auxiliam na confirmação do diagnóstico e que auxiliarão o planejamento cirúrgico, o tratamento clínico para diminuir os sintomas e as precauções necessárias para evitar complicações pós-operatórias, abrange o período da indicação para a cirurgia até o dia anterior; (GUIDO, 2008)

O período imediato corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para o ato cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e aplicação de medicação pré-anestésica; O preparo pré-operatório, mediante utilização dos instrumentos de observação e avaliação das necessidades individuais, objetiva identificarem tanto as alterações físicas (hipertensão arterial, presença de feridas infectadas, etc.) como as emocionais (ansiedade, expectativa da cirurgia, condições afetadas com a internação, etc.) do cliente, pois interferem nas condições para o ato cirúrgico, podendo comprometer o bom êxito da cirurgia ou até mesmo provocar sua suspensão; Os fatores físicos que aumentam o risco operatório são tabagismo, desnutrição, obesidade, faixa etária elevada, hipertensão arterial e outras doenças concomitantes; (CAMPOS, 2015)

Deste modo, o ponto de vista ético e técnico, todas as condutas de enfermagem devem proporcionar conforto, segurança e o menor risco de infecção ao cliente; devendo o mesmo ser esclarecido sobre o que está sendo realizado, porque o simples fato de não saber o que vai ser feito pode torná-lo inseguro, inquieto e não cooperativo. Quando o cliente tiver experiência cirúrgica anterior negativa, a enfermagem deve respeitar este fato estimulando-o a identificar aspectos que favoreçam a nova intervenção; O paciente/cliente quanto à família têm direitos à orientação clara e precisa sobre o diagnóstico clínico, cirurgia proposta e possível prognóstico. Somente após o esclarecimento e o entendimento desses dados o cliente ou responsável terá reais condições para assinar o termo de consentimento para a cirurgia (termo de responsabilidade). (PENICHE, 2009)

O Preparo do Paciente/Cliente Para a Cirurgia: E conduta do enfermeiro é transmitir uma sensação de calma e confiança mantendo uma relação de empatia, colocar-se na posição do outro, sem críticas ou julgamento. Assim como o estado emocional do paciente/cliente pode interferir inteiramente na evolução pós-operatória, é importante que o paciente/cliente receba orientações sobre os exames, a cirurgia, como da mesma e os procedimentos do pós-operatório, como explicações sobre a importância de sua colaboração para um bom prognóstico. (FREIRE P, 2008)

Assim, possibilitando uma relação interpessoal de respeito e não de autoridade que permita tranquilidade, favorecendo o entendimento do paciente/cliente e família com o ambiente hospitalar, o que interfere positivamente nas suas condições para a cirurgia. Ao paciente/cliente, é importante lembrar que a comunicação não verbal (o olhar, a voz, a postura do cliente), também comunica suas necessidades; por isso é que o enfermeiro deve-se ter uma visão holística abrangendo o paciente/cliente no seu todo, com esses sinais teremos maiores condições de melhor compreendê-lo. (GUIDO, 2008)

Ao orientar o pré-operatório, a equipe de enfermagem deve estar atenta ao fato de que as necessidades de um paciente/cliente são diferentes das de outro.

Encaminhando o Paciente/cliente ao CC (Centro Cirúrgico): Ao encaminhar o paciente/cliente ao CC, deve-se observar e comunicar quaisquer anormalidades em relação aos preparos prescritos no dia anterior como manutenção do jejum, realização da higiene oral e corporal e administração de medicação pré-anestésica. Verificar e anotar os sinais vitais vestir-lhe a roupa hospitalar (avental, touca e pro pé), certificar-se da remoção de próteses dentárias (visando evitar seu deslizamento para as vias aéreas inferiores durante a anestesia) e oculares (visando evitar lesões na córnea), joias e adornos. Em seguida essa sequência de preparos, o paciente/cliente deve ser deitado na maca e encaminhado ao CC (Centro Cirúrgico) com a documentação completa: exames e prontuário. (GALVÃO, 2017)

O transporte do paciente/cliente é feito pelo pessoal da unidade de internação ou do CC (Centro Cirúrgico) a critério de cada instituição, pode ser realizado em maca ou cadeira de rodas, mas para prevenir acidentes, como queda recomenda-se que para o paciente/cliente sonolento devido à ação de Medicação na PA (Pressão Arterial) e/ou após a cirurgia não seja feito em cadeira de rodas. O centro cirúrgico deve dispor de elevador privativo, o que diminui os riscos de contaminação e infecção cirúrgica, o transporte propicia conforto, segurança e privacidade ao paciente/cliente. (PENICHE, 2009)

Transportando o paciente/cliente: A maca ou cadeira de rodas deve estar forrada com lençol e situada próxima à cama, para facilitar a transferência do paciente/cliente e evitar acidentes, ao deixá-lo confortável, deve ser coberto com lençol e cobertor (nos dias frios). Os responsáveis pelo transporte do paciente/cliente para o CC (Centro Cirúrgico) devem empurrar a maca ou cadeira de rodas com cuidado, e estar atentos para observar alguma irregularidade com o cliente (palidez, sudorese, dificuldade respiratória, etc.), verificar se o soro, sondas, drenos e outros equipamentos que se fizerem necessários estão livres de tração. Recomenda-se que o paciente/cliente seja transportado de modo a visualizar o trajeto de frente, para evitar desconforto, observar o alinhamento correto das partes do corpo durante o transporte e, nos casos de paciente/ clientes com venóclise ou transfusão sanguínea, deve-se adaptar à maca ou à cadeira de rodas o suporte apropriado, posicionando corretamente o frasco de solução venosa, cateteres, drenos e equipamentos. No percurso conversar e encorajar o paciente/cliente, ou respeitar o seu silêncio. (GALVÃO, 2017)

O Cuidado de Enfermagem no Transoperatório: O período transoperatório inclui o momento de recepção do cliente no CC (Centro Cirúrgico) e o intra-operatório realizado na SO. Nesse período, as ações de enfermagem devem assegurar a integridade física do paciente/cliente, tanto pelas agressões do ato cirúrgico como pelos riscos que o ambiente do CC oferece ao mesmo, já submetido a um estresse físico e exposição dos órgãos e tecidos ao meio externo; daí a importância do uso de técnicas assépticas rigorosas. (PENICHE, 2009)

O Cuidado de Enfermagem no Pós- Operatório (PO): Pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se em POI (pós-operatório imediato), até às 24 horas posteriores à cirurgia; mediato, após as 24 horas e até sete dias depois; e tardio, após sete dias do recebimento da alta. Nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite pós- intubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio. (GUIDO, 2008)

A SRPA (Sala de Recuperação Pós Anestésica) é a área destinada à permanência preferencial do cliente imediatamente após o término do ato cirúrgico e anestésico, onde ficará por um período de uma a seis horas para prevenção ou tratamento de possíveis complicações. Neste local aliviará a dor pós-operatória e será assistido até a volta dos seus reflexos, normalização dos sinais vitais e recuperação da consciência. (PENICHE, 2009)

Considerando tais circunstâncias, este setor deve possuir equipamentos, medicamentos e materiais que atendam a qualquer situação de emergência, tais como: Equipamentos básicos: cama/maca com grades laterais de segurança e encaixes para suporte de solução, suporte de solução fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar comprimido, aspirador a vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor cardíaco, oxímetro de pulso, esfigmomanômetro, ventiladores mecânicos, carrinho com material e medicamentos de emergência; (GALVÃO, 2017)

Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, sondas de aspiração, luvas esterilizadas, luvas de procedimentos, medicamentos, frascos de solução, equipo de solução e de transfusão sanguínea, equipo de PVC (pressão venosa central), material para sondagem vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras, termômetro, material de coleta para exames e outros porventura necessários. (GUIDO, 2008)

Cuidados de enfermagem no POI (pós-operatório imediato): Este período é considerado crítico, considerando-se que o cliente estará, inicialmente, sobe efeito da anestesia geral, raque anestesia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-se bastante vulnerável às complicações. Assim, é fundamental que a equipe de enfermagem atue de forma a restabelecer-lhe as funções vitais, aliviar-lhe a dor e os desconfortos pós-operatórios (náuseas, vômitos e distensão abdominal), manter-lhe a integridade da pele e prevenir a ocorrência de infecções. (FREIRE P, 2008)

Ao receber o cliente na SRPA (Sala de Recuperação Pós Anestésica), UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou enfermaria, a equipe deve tranquilizá-lo, informá-lo onde se encontra e perguntar-lhe se sente alguma anormalidade e/ou desconforto. Se o cliente estiver sonolento ou aparentemente inconsciente, não devem ser feitos comentários indevidos, pois sua audição pode estar presente. Deve-se ler atentamente o seu prontuário, o qual deverá conter informações sobre o tipo de anestesia, anestésico recebido, cirurgia realizada, intercorrências e recomendações especiais. (GUIDO, 2008)

Os frascos de solução, sangue e derivados devem ser postos no suporte e realizados o controle de gotejamento e dos líquidos infundidos e eliminados pelas sondas, drenos e cateteres - os quais deverão estar conectados às extensões e fixados no leito ou outro local adequado. Para os clientes submetidos à anestesia geral, recomenda-se o decúbito dorsal horizontal sem travesseiro, com a cabeça lateralizada para evitar aspiração de vômito (caso ocorra). Para os clientes com sonda nasogastrica (SNG), indica-se a posição semi-fowler, para prevenir a ocorrência de esofagite de refluxo. Visando evitar a queda dos clientes sonolentos, confusos e/ou agitados devido à ação dos anestésicos, as grades da cama devem ser mantidas elevadas. (GALVÃO, 2017)

Na SRPA (Sala de Recuperação Pós Anestésica), na primeira hora o controle dos sinais vitais é realizado de 15 em 15 minutos; se estiver regular, de 30 em 30 minutos. Mantida a regularidade do quadro, o tempo de verificação do controle deve ser espaçado para 1/1h, 2/2h, e assim por diante. Nos cuidados com o curativo, observar se o mesmo está apertado demais ou provocando edema no local; se está frouxo demais ou se desprendendo da pele; ou se apresenta sujo de sangue, o que indica sangramento ou hemorragia. (FREIRE P, 2008)

Nestas situações, a equipe de enfermagem solicita avaliação médica ou refaz o curativo, mantendo uma maior vigilância sobre o cliente que apresenta sangramento. Quando o cliente está com os reflexos presentes, sinais vitais estabilizados, drenos e sondas funcionaram, recebe alta médica da SRPA (Sala de Recuperação Pós Anestésica) é encaminhado para a unidade de internação. No tocante à ansiedade e agitação apresentada por alguns clientes, a equipe de enfermagem pode diminuir seus receios dizendo lhes onde se encontram, perguntando-lhes o que os está incomodando ou tranquilizando-os mediante aplicação de analgésicos ou tranquilizantes. A decisão pela restrição deve basear-se na real necessidade do cliente, e não por ser, à medida que diminuirá o trabalho da equipe de enfermagem. Após a sua adoção, não se deve esquecer que o cliente sob-restrição permanece sendo um ser humano que necessita ser confortado, tranquilizado e receber os adequados cuidados de enfermagem, incluindo avaliação constante da necessidade de manutenção da restrição. Após os cuidados recebidos, devem ser registrados, pela enfermagem dados como o tipo de anestesia, a cirurgia realizada, o horário de chegada, as condições gerais do cliente, a presença de drenos, soluções venosas, sondas, cateteres e a assistência prestada. (GUIDO, 2008)

O paciente/cliente e/os familiares e a alta hospitalar: A alta é um momento importante para o cliente e seus familiares, pois significa sua volta ao contexto social. É uma fase de transição que causa muita ansiedade e preocupação para todos os envolvidos. Para minimizar esses sentimentos, faz-se importante a correta orientação quanto aos cuidados a serem prestados e as formas de adaptá-los no domicílio; bem como alertar o cliente sobre seu retorno ao serviço de saúde, para avaliação da evolução. (AGUIAR, 2008)

Para que os familiares efetivamente compreendam a complexidade dos cuidados (técnicas assépticas, manuseio dos curativos, grau de dependência, uso de medicações, etc.), as informações devem ser passadas paulatinamente. Esta estratégia evita que o momento da saída não seja conturbado por conta de um acúmulo de informações para a continuidade do bem-estar do cliente. (FREIRE P, 2008)

A Importância Do Enfermeiro Em Diversas Fases: Administrativa- o enfermeiro utiliza os quatro componentes do processo administrativo que são: planejamento, organização, direção/ liderança e controle, cujas principais ações podem ser desdobradas como seguem; Planejamento- O planejamento faz parte de todas as fases do processo administrativo, ou seja: da organização, da direção/liderança e do controle, pois todas estas fases devem ser planejadas; Organização- Cabe ao enfermeiro nesta área: - estabelecer um sistema de previsão, provisão, seleção, distribuição dos recursos humanos, materiais e equipamentos; - elaborar e operacionalizar em equipe multidisciplinar os instrumentos organizacionais, ou seja: o organograma, filosofia, regimento, objetivos e normas, ao passo que, os procedimentos de enfermagem serão elaborados com a colaboração da equipe de enfermagem; - estabelecer um sistema de comunicação, que sirva como elo em todos os elos hierárquicos, facilitando o entrosamento de todos os serviços do hospital, interligados direta ou indiretamente ao centro cirúrgico; Direção/Liderança- Compete ao enfermeiro de centro cirúrgico: - dirigir as atividades da equipe de enfermagem e anestésico-cirúrgico harmonicamente. E importante que o enfermeiro assuma o cargo de chefia do centro cirúrgico, no verdadeiro sentido da palavra, ou seja, com todas as suas responsabilidades de gerenciamento. (FREITAS, 2015)

A supervisão da equipe anestésico-cirúrgico deve estar direcionada para o atendimento dos princípios humanos, morais, éticos e técnico-administrativos; Avaliação e controlar sistematicamente- Através de instrumentos ou critérios já planejados e elaborados, o pessoal, material, equipamentos, rotinas, normas, objetivos, filosofia e procedimentos do centro cirúrgico, bem como, a incidência de infecção e assistência prestada ao paciente pelas diferentes equipes; - estudar a viabilidade de mudanças e sua aplicação, conforme os resultados da avaliação; Assistencial- Este papel é considerado muito importante, pois cabe ao enfermeiro, prestar assistência de enfermagem ao individuo, família e grupos sociais. Este deve planejar organizar, liderar, dirigir, executar e avaliar uma assistência humana, individualizada e qualificada. Há uma crescente preocupação dos enfermeiros do centro cirúrgico, com seu papel especifico em relação ao paciente durante o Peri operatório. Este período é considerado como um dos momentos mais críticos de seu tratamento, onde as atenções devem estar voltadas para uma assistência integral, continuada, participativa, individualizada, documentada e avaliada. (STRAPASSON, 2009)

CONCLUSÃO

Acredito que, uma vez equacionados e ou atenuados os problemas gerados pela indefinição no setor, a conduta do enfermeiro poderá sofrer alterações nesta década. Pois é visível tecnologia / humanismo, em que o humanismo está quase esquecido. E não cabem dúvidas de que, quanto ao sistema do centro cirúrgico, é ao enfermeiro que cabe a iniciativa nessa retomada de posição, integrando-se no cuidado total do cirúrgico.

Com base na literatura pesquisada, observei que o artigo se trata de temas sobre liderança e enfermagem nos últimos anos e, notei que o referido tema não vem sendo muito escolhido para as publicações na área de enfermagem. É importante ressaltar, a necessidade do enfermeiro em conhecer a função de um líder, pois o papel que exerce, é fundamental na organização e na liderança de sua profissão, e a demais tarefa não é fácil, exige muita competência e muita dedicação. A visão do enfermeiro quando conclui o curso de enfermagem é trabalhar com assistência voltada ao cliente, entretanto, ao inicia suas atividades no mercado de trabalho, ele, passa a não visar somente à assistência e, sim a liderança em grupo.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Ana Beatriz; COSTA, Raquel da Silva Barros; WEIRICH, Claci Fátima; BEZERRA, Ana Lúcia Queiroz. Gerência dos serviços de enfermagem: um estudo bibliográfico. Revista eletrônica de Enfermagem, v.07, n. 03, p. 319 - 327 2008. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista7_3/original_09.htm. Acesso em: Dezembro de 2017

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FREIRE P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

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GOMES, Laudinei de Carvalho et al, O enfermeiro no gerenciamento do centro cirúrgico, Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, N. 16, JAN/JUN 2014

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Por Edileusa Ferreira Costa
Artigo Científico apresentado como requisito final para obtenção do título de Mestrado profissionalizante em Terapia Intensiva.
Orientador: Vanisia Regina de Pádua Antunes da Silva


Publicado por: Edileusa Ferreira Costa

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