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O Despreparo dos Graduandos em Enfermagem Refletindo na Falta de Capacitação dos Profissionais de Enfermagem Sobre o Tema Morte

Estudo sobre a falta de capacitação dos profissionais de enfermagem sobre o tema morte.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

A abordagem deste estudo compreende na falta de capacitação dos profissionais de enfermagem sobre o tema morte, mostrando o quanto os profissionais de enfermagem ainda se sentem inseguro ao lidar com a morte, pois em sua graduação não forma bem preparados para lidar com tal situação, e assim vão para os hospitais sem um bom suporte para enfrentar as situações de mortes, principalmente dos pacientes terminais. A abordagem utilizada no presente estudo é do tipo qualitativo, descritivo, exploratório, tem como população-alvo 15 profissionais de Enfermagem que atuam em hospitais da cidade de São Gonçalo no Rio de Janeiro e contém entrevista como instrumento de coleta de dados. Os resultados encontrados demonstraram que o é muito grande o número de profissionais de enfermagem que têm despreparo para lidar com a morte e que a falta de capacitação sobre o tema morte em seu local de trabalho, atrapalha mais ainda no seu processo em lidar com a morte e suas situações. Concluindo assim que os profissionais de saúde enquanto em sua formação acadêmica, não tiveram um bom preparo sobre o tema morte, já que a abordagem ainda é muito complexa e quando esses acadêmicos se deparam em seu local de trabalho, não sabem como agir no processo da morte, e com a falta de capacitação sobre o tema, acaba por dificultar mais o dia-a-dia dos profissionais de enfermagem no seu local de trabalho.

Descritores: Falta de capacitação, Profissional de enfermagem, Acadêmicos de Enfermagem.

ABSTRACT

The approach of this study include the lack of qualified nursing professionals on the topic of death, showing how nursing professionals still feel uncertain when dealing with death, since his graduation is not so well prepared to handle such a situation, and so they go to hospitals without a good support to address situations of deaths, mainly of terminally ill patients. The approach used in this study is a qualitative, descriptive, exploratory, has as its target population of 15 professional nurses at hospitals in the city of São Gonçalo in Rio de Janeiro and contains an interview as an instrument of data collection. The results showed that very large number of nursing professionals who are prepared to deal with death and the lack of training on the topic of death in the workplace hinders further in the process of dealing with death and their situations. Thus concluding that while health professionals in their academic training, they had a good preparation on the topic of death, since the approach is still too complex and when these students encounter in your workplace, do not know how to act in the process of death, and the lack of training on the subject, makes difficult the more day-to-day nursing professionals in their workplace.

Descriptors: Lack of training, Nurse, Academic Nursing.

INTRODUÇÃO

Segundo AGUIAR (2006), a formação acadêmica, no entanto, pode deixar algumas lacunas fazendo com que o profissional acredite que somente a cura e o restabelecimento são características de um bom cuidado. As rotinas hospitalares não permitem nem abrem espaço para questionamentos que levem a pensar e compreender melhor a morte.

O cuidar está inserido desde o nascer até o morrer, sendo que esta ação implica aliviar, ajudar, pois a cura não é o fim, devendo estar presente até mesmo no processo de morrer. A Enfermagem é uma profissão que trabalha com o ser humano, interage com ele tanto em sua natureza física, como também social e psicológica. Desta forma, o cuidar pode ser caracterizado pela atenção, zelo e preocupação com o outro.Os enfermeiros, profissionais cuja presença se faz de maneira ainda mais constante no cuidado junto a pessoas que vivenciam a sua finitude, experimentam de maneira potencializada esses sentimentos conflitantes, sendo este um tema recorrente de estudo. (BELLATO, 2007)

De acordo com Cândido (2009), os profissionais de saúde sentem uma responsabilidade enorme em manter a vida dos pacientes, e lidam com a morte como algo resultante de um acidente diante do propósito da sua profissão, que é salvar vidas, e com isso acabam por considerar como até mesmo um fracasso por parte da própria equipe e com isso causam-lhes sentimentos de tristeza, angústias e até mesmo de derrota, para àqueles que necessitam.

Este autor, ainda fala a respeito do despreparo que os acadêmicos tem e sobre a dificuldade de  em discutir o assunto e a não aceitação sobre a morte, com isso a falta de um diálogo sobre a morte faz com que os profissionais sintam-se indecisos, duvidosos e distantes dos pacientes a beira da morte e com isso dificulta todo o processo para se tomar decisões e abordagem.

Freitas, Rossales (2007), os graduandos de enfermagem, cada vez mais estão indo para o campo de estágio sem um preparo necessário para lidar com a morte e o morrer dos pacientes, e com isso se sentem muito despreparados em lidar com esse tema, por isso o tema morte deveria ser bem abordado durante a graduação e retratando como algo natural, já que o morrer faz parte do ciclo natural de vida e todo profissional, irá passar por este processo morte-morrer, mesmo sabendo que este não é um tema muito fácil de lidar. Com isso nota-se uma grande importância em ter um preparo psicológico ainda na própria formação acadêmica dos mesmos, para que assim possam se tornar futuros profissionais aptos a encarar e lidar com qualquer tipo de situação, inclusive com a morte, que ainda é algo bastante difícil em lidar.

Azevedo, Rocha, Carvalho (2011) quando os acadêmicos se deparam com a morte, eles têm um sentimento de frustração e incapacidade, pois há um despreparo, mas eles sabem que não podem negar a existência da morte, e que o ideal para lidar com a morte seria uma preparação. Por isso a morte deveria ser abordada durante o desenvolvimento das disciplinas, na própria universidade, já que assim, ira sendo trabalhado cada acadêmico para que quando chegasse ao campo de estágio ou até mesmo na vida profissional, conseguissem lidar melhor com a morte e o morrer do paciente, e assim teriam menos sentimentos ruins, tais como: tristezas, angústias, frustrações e etc.

Oliveira, Brêstas, Yamaguti (2007) Nota-se ainda que os estudantes de enfermagem apresentam dificuldades em lidar com o relacionamento aluno-paciente e com os sentimentos que emergem após a morte; referem que o apego pode gerar sentimentos de culpa, impotência, tristeza, medo e indiferença e que o distanciamento poderia amenizar a situação, já que há uma dificuldade em expressar os sentimentos. Outro elemento que merece destaque é a dificuldade que o estudante tem em enfrentar a morte do cliente, assim como os seus familiares, ou seja, pelo fato de o tema morte não ser bem abordado nas universidades, os mesmo se sentem inseguros quando vivenciam a morte no seu campo de estágio, e com isso se torna difícil tanto para ele como também para o paciente que ali está. Com isso ainda há uma carência e abordar mais sobre a morte morrer enquanto se está na universidade, já que lá é o momento de desenvolver sobre isso, para assim estar preparando os acadêmicos.

Silva, Ayres (2010) não só os acadêmicos de enfermagem, mas também os acadêmicos de medicina sentem essa dificuldade em lidar com a morte, e até mesmo da aproximação do paciente, e de sua dor, pois durante a sua formação, eles começam o contato com a morte sem subjetividade, sem história, ou seja trata-se do encontro com a morte “morte’, sem alma, e que quando mais tarde quando eles se deparam na prática com a morte só qua agora “vivida”, onde há corpo, alma, alegrias, dores, e assim entram em conflitos e assim começam a vivencias sentimentos de angústias e passar a ver como realmente é a morte. Aprender com Quíron a lidar com a morte sem perder a humanidade pode significar transformar o encontro médico-paciente, professor-aluno, em momentos dialógicos, em verdadeiros encontros; pode ensinar a aprender a cuidar do cuidado de todos os sujeitos envolvidos no saber-fazer em medicina.

Pinho, Barbosa (2008), os docentes referem dificuldades em trabalhar com as questões da morte e do morrer por não se sentirem preparados, pois não sabem que caminho seguir, o que fazer, e justificam que o tempo de cada disciplina é curto, e que o assunto é complexo e o ensino é superficial, fragmentado e até mesmo mecanicista. A teoria do cuidado não é bem pensado e realizado de forma humanizada, com isso abordar sobre o tema morte e morrer, é muito mais do que estudar as disciplinas, é também refletir sobre o sentido da vida, os sentimentos do outro e o cuidar, já que o paciente é um ser humano que está ali em seu leito com uma única certeza: a morte, e com isso muitos pensamentos ruins como angustia e depressão assombram ele, por isso o cuidar e a humanização precisam ser bem retratados na formação acadêmica.

Vargas (2010) a maioria dos estudantes de enfermagem apresentam condutas inadequadas diante de paciente com morte iminente, evidenciando que não estão preparados ou até mesmo sensibilizado para trabalhar o tema em suas práticas curriculares, sendo assim nota-se uma problemática em relação ao processo da morte e do morrer.

METODOLOGIA

A abordagem utilizada deste estudo é do tipo qualitativa descritiva exploratória, tem como população-alvo 15 profissionais de Enfermagem que atuam em Hospital da cidade de São Gonçalo e contém entrevista como instrumento de coleta de dados.

Segundo Trivino(1995), a pesquisa qualitativa é como uma : "expressão genérica". Isto significa, por um lado, que ela compreende atividades de investigação que podem ser denominadas específicas. E, por outro, que todas elas podem ser caracterizadas por traços comuns. Esta é uma ideia fundamental que pode ajudar a pesquisadora a ter uma visão mais clara do que pode chegar a que tem por objetivo atingir uma interpretação de realidade do ângulo qualitativo.

Segundo Bervian (2010), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas. A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados, mas cujo registro não consta de documentos. Os dados, por ocorrerem em seu hábitat natural, precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito. A pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam: a) estudos descritivos, b) pesquisa de opinião, c)pesquisa de motivação, d) estudo de caso e e) pesquisa documental.

GIL (2007) diz que as pesquisas exploratórias têm como objetivos proporcionar familiaridade como o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que "estimulem a compreensão". (SelltizetaI., 1967, p. 63). Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ainda é muito difícil lidar com morte, principalmente para os acadêmicos que enquanto na sua vida de estudante pouco se ouve falar sobre este tema. Sabe-se que os mesmo também são humanos e têm sentimos e emoções, com isso sofrem com a dor do outro, seja do próprio paciente que se encontra a beira da morte, como também dos seus familiares que sofrem juntos com o paciente, com isso há uma dificuldade dos acadêmicos em vivenciar a morte e suas questões, já que toda essa situação, já que cria até mesmo um estresse, além dos sentimentos ruins. Com é preciso de um prepara para lidar com a morte, tanto um preparo emocional, como também um preparo físico e psicológico, pois assim haveria uma boa humanização e até mesmo uma boa assistência de qualidade, com um cuidar mais humanizado e sem insegurança, e assim fazendo um integração com a família já que os mesmo estão diariamente com o paciente ao leito da morte (BELLATO ETAL 2007).

Enf n°1: Não, não existe. A gente lida com a morte como se fosse mais uma etapa, mas a gente não tem nenhuma especialização nesse sentido.

Enf n°4: Não, até gostaria muito que tivesse, já que este tema é tão difícil de trabalhar, e se tivesse nos ajudaria muito até mesmo em relação aos nossos sentimentos para com o paciente terminal.

Enf n°6: Não, não tem, e acho até que deveria ter porque lidar com a morte não é fácil, mesmo que eu lide com a morte todos os dias, ainda assim é bastante complicado, não consigo aceitar muito essa questão.

É notável da parte da maioria dos enfermeiros, que os eles nunca tiveram qualquer tipo de capacitação sobre o tema, e com isso sentem até hoje a dificuldade muito grande em lidar com a morte e o paciente terminal.

A maioria dos estudantes de enfermagem apresentam condutas inadequadas diante de paciente com morte iminente, evidenciando que não estão preparados ou até mesmo sensibilizados para trabalhar o tema em suas práticas curriculares, sendo assim nota-se uma problemática em relação ao processo da morte e do morrer. Sobre tudo, os professores dos cursos de enfermagem atentam para a questão morte e morrer presente no cotidiano dos estudantes de enfermagem e lançam mão de estratégias que leva à reflexão enfrentamento adequado á problemática, em lugar de negá-las a seus alunos, pois caso contrário, corre-se o risco de inadequação do enfermeiro frente ao paciente iminente, negando não só a morte, mas também desrespeitando a dignidade do paciente e assim descumprindo o juramento de respeitar a vida desde a concepção até a morte (Vargas 2010).

Enf n°2: Na verdade não, cada um que se vire, aqui até tem palestras, mas não sobre este tema, infelizmente.

Enf n°5: Não. Já teve uma palestra sobre a morte, mas capacitação mesmo não tem. Até seria bom de tivesse.

Enf n°10: Não, e deveria ter, já que este assunto é bastante ignorado por todos.

É necessário que os acadêmicos de enfermagem tivessem um melhor preparo enquanto sua vida acadêmica, pois isso os ajudaria mais a lidar com a morte, que sempre é algo bem complicado, e assim eles não sofreriam tanto na hora da perda, pois como eles mesmos disseram, eles estão sempre lidando com a morte no seu dia-a-dia, mas mesmo assim ainda é algo muito difícil e complicado em lidar, pois é como se faltasse um preparo para que eles pudessem lidar melhor com a situação.

CONCLUSÃO

As experiências relatadas pelos profissionais de enfermagem, na atuação com a morte, mostraram-se que toda essa dificuldade ainda em lidar está relacionada com o fato da maioria dos graduandos em enfermagem, não possuírem um bom preparo sobre a morte e assim indo despreparado para vivenciar toda essa situação em seu local de trabalho, e ainda assim não tendo uma capacitação sobe o tema em seu trabalho, com isso dificultando todo o processo de lidar com a morte, já que para muitos isso ainda é algo bastante complicado de se lidar, pois sendo assim muitos profissionais de enfermagem se sentem inseguros, pois lidar com a morte é bastante difícil e torna-se mais complexo quando se convive com a pessoa.

Por isso se acontecem casos de muitos profissionais desenvolverem até mesmo uma depressão, pois ao lidarem com a morte, criam sentimentos ruins, tais como: angústia, tristeza, fracasso e etc; assim, tendo baixa produtividade e pouco desempenho em seu trabalho.

Sobre tudo faz-se a necessidade dos professores de enfermagem, terem um maior desenvolvimentos com os graduandos de enfermagem para que assim eles possam ir com um maior preparo sobre o tema para o seu local de trabalho, assim ter maior desenvoltura e progresso.

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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VARGAS,D. Morte e morrer: sentimentos e condutas de estudantes de enfermagem. APE- Acta Paulista de Enfermagem, v23, n:3 p:405-410, junho 2010.

Graduação em Enfermagem. Professor Orientador: Nelson Andrade. Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO .


Publicado por: Mayana dos Santos Borges

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