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ÉTICA PASTORAL

Conceito de Ética, Ética cristã, Ética no Antigo Testamento, Ética no Novo Testamento e a Ética nos dias atuais.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Na atualidade o tema “ética” ganha destaque nas mais diferentes esferas da sociedade. Surgiu o código de ética nas mais variadas profissões, o qual deve ser seguido à risca sob pena de perda da possibilidade de continuar exercendo determinadas funções.

Quando tratamos da área religiosa, logo vem a mente a figura dos padres e dos famosos confessionários. Nos quais os confessantes expunham seus delitos e nos quais os sacerdotes católicos declaravam as penas, ficando sob sua responsabilidade, o segredo do pecado relatado.

Conforme Matos (2011), “A palavra ética vem do grego ethos e se refere aos costumes ou práticas que são aprovados por uma cultura. A ética é a ciência da moral ou dos valores e tem a ver com as normas sob as quais o indivíduo e a sociedade vivem”. No seu artigo, antes de aprofundar-se no tema da ética cristã, Matos explicita o conceito de ética. Independente das subclassificações da ética, essa tem o mesmo significado e importância para todas as pessoas de uma mesma sociedade.

Matos (2011) afirma que, “A ética cristã tem elementos distintivos em relação a outros sistemas. [...]os fundamentos da ética cristã encontram-se nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, entendidas como a revelação especial de Deus aos seres humanos”. A importância, em termos quantitativos, da ética cristã é igual a qualquer outro tipo de ética, contudo a importância qualitativa a difere das demais. Para os evangélicos, não há a necessidade de uma lei que dite normas ou regras para a conduta cristã, pois a bíblia, por si só, é a própria lei, ou seja, é a bíblia que norteia a ida do cristão em todas as áreas.

A bíblia divide-se em dois períodos significativos: o Antigo e o Novo Testamento.

A lei expressa o desejo que Deus tem de que as suas criaturas vivam vidas de integridade. Há três tipos de leis no Antigo Testamento: cerimoniais, civis e morais. Todas visavam disciplinar o relacionamento das pessoas com Deus e com o seu próximo. (MATOS, 2011)

A ética, mesmo sem o nome predefinido, já existia a milhares de anos atrás. Deus instituiu leis que viessem a organizar a vida do homem na área espiritual e social. A integridade do homem é algo ao qual Deus prezava na antiguidade e que preza até os dias de hoje. A importância de aprender a organizar-se e a viver em grupo, trouxe ao homem leis que regessem o convívio e o comportamento em grupo, tendo em vista a ampliação da irmandade e a ajuda mútua.

Alguns dos preceitos éticos mais nobres do Antigo Testamento são encontrados nos livros dos Profetas, especialmente Isaías, Oséias, Amós e Miquéias. Sua ênfase está não só na ética individual, mas social. Eles mostram a incoerência de cultuar a Deus e oferecer-lhe sacrifícios, sem todavia ter um relacionamento de integridade com o semelhante. (MATOS, 2011)

O amor e a valorização do próximo foi um dos assuntos mais relatados no Antigo Testamento. Não adiantaria implantar leis e regras se a obediência à estas fosse algo individual. O respeito ao outro sempre foi o alicerce para a harmonia na sociedade daquela época. A valorização e respeito ao próximo, foi e é, até hoje, o ponto mais importante na vida de qualquer ser humano, principalmente se for a vida de um evangélico.

“A ética do Novo Testamento não contrasta com a do Antigo, mas nele se fundamenta”, afirma Matos (2011). A pessoa de Jesus, personagem mais importante citado no Novo Testamento, dedicou toda a sua vida em benefício do próximo. Inclusive, Jesus defendia padrões de morais e ética, os quais já haviam sido esquecidos pela sociedade religiosa e hipócrita daquela época.

O fato é que, a lei foi criada por Deus para benefício dos homens. Mas, na época de Jesus, a lei foi transformada na causa da morte e destruição de muitas vidas. Em nome da religião, a ética e os bons costumes foram esmagados e deixados para trás por aqueles que se diziam autoridade máxima naquela época, os reis e sacerdotes.

Nos dias atuais, existem muitas leis, normas e regras que norteiam a vida da sociedade. Inclusive, existem normas e regras que tem valor apenas ministerial, como é o caso dos regimes internos criados por cada igreja evangélica. Contudo, os regimes internos, por mais que tenham um caráter religioso, não podem ferir a Constituição Brasileira.

No mundo profissional, ouvimos muito falar sobre ética. Ou seja, todo profissional, ao realizar as suas atividades, precisa ter em mente um conjunto de regras que devem ser obedecidas, pois a ética se refere a um conjunto de normas morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce. Enfim, no âmbito profissional, há esta preocupação com a ética, ou seja, regras de conduta são observadas quando se exerce uma profissão. E quando falamos de vida eclesiástica, a ética tem sido observada? (LOUREIRO, 2011)

O número de evangélicos tem crescido consideravelmente no Brasil. Atualmente, a quantidade de evangélicos representa mais de 20% da população. Com o crescimento, também vem os problemas. A quantidade de denominações evangélicas é muito expressiva. O número de fiéis, em algumas igrejas, é notoriamente grande. E, com todo esse crescimento, surgem muitos líderes despreparados para exercerem a função do pastoreio, entre outros cargos eclesiásticos.

Loureiro (2011) afirma que, “Quando penso em ética pastoral, logo me vem a mente a questão do sigilo sacerdotal”. A autora expõe claramente no seu artigo que, atualmente, existem evangélicos que se aconselham com ela virtualmente. A maioria sente-se segura em relatar seus problemas dessa maneira, pois não precisam se expôr tanto e não precisam enfrentar a falta de ética de alguns pastores, principalmente daqueles que não tem o mínimo de ética no que condiz ao sigilo sacerdotal.

Os pastores evangélicos, em sua predominância, já não são bem vistos por pessoas não evangélicas. Pois, como a sociedade mundial é bastante generalista, pega o defeito ou falha de um ministro e distribui aos demais. O índice de charlatanismo e ilegalidades no meio evangélico tem crescido em grande escala e dado lugar à escândalos e falatórios. Entretanto, não abrangendo à todos, existem pastores que não são charlatões e nem mesmo se apossam dos bens materiais das igrejas as quais lideram, mas que pecam muito ao que se refere a ética pastoral.

Diversos pastores expõe a vida e os problemas pessoais dos membros da sua igreja à todos, esquecendo-se que, se determinados membros ou ovelhas lhe contaram assuntos delicados e íntimos, é porque o mesmo gozava de sua confiança. O resultado dessa falta de preparo, por muitas vezes, é a destruição da vida espiritual de alguns membros.

Na verdade, o pastor precisa entender que nas suas mãos é depositada uma responsabilidade muito grande, enfim, o pastor é chamado para cuidar de vidas e de ser instrumento nas mãos de Deus para curar feridas profundas e, portanto, precisa ter a discrição e a fidelidade de saber guardar em segredo confissões que jamais devem ser expostas, pois tudo o que uma ovelha precisa é de alguém que possa confiar, ou seja, alguém a quem possa confessar, muitas vezes, as suas culpas[...] (LOUREIRO, 2011)

A responsabilidade dos pastores é muito grande. É claramente notado na exposição da autora, que há um resquício de desapontamento com a falta de ética de muitos pastores, cargo o qual a mesma também exerce. O tema é potencialmente incômodo para qualquer pessoa que o lê, pois, é explicitado problemas inaceitáveis, provenientes de algumas pessoas desqualificadas para as posições que ocupam. Não se trata só da questão de sigilo sacerdotal. A ética pastoral não está somente no sigilo, mas na não aceitação de determinados atos na igreja. Muitos sacerdotes são coniventes com falhas de membros para não perder mais um dizimista na igreja. Como também, existem sacerdotes que fazem vista grossa a determinadas regras e cometem erros gritantes para encherem suas igrejas.

Segundo Loureiro (2011), “A este respeito, podemos afirmar que a própria Palavra de Deus é o código de conduta ética para aquele que anuncia o evangelho da Salvação. Na Bíblia, são descritos claramente valores a serem seguidos e observados por aqueles que exercem o pastoreio”. Todas as respostas estão na Bíblia. Toda regra, lei e normas estão descritas nas Sagradas Escrituras. Se o homem dedicar-se a ler e meditar mais na Palavra de Deus, vai compreender o seu papel em todos os quesitos, principalmente ao condizente à ética pastoral.

Nos artigos de Alderi Souza de Matos (“As bases bíblicas da ética cristã”) e de Ioná Loureiro (“Ética pastoral e o sigilo sacerdotal”), são tratados assuntos importantes voltados ao conceito e a aplicação da ética na vida cristã. Matos trabalha de uma forma a explicar o conceito de ética, a relatar e identificar o uso da mesma no Antigo e no Novo Testamento. Entretanto, o tema é muito complexo e foi tratado de forma sucinta pela autora. O aprofundamento dos tópicos se faz extremamente necessário para a compreensão do artigo como um todo. No que diz respeito ao artigo de Loureiro, este, apesar de compacto, conseguiu transmitir todo o interesse da autora em explicitar o problema, de vários, existentes na vida ética de um pastor. Há a necessidade de levar a vida pastoral e todas as suas especificidades mais a sério.

REFERÊNCIAS

LOUREIRO, Ioná. A ética pastoral e o sigilo sacerdotal. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2011.

MATOS, Alderi Souza de. As bases bíblicas da ética cristã. São Paulo, 2011. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2011.


Publicado por: RICARDO QUEIROZ SANTOS

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