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Qual origem da palavra 'hífen' e dicas para empregá-lo

O hífen está entre os sinais gráficos usados na língua portuguesa, cuja aplicação costuma gerar muitas dúvidas nos estudantes.

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Foto: katemangostar/Freepik

A língua portuguesa é repleta de sinais gráficos que auxiliam o leitor a compreender com clareza o que está escrito em um texto. Um desses elementos é o hífen, representado por um traço curto na horizontal (-) que, em algumas de suas funções, é usado para ligar palavras compostas ou unir pronomes átonos a verbos, por exemplo.

Desde 2016, as novas regras para o emprego do hífen entraram em uso obrigatório juntamente com o conjunto de normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Sendo assim, algumas palavras que antes eram compostas se uniram e outras que não obtinham o emprego do sinal gráfico passaram a ter.  

Embora seja muito usado na língua portuguesa, após as mudanças relacionadas à aplicabilidade do hífen, muitas dúvidas surgiram sobre a necessidade ou não do emprego do sinal. Além disso, a origem do elemento ainda é desconhecida por muitas pessoas, principalmente pelos estudantes.  

Origem do hífen

Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra hífen vem de origem grega huphén (”juntamente”) e teve o surgimento na língua portuguesa no ano de 1576. De acordo com o artigo “O acento, o hífen e as consoantes mudas nas Ortografias antigas portuguesas” publicado pela linguista Rita Marquilha, em Portugal, apenas no século XIX notou-se a presença do sinal gráfico em palavras compostas, funcionando apenas em três colocações: guarda-porta, passa-tempo e val-verde. 

Ainda segundo a autora, foi apenas com a chegada da sônica – sistema gráfico que considera a forma de falar em vez da etimologia da palavra – que o hífen ganhou um papel mais relevante na língua portuguesa. 

Regras de uso do hífen

Após as novas normas da língua portuguesa, o hífen passou a possuir regras específicas sobre o seu emprego na gramática. Atualmente, o sinal gráfico é usado para ligar palavras compostas, unir prefixos ou falsos prefixos a radicais, unir verbos a pronomes, separar sílabas e fazer translineação.

Hífens em palavras compostas

Uma dos usos do hífen tem o objetivo de unir elementos de uma palavra composta. Nos casos de justaposição, em que os radicais das palavras se juntam sem que haja alteração fonética, o ponto gráfico aparece para realizar uma ligação. Obra-prima, guarda-chuva, arco-íris e sul-africano são alguns exemplos. No entanto, não é empregado hífen quando há perda de noção da composição, como em paraquedas e aguardente, por exemplo. 

Alguns nomes próprios também recebem o sinal gráfico. Segundo a regra, o elemento aparece quando as palavras são iniciadas por um verbo, com grã ou grão e ainda quando ligadas a artigos. É o que ocorre em Passa-Quatro, Grã-Bretanha e Entre-os-Ricos. 

Couve-flor, erva-doce e mico-leão, por serem espécies botânicas ou zoológicas, também recebem o elemento em sua composição. O mesmo ocorre com encadeamentos vocabulares – com palavras ocasionalmente associadas – como ponte Rio-Niterói e vôo Tóquio-Rio de Janeiro. 

Por fim, as palavras compostas com os advérbios mal e bem fazem parte dos elementos que também recebem o uso do hífen, podendo ser: 

  • Mal + palavra iniciada com H: mal-humorado 
  • Mal + palavra iniciada com L: mal-limpo 
  • Mal + palavra iniciada com vogal: mal-estar 
  • Bem + palavra iniciada com vogal: bem-aventurado
  • Bem + palavra iniciada com qualquer consoante: bem-vindo

Hífens e os prefixos ou falsos prefixos 

O hífen também é usado em prefixos ou falsos prefixos. De modo geral, entende-se por prefixo o elemento que se acrescenta ao início de um radical, já o falso prefixo é um radical que assume posição de prefixo em algumas palavras.

Dentre as regras gerais para o emprego do hífen nesses casos, está o uso diante de radical iniciado com a letra H, como anti-higiênico, pré-história e super-homem. No entanto, deve-se ter atenção aos prefixos bi-, des-, ex-, in- e re-, pois nesses casos não haverá a presença do sinal gráfico, mesmo quando o segundo elemento começar por H, pois a letra será suprimida.

Também usa-se o hífen quando as letras do fim do prefixo ou falso prefixo e a inicial da próxima palavra forem iguais. Anti-inflamatório, super-romântico e auto-observação são alguns exemplos. Quando houver a presença do elemento co-, o sinal gráfico não irá aparecer, uma vez que a letra O será duplicada, como em coordenação e coóspede, por exemplo.

Além disso, o hífen também aparece com os prefixos ex-, vice-, pós-, pré-, sub- e recém-, por exemplo. 

Hífens e os sufixos 

Assim como ocorre com os prefixos, o sinal gráfico também irá aparecer ao lado dos sufixos de origem tupi guarani ao formar adjetivos, como capim-açu, anajá-mirim, amoré-guaçu, entre outros. 

Hífens na colocação pronominal 

Nas colocações pronominais, o uso do hífen também está presente. Em caso de ênclises, é correto escrever acredita-se, sabe-se e entende-se, por exemplo. O sinal também aparece em mesóclises, como em dar-te-ei, falar-nos-ão e esforçar-me-ei. 

Hífens nas separações silábicas e na translineação

Por fim, utiliza-se o ponto gráfico para separar sílabas de uma palavra, como bo-ne-ca. Assim como para realizar translineação em um texto, nesses casos, se no final da linha a parte de uma palavra coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. 

Diferença entre hífen, travessão e meia-risca

Uma outra dúvida comum dos estudantes na hora de empregar o hífen é a confusão com outros elementos gráficos como o travessão (—) e a meia-risca (–). De modo geral, enquanto o hífen possui os usos citados anteriormente, o travessão é utilizado para indicar mudança de interlocutor em um texto e isolar palavras ou expressões. A meia-risca tem a função de ligar elementos em série.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/331075/o-hifen-serve-para-unir-dois-elementos-com-teor-de.htm

https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/351291/esta-certo-usar-o-hifen-na-expressao-lugar-comum.htm

https://www.migalhas.com.br/coluna/gramatigalhas/316002/segunda-feira-ou-segundafeira

REFERÊNCIAS DO AUTOR

Luiz Affonso Mehl, é professor e consultor em finanças e melhorias em sistemas de ensino,  escrevendo diversos artigos para diversas áreas.

https://www.contadores.cnt.br/noticias/artigos/2021/09/24/como-dimensionar-o-capital-de-giro-ideal-para-o-negocio.html

https://morona.com.br/noticias/artigos/2021/07/16/como-lidar-com-riscos-ao-investir-em-renda-variavel.html

https://www.jornaljurid.com.br/noticias/o-que-a-reforma-tributaria-preve-para-os-investimentos

https://www.vrumdigital.com.br/post/tecnologias-que-vem-tornando-a-negocia%C3%A7%C3%A3o-de-im%C3%B3veis-mais-%C3%A1gil

https://www.jornaldoestadoms.com/2021/08/as-5-duvidas-mais-frequentes-sobre-mei.html

https://icont.cnt.br/noticias/autor/luiz-affonso-mehl.html


Publicado por: Luiz Affonso Mehl

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