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Para aqueles que acreditam no valor do professor

Ser professor é mais que uma profissão, apenas. É um dom que poucas pessoas conseguem exercer com tamanha dedicação.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Há pessoas que nascem com dons. Essas, em especial, têm o dom de ensinar e acreditar. Acreditam que as pessoas podem superar suas dificuldades, lutar, vencer, ter fé em si mesmo, fazer sempre o melhor, evoluir e crescer. Essas pessoas são professores, que com paciência e força de vontade, nos ensinam tudo o que aprenderam e nos fazem acreditar que somos sempre capazes.

Muitos exemplos poderiam ser citados de grandes pessoas, intelectuais, famosos e brilhantes. Mas, contarei o exemplo de alguém importante para mim e para as pessoas que convivem com ela. Keli Regina nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1969, mas não se considera carioca, pois ainda muito pequena, com apenas seis meses, se mudou para Natal. Lá, a caçula de dez irmãos, cursou a primeira série e metade da segunda.

Mudou-se para Jacareí, onde vive até hoje. Porém, o tempo que passou em Natal, foi o suficiente para que ela desenvolvesse um sotaque tipicamente nordestino. Quando retornou de Natal e firmou residência de fato em Jacareí, Keli entra em uma escola pública para prosseguir com os estudos. A diferença no ensino das regiões parece pegar Keli de frente. Lá ela era uma aluna muito boa, mas aqui não consegue acompanhar e acaba por se tornar uma das alunas com mais dificuldades de aprendizagem.
Além disso, Keli era motivo de gozação geral devido ao sotaque que adquiriu e, qualquer leitura em voz alta, era um constrangimento enorme. Sua vida não era fácil. O clima de São Paulo é diferente, o frio é frequente e Keli só tinha roupas de calor, afinal, o Nordeste tem um clima quente. Os vestidos e as sandálias com que Keli se vestia não eram suficientes para vencer o frio, e ela sofria com isso.

Eram tantas as diferenças presentes em seu cotidiano que ela sentia um desânimo. Parecia que ninguém era capaz de entendê-la ou aceitá-la. Mas, já há algum tempo, alguém a observava, analisava seus gestos e percebia, enfim, que Keli precisava ser incentivada. Essa pessoa foi sua professora, Dona Geni, que começou a entendê-la melhor, ajudando-a e esclarecendo suas dúvidas.

Mas, Keli continuava com uma certa dificuldade. Então, Dona Geni conseguiu colocá-la no reforço escolar. Para muitos seria um castigo, mas Keli tinha consciência que precisava e ficou muito contente com a decisão de sua professora. No começo foi difícil, mas o auxílio da família foi muito importante.

Keli fazia tudo que era pedido. Dona Geni dava dicas e ela se esforçava ao máximo para superar suas dificuldades. Alguns amigos também a auxiliavam em sala de aula. Parecia que Keli já não era tão estranha, pois todos se acostumavam com sua presença, perceberam seu esforço e sua persistência em ser melhor.

Chega, então, a época de provas e a hora de Keli provar que o incentivo da professora Geni e a sua decisão e esforço tinham sido válidos. Keli se lembrou de tudo que aprendeu, as dicas, as regras, as fórmulas e deu o seu melhor.

Após as provas, a professora Geni entra na sala, seu sorriso é estonteante, pois as notas de Keli surpreenderam a todos. Ela tirou B em Português e A em Matemática, notas excelentes para quem tinha uma enorme dificuldade. Keli chega a se emocionar. Com vergonha, chora de emoção no banheiro da escola. Percebe que tanto esforço foi gratificante e seu prêmio não foram as notas ótimas, mas, sim, aquele belo sorriso no rosto de sua professora, que, em nenhum instante, duvidou que ela venceria.

Desde então, Keli se tornou uma das melhores alunas de sua escola, se manteve firme, sempre estudando e se dedicando. Tudo graças à professora Geni, que pacientemente lhe ensinou a maior das lições: a de nunca desistir.

Hoje, Keli Regina tem 41 anos. O tempo passou, mas este exemplo continua guardado em seu pensamento. Seguindo os passos de sua professora, Keli se tornou uma dedicada profissional da área, que exerce sua profissão, acreditando em seus alunos.

Eu me orgulho profundamente em ser aluna desta magnífica professora, que com seu jeito simples ensina com compreensão e competência.

O papel do professor é ensinar e do aluno é aprender. Respeitar as diferenças e as dificuldades é um dever dos dois. Assim, quando alguém acredita em nós, nos sentimos incentivados e prontos para crescer. O que a professora Geni fez pela professora Keli foi um exemplo de que acreditar vale a pena e que estudando só temos a ganhar cada vez mais.

Ser professor é mais que uma profissão, apenas. É um dom que poucas pessoas conseguem exercer com tamanha dedicação.


Publicado por: Jéssica Évelin Gregório da Silva

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.