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A articulação discursiva do gênero artigo de opinião à luz de um modelo modular de análise do discurso

Confira a articulação discursiva do gênero artigo de opinião à luz de um modelo modular de análise do discurso.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Resumo: Este artigo apresenta o desenvolvimento de uma pesquisa-ação abordando uma prática com o gênero discursivo artigo de opinião. O estudo do gênero artigo de opinião considerou como aspecto primordial a funcionalidade e a importância do mesmo no aprimoramento da argumentatividade dos alunos, com o objetivo de proporcionar-lhes melhores condições de leitura e escrita. Para isso, organizou-se uma sequência didática e o seu conteúdo foi implementado em sala. Os procedimentos abrangem atividades de análise dos elementos temáticos, estruturais e linguísticos, e atividades de produção e circulação do gênero de acordo com suas características sócio-discursivas.

Palavras-chave: artigo de opinião; sequência didática; pesquisa.

This article presents the development of an action research approaching a practice with the opinion’s article discursive. The study of opinion’s article considered as the main feature its use and importance in the improvement of the students’ argument, with the objective of providing them with better conditions of reading and writing. In order to do that, a didactic sequence and its contents was organized and developed in the class. The procedures include activities to analyze thematic, structural and linguistic elements as well as activities of production and circulation of this genre according to its social speech characteristics.

Keywords: opinion’s article; didactic sequence; research.

O artigo de opinião consiste num gênero discursivo que constrói uma opinião a respeito de uma questão controversa. Bräkling (2000) esclarece que esse gênero objetiva convencer o leitor com relação a uma ideia, de modo a influenciar e transformar seus valores por meio da argumentação a favor de uma posição e da refutação de possíveis opiniões contrárias. Conforme a autora, esse processo prevê a sustentação das afirmações por meio da apresentação de dados consistentes. Assim, a tipologia textual de base do artigo de opinião é dissertativa.

Esse gênero pode abordar temas atuais de ordem social, econômica, política ou cultural relevantes para os leitores. Segundo Rodrigues (2007), o artigo de opinião prioriza a análise dos acontecimentos sociais em si e a posição do autor.

No artigo de opinião, de acordo com Bräkling (2000), evidenciam-se a dialogicidade e a alteridade no processo de produção: o autor coloca-se no lugar do outro e justifica suas afirmações, a partir de possíveis questões ou conclusões contrárias, suscitadas pelo leitor.

A finalidade comunicativa do gênero é analisar, avaliar e responder a uma questão por meio da argumentação. Cada parágrafo contém habitualmente um argumento que dá suporte à conclusão geral.

O produtor do artigo usa argumentos com o objetivo de defender uma posição.

a) Argumento de autoridade: uso de citação de autores renomados ou de autoridades no assunto, a fim de comprovar uma ideia, uma tese ou um ponto de vista. Seu emprego torna o discurso mais consistente, pois outras vozes reforçam o que o produtor do texto quer defender. Por exemplo, num artigo de opinião sobre a idade penal, pode-se trazer a voz de um juiz ou promotor.

b) Argumento de consenso: utilização de proposições evidentes por si mesmas ou universalmente aceitas como verdade. Exemplo: é consenso afirmar que o Brasil precisa investir na educação, saúde e segurança.

c) Argumento de provas concretas: apresentação de fatos, dados estatísticos, exemplos e ilustrações com o objetivo de comprovar a veracidade do que se diz. Exemplifica-se ao abordar o resultado positivo no Brasil com a implantação da Lei Seca, é possível citar os números da redução de acidentes e mortes no trânsito para dar suporte à opinião do autor favorável a essa lei.

d) Argumento de competência linguística: emprego da linguagem adequada à situação de interlocução. A escolha dos vocábulos, locuções e formas verbais, entre outros aspectos linguísticos, é essencial para e efetiva interação entre o autor e seu leitor.

O artigo de opinião é escrito por um jornalista ou colaborador do jornal, revista ou site. Geralmente, o produtor é uma autoridade no assunto abordado ou pessoa reconhecida na sociedade.

Esse gênero é publicado em jornais e revistas impressas ou on-line, em seção destinada à emissão de opiniões. Sua publicação pode ser diária, semanal, quinzenal ou mensal. O texto ocupa um espaço físico limitado, normalmente de meia a uma página, conforme o periódico.

O público-alvo a que o artigo de opinião se destina são pessoas quase sempre com um nível de escolaridade médio ou superior. Na maioria das vezes, o leitor busca esse gênero com o objetivo de encontrar informações e formar uma opinião sobre assuntos controversos.

O artigo de opinião pode estruturar-se em: situação-problema, discussão e solução-avaliação.

a) Situação-problema: coloca a questão a ser desenvolvida para guiar o leitor ao que virá nas demais partes do texto.

b) Discussão: expõe os argumentos e constrói a opinião a respeito da questão examinada. Segundo Guedes (2002), o texto dissertativo apresenta provas a favor da posição assumida e provas para mostrar que a posição contrária está equivocada. Nesta parte, o artigo de opinião vale-se de fatos concretos, dados e exemplos, com o uso de sequências narrativas, descritivas e explicativas, entre outras, a fim de evitar abstrações.

c) Solução-avaliação: evidencia a resposta à questão proposta. Pode haver a reafirmação da posição assumida ou a apreciação do assunto abordado.

O artigo de opinião utiliza uma linguagem acessível ao interlocutor a que se destina. Utiliza a primeira pessoa ou a terceira pessoa do discurso com o propósito de debater o tema. Quanto aos tempos verbais, Bräking (2000) constatou o emprego do presente do indicativo ( ou do subjuntivo ) para apresentar a questão, os argumentos e os contra-argumentos, e o uso do pretérito para dar uma explicação ou expor dados.

Com o objetivo de manter a coerência temática e a coesão, esse gênero textual pode valer-se de diversos recursos linguísticos, como operadores argumentativos (mas, também, em vista disso, portanto, além disso, inclusive etc.) e dêiticos ( este, agora, hoje, neste momento, ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de, de agora em diante etc.).

Análise:

Livro Eletrônico.

1   Este é um dos temas sobre os quais os jornalistas e leitores habituais mais nos interrogam. O livro vai acabar as editoras vão fechar, é a morte dos autores? Primeiro, os catastrofistas de plantão são em geral mal-informados. Quando surgiu o rádio, dizia-se, nesse mesmo tom, que ninguém mais iria conversar nas famílias. Vindo a televisão, estavam mortos o teatro e o rádio. Chegando a internet, tudo estava acabado, menos o isolamento, a alienação.

2     Nada mudou radicalmente dentro desse esquema: não se deixou de conversar     ( as pessoas nunca se comunicaram tanto quanto na internet ), não se deixou de ir ao teatro ( bons espetáculos atraem muita gente ), ninguém parou de ir ao cinema ( a não ser por medo de sair à noite, pela insegurança que se alastra), enfim, cada novo invento acrescentou, não tirou.

3     Li um diálogo interessante, dirigido por um jornalista, entre Umberto Eco e um roteirista francês, sobre o assunto. Os dois são donos de imensas bibliotecas, de muitas dezenas de milhares de volumes. Portanto, são amantes de livro, vivem com e para o livro.

4     Interessantes comentários: o registro escrito, seja em papel, pergaminho, nas antiquíssimas tabuinhas de argila, é o mais sólido, é permanente. O e-book, o livro eletrônico, que tem suas vantagens como todo artefato moderno, tem desvantagens claras de saída. Por exemplo, dependeremos de mais decoficadores, suportes, seja como for: já não conseguimos ver os antigos vídeos de poucos anos atrás, a não ser que ainda tenhamos em casa aquele aparelho já superado onde os enfiar. Logo os CDs serão esquecidos, os DVDs serão antiquados, e teremos de modificar, a cada nova invenção, a nossa biblioteca eletrônica. Sem falar na saúde dos olhos, atacados pelo tipo luminosidade, modo de leitura, do texto na página de um e-book.

5      Outro assunto que me fascinou liga-se à bela palavra “palimpsesto”. Para quem não sabe, é a escrita sobre outra escrita. Encontram-se, em bibliotecas monumentais como a do Congresso americano, raridades em forma de tabuinhas, argila, pergaminho, couro, e mesmo papel, em que trechos ou palavras foram raspados e outros escritos em seu lugar, ou simplesmente por cima. Revelados, abrem-nos facetas incríveis da antiga cultura, pessoas, modos de vida. São camadas de civilização, que fascinam exércitos de cuidadores e estudiosos. No e-book teremos apenas o reles imediato. Prático, sim: não definitivo nem profundo.

6    Naturalmente dirão que sou viciada no livro de papel: direi que, sim, o cheiro de livro, de biblioteca ou de livraria é mágico para quem como eu foi criada nesse meio, ligada a esse instrumento de prazer, informação e crescimento pessoal, de integração no mundo, sem fronteiras de espaço e tempo. Isso pode entediar a novíssima geração, para quem a tela do computador é mais fascinante do que a lombada de um livro: e por que não? Tudo é legitimo e vale a pena, desde que não corrompa nem emburreça nem empobreça demais.

7      Eu direi que as duas coisas podem e vão conviver, como rádio e família, televisão e teatro, internet e outros meios de comunicação. Tudo está aí para nos servir, se não formos incompetentes demais. O resto, as discussões sobre o fim do livro e a morte das editoras, quem sabe dos escritores, me parece tolo, material de intermináveis diálogos e discussões vazias, artigos sem fundamento, entrevistas sem grande interesse.

8       E se o livro eletrônico vencer, se conseguirmos afinal um meio permanente, que permita ler anos a fio em todos os lugares do mundo, preservar com segurança, e transmitir velhíssimos recados ocultos, vamos continuar lendo, escrevendo, editando. A forma importa pouco: importa o prazer, a comunicação, o estudo, a pesquisa, a aventura através do tempo, do espaço, das culturas e das mentes, que a palavra desperta em quem sabe perceber ali uma janela, que abre de par em par, passando para o outro lado, e se entregando. Então já não rasteja, mas voa. Já não se encolhe, mas se desdobra, e intensamente vive.

LUFT, Lya. Livro eletrônico. Veja São Paulo, ed. 2182, p.26,15 set. 2010.

O artigo Livro eletrônico, de autoria de Lya Luft, questiona se os livros digitais poderão substituir os impressos. Foi publicado na revista semanal Veja, e volta-se aos leitores desse periódico.

O artigo de opinião em estudo estrutura-se em situação-problema, discussão e solução-avaliação.

Na situação-problema ( parágrafo 1 ), a escritora interroga se estamos ou não diante do fim do livro impresso, do fechamento das editoras e da morte dos autores com o surgimento das novas tecnologias. Ela afirma que o tema causa dúvida entre leitores e jornalistas, e cita os posicionamentos equivocados de algumas pessoas sobre o assunto.

Na discussão ( parágrafos 2-6 ), Luft constrói sua opinião acerca da questão proposta. Argumenta que nada mudou com advento das novas tecnologias: as pessoas não deixaram de conversar, de ir ao teatro e ao cinema; ao contrário, os novos inventos trouxeram benefícios.

Na sequência, a autora diz que o livro eletrônico tem suas vantagens, como todo produto moderno, e ressalta algumas de suas desvantagens: a dependência de mais decodificadores, a necessidade de substituir constantemente os aparelhos e o prejuízo à saúde dos olhos. Compara também a durabilidade e permanência dos textos escritos em papel e outros materiais com o imediatismo do e-book.

Ainda na discussão, Luft enfatiza o prazer e a magia do livro impresso, mas destaca que ele pode aborrecer a nova geração, já fascinada pela tela do computador. Diz que tanto o livro impresso quanto o e-book são válidos desde que não prejudiquem o ser humano.

Na solução-avaliação ( parágrafo 7-8 ), a escrita responde à questão proposta na situação-problema (parágrafo 1 ): afirma que os livros impressos não vão deixar de existir e conviverão com os livros eletrônicos, e as discussões em torno do fim das editoras e dos autores não têm fundamento. Segundo a autora, pouco importa a forma como o livro se apresenta, mas o que tem importância é o seu conteúdo e os benefícios da leitura.

No artigo de opinião em estudo, Lya Luft utiliza uma linguagem acessível ao leitor. Emprega a primeira pessoa do discurso para abordar o assunto ( Li um diálogo interessante [...] – parágrafo 3 ), o que dá maior credibilidade ao texto.

Quanto aos tempos verbais, predomina no texto o presente e o pretérito perfeito do indicativo. A autora usa o presente ao discutir a questão ( Este é um dos temas [...] – parágrafo 1 ), visto ser um assunto atual no momento da publicação do artigo, e vale-se o pretérito perfeito quando se remete ao passado ou estabelece relação entre presente/passado ( Nada mudou radicalmente [...] – parágrafo 2).

Com intuito de manter a coerência temática e a coesão, a escrita utiliza recursos linguísticos, como operadores argumentativos ( quando, enfim, tanto, quanto, portanto, ainda, e , como, se , então , mas ...) e dêiticos ( este, isso...).

Assim, Livro eletrônico é um artigo de opinião na medida em que discute um assunto de interesse dos leitores em geral e responde a uma questão controversa: a possível substituição dos livros impressos pelos eletrônicos. Portanto, sua tipologia textual de base é a dissertativa.

Estudo linguístico

1. Dialogando sobre o gênero textual.

Você já leu textos em que o autor emite uma opinião a respeito de um assunto? Cite alguns desses gêneros discursivos.

2. Dialogando sobre o autor do texto.

a) Quem é o autor do texto? Você já ouviu falar dele?

b) Você já leu outros textos desse autor? De que assunto eles tratavam?

3. Com relação ao gênero e a sua estruturação, responda:

a) Qual é o gênero textual?

b) Qual é o tipo discursivo?

c) Qual é o domínio discursivo desse gênero?

d) Qual é a sua finalidade/função sócio-comunicativa/para que serve/objetivo?

e) Quais são as principais características?

f) Qual é o público-alvo desse texto?

g) Qual é o tema e o assunto do texto?

4. Dialogando sobre o conteúdo do texto.

a) Em que veículo de comunicação o artigo de opinião que você lerá a seguir foi publicado?

b) Quando foi publicado?

c) Quem são os prováveis leitores do texto?

d) Você acredita em vida após a morte? Por quê?

e) Se sua resposta à questão anterior foi afirmativa, como você imagina que é essa outra vida?

f) Com base no título A vida após a morte, qual será a opinião do autor acerca do assunto?

Leitura:

A VIDA APÓS A MORTE

1      Muitos cientistas, talvez a maioria, não acreditem em Deus, muito menos na vida após a morte. Os argumentos não são fáceis de contestar. Um professor de matemática me perguntou o que existia de mágico no número 2. “Por que você não acredita que teremos três ou quatro vidas, cada uma num estágio superior?” O que faria sentido, disse ele, seriam os números zero, 1 e infinito. Zero vida seria a morte; uma vida, aquela que temos; e infinitas vidas, justamente a visão hinduísta e espírita.

2      Outro dia, um amigo biólogo me perguntou se eu gostaria de conviver bilhões de anos ao lado dos ectoplasmas de macaco, camundongo, besouro e formiga, trilhões de trilhões de vidas após a morte. “Você vai passar a eternidade perguntando: É você, mamãe?”,até finalmente encontrá-la.” Não somos biologicamente tão superiores aos animais como imaginávamos 2.000 anos atrás. “ É uma arrogância humana”, continuou meu amigo biólogo, “ achar que só nós merecemos uma segunda vida.”

3       O cientista Carl Sagan adverte, como muitos outros, que vida só se tem uma e que devemos aproveitar ao máximo a que temos. “ Carpe diem ”, ensinava o ator Robin Williams, “curtam o sexo e o rock and roll”. Sociólogos e cientistas políticos vão argumentar que o céu é um engenhoso truque das classes religiosas para manter as massas “bem – comportadas e responsáveis”.

4      Onde eu quero chegar é que, dependendo de sua resposta a essa questão, seu comportamento em terra será criticamente diferente. Resolver essa dúvida religiosa logo no início da vida adulta é mais importante do que se imagina. Obviamente, essa questão tem inúmeros ângulos e dimensões mais completas do que este curto ponto de vista, mas existe uma dimensão que poucos discutem o que me preocupa. Eu, pessoalmente, acredito na vida após a morte. Acredito que existem até provas científicas compatíveis com as escrituras  religiosas. A genética mostra que você continuará vivo, depois de sua morte, no DNA de seus filhos. Seu DNA poderá ser eterno, ele continuará “vivo” em nossa progênie, nos netos e bisnetos. “Nossa”  vida continua; geração após geração, teremos infinitas vidas, como pregam os espíritas e os hindus.

5       Mais interessante ainda, seus genes serão lentamente misturados, através do casamento de filhos e netos, com praticamente os de todos os outros seres humanos da Terra. Seremos lentamente todos irmãos ou parentes, uma grande irmandade, como rezam muitos textos místicos e religiosos. Por isso, precisamos ser mais solidários, fraternos uns com os outros, e perdoar, como pregam todas as religiões. A pessoa que hoje você está ajudando ou perseguindo poderá vir a ser seu bisavô daquela moça que vai um dia se casar com seu bisneto.

6     Seremos todos um, católicos, anglicanos, protestantes, negros, árabes e judeus, sem guerras religiosas nem conflitos raciais. É simplesmente uma questão de tempo. Por isso, temos de adotar um estilo de vida “bem-comportado e responsável”, seguindo preceitos éticos e morais úteis à novas gerações.

7       Não há dúvida de que precisamos curtir mais o dia a dia, mas nunca à custa de nossos filhos, deixando um planeta poluído, cheio de dívidas públicas e previdenciárias para eles pagarem. Estamos deixando um mundo pior para nós mesmos, são nossos genes que viverão nesse futuro. Inferno nessa concepção é deixar filhos drogados, sem valores morais, sem recursos, desempregados, sem uma profissão útil e social. Se não transmitirmos uma ética robusta a eles, nosso DNA terá curta duração.

8      “Estar no céu” significa saber que seus filhos e netos serão bem-sucedidos, que serão dignos de seu sobrenome, que carregarão seus genes com orgulho e veneração. Ninguém precisa ter medo da morte sabendo que seus genes serão imortais. Assim fica claro qual é um dos principais objetivos na vida: criar filhos sadios educá-los antes que alguém os “eduque” e apoiá-los naquilo que for necessário. Por isso, as mulheres são psicologicamente mais bem resolvidas quanto a seu papel no mundo do que os homens, com exceção das feministas.

9    Homens que têm mil outros objetivos nunca se realizam, procurando a imortalidade na academia ou matando-se uns aos outros. Se você pretende ser imortal, cuide bem daqueles que continuarão a carregar seu DNA, com carinho, amor e, principalmente, dedicação.

KANITZ, Stephen. A vida após a morte. Veja, São Paulo, ed. 2061, ano 41, n.20, p.18,21 maio 2008.

Atividades de Interpretação:

1. Do que trata o texto?

2. Qual foi o possível motivo que levou o autor a discutir esse assunto?

3. O autor do texto A vida após a morte narra, descreve ou emite uma opinião?

4. Qual é o ponto de vista do autor acerca da existência de vida após a morte?

5. Por que ninguém precisa ter medo da morte na opinião do autor? Você concorda com ele? Por quê?

6. Qual é a postura do autor em relação ao assunto (irônico, crítico, incisivo, indiferente)? Justifique sua resposta.

7. Atende para expressão Carpe diem (parágrafo 3). Pesquise o significado desse termo e relacione-o com sentido global do texto.

8. O artigo de opinião estrutura-se em: situação-problema, discussão e solução-avaliação. Na situação-problema, Stephen Kanitz apresenta a questão a ser abordada no texto. Qual é essa questão?

9. Para discutir a questão tratada no artigo, o autor vale-se de diferentes pontos de vista. Associe cada um dos profissionais à sua respectiva opinião.

(    1     ) Acredita(m) na existência de vida após a morte.

(    2     ) Não acredita(m) na existência de vida após morte.

(           ) Professor de matemática.

(           ) Biólogo.

(           ) Cientista Carl Sagan.

(           ) Ator Robin Williams.

(           ) Sociólogos e cientistas políticos.

10. Na discussão, o autor constrói sua opinião a respeito da questão examinada.

a) Qual é a posição por ele defendida acerca da vida após a morte?

b) Que argumento de provas concretas ele utiliza para comprovar seu ponto de vista?

11. Qual é a consequência advinda da adoção desse ponto de vista?

12. Que motivo leva o autor a afirmar: [...] precisamos ser mais solidários, fraternos uns com os outros, e perdoar [...] (parágrafo 5)?

13. Na solução-avaliação, Kanitz reafirma a posição assumida e faz uma avaliação do assunto discutido.

a) Qual é a relação do autor em relação às pessoas que não se preocupam com a vida após a morte?

b) Que conselho ele dá àqueles que pretendem ser imortais?

14. Na visão do autor, qual é um dos principais objetivos na vida?

15. Kanitz diz que as mulheres são mais bem resolvidas do que os homens quanto ao seu papel no mundo.

a) Qual foi o possível motivo que o levou a declarar isso?

b) Em sua opinião, por que ele exclui as feministas do grupo de mulheres bem resolvidas?

16. Como você interpreta a afirmação: Homens que têm mil outros objetivos nunca se realizam, procurando a imortalidade na academia ou matando-se uns aos outros (parágrafo 9)?

Práticas de análise linguística textual:

1. Aponte no artigo vocábulos que fazem parte do campo semântico morte.

2. Por que, no texto, aparecem palavras de sentidos opostos, como vida/morte, céu/Terra e céu/inferno?

3. Nos parágrafos 3 e 6, o autor utiliza os adjetivos bem-comportado (as) e responsável (is). Que sentido pode-se depreender do emprego desses vocábulos em cada uma das situações?

4. O autor vale-se reiteradamente das palavras ética (os) e morais no texto. Que relação esses vocábulos estabelecem com o assunto abordado?

5. O motivo que levou o autor a utilizar o recurso das aspas no primeiro parágrafo é mesmo que no oitavo parágrafo? Explique.

6. Que sentido o uso do verbo poder atribui a estas frases?

a) Seu DNA poderá ser eterno, ele continuará “vivo” em nossa progênie, nos netos e bisnetos ( parágrafo 4 ).

b) A pessoa que hoje você está ajudando ou perseguindo poderá vir a ser o bisavô daquela moça que vai um dia se casar com seu bisneto ( parágrafo 5 ).

7. Agora, compare o excerto anterior com esta parte do artigo de opinião.

Obviamente, essa questão tem inúmeros ângulos e dimensões mais completas do que este curto ponto de vista, mas existe uma dimensão que poucos discutem, o que me preocupa (parágrafo 4).

a)  O operador argumentativo mas estabelece a mesma relação de sentido em ambos os trechos? Explique

b) Substitua o operador mas por outra palavra de modo a manter o mesmo sentido.

8. Leia com atenção o trecho que segue e resolva as questões propostas.

Se você pretende ser imortal, cuide bem daqueles que continuarão a carregar seu DNA, com carinho, amor e, principalmente, dedicação (parágrafo 9).

a)  Qual é o sentido expresso pelo operador argumentativo SE?

b) Que palavra poderia substituir esse operador sem alterar o sentido original da frase?

09.  Com relação ao gênero e a sua estruturação, responda:

a) Qual é o gênero textual?

b) Qual é o tipo discursivo?

c) Qual é o domínio discursivo desse gênero?

d) Qual é a sua finalidade/função sócio-comunicativa/para que serve/objetivo?

e) Quais são as principais características?

f) Qual é o público-alvo desse texto?

g) Qual é o tema e o assunto do texto?

Referências:

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BRÄKLING, Kátia Lomba. Trabalhando com o artigo de opinião: re-visitando o eu no exercício da (re)significação da palavra do outro. In: ROJO, Roxane (Org.). A prática da linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo: EDUC; Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.p. 221-247.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio – Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMT, 1999.

GUEDES, Paulo Coimbra. Da redação escolar ao texto: um manual de relação. Porto Alegre: UFRGS, 2002.

RODRIGUES, Rosângela Hames. Os gêneros do discurso na perspectiva dialógica da linguagem: abordagem de Bakhtin. In: MEURER, J.L. BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée. Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2007.p.154-183.

KÖCHE, Vanilda Salton; PAVANI, Cinara Ferreira; BOFF, Odete Maria Benetti. Prática textual: atividades de leitura e escrita. 10. ed.Petrópolis,RJ:Vozes,2014.

KÖCHE, Vanilda Salton, MARINELLO, Adiane Fogali. Gêneros textuais: práticas de leitura escrita e análise linguística - Petrópolis, RJ:Vozes, 2015.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica,2009.


Publicado por: Ricardo Santos David

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