O processo de aprendizagem sob a perspectiva piagetiana
Conheça as principais concepções da teoria de Jean Piaget e suas devidas contribuições para a ciência.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
Este artigo tem como enfoque defender que não é necessário um modelo regido por ideais hierárquicos e inflexíveis para se alcançar resultados satisfatórios no processo de aprendizagem. Para isso, fundamenta-se nos pressupostos teóricos de Jean Piaget, ressaltando as principais concepções da sua teoria e as suas devidas contribuições para a ciência. A saber, a compreensão do desenvolvimento intelectual e moral do sujeito.
Palavras-chave: Aprendizagem, Educação, Jean Piaget, Teoria Construtivista.
INTRODUÇÃO
Desde décadas antecedentes, o processo de aprendizagem tem sido permeado por atravancamentos ríspidos, um deles se refere à maneira como são estabelecidas as suas relações, desencadeando assim problemas atrozes aos desenvolvimentos cognitivo, psicológico e social do sujeito. Com efeito, tornando-se objeto de estudo dos mais distintos saberes científicos, sendo construídos pressupostos sublimes ao seu respeito e, não menos, controvérsias. Justifica-se porque, à época, os intelectuais objetivavam compreender o sujeito sob duas principais perspectivas: (1) alguns, senão sob uma perspectiva natural; (2) outros, senão sob uma perspectiva sócio-histórica (Filho; Ponce; Almeida, 2009, p. 27).
Desse modo, o presente artigo fundamenta as suas argumentações na perspectiva de Jean Piaget, porque esse expressava que o processo de aprendizagem sucede de maneira construtivista: inicia-se desde a tenra idade e dá-se devido à interação com o meio. Em virtude, fornecendo subsídios necessários ao sujeito para a construção dos seus aspectos figurativos, mais especificamente, aspectos relacionados às sensações e às percepções, os quais são imprescindíveis até que se consiga alcançar o nível de autonomia no transcorrer da vida. Além disso, devido a esse peculiar teórico ter analisado a realidade e, igualmente, as suas influências no sujeito, chegando à conclusão de que ela é, sobretudo, a responsável pela sua estruturação mental (Valente, 2007, p. 2-3).
Quanto à metodologia de pesquisa, sustenta-se nos pressupostos de Jean Piaget, contidos em alguns dos seus livros, e em artigos científicos de escritores que realizaram a sua revisão bibliográfica, a fim de elucidarem questões que afligem a sociedade contemporânea. Portanto, todos os referenciais teóricos utilizados foram melindrosamente ressaltados no título destinado às referências.
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NOTAS PRELIMINARES ACERCA DE JEAN PIAGET
Jean Piaget nasceu no ano de 1896 em Neuchâtel na Suíça. Desde a sua adolescência, era considerado um observador peculiar das coisas naturais, tanto é que chegou a publicar o seu primeiro opúsculo a respeito de pássaros albinos aos 11 anos de idade. Em consequência, sendo-lhe possibilitado obsequiar para o diretor do museu da sua cidade, motivo que o fez despertar interesse pela malacologia – estudos dos moluscos. Posteriormente, identificando-se com os estudos epistemológicos, os quais influenciaram significativamente a construção da sua teoria (Caetano, 2010, p. 1).
Na sua fase adulta, aproximadamente aos 20 anos de idade, doutorou-se em malacologia. Durante o seu doutorado, foi-lhe despertado um interesse extraordinário pelos estudos da Psicologia, justificara-o proferindo que esta é uma ciência a qual investiga os comportamentos do ser humano e, sem dúvida, estuda como ele adquire e apropria-se do conhecimento. A partir disso, fez uso assíduo do método experimental no desenvolvimento das suas pesquisas (Caetano, 2010, p.1).
Na maturidade, devido à experiência, foi convocado para laborar como o pedagogo e psicólogo Alfred Binet (1857-1911), realizando e conferindo padronizações referentes aos testes de inteligência. Conseguintemente, efetivou pesquisas que tinham por enfoque avaliar respostas de teor verbal e de raciocínio obtidas pelas crianças, motivo que o instigou tanto a construir a sua teoria – Teoria da Epistemologia Genética – quanto a analisar o desenvolvimento infantil e a construção da inteligência (Caetano, 2010, p.1).
No ano de 1980, após 60 anos destinados às pesquisas, Jean Piaget faleceu. Sendo assim, os seus estudos foram copiados em outros países, deixando-os ainda mais vívidos.
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PRESSUPOSTOS DA TEORIA PIAGETIANA
Piaget fundamentou a sua teoria nos estudos da Biologia, da Filosofia, da Física, da Lógica, da Matemática, da Psicologia e, sobretudo, nos estudos da Teoria da Epistemologia Genética: nomenclatura comumente utilizada para denominar a Teoria do Conhecimento. Então, realizando pesquisas que tinham por enfoque compreender como o sujeito consegue progredir de um nível de conhecimento mais rudimentar a outro nível de conhecimento mais estruturado, chegando à conclusão de que o desenvolvimento da inteligência está intrinsecamente relacionado à adaptação do sujeito ao meio: é suscitado devido à interação do sujeito com os objetos da sua realidade. Portanto, sendo construídas estruturas de inteligências, as quais recebem a incumbência de possibilizar ao sujeito adaptar-se à sua realidade em um processo cada vez mais intenso (Caetano, 2010, p. 1-2).
Ainda nesta perspectiva, o processo de adaptação do sujeito à sua realidade, o qual é responsável pelo desenvolvimento da inteligência, é compreendido por dois conceitos: (1) Acomodação e (2) Assimilação. O primeiro refere-se ao momento em que ocorre a adaptação do sujeito aos objetos da sua realidade, exercendo assim modificações na sua estrutura. O segundo, ao contrário, refere-se ao momento em que o sujeito exerce a ação sobre os objetos da sua realidade. Embora sejam conceitos distintos, são indissociáveis (Coutinho, 2001, p. [...]).
Por conseguinte, é imprescindível ressaltar que o equilíbrio entre esses conceitos, durante o processo de adaptação, é responsável por fomentar a aprendizagem; o desequilíbrio, porém, por causar perturbações psíquicas, dificultando a aprendizagem. Desse modo, Silva (2010, p. 4-5) conclui proferindo que tanto o equilíbrio quanto o desequilíbrio do processo de aprendizagem estão interligados a quatro principais períodos. São eles:
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Período sensório-motor: ocorre da nascença aos dois anos de idade. Caracteriza-se pelos reflexos existentes no mundo externo. A título de explicação tem-se o fenômeno do amamentar. É importante deixar a salvo que nesse período a criança não se furta da sua realidade por completo, ao contrário, está em um momento onde seu processo de inteligência é eminentemente relacionado à prática, o que Piaget conceituou de indiferenciação. Portanto, é quando surge a acomodação, porque a particularidade da criança é de toda sensorial e motora, sendo forçoso estimulá-la com atrativos (Silva, 2010, p. 4-5);
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Período intuitivo ou simbólico: ocorre dos dois aos sete anos de idade. É quando a criança percebe a sua realidade externa e, a partir dos subsídios que por ela são fornecidos, constrói uma realidade simbólica. Entretanto, esta simbolização é circunscrita, porque a criança ainda está demasiado submetida à ação do outro. As crianças nesse período não conseguem fazer diferenciações matemáticas (Silva, 2010, p. 4-5);
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Período das operações concretas: ocorre dos sete aos onze anos de idade. É quando a criança dá início ao desenvolvimento das suas estruturas mentais, sendo-lhe possibilitada a elaboração de abstrações. Há duas peculiaridades principais nesse período: a primeira refere-se às operações matemáticas, pois não são construídas de maneira generalizada; a segunda refere-se à superação do egocentrismo, sendo possível colocar-se no lugar do outro (Silva, 2010, p. 4-5);
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Período das operações formais: ocorre a partir dos doze anos de idade, aproximadamente. É, porventura, o período de culminação da criança, porque é a inserção integral dela no mundo. Assim, o seu pensamento lógico é desenvolvido, passando a agir de maneira autônoma e a cogitar acerca de temas essenciais como, por exemplo, os relacionados à família (Silva, 2010, p. 4-5).
Além do mais, embora tenha conseguido solidificar pressupostos sublimes concernentes ao desenvolvimento intelectual, Piaget, ainda, objetivou apreender como é que se dá o desenvolvimento dos valores ético-morais na criança, partindo da perspectiva de que a educação é, particularmente, a responsável por ressignificar os paradigmas da sociedade (Caetano, 2010, p. 3). Mais especificamente, que a construção da moral é, sobretudo, um processo de aprendizagem de valores, os quais irão direcionar a conduta do sujeito. Sendo assim (PIAGET, 1994, p. 23), “Toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”.
Em consequência das suas pesquisas, chegou à conclusão de que há avanços significativos referentes ao desenvolvimento moral na criança. A partir disso (Piaget, 1994, p. 23-24), apresentando três períodos principais, são eles: (1) Anomia; (2) Heterônoma; e (3) Autonomia. Serão mais bem explicados nos parágrafos a seguir.
No tocante ao primeiro período. É, em parte, mais simples, porque se refere à idade que a criança não se encontra cônscia das regras existentes, cumprindo-as de maneira inconsciente, não as considerando como condutas obrigatórias.
No tocante ao segundo período, heterônoma ou realismo moral. Refere-se ao momento em que a criança começa a torna-se cônscia das regras existentes na realidade onde está inscrita, como também a cumpri-las. Entretanto, o cumprimento das regras por ela, nesse período, está intrinsecamente relacionado à autoridade e à admiração aos adultos. Em consequência, cumprindo as regras que lhes são apresentadas ou impostas para conservar a afetividade, ou por medo das punições. Jean Piaget (PIAGET, 1994, p.34) reforça esta linha de raciocínio proferindo que “A regra é considerada sagrada, intangível, de origem adulta e de essência eterna; toda a modificação é considerada pela criança como transgressão”. Quer isso dizer que a regra é compreendida pela criança como uma lei ríspida, severa, devendo ser obedecida com honra, até que as compreenda como norteadoras de conduta moral. Tornando-se indispensável salientar que nesse período a criança já se encontra consciente dos seus comportamentos, compreendendo, assim, se eles estão ou não equiparados ao que é exigido pelo social, mesmo estando sob a orientação de adultos.
A partir disso, a criança dá início à cogitação acerca dos objetivos e sentidos das regras, passando a valorizar significativamente o sentimento de justiça. Por conseguinte, internalizando-as e avaliando-as sob o seu crivo de moralidade, motivo que lhe faz ingressar no terceiro estágio de desenvolvimento moral.
No tocante ao terceiro estágio. Segundo Piaget (1994, p. 34), nesse período a criança despoja-se da concepção de que as regras são, sobretudo, mandamentos a serem seguidos de maneira inviolável, passando a compreendê-las como organizadoras das relações, as quais têm como valor principal o respeito, sendo, portanto, possível realizar algum determinado comportamento com o outro desde que haja consentimento recíproco. Compreendendo que as regras são essenciais para que se viva em sociedade.
Em relação ao desenvolvimento da moral, percebe-se que o seu nível mais preponderante está relacionado ao estágio de autonomia, sendo esse a superação do estágio de heterônoma. Porém, um não exclui o outro; ao contrário, complementam-se.
Em suma, observa-se que a teoria piagetiana faz emergir mudanças acadêmicas e sociais, não desqualificando o sujeito tampouco o estigmatizando. Além disso, conforme salienta Coelho (2010, p. 3-4), pode ser considerada educacional, porque os seus argumentos defendem que o sujeito desenvolve-se a partir das suas relações, e é ele um dos agentes principais para isso.
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COMPREENSÕES DO CONSTRUTIVISMO ACERCA DO CONTEXTO ESCOLAR
Na construção da sua teoria, Jean Piaget proferiu que o conhecimento nunca deve ser apresentado ao sujeito de maneira determinativa, fazendo emergir cogitações acerca do estado da pedagogia. Em consequência, percebe-se que, atualmente, as relações estabelecidas entre os professores e os estudantes têm recebido um novo caráter, sejam elas em escolas públicas ou privadas. Por exemplo, sendo mais propícias a diálogos, a mudanças, a dialéticas hodiernas e a recursos tecnológicos. No entanto, somente isso não faz com que a educação seja profícua. Portanto, serão elucidadas nos parágrafos a seguir algumas contribuições portentosas desse teórico no que tange à educação.
Conforme ressaltado nas partes incipientes deste artigo, o processo de aprendizagem está intimamente relacionado ao contexto social. Em consequência, não se pode furtar à magnitude que as influências dos educadores exercem aos estudantes. Justifica-se porque os educadores participam do processo de aprendizagem como mediadores das relações entres os estudantes e as instituições sociais, não as deixando estarem inflexíveis e autoritárias. Não obstante, é relevante salientar que os estudantes também são responsáveis pelos seus desenvolvimentos, sendo proativos, ou seja, manifestando as suas reflexões, as suas criatividades, participando assiduamente e tendo auto-organização das informações instruídas (Silva, 2010, p. 9).
Nesse caso, torna-se indispensável proferir que o conceito de desequilíbrio psíquico, proposto por Piaget, embora seja uma conjuntura de perturbações, não é de todo pernicioso. Ao contrário, pode ser essencial, porque suscita o desenvolvimento do processo de aprendizagem: as dificuldades e os erros são artefatos da concepção do sujeito, portanto, não devem ser ignorados. Nessa linha de raciocínio, percebe-se que o papel do educador é o de apresentar ao estudante situações problemáticas acerca dos diversos contextos nos quais ele esteja inscrito, assim, dando-lhe liberdade para descobrir novas possibilidades de ação, mesmo que as sejam meras quimeras (Silva, 2010, p. 10).
Segundo Piaget, nós, seres humanos, estamos à procura da organização e da generalização das nossas experiências e vivências, através de representações simbólicas. Compreendendo isso, portanto, os educadores podem possibilitar ao estudante novas discussões e vivências, despertando-lhe o raciocínio concreto (Silva, 2010, p. 10). Para isso, é indispensável que haja comunicação, porque os contextos nos quais o sujeito está inscrito devem ser compreendidos como grupos educativos, que façam emergir, sobretudo, discussões, reflexões e iniciativas de decisão. Ou seja, deve-se ter conhecimento de que a realidade é dinamizada e exige a participação do sujeito para o seu próprio desenvolvimento.
Ademais, o contexto escolar exerce influências extraordinárias às crianças e aos adolescentes, pois eles estão em processo de aprendizagem. Sendo assim, Piaget ressalta postulando que devido a essas faixas etárias estarem relacionadas ao começo da escolaridade, sinaliza alterações significativas no que se refere ao desenvolvimento psíquico e social, porque (PIAGET, 1999, p. 40):
Em cada um dos complexos da vida psíquica, quer se trate da inteligência ou da vida afetiva, das relações sociais ou da atividade propriamente individual, observa-se o aparecimento de formas de organização novas, que complementam as construções esboçadas no decorrer do período precedente, assegurando-lhes um equilíbrio mais estável e que também inaugure uma série de interrupta de novas construções (PIAGET, 1999, p. 40).
Isso é perceptível no contexto escolar, pelo fato de ser ensejado às crianças certo nível de liberdade para trabalharem em grupo ou individualmente e, sobretudo, por poderem realizar a conversação durante as atividades designadas. No entanto, compreender o discernimento das crianças, daquilo que é particular e grupal, através das atividades realizadas individualmente e em coletivo no contexto escolar, pode ser uma tarefa complexa, porque elas, com frequência, iniciam o ato de conversação, mas, não é exato saber se praticam o ato de auscultação. Em verdade, é possível saber se as crianças dedicam-se ao mesmo trabalho, mas não se a intenção delas é a de ajuda mútua (Piaget, 1999, p. 41).
Nessa perspectiva, Jean Piaget (1999) postula que, embora seja impreciso apreender o intuito das crianças ao estabelecerem as suas relações, é nessa fase da vida que ocorre o progresso dos relacionamentos interindividuais. Em consequências, as crianças tornam-se ativas para (PIAGET, 1999, p. 41):
[...] cooperar, porque não confundem mais seu próprio ponto de vista com o dos outros, dissociando-os mesmo para coordená-los. Isso é visível na linguagem entre crianças. As discussões tornam-se possíveis, porque comportam compreensões a respeito do ponto de vista do adversário e procura de justificação ou provas para a afirmação própria (PIAGET, 1999, p. 41).
Com efeito, os seus comportamentos coletivos vão sendo construídos, notando-se com clarividência mudanças relacionadas a atitudes sociais. Quanto a isso, o contexto escolar disponibiliza-se de instrumentos como, por exemplo, jogos, que são essenciais para o desenvolvimento da moral, porque impõem às crianças regras de distintas ordens, destinadas a organizar as suas relações e o sentimento de perda e ganha. Em outras palavras, ao invés das escolas apresentarem às crianças condutas impetuosas, munidas de crenças imediatas e de egocentrismo, devem apresentar-lhes condutas que fazem emergir o discernimento antes de agir, dando início à aquisição do juízo moral (Piaget, 1999, p. 41-42).
No tocante aos adolescentes, percebe-se que os maiores, durante a inscrição no contexto escolar, são abarcados pelo sentimento de colaboração afetiva. Tornam-se tão solidários que, às vezes, fica complexo discernir se são deveras capazes de refletir com sensatez, de coordenarem os seus comportamentos com os dos outros, em consequência, se o processo de socialização é quem faz os seus pensamentos serem reforçados e interiorizados (Piaget, 1999, p. 41).
Além disso, essa é uma fase decisiva, também, porque é quando a estruturação dos valores morais se dá realmente, tendo como consequência a sua organização e a sua hierarquização. É relevante salientar que nessa fase da vida o sujeito, devido ao início da construção da sua personalidade, consegue estabelecer relações que apresentam sentimento de igualdade, principalmente com os mais velhos (Piaget, 1999, p. 61-62).
Quanto à vida social do adolescente, o contexto escolar exerce um papel significativo, porque o sujeito apresenta-se, às vezes, antissocial, tendo ínfimos interesses. Sendo assim, o contato com outros adolescentes no contexto escolar serve como base, mesmo que sejam relações impetuosas (Piaget, 1999, p. 63-64).
Em síntese, o processo de aprendizagem não deve – ou pelo menos não deveria – ser estático, mas, sim, dinâmico e aberto a mudanças, propiciando a interação do sujeito com a sua realidade. Não obstante, para isso se tornar realizável, é indispensável, principalmente, a colaboração dos educadores, com ações que despertem o interesse dos estudantes pelo aprendizado (Silva, 2010, p. 10).
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CONCLUSÃO
Na contemporaneidade, de caráter capitalista, os referenciais de vida estão cada vez mais escassos e instáveis. Isso, por sua vez, afeta com veemência o desenvolvimento psíquico e social do sujeito. Sabendo disso, devemos policiar-nos, porque a formação das crianças e dos adolescentes é incumbência nossa, eles são o futuro da sociedade. Caso contrário, estaremos formando pessoas pragmáticas, com conhecimentos defasados, compreensões turvas e sem autonomia. Ou seja, estaremos ceifando vidas. Sendo assim, conclui-se que a partir dos pressupostos sublimes que o teórico Jean Piaget nos disponibilizou, podemos abarcar tanto a educação formal quanto a informal, suscitando sem dúvida mudanças sociais.
Neste último parágrafo deixa-se ressaltado o sentimento de honra ao Doutor Jean Piaget. Justifica-se porque fora um homem que dedicou grande parte da sua vida aos estudos a fim de proporcionar ao contexto acadêmico compreensões sublimes relacionadas ao ser humano, que inclusive não passam nem perto de serem mecanicistas como tantas outras. Portanto, finda-se este artigo com uma sutil citação, que se compreende fazer alusão à sua pessoa: (CORALINA, 1889-1985, p. [...]) “Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas.”.
REFERÊNCIAS
CAETANO, L., M. A Epistemologia Genética de Jean Piaget. Campinas: 2010. 4 p.
COUTINHO, M., T., C; MOREIRA, M. Psicologia da Educação: Um Estudo dos Processos Psicológicos. Belo Horizonte: 2001. 176 p.
FILHO, I., A., T., V; PONCE, R., F; ALMEIDA, S., H., V. As Compreensões do Humano para Skinner, Piaget, Vygotsky e Wallon: Pequena Introdução às Teorias e Suas Implicações na Escola. São Paulo: 2009. 28 p.
PIAGET, J. O Juízo Moral na Criança. 1. Ed. São Paulo: Summus, 1994. 302 p.
________. Seis Estudos de Psicologia. 24. Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999, 136 p.
SILVA, D., F. As Contribuições das Teorias de Piaget e Vygotsky para a Área da Educação. Curitiba: 2010. 13 p.
VALENTE, T., S. Entendeu, ou quer que eu desenhe?. Curitiba: 2007. 13 p.
*Por Jonathas Rafael - Graduando em Psicologia pela Instituição FACED – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Divinópolis-MG (Brasil).
Cícero Cordeiro - Técnico em Enfermagem; Sociólogo; pós-graduado em Geografia; e graduando em Psicologia pela Instituição FACED – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Divinópolis-MG (Brasil).
Publicado por: Jonathas Rafael
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