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Identidade: Territórios existenciais

Definição do conceito de identidade, o que é subjetividade, subjetividade humana, a formação de identidade,

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

O conceito de identidade pode ser definido como um conjunto de aspectos individuais que caracteriza uma pessoa. No entanto, entendemos identidade como plural, constituída a partir das relações sociais, o que tem caráter de metamorfose, por compreender o processo de permanente mudança que os encontros nos possibilitam.

A psicologia como estudo científico da subjetividade humana nos propõe investigar modos de subjetivação no que consiste à produção de sujeitos diferenciados (FREIRE, 2003). A identidade é um continuo processo de construção da subjetividade.

A subjetividade é um sistema complexo de significações e sentidos subjetivos produzidos na vida cultural humana, e ela se define ontologicamente como diferente dos elementos sociais, biológicos, ecológicos e de qualquer outro tipo, relacionados entre si no complexo processo de seu desenvolvimento. Temos definido dois momentos essenciais na constituição da subjetividade – individual e social -, os quais se pressupõem de forma recíproca ao longo do desenvolvimento. A subjetividade individual é determinada socialmente, mas não por um determinismo linear externo, do social ao subjetivo, e sim em um processo de constituição que integra de forma simultânea as subjetividades social e individual. O individuo é um elemento constituinte da subjetividade social e, simultaneamente, se constitui nela (GONZÁLEZ REY, 2002, p. 36-37).

É importante frisar que, não obstante a distinção, os aspectos individuais e sociais da subjetividade estão necessariamente no mesmo plano, isto é, não se separam a não ser para fins didáticos, o que não deixa de ser um grave equívoco, na medida em que produz uma determinada maneira de conceber a subjetividade a partir de uma dicotomia inexistente.

Segundo Ciampa, a identidade se produz em constante transformação, o que sugere pensar nas mudanças que a vida nos reserva. Porém, a identidade é comumente apresentada como algo estático, o que camufla seu caráter sempre flexível, mutável, provisório, o que corresponde às mudanças contínuas ocorridas tanto no plano das relações sociais, do desenvolvimento tecnológico e das articulações da história de vida pessoal com o funcionamento da sociedade, seus equipamentos culturais (estudo, trabalho, crenças, ideologias etc.).

As considerações podem ser compreendidas como uma interação de caracteres, desde a função a ser desempenhada por alguém (identidade de papéis) à forma como este se apresenta frente às circunstâncias da vida, em que se estabelecem as relações cotidianas. Sabe-se que o psicólogo como profissional da área de saúde exerce papel importante de ajudar a quem sofre, o que vincula o compromisso à pessoa e de modo indireto à sociedade, por entender que esta faz parte do social.

A formação de identidade está associada a consubstancia do individual com o plural, o que sugere pensar no coletivo que habita cada pessoa (identidade social). Somos aquilo que se define no agora, o que trazemos de nossas experiências anteriores e o que está por vir, ou seja, o que também projetamos. Constituímo-nos em territórios existenciais, os quais são cartografias sentimentais que se traduzem na travessia, do superar-se a cada dia. Como nos ensina Ciampa, identidade é um metamorfosear-se a cada encontro, o que perpassa pela transformação pessoal do humano.

Todo nascimento pede nova identidade
Ocupação do espaço existencial
Toda identidade deseja transformar
Territórios linhas a nos permitir
Fios conduzem eletricidade
Movimentam os homens
E suas cidades
Cérebros são cidades
Corrente de intensidades
Pensamentos condensados sensação
Funcionam como elos
Formando mapas a nos constituir
Mente saber anelo, porque vivo?
Lugares nem sempre vistos, são descobertos
Habitam em nós, embrutecidos
Somos afetos sentimentos a nos conduzir

Ualy Castro Matos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CIAMPA, Antonio da Costa. A estória do Severino e a História da Severina. Psicologia Social. São Paulo: Brasiliense, 2001.

FREIRE, José Célio. A Psicologia a Serviço do Outro: Ética e Cidadania na Prática Psicológica. Psicologia: ciência e profissão. Conselho Federal de Psicologia – v.23, n.4. Brasília: CFP, 2003.

GONZÁLEZ REY, F. L. Pesquisa qualitativa em psicologia: caminhos e desafios. Trad. Marcel Aristides Ferrada Silva. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.


Publicado por: UALY CASTRO MATOS

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.