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In coerência Textual

Que tal conhecer um pouco mais sobre a coesão e coerência nas produções textuais? Confira!

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RESUMO

Quando se fala em produção textual se busca elencar valores linguísticos que façam com que haja um sentido no texto, quando isso acontece podemos dizer que o texto está coerente, isso se dá pelo resultado de um processo de construção do sentido do texto, que permite que uma sequência linguística se constitua em um determinado texto. Porém quando se inverte esse conceito, quando não há uma ligação no conjunto de ideias que o autor pretende passar, podemos dizer que temos um texto incoerente, pois os conjuntos de palavras não se ligam no sentido do texto. A Incoerência textual ocorre justamente no momento em que se tem um texto com um conjunto de palavras que não tem um sentido, dificultando a sua compreensão. Cada palavra escrita tem que seguir o sentido do texto. É necessário que haja essa compreensão da importância de se construir um texto coerente, principalmente, quando se prepara discentes para um mundo competitivo, seja na entrada em um curso superior, ou em uma investidura em um concurso público, as avaliações a nível nacional hoje, exigem um patamar de conhecimento relacionado à produção textual que no mínimo atinjam os conceitos básicos de coesão e coerência. A necessidade de se trabalhar de forma mais imbatível essa questão, faz com que busquemos aprofundar teoricamente esse tema, e essa é a proposta lançada em nosso estudo. É necessário que haja uma constante atualização para se poder ter um domínio maior do processo de produção textual.

Palavras-chave: 1. Produção Textual; 2. Coerência Textual; 3. Incoerência Textual; 4. Coesão Textual; 5. Construção Textual.

ABSTRACT

When it comes to textual production is seeking to list linguistic values ??that make sense there is in the text, when that happens we can say that the text is coherent, this gives the result of a process of constructing meaning of the text, which allows following a language is constituted at a certain text. But when this concept is reversed when there is a connection in the set of ideas that the author wants to spend, we can say we have an incoherent text, since the sets of words do not connect the meaning of the text. The textual Inconsistency occurs just when you have a text with a set of words that do not have a sense, difficult to understand. Each word has to follow the meaning of the text. It requires the understanding of the importance of constructing a coherent text, particularly when preparing students for a competitive world, is the entrance into a university, or an investiture in a public tender, the assessments at the national level today, require a level of knowledge related to the production of texts that reach at least the basic concepts of cohesion and coherence. The need to work more unbeatable this issue causes us to seek further theoretically this theme, and this is the proposal presented in our study. It requires constant updating in order to have a larger domain of the process of writing.

Keywords: 1. Textual Production; 2. Textual Consistency; 3. Textual Incoherence; 4. Textual Cohesion; 5. Textual Construction.

1. INTRODUÇÃO

A produção textual é o objeto imprescindível ao ser humano, pois é a partir dela que podemos nos inserir na sociedade, caracterizando-se como cidadão envolvido. O hábito de escrever deve ser estimulado desde sua infância, para que quando adulto torne-se culto, dinâmico e perspicaz. Com essa pesquisa, objetivamos proporcionar a estes alunos momentos de produção significativa, incentivando essa formação do individuo crítico e reflexivo. Dessa forma é importante que a produção textual se constitua como uma prática onde pela qual o aluno possa não somente produzir para compreender, mas também para transmitir e adquirir, ampliar novos conhecimentos em relação inerentes ao bem convívio social.

Um texto bem produzido é um caminho para novos conhecimentos e habilidades relacionadas à linguagem culta. Quando falamos em texto coerente, expressamos a ideia de se argumentar e poder chegar a um entendimento do que realmente se quer passar ao interlocutor. Ao falar em coerência textual, podemos observar que as ideias de quem redige um texto se completam. Para ser coerente, o texto deve se harmonizar de forma lógica. Estudar as tipologias textuais é fundamental para se compreender a forma como o mesmo se apresenta.

Um texto bem estruturado e bem construído apresentará textualidade, que se forma através de um conjunto de características que o transforma em um texto e não em uma sequencia de palavras. Construir um bom texto se torna um desafio para discentes do ensino médio, que não levam uma boa base para educação superior, daí se deparam com dificuldades em relação aos elementos fundamentais da escrita.

É necessário que haja um estudo mais especifico com relação à produção textual, coerência e coesão fazem parte dessa estrutura, por isso é de fundamental importância que se trabalhe todos os elementos necessários para produção textual dentro do ensino fundamental.

Quando partimos para sala de aula e analisamos um texto vemos erros ortográficos, a má colocação das regras de pontuação bem como a concordância e uso inadequado de elemos coesivos, além de linguagens da internet.

É necessário que haja uma avaliação diagnóstica que busque solucionar essa questão, trabalhando de forma a corrigir a maioria dos problemas na escrita, essa é a proposta do estudo dirigido sobre a In (coerência) nas Produções Textuais dos discentes do 7º Ano tomando por base a Escola da Fraternidade Palmarense, uma instituição estadual, localizada na cidade de Palmares-PE. Onde através de uma pesquisa qualitativa identificamos as necessidades que os discentes encontram na produção textual e as possíveis soluções para melhor preparar o discente para os desafios que virão nos ensino superior.

Os capítulos dessa pesquisa vão expor conceitos de produção textual enquanto processo, que determina e expressa os anseios da sociedade e que pode se apresentar na condição de um instrumento de controle, a partir de pressupostos do que é a produção textual.

Portanto, a produção textual é uma atividade que está presente na escola, e em todas as práticas que envolvem as atividades de formação do escritor para habilidades que envolvam e ampliem os limites do conhecimento.

2. CAPITULO I – PRODUÇÃO TEXTUAL

2.1 Leitura, Textos e Sentido.

A comunicação escrita é a mesma utilizada pelas pessoas para se relacionarem no meio em que vivem e com o mundo, não apenas no meio educacional, mas em todos os setores de atividades humanas.

A leitura é um dos meios pelo qual se obtém conhecimentos de diversas áreas, favorecendo a argumentação e o vocábulo para produções textuais escritas ou orais, sendo, portanto uma pratica social que contribui para o crescimento econômico, tecnológico e cultural de um país. Entretanto, a aprendizagem da leitura caracteriza o bom desempenho na escrita, visto que, a compreensão e o aprendizado em ambas são fundamentais, a mesma coisa, onde frases ou palavras sem significação não possuem relevância.

O processo de uma leitura deve garantir que o leitor compreenda o texto para que possa extrair as ideias sugeridas pelo autor e reconhecer sua mensagem. Portanto “ler é antes de tudo, compreender plenamente um texto” (SILVA, 1983:67).

A leitura é aprimorada no decorrer de nossas experiências, acrescentando, o desenvolvimento de uma visão critica capaz de questionar e expor opiniões seguras e acima de tudo, permite interpretar o mundo.

2.2 O Texto

Etimologicamente, o conceito de texto, do latim “textum”, significa tecido, entrelaçamento de fios. Assim como em latim, em português possui o mesmo significado. Portanto, produzir um texto é entrelaçar suas varias partes a fim de obter um todo encadeado logicamente, o que resulta numa rede de relações que garantem sua unidade e coesão.

Segundo Koch e Travaglia (1999:8 e 9) “O texto será o resultado, o produto concreto da atividade comunicativa que se faz seguindo regras e princípios discursivos sócio - historicamente estabelecidos que têm de ser consideradas”.

Visto isso, a produção de um texto deve seguir obedecer a regras para que seja compreendido como unidade. Para que haja a significação, três elementos são indispensáveis: a estrutura, o conteúdo e a expressão. A estrutura de um texto deve abranger um núcleo temático, pensamentos coesos e coerentes apresentando um Inter – relacionamento de todas as partes, resultando num todo articulado, e o tipo de composição, com a finalidade de descrever, narrar ou dissertar.

O conteúdo requer coerência e clareza a fim de selecionar as ideias ligando-se ao tema proposto, evitando qualquer construção mal estruturada que dificulte o entendimento do texto.

E a expressão, que está diretamente ligada ao domínio da estrutura da língua e do léxico. Estes, resultantes de revistas acuradas de texto.

Koch (1989:14) afirma que: O texto é a unidade de manifestação da linguagem, é muito mais que a simples soma das frases / palavras que compõem, entre frase e texto, não são meramente de ordens quantitativas e sim qualitativas.

Dessa forma, há o esclarecimento que um texto não é apenas um conjunto de palavras, ele é constituído pelos encadeamentos estabelecidos entre essas palavras, tornando-os uma unidade com sentido.

2.3 O texto e o contexto

A língua expressa em partes o que deseja transmitir, portanto, para interpretar um texto, possuir apenas o domínio da gramatica não é suficiente. É necessário entender o contexto histórico e as intenções do autor ao produzi-lo.

O contexto não é uma situação, mas uma formação ideológica pelo qual o enunciado se apresenta e a partir o qual flui o sentido do texto. O texto interage com o contexto e só pode ser compreendido dentro dele e em relação dele. O contexto é essencial para uma leitura mais eficaz, aproximando o leitor do sentido que o autor quis exprimir ao texto. Texto e contexto estão Inter – relacionadas, visto que é através dele que o texto adquire sentido.

2.4 O texto e o conhecimento do Mundo

Não paramos para perceber o quanto é essencial ao pensamento e ações que haja um entendimento do que nos cerca na dia a dia. Esse conhecimento permite ler um texto e relacionar seus elementos por meio de inferências, para assim, dar continuidade de sentido aos pigmentos textuais. Nossas experiências são acrescentadas à maneira que vivemos e buscamos por informações sobre os mais variados assuntos. Para um bom entendimento dos acontecimentos do mundo é necessário a pratica da leitura, e quando maior for a variedade, quantidade e, sobretudo, qualidade, melhor serão a desenvoltura e amplitude de nossas observações e opiniões.

Koch e Travaglia (1990:61) defendem que: O conhecimento de mundo desempenha um papel decisivo no estabelecimento da coerência, ou seja, se o texto aborda assunto que não conhecemos dificilmente entenderemos seu sentido. É o nosso conhecimento de mundo que nos faz considerar um texto coerente e lógico. É preciso que haja, ao menos parcial, correspondência entre os conhecimentos no texto e nosso conhecimento, a fim de atribuir ao texto palavras e expressões com sentido.

2.5 O texto e o Vocabulário

A falta da habito de leitura, escrita e pesquisa são algo assustador, tanto para pessoas na fase escolar quanto profissional, prejudicando o crescimento da sociedade em diversas áreas. A pratica dessas habilidades tem o poder de transformação que valoriza o saber de qualquer pessoa, trazendo conhecimentos prévios de sua realidade.

Entretanto, a escrita de um bom texto não esta relacionado ao uso de vocábulos complicados e pouco usuais. O mais importante é chamar a atenção do leitor através de ideias bem esclarecidas com a utilização de palavras necessárias para uma boa produção textual.

Alguns alunos possuem dificuldades para se expressarem devido à carência de recursos, interessem por arte dos educadores, falta de estimulo e perspicácia do sistema educacional, os maiores desafios são em torno da execução de textos escritos, onde as normas e regras gramaticas e ortográficas, pontuação e tempos verbais cobram maior atenção. Sobre isso, Miranda (2008:19) afirma que: Ler é muito importante porque quando a gente lê, sabe o que quer dizer. Portanto, a leitura desenvolve a capacidade de falar e se expressar, Através de um vocábulo diversificado a comunicação desenvolve-se melhor, as palavras encaixam-se e verbos são empregados com maior eficiência, e poder-se afirmar que o dialogo torna-se bem apresentado, tendo uma boa interpretação e com uma compreensão logica ao que esta sendo transmitido.

3. CAPITULO II – A CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Segundo Stammerjohann, 1975:

A noção de texto é central na linguística textual e na teoria do texto, abrangendo realizações tanto orais quanto escritas, que tenham a extensão mínima de dois signos linguísticos, sendo que a situação pode assumir o lugar de um dos signos como em "Socorro!".

Quando falamos em construir um texto, alguns fatores devem ser levados em consideração como, a junção de fatores variados que dizem respeito tanto aos aspectos formais como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e os elementos que o circundam como falante, ouvinte, situação.

Com tudo isso, podemos dizer que o texto, quando está bem construído e por consequência atinge uma boa interpretação, apresenta textualidade, palavra descrita por Beaugrande e Dressier, explicando um conjunto de características que formam um texto, e não uma sequência de frases.

Segundo o autor Charolles (1978) existem quatro regras fundamentais que um texto coerente deve apresentar:

  • Repetição: Diz respeito à necessária retomada de elementos no decorrer do discurso. Um texto coerente tem unidade, já que nele há a permanência de elementos constantes no seu desenvolvimento. Um texto que trate a cada passo de assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem continuidade. Um texto coerente apresenta continuidade semântica na retomada de conceitos, ideias. Isto fica evidente na utilização de recursos linguísticos específicos como pronomes, repetição de palavras, sinônimos, hipônimos, hiperônimos etc. Os processos coesivos de continuidade só se podem dar com elementos expressos na superfície textual; um elemento coesivo sem referente expresso, ou com mais de um referente possível, torna o texto mal formado.
  • Progressão: O texto deve retomar seus elementos conceituais e formais, mas não deve limitar-se a isso. Deve, sim, apresentar novas informações a propósito dos elementos mencionados. Os acréscimos semânticos fazem o sentido do texto progredir. No plano da coerência, percebe-se a progressão pela soma das ideias novas às que são já tratadas. Há muitos recursos capazes de conferir sequenciação a um Texto.
  • Não-contradição: um texto precisa respeitar princípios lógicos elementares. Não pode afirmar A e o contrário de A. Suas ocorrências não podem se contradizer, devem ser compatíveis entre si e com o mundo a que se referem, já que o mundo textual tem que ser compatível com o mundo que representa. Esta não-contradição expressa-se nos elementos linguísticos, no uso do vocabulário, por exemplo. Em redações escolares, costuma-se encontrar significantes que não condizem com os significados pretendidos. Isso resulta do desconhecimento, por parte do emissor, do vocabulário a que recorreu.
  • Relação: um texto articulado coerentemente possui relações estabelecidas, firmemente, entre suas informações, e essas têm haver umas com as outras. A relação em um texto refere-se à forma como seus conceitos se encadeiam, como se organizam, que papeis exercem uns em relação aos outros. As relações entre os fatos têm que estar presentes e ser pertinentes.

3.1 Produzir bons textos

Um bom escritor não se faz aleatoriamente de um dia para noite, antes é preciso afinco na leitura e bom conhecimento substancial. É dever de quem escreve colocar no papel sua síntese sobre determinado assunto e deixar bem claro sua concepção sobre o contexto abordado e discutido em sala de aula.

A construção de uma dissertação ou qualquer outro texto deve acontecer com nitidez. O autor tem que ser preciso, coeso mostrar domínio do assunto, sem deixar nas entrelinhas possíveis dúvidas para o leitor.

A comunicação acontece quando há uma socialização em um ou mais indivíduos. Pois bem, na escrita há uma informação expressada através do sistema de signos, que por sua vez, permitem a comunicação entre escritor e leitor. Os PCN’s apresentam características de suma importância ao falar da seriedade da produção textual, quando afirma que:

“Produzir linguagem significa produzir discursos. Significa dizer alguma coisa para alguém de determinada forma, num determinado contexto histórico” (PCN Língua portuguesa 1ª a 4ª séries).

Os PCN’s ratifica a escrita como um grande potencial de construção dissertativa e de grande interpretação, também, para quem lê.

O ato de escrever é extremamente essencial hoje na sociedade, uma vez que são impostas ideologias, onde a partir delas, é que pode ser construído um ponto de vista amplamente crítico e inovador.

Percebemos que hoje, o incentivo da escrita nos estudantes, está sendo desafiador, pois vem envolver tanto eles mesmos como pessoa e cidadãos, como implicará no processo sócio - educacional.

“Envolver estudantes de 6° ao 9° na produção textual é um grande desafio para que alguém se coloque na posição de escritor é preciso que sua produção tenha circulação garantida e leitores de verdade”, diz Roxane Rojo, (2009:41).

É evidente que as funções comunicativas escritas têm que ser feitas no dia-a-dia desses discentes, como um treino contínuo, para que só então eles possam ter total domínio sobre o que estão querendo expor, visto que, a dissertação é um modelo de comunicação concreta, que possibilita grandes expectativas na compreensão do leitor.

“Se o objetivo é formar cidadãos capazes de utilizar a escrita como eficácia, que tenha condições de assumir a palavra também por escrito para produzir textos adequados, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar tanto com a escrita da linguagem – os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético e às restrições ortográficas – como com a linguagem escrita – os aspectos discursivos relacionados à linguagem que se usa pares escrever. (PCN’s língua portuguesa 1ª a 4ª serie; 68).

Notavelmente os estudantes não têm esse domínio. É considerado um grande vácuo na construção de bons escritores, talvez por falta de um bom direcionamento, pois de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) “a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na pratica da leitura”.

É evidente que esses discentes não têm essa pratica e por isso não tenha o domínio para a escrita clara e coesiva.

As grandes produções vêm de pequenos leitores, se essa prática for aderida desde o inicio, há sim, como ter uma reviravolta nas produções textuais.

Diante disso entendemos que produção textual lida excessivamente com a visão sociocultural, construída a partir das experiências individuais de cada pessoa, e que por tanto, para que haja uma boa defesa de ideia é preciso não tão somente apresentá-la, mas defendê-la, partindo de seus conhecimentos. Para tanto, o ato de redigir dependerá da maneira como foram aplicadas as explicações pelo discente, se o professor foi claro, coeso, assim como uma redação deve ser!

Antunes (2005.p.32) descreve que: “escrever é uma atitude tematicamente orientada”, e confirma (2005.p.33) “é uma atividade intencionalmente definida”.

A prática da produção textual deve ser considerada como ato de manifestar variadas significações, levando em consideração o processo de comunicação. Dentro deste contexto, um dos fatores que é caracterizado é a expressão do pensamento, pois escrever amplia a competência interativa.

Essa abordagem é fundamentada, com a produção de um bom texto, levando ao leitor a sua finalidade, determinando objetivos concisos. Coligir a prática da produção textual levará os discentes a serem produtores, e não apenas "construir" para obtenção de uma nota, mas para dar informações precisas a respeito de sua crítica pessoal, e fazê-lo com exatidão, tendo em vista sua principal finalidade, que é a formação de argumentos com qualidade.

Não podemos deixar de levar em consideração que escrever bem não depende tão somente de uma defesa dissertativa, é preciso o hábito de ler antes de quaisquer argumentos, pois a visão de mundo nesse sentido é de suma importância, mas sem o domínio da língua portuguesa, não se forma um bom enlace.

4. CAPÍTULO III - COESÃO E COERÊNCIA NAS PRODUÇÕES TEXTUAIS

4.1 Análise das Produções Textuais

Comecemos dando exemplo de um poema que nos leva a pensar sobre o que seria um texto incoerente.

Subi a porta e fechei a escada.

Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.

Desliguei a cama e deitei- me na luz

Tudo porque

Ele me deu um beijo de boa noite...

(autor desconhecido).

Observando este poema seria correto dizer que é incoerente? Há qualquer ponta de sentido nesses períodos? O autor desse texto deseja demostrar sua inquietação e confusão diante de um beijo e o colocou de forma que não nos emite qualquer ideia, ao mesmo tempo em que nos leva a perceber o quão radiante ficara diante do beijo.

Para a produção de textos com qualidade, devemos saber o que queremos dizer, permitindo trazer para quem lê combinações de sentido nas ordens em que elas aparecem.

A produção de bons textos tem sido desafiador nas séries de 7º ano do Ensino Fundamental II, tanto para discentes como para professores. Os educadores se sentem desafiados nesse sentido, pois vem buscando alternativas para solucionar essa problemática, no entanto achar o caminho certo para essa pesquisa implica em utilizar-se dos elementos gramaticais na forma funcional de um texto.

Trazemos assim as redações das alunas do 7° ano da Escola da Fraternidade Palmarense, onde nos remete a ideia do que seja a coesão de um texto.

Observe que estas alunas não estão sendo coerente com seus textos, a impressão que dá, é que a dissertação foi feita por alunas de 5° ano, os erros ortográficos persistem em toda redação. Podemos perceber, portanto que há uma falta de intimidade com a coerência e coesão textual, uma vez que há graves inadequações da ortografia e da pontuação.

Quando se tem um conjunto de ideias que não se ligam, o sentido do texto fica inadequado. A incoerência textual ocorre quando há dificuldades de entendimento, cada palavra escrita tem que seguir o seu ritmo para que a sua compreensão seja realizada.

A construção textual de uma produção deve ser compreensível ao leitor, à coerência textual é o instrumento em que o autor vai usar para conseguir expressar-se por meio de um texto, dando assim um sentido completo a quem lê. Em uma produção para que a coerência aconteça, as ideias devem se completar como num todo, uma deve ser a continuação da outra.

A falta de coerência em um texto é facilmente percebida por quem lê, mas não é tao simples de percebê-la.

Estas produções textuais apresentam problemas ortograficos, erros de concordância e tempos verbais, inadequação de regras de pontuação, marcas de oralidade e da internete e o uso inadequado de elementos coesivos. Exatamente o que mostra nas redações acima citadas.

Coesão e coerência constituem fenômenos distintos pelo fato de poder haver um sequenciamento coesivo de fatos isolados que não tem condição de formar um texto (a coesão não é condição nem suficiente nem necessária para formar um texto) (...) pode haver textos destituídos de coesão, mas cuja textualidade se dá em nível de coerência. (Fávero, 2006).

Como vemos, a compreensão de um escrito se dá através de uma configuração veiculada de sentido, levando em consideração a intensão do produtor do texto, por tanto, o sentido é produzido por um agente, por meio de ação comunicativa. Entretanto a coesão de um texto vai depender de como foram formados os períodos e, por conseguinte os parágrafos, pois é preciso uma conexão e adequação de quem o escreve se quiser tornar seu texto compreensível.

Note que as redações não obedecem a períodos, parágrafos, letras maísculas diante de ponte e nomes próprios.

Um bom texto se sujeita a um jogo entre emissor e interlocutor, pois é pronunciado através de uma dada realidade, por meio de atitudes e intenções incorporadas através de conhecimentos e experiências contemporâneas.

Observe que as alunas colocam em seus textos experiências vividas e, portanto para elas foi mais fácil redigir, apesar das inadequações.

4.2 Texto com coesão, mas sem Coerência

Para podermos entender melhor, exemplificamos através de um texto, onde podemos notar a falta de coerência.

“Sentados à porta de casa ela me perguntou meu nome e eu disse eu sou, Gustavo e você? Sou Laudjane logo meus amigos olhando e bulindo , e eu todo acanhado”.

(Autor desconhecido)

O texto acima é incoerente semanticamente, pois o receptor (leitor ou ouvinte) não consegue descobrir qualquer continuidade de sentido. 

Antunes (2005, p.176) descreve:

“A coerência não é, portanto, uma propriedade estritamente linguística nem se prende, apenas, às determinações meramente gramaticais da língua. Ela supõe tais determinações linguísticas; mas as ultrapassa. E, então o limite é a funcionalidade do que é dito, os efeitos pretendidos, em função dos quais escolhemos esse ou aquele jeito de dizer as coisas”.

Nesse contexto, entendemos que os atos da fala têm haver com a coerência pragmática, percebida através de uma sequência de uma dada situação comunicativa. Seja qual for à situação comunicativa, o sentido de um texto não depende só de sua estrutura, mas os objetos de discurso que o mesmo faz referências, percebendo coisas implícitas.

Normalmente quem escreve o texto pressupõe que o leitor tenha conhecimentos enciclopédicos, visto que não existem textos totalmente explícitos.

Quem lê o texto normalmente espera encontrar uma informação contextualizada para que em meio de seu conhecimento de mundo construa uma representação coerente.

5. CAPÍTULO IV - FATORES QUE INFLUENCIAM A IN (COERÊNCIA) NAS PRODUÇÕES TEXTUAIS

A incoerência textual vem apresentando uns elevados índices entre os discentes do ensino fundamental, tendo em vista esse fundamento, podem citar alguns fatores relevantes que fazem com que o discente redija um texto de forma incoerente, muitas vezes sem entender o que realmente seria um texto com coerência e coesão, pois o trabalho em cima desses temas ainda é pouco explorado em sala de aula. No texto abaixo, usado como exemplo de fatores que influenciam a in (coerência) nas produções textuais, observa-se erros em ortografia, regras de pontuação, concordância e uso inadequado de elementos coesivos.

5.1 Ortografia

A ortografia é um dos elementos que se deve observar quando falamos em redigir um texto, para que se chegue a uma boa escrita, é necessário que se trabalhe regras ortográficas que possam ajudar no desenvolvimento do texto. O texto em análise possui vários erros de ortografia, à partir da primeira linha observa-se o erro na grafia da palavra “legal”, que está grafada erroneamente  como “legau”.

A unificação ortográfica é uma das garantias primordiais para contribuir com a unidade linguística, assim como aspectos semânticos, sintáticos, morfológicos, fonológicos e discursivos, que são implicações relacionada a história do locutor com a língua.

Estamos passando por um momento de modificações com a nova ortografia para Língua Portuguesa, e é necessário que trabalhemos de forma mais sucinta essa questão dentro da sala de aula.

Ao se fazer uma análise acerca dos desvios ortográficos encontrados em textos, devemos tomar esses textos como exemplo para que haja uma construção em cima daquela situação.

Morais em seu livro Ortografia: Ensinar e Aprender destaca que:

(...) a ortografia funciona como um recurso capaz de “cristalizar” na escrita as diferentes maneiras de falar dos indivíduos de uma mesma língua. Assim, se escrevermos de forma unificada, poderemos nos comunicar mais facilmente, e cada um continuará tendo a liberdade de pronunciar o mesmo texto à sua maneira quando, por exemplo, o lê em voz alta.

É necessário nos atentarmos com relação à ortografia, que é uma das regras fundamentais para o bom desenvolvimento do texto.

5.2 Regras de Pontuação

Outro ponto fundamental na escrita de um texto coerente e coeso diz respeito às regras de pontuação. É muito importante que se atente a essas regras, pois o uso correto da pontuação é essencial para passar para o texto todas as ideias e emoções que seriam transmitidas na linguagem oral por meio da entonação. Um texto sem pontuação pode tornar-se ininteligível, e uma pontuação mal feita pode deturpar seu sentido. Observa-se também que o texto não possui pontuação adequada com a norma padrão da língua portuguesa, prejudicando a compreensão do sentido do texto.

Neste caso devemos entender como e quando usar a vírgula, o ponto-e-vírgula, o ponto final, os dois pontos, os pontos de interrogação e exclamação, as reticências, os parênteses e colchetes, as aspas, o travessão, o asterisco e o sinal de parágrafo, de forma a dar mais vida e significado aos seus textos.

Muitas pessoas não dão o devido valor à acentuação, acham que não há problemas em se esquecer duma vírgula, um ponto final ou um parêntese ou simplesmente ignoram os sinais. Toda essa problemática deve ser analisada, para que o resultado e o sentido do texto não sejam modificados.

5.3 Concordância

Quando falamos em concordância nos remete o princípio que manda adaptar o vocábulo determinante às categorias gramaticais do vocábulo determinado. Podemos encontrar a concordância em duas formas: Nominal e Verbal. Nota-se também que no texto explorado como exemplo, há deficiência de concordância.

O uso de forma correta desse fator é um dos objetivos para se construir um texto coerente.

5.4 Uso inadequado de elementos Coesivos

Os Elementos coesivos de um texto são vistos muitas vezes apenas como palavrinhas que ligam uma frase a outra, decoram o tipo de relação que um determinado elemento estabelece entre as partes de um texto. Decoram, por exemplo, que o, MAS estabelece uma relação de oposição, o SE, de condição etc. e isso faz com que caiamos na chamada decoreba. Precisamos entender não somente o tipo de relação, mas, também, as implicações para o sentido. Analisando o texto percebe-se que o discente não tem muita noção de elementos coesivos.

Podemos dizer que os elementos coesivos tem a função de organizar o texto de forma a constituir também sua coerência.

5.5 Linguagem da Internet

Hoje a internet faz parte do cotidiano da maioria dos cidadãos, não existe um limite de idade, o que vemos é que desde criança já tem contato direto com essa ferramenta. Porém, muitos educadores se deparam em uma produção de texto com uma linguagem diferenciada e de forma abreviada, são linguagens que o discente se habitua em utilizar quando está na internet e traz para sala de aula. Na produção textual utilizada para estudos e análise, também estão presentes marcas da linguagem utilizada na internet, como por exemplo, a preposição “para” que se encontra na forma abreviada “p/”, e o advérbio “não” que está grafado como “Ñ”.

Palavras abreviadas e que tomam um significado diferente da linguagem culta fazem parte do “internetês”, e se espalham na mesma proporção em que a internet começa a se tornar mais popular.

Segundo a Professora Sylvia Bittencourt,

"Só o tempo irá dizer quais os riscos que o internetês pode provocar na Língua Portuguesa padrão. Mas uma coisa é certa: do ponto de vista linguístico, essa linguagem não oferece nenhum perigo".

É necessária que haja uma atenção maior com relação a esse tema, a internet configura hoje uma grande porta de acesso às informações e é tida como um mecanismo de ajuda até mesmo para se utilizar em sala de aula, porém deve-se trabalhar a diferenciação de linguagem com os discentes, para que se possa assim, utilizar de forma a favorecer na construção das produções textuais a linguagem utilizada na internet.

Sendo assim, o texto coletado para análise, intitulado de “Minhas férias de verão”. Exemplifica os fatores que influenciam a in (coerência) nas produções textuais.

6. Capitulo V – Coerência Textual

6.1 Conceitos de Coerência

“A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto” (Koch e Travaglia, 1999:21), portanto, é responsável pela percepção de uma unidade linguística, entendida como um principio de interpretabilidade ligada á uma situação de comunicação e à capacidade do receptor interpretar o sentido do texto. Para tanto, é necessário que haja uma relação harmoniosa entre a unidade e seus elementos.

Visto que a coerência é a possibilidade de estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação, é apresentada como uma unidade de sentido, o que a caracteriza como global, isto é, referente ao texto como todo.

Tem a ver como parte de uma produção bem estruturada, com sentidos e possibilidades de ser compreendido, atribuído à continuidade de sentidos e elementos que permitem criar um mundo textual diante do conhecimento do mundo real, isto é, pode-se atribuir a noção de coerência às condições textuais para que seja interpretado de acordo com determinada situação, observado que esse determinante é o mais correto a fim de definir tudo que se percebe, ouve ou lê, através de seu contexto coerente.

6.2 Coerência e Texto

A coerência não é apenas uma característica do texto, mas dependem fundamentalmente da interação entre o texto, aquele que o produz e aquele que busca compreendê-lo.

Segundo Beaugrande e Dressler (1993:59) o “texto coerente é aquele em que há uma continuidade de sentidos entre os conhecimentos ativados pelas expressões do texto”.

Ainda em Koch e Travaglia (1999:59)

A coerência é que faz com que uma sequencia linguística qualquer seja vista com texto, porque é a coerência, através de vários fatores que permite estabelecer relações (sintáticos - gramaticais, semânticos e pragmáticos) entre os elementos da sequencia (morfemas, palavras, frases, parágrafos e capítulos), permitindo construi-la na recepção constituindo uma unidade significativa.

Desse modo, é a coerência que dá textura ou textualidade à sequência linguística, ou seja, aquilo que converte uma sequencia linguística em um texto. Portanto, podemos dizer que a coerência dá origem à textualidade e fica evidente que a construção da coerência decorre de uma multiplicidade de fatores das mais diversas ordens: linguístico discursivo, cognitivo cultural e internacional.

Koch (1999) ao citar Bernádez diz que “a coerência textual não se busca simplesmente na sucessão linear dos enunciados, mas sim, uma coordenação hierárquica”. Isto significa que a coerência não é apenas propriedade do texto e não é suficiente assinalar as relações que existem entre as unidades linguísticas que representam o texto, contudo, é necessário considerar o processo total, desde a intenção comunicativa do falante até as estruturas linguísticas a que se refere esta intenção.

6.3 Relações entre Coerência e Coesão

Entende-se por coesão a ligação, relação e nexos que são estabelecidos entre os elementos que constituem a superfície textual e explicitamente revelada pelas marcas linguísticas, em contraponto à coerência, que é estabelecida na interação entre os usuários numa situação comunicativa.

Visto isso, a relação existente entre a coesão e coerência é identificada a partir dos elementos linguísticos que servem de pista para que seja estabelecida a coerência na interpretação dos textos, possibilidade de estabelecer relações entre os elementos e fundamentando uma unidade.

A coesão ajuda a estabelecer a coerência na interpretação dos textos, pois Koch ao citar Bernádez afirma que “o texto não é coerente porque as frases que o compõem guardam entre si determinadas relações, mas estas relações existem precisamente devido à coerência do texto”.

De acordo com o pensamento de Koch a coerência e a coesão são categorias fundamentais para se concretizar uma produção textual, desde que se faça uma analise dos elementos linguísticos para que o texto não fique sem sentido. São fatores importantes para construir uma produção textual e devem fazer parte da demanda educacional. Agindo dessa maneira, conseguiremos possibilitar um conhecimento fundamental do assunto.

6.4 Coerência e Ensino

Desde o inicio de nossas vidas escolar somos apresentados a uma sequência no estudo da Língua Portuguesa: O ensino da redação, o ensino da expressão oral, o ensino de leitura e o ensino de vocabulário. A ênfase gira em torno do ensino da gramatica e da leitura, entretanto, essa “prioridade” escolar é preocupante, pois o sistema exige do alunado o aprendizado de regras e teorias, esquecendo-se de que a interação com a variedade da língua deve ser explorada a fim de tornar esses alunos efetivamente usuários da língua materna, capazes de socializar e adequar-se às mais diversas situações.

O trabalho realizado pelo professor é decisivo na capacitação intelectual do aluno, que deve ser orientado e preparado para enfrentar o mundo, muito além das barreiras escolares.

Cabe ao professor avaliar e guiar as produções de seu alunado visando a perspectiva de que não há texto incoerente em si, mas sim. Incoerente à determinada situação discursiva. Os parâmetros de avaliação devem ser tomados por meio dos elementos  de adequação à determinada situação, e não ao que o professor julga estar correto, observando que cada individuo possui sua gama de experiências e visões distintas do mundo em que vive.

6.5 Fatores da Coerência

Em busca de uma construção eficiente de coerência em um texto, há fatores que propiciam essa fundamentação. Essa multiplicidade existe devido às diversas ordens linguísticas, discursivas, cognitivas, culturais e internacionais.

7. Capitulo VI – A importância da Escola na Produção Textual

A produção textual é um processo dialógico que deve estar contido na escola, mas também vai além de sua jurisdição. A prática da escrita também possui uma realidade, uma pratica social e suas utilizações nessa realidade. Assim, o discente poderá compreender que aprender a produzir é encontrar ideias e conecta-la, para dar sentido e transmitir a mensagem que deseja para o publico leitor de forma coerente.

Segundo Andrade (2006:36):

A produção textual é uma atividade verbal, empreendida pelos falantes, como fins sociais, isto é, o autor de um texto procura transmitir seus propósitos ao destinatário, por meio do trabalho com a palavra. Assim podemos afirmar que a produção de texto é uma atividade dialógica.

Sob essas expectativas e pensando e pensando na atividade de produção textual coerente realizada em sala de aula, é importante ressaltar que apenas num quadro efetivo de interação linguística é que o estudante pode torna-se sujeito do que diz. O papel da escola não deve ser de mera transmissão de informações; hoje se exige que ela desenvolva a capacidade de aprender, o que subtende o domínio da leitura e escrita. Deste modo, cabe à escola a tarefa de apresentar ao aluno de diversos gêneros e tipos textuais.

A diversidade de textos permite uma compreensão maior sobre o uso e as funções da linguagem, além de permitir ao aluno adentrar os pensamentos alheios e conhecer outras maneiras de viver e conceber o mundo. O trabalho com a diversidade textual, quando bem orientado, possibilita ao individuo um posicionamento critico diante das mais variadas situações. A partir do contato com gêneros diversificados e de qualidade considerável, o aluno poderá alcançar esse pró-eficiência.

As escolas devem trabalhar muito a leitura e a produção com os discentes, pois essa forma, eles passarão a escrever de forma clara, coesa e coerente e com intenção comunicativa. No entanto, enquanto educadores devem proceder dentro de uma pratica coerente com os anseios doa estudantes desenvolvendo um discursivo e envolvente na leitura como meio para escrever com coerência, possibilitando assim, uma aprendizagem eficaz e um ser humano mais consciente da sua realidade. Contudo, deverá adotar metodologias adaptando-as de acordo com as necessidades a turma.

O professor, enquanto mediador entre o seu aluno e o conhecimento que este precisa adquirir, deve conduzi-los a produzir seus próprios conhecimentos, porém o que acontece na maioria das vezes é o descaso, abandonando o aluno à própria sorte. O ideal é que o docente interaja com seu aluno, identifique suas dificuldades e procure com base nelas, uma melhor solução para desenvolver um ensino e aprendizagem de qualidade. É preciso ainda esclarecer aos alunos como produtores de textos que são sobre a necessidade do uso de elementos coesivos que podem auxiliá-los na “conexão” entre as partes dos textos e sobre sua adequação.

Nesse sentido, convém lembrar que não é necessário exigir dos estudantes que saibam a nomenclatura dos elementos coesivos, mas sim lhes mostra a forma adequada de usá-las. Dessa forma, é fundamental que ele conheça a realidade de cada aluno, para aplicar um dos processos ascendentes e descendentes, para provocar resultados construtivos.

Assim, Lopes (1996:34) explica:

O processamento ascendente se refere à decodificação dos textos, enquanto que o processo descendente envolve os conhecimentos prévios que o leitor atua o ler um texto, relacionando-os a este, isto é, o seu conhecimento de mundo às suas experiências e vivências, os quais são essenciais para a compreensão e consequentemente a produção escrita.

Sendo assim, a produção textual só pode ocorrer quando o educando consegue compreender e obter informações do que foi lido e reconstruir o texto com seu entendimento. Trabalhar a produção é um papel, onde o educador precisa estar preparado para tal desafio.

Segundo os PCN’s (1997:74):

Formar escritores não se trata, evidentemente, de formar, escritores no sentido de profissionais da escrita e sim, pessoas capazes de escrever com eficácia, a partir dos seus conhecimentos e do que sabe sobre o assunto e de tudo que sabe sobre a língua.

Ler e escrever devem ser considerados dois atos inseparáveis. A prática de leitura favorece, ou seja, quem tem o habito da leitura tem mais condições de refletir a formular opiniões.

A leitura e a produção de textos são o inicio e, de certo modo, o desfecho do processo de aprendizagem. Esta afirmação leva, entre outros, aos pressupostos de que não se trata simplesmente de um trabalho especifico de uma determinada área do saber, mas de um conjunto de saberes das diferentes áreas do conhecimento, organizado na escola. Por esta razão, as atividades de leitura e escrita não são tarefas exclusivas da área de Língua Portuguesa, pois são atividades que são se realizam no decorrer das interações que ocorrem não só em determinados momentos na escola e que se tratam de atividades exclusivas de ambientes de escolarização. Antes de solicitar a produção de um texto aos alunos, faz-se necessário, portanto, propiciar e/ ou ampliar seus conhecimentos sobre o assunto que será tratado por meio de leituras e discussões. Reflexões sobre a intencionalidade com que o texto será escrito, a estrutura e a linguagem apropriada a tal gênero também são fundamentais para que o processo de escrita seja bem sucedido.

Um dos compromissos da escola é promover oportunidades para que o aluno conquiste progresso em sua competência para produzir textos verbais, não verbais e mistos nas mais variadas situações de interlocuções sociais. Sendo assim, nas propostas de criação de textos, o aluno é levado a refletir sobre um conjunto de conhecimentos linguísticos e não linguísticos que ele tem de dominar com boa desenvoltura para alcançar eficiência. Afim de possibilitar que as práticas de construção de textos na escola sejam mais motivadoras e produtivas, tanto para o docente quanto para o discente.

No entanto, sabe-se que o educador deve deixar sempre claro para o educando que ele deverá compreender que aprender a produzir é encontrar ideias e conectá-las para dar sentido e transmitir a mensagem que deseja ao público. Para se produzir um texto bem escrito, dois fatores sã fundamentais: Persistência e um trabalho contínuo com as palavras. É preciso mostra-lhes que a primeira versão de um texto sempre pode ser melhorada. Afinal, para escrevermos um texto, além de organizarmos e utilizarmos nossos conhecimentos (principalmente aqueles adquiridos por meio da leitura) precisou também de planejamento e de tantas tentativas e correções forem necessárias para alcançarmos o resultado pretendido. O texto só estará finalizado quando o seu autor considerar que conseguiu veicular, da melhor forma possível, todas as ideias que se propôs e não mais houver para o momento, necessidades de outras modificações.

Na escola, uma grande dificuldade enfrentada pelos educandos com relação ao escrever refere-se à necessidade que eles têm de deixar a linguagem coloquial, a mesma que utiliza no cotidiano, e passar a se expressar por escrito, numa linguagem mais formal, e mais cuidadosa. Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar e encontrar ideias e a conectá-las, pois assim, como não é possível dar o que não se tem não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprisionou.

Sendo assim, pode-se dizer que cabe aos docentes propiciar condições para permite-lhes empenhar-se na realização consciente de um trabalho linguístico que realmente tenha sentido para si, e isso apenas é alcançado à medida que a proposição de produção textual seja bem clara e definida, apresentando-se as “coordenadas” do contexto de produção. É necessário que o aprendiz possa sentir que realmente está produzindo para um leitor (que não deve ser apenas ao professor) eliminando a exclusividade das situações artificiais de produção textual tão presentes no cotidiano escolar.

Para que a aprendizagem ocorra de fato, é preciso que a escola, representada pelo professor, leve em consideração a diversidade de alunos que a frequentam. Os aprendizes precisam enxergar o professor como alguém disponível a auxilia-los em suas conquistas.

METODOLOGIA

1.1 Delimitação do objeto de estudo

O presente estudo teve uma abordagem qualitativa centrada na expressão da subjetividade dos sujeitos. A pesquisa qualitativa é importante quando se busca sentimentos, ideias, valores e representações, item que não podem ser quantificados por serem diferentes de pessoa para pessoa.

Com o objetivo de obter informações acerca da problemática relacionada à coerência e incoerência textual, acompanhamos os discentes do Ensino Fundamental, 7º ano, da Escola da Fraternidade Palmarense, localizada na cidade de Palmares-PE.

1.2 Coleta de dados

Para se chegar a um conceito mais real da situação da produção textual que engloba fatores relacionados à coerência e coesão, utilizamos meios como, observação detalhada tendo em vista toda estrutura escolar envolto do discente.

É importante se estudar o objeto em questão, para poder se nortear com relação às medidas adotadas para se trabalhar essa questão no ensino fundamental. Podendo assim, definir metas a alcançar, espaço de tempo a se trabalhar e o como se dará o desenvolvimento dessas medidas.

1.3 Caracterização do Projeto

Diante do analisado, buscamos desenvolver um projeto voltado a um estudo de caso, que tem como objetivo desenvolver ações para a melhoria do ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental, pautado nas produções textuais dos discentes do 7º anos do ensino fundamental, se embasando nas dificuldades encontradas com relação a esses discentes, e a forma com que o professor esta lidando dentro da sala de aula com relação às dificuldades encontradas pelos discentes.

Tendo em vista o alto índice de produção textual redigida de forma incoerente, desenvolvemos um estudo de caso, pois há uma necessidade de se utilizar mecanismo que busquem analisar e proceder de forma consciente no desenvolvimento de uma prática escolar que trabalhe de forma a trazer um entendimento do tema relacionado, coesão e coerência, e traga uma consciência ao discente na hora de se redigir um texto, observando todos os elementos essenciais a sua construção.

1.4 Técnica, análise e interpretação de dados

A fim de nos munirmos de um estudo mais específico, utilizaremos como fonte de pesquisa, materiais didáticos e acompanhamento em sala de aula dos próprios atores envolvidos nessa problemática. Assim, por meio dessas será possível à análise e interpretação do processo no que diz respeito ao tema abordado.

Dessas análises poderão surgir críticas construtivas para colaborar com um maior conhecimento sobre o tema ou problema da pesquisa.

2. Considerações Finais

Se trabalhar a Língua Portuguesa no Ensino Fundamental é construir meios que possibilitem a inserção do discente no mundo competitivo, seja quando se pretende ingressar no ensino superior ou prestar um concurso público.

Hoje, se faz necessário que nos atentemos quando falamos de produção textual, pois com a modernidade e a facilidade que se tem a sala de aula já não é mais atrativa, é preciso que se revejam conceitos acerca do aprendizado e dos mecanismos utilizados para aguçar o saber do discente.

Muitos são os desafios encontrados em sala de aula, mas, pouco é as tentativas de solucionar esses desafios. Como vimos no projeto, o discente passa por uma série de dilemas relacionada à construção de um texto, o docente enquanto educador precisa encontrar caminhos para se trabalhar com as dificuldades encontradas em sala de aula, porém, devem-se analisar quais os obstáculos e planejar como derrubar cada um deles.

Quando falamos em produção textual, temos que ter a ideia de quais são os conceitos básicos para se construir um texto, os elementos que deve conter em cada produção e como aplicar cada elemento dentro do que se deseja repassar, isso é algo essencial para que haja o entendimento do leitor e que possa transmitir a ideia central do autor.

O trabalho se desenvolveu de forma qualitativa, com o objetivo de analisar o processo de ensino/aprendizagem da produção textual, refletindo sobre a posição do professor em relação ao desempenho comunicativo escrito dos alunos e o desempenho dos alunos com relação aos desafios da Língua Portuguesa.

Foi com esse foco que construímos esse projeto, mostrando a realidade dos alunos do 7º ano do ensino fundamental, as dificuldades encontradas em sala de aula, e os mecanismos que temos com relação à construção de um texto, de forma coerente e coesa.

3. Referências

ANTUNES, Maria Irandé. Lutar com palavras “Coesão e coerência”. São Paulo: Ed. Parábola, 2005

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. 3. Ed. Brasília: A Secretaria, 2001. 144 p.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ed. Ática, 2006.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 14. Ed. Editora da Fundação Getúlio Vargas.

MALZONE, Valéria. Internetês, uma ameaça ao idioma? Artigo de texto da Internet. IN. http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm. Acesso em 30 abr. 2012.

MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: Ensinar e Aprender. Ed. Ática. 2010. São Paulo.

NYSTRAND, M. & WIEMELT, J.(1991). When is a text explicit? Formalist and dialogical conceptions.  Text , 11. pp. 25 – 41. Traduzido por: Google Tradutor. IN. http://www.citeulike.org/user/ilovemashi/article/10251664. Acesso em 30 abr. 2012.


Publicado por: Ana Claudia da Silva

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