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POLÍTICAS PÚBLICAS - IMPACTOS DOS DESDOBRAMENTOS DO RACIONALISMO, DO INCREMENTALISMO, DA TEORIA DAS ELITES, E EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO.

A importância das teorias do racionalismo, incrementalismo, das elites, e os efeitos da globalização, e a necessidade de se conhecer as áreas estudadas, para que a racionalidade e sua capacidade de análise de possibilidades esteja alinhada à agilidade do incrementalismo, deixando para trás as intenções de locupletação do mesmo e das elites influenciadoras.

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RESUMO

O presente artigo científico apresenta discussões acerca da aplicação, e desdobramentos das teorias do racionalismo, incrementalismo, elites, e efeitos da globalização, elucidando brevemente a compreensão de cada ponto positivo e negativo, dentro do universo das teorias supracitadas, buscando elencar as maneira mais eficientes e eficazes de execução das políticas públicas, tendo em vista o atendimento das demandas sociais e suas perspectivas, de forma ágil e completa. Tal estudo traz ainda, um aprofundamento das consequências do fenômeno da globalização, a partir dos anos 90, e a emersão deste novo conceito de políticas externas, que trouxe inúmeros benefícios para as nações que buscam a interação e integração entre elas, e ao mesmo tempo, expôs em forma de lupa amplificadora, as dificuldades das mesmas em buscar a resolução de problemas domésticos básicos.

Palavras-chave: Policy Makers. Elitismo. Políticas Externas

INTRODUÇÃO

Este artigo traz uma abordagem sucinta a partir de revisão literária acerca do tema, políticas públicas: impactos dos desdobramentos do racionalismo, do incrementlismo, da teoria das elites e dos efeitos da globalização. As políticas públicas, e suas influências na sociedade ao longo da história, e de seus estudos, do ponto de vista de cada teoria abordada, trazendo linhas de pensamentos clássicos e modernos, e ao mesmo tempo conflitantes entre si, visando também, o entendimento dos efeitos do surgimento e crescimento da globalização, até os dias atuais, bem como identificar as expectativas em torno da mesma a curto, médio e longo prazo. Entende-se a partir de tal estudo que, o racionalismo vem com o ideal de tomar decisões racionais, que o incrementalismo apresenta um contraponto extremamente forte ao racionalismo, e é reforçado pela teoria das elites, a qual tem ganhado muita força no cenário científico atual. Ressalta-se também a importância da globalização para o mundo moderno e pós-moderno, e a necessidade de sua evolução e melhorias.

IMPACTOS DO RACIONALISMO

O racionalismo apresenta uma forma de aplicação, e análise das políticas públicas, e suas demandas, sempre considerando a intenção de trazer benefícios, por parte dos Policy Makers (Decisores), ao nicho da população no qual sofrerá o impacto de suas ações e decisões. Ressaltando que a cada implementação por parte de um governo, uma porcentagem considerável da sociedade será atingida, positiva ou negativamente, objetivando, dentro do conceito de racionalismo, a diminuição desse distanciamento de nichos populacionais, e fazendo com que a população de forma geral seja beneficiada a partir de tal ação/decisão. Invariavelmente, um dos percursores do modelo do racionalismo orienta que:

Ao deparar-se com algum tipo de problema que seja mais complexo do que outros problemas do dia a dia, a reação natural de todo indivíduo é reduzir o problema a um modelo que seja de mais fácil compreensão. O motivo pelo qual, é a limitação de absorção de todas as informações e o tempo para sintetizá-las e processá-las. (Simon, 1957).

Desta forma, ressalta-se que o conceito básico do racionalismo, vai em direção à análise de todas as informações disponíveis, entendendo-se que os Policy Makers disponham de todo o tempo necessário para a sua realização, considerando as mesmas imensamente suficientes para a resolução das demandas, de maneira a suprir as expectativas sociais.

 ​​​​​​​IMPACTOS DO INCREMENTALISMO

Aborda-se agora, visões e linhas de raciocínio que apresentarão perspectivas diferentes, e um contraponto ao racionalismo, através do modelo do incrementalismo. Tal modelo insere o conceito de que, as decisões e ações dos Policy Makers serão sempre baseadas em benefícios próprios, e locupletação, ou seja, não há interesse por parte das políticas públicas em ganhos e desenvolvimentos sociais. O incrementalismo objetiva assim, apenas a resolução de problemas pontuais, de forma imediatista, quase como em um ditado popular “matar um leão por dia”. Afirmando desta forma, que não há tempo disponível para análises profundas, nem capacidade de cálculos para tamanha ação/decisão, o que tornaria o racionalismo uma utopia, que de forma prática jamais se concretizaria, devido aos desvios funcionais, e de interesses daqueles que são responsáveis pela dirigibilidade das políticas públicas.  Evidenciando assim, o desperdício de toda a capacidade técnica e intelectual para soluções de problemáticas sociais, pelos seus agentes públicos. Neste sentido, fica esclarecido que:

As decisões nem sempre serão racionais porque os homens sempre visam algum fim e os benefícios devem sempre superar os custos. Assim, também se pode dizer que os políticos visam, primeiramente, a reeleição (seu maior benefício), logo, suas decisões serão sempre de acordo com seus fins e nem sempre racionais. (Downs, 1957, p.32).

 IMPACTOS DA TEORIA DAS ELITES

Atualmente, em linhas modernas das políticas públicas, a teoria das elites tem se tornado influente, e amplamente estudada, mesmo este raciocínio não sendo tão recente, o que claramente se mostra como uma barreira para o racionalismo, haja vista que o elitismo vem a corroborar com o que traz o incrementalismo. Assim, “em todas as sociedades, desde as mais primitivas até as sociedades mais evoluídas, há existência das classes dos governantes e dos governados.” (Mosca, 1896). Tal teoria elucida assim, que em qualquer sociedade, antiga ou atual, sempre haverá um minoria detentora do poder, cujo usará o mesmo para influenciar as políticas públicas em benefício próprio, onde os interesses coletivos são deixados em segundo plano. Assim, “A organização é a mãe do predomínio dos eleitos sobre os eleitores, dos mandatários sobre os mandantes, dos delegados sobre os delegantes. Quem diz organização, diz oligarquia”. (Michels, 1982).

IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO

O surgimento de uma nova forma de se fazer políticas externas, nos anos 90, que recebe o nome de globalização, cresce rapidamente, trazendo novos desafios aos estados, e tornando-se uma ampliadora do mercado financeiro e comércio, da forma de ser fazer administração, de como se pensar em um planeta livre de poluentes e impactos ambientais, dentre outros diversos assuntos. Porém, a globalização tem ampliado também as dificuldades em se governar para seu povo, bem como dificultado a diluição dos problemas básicos internos, como a pobreza, a fome e o desemprego.

Constata-se que,

Em muitas situações, os benefícios da globalização têm sido menores do que seus defensores apregoam, e o preço pago tem sido maior, já que o meio ambiente foi destruído e os processos políticos, corrompidos, além de o ritmo acelerado das mudanças não terem dado aos países tempo suficiente para uma adaptação cultural. (Stiglitz, 2002. p. 35).

Por outro lado, afirma-se que a globalização é um fenômeno positivo, quando se alinha o pensamento à integração mundial de economias, livre comércio, culturas, comunicação, avanços tecnológicos, e científicos, citando-se apenas algumas das áreas de evolução a partir da internacionalização dos estados. Neste sentido:

Globalização é a difusão de conexões transplanetárias entre as pessoas, e mais recentemente, de conexões supraterritoriais. A partir desta perspectiva, a globalização envolve reduções de barreiras aos contatos transmundiais. As pessoas tornaram-se mais aptas: física, legal, cultural e psicologicamente a engajarem-se umas com as outras em um só mundo. (Scholte, 2002, p.14).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo, em forma de revisão literária, revela-se a importância das teorias do racionalismo, incrementalismo, das elites, e os efeitos da globalização, percebendo-se a necessidade de se conhecer a fundo as áreas estudadas, para que a racionalidade e sua capacidade de análise de possibilidades esteja alinhada à agilidade do incrementalismo, deixando para trás as intenções de locupletação do mesmo e das elites influenciadoras. Olhando ainda para o futuro, e para a evolução das políticas externas através da globalização. Ressalta-se ainda que, tal linha de estudos é amplamente aberta a novos estudos e a novos conceitos.

REFERÊNCIAS

DOWNS, Anthony. Uma Teoria Econômica da Democracia. 1957, p. 32.

MICHELS, Robert. Sociologia dos Partidos Políticos. Brasília: UNB, 1982.

MOSCA, Gaetano. Elementi di Scienza Política. 1896.

SCHOLTE, J.A. Civil Society and Democracy in Global Governance, 2002, p.14.

SIMON, Herbert. A Behavioral Model of Rational Choice", in Models of Man, Social and Rational: Mathematical Essays on Rational Human Behavior in a Social Setting. New York: Wiley,1957.

STIGLITZ, Joseph E. A Globalização e Seus Malefícios: A Promessa Não Cumprida de Benefícios Globais. São Paulo: Futura, 2002, p.35.


Publicado por: Adenilsio Rodrigues da Cunha

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