UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DO ADOLESCENTE: CRISES DE IDENTIDADE

UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DO ADOLESCENTE: CRISES DE IDENTIDADE

“O vento uiva pela noite trazendo consigo um aroma capaz de mudar o mundo”
(Cristopher Paolini)

Introdução

A frase que inicia essa breve análise é um trecho do livro infanto-juvenil, Eragon. Escrito pelo então adolescente de quinze anos Cristopher Paolini, a história gira em torno de Eragon, um jovem camponês de 15 anos que descobre um ovo de dragão e agora deve escolher entre sua vida simplória na fazenda ou se tornar um cavaleiro de dragões, ou seja, a típica jornada do herói.

A proposta feita pela disciplina é traçar uma análise dos comportamentos da adolescência a partir da música “Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga. Afinal, o que a história de um camponês de um mundo de fantasia onde dragões e magia existem tem a ver com a menina da canção: “só quer, só pensa em namorar”? Bom, há tudo de comum! Trata-se em seu âmago a história do rompimento de laços, da rebeldia e das escolhas que uma hora todos precisaram fazer.

Crises Psicossociais na Adolescência

Segundo Erikson (1968), é na adolescência que se enfrenta uma crise psicossocial onde há um conflito de identidade versus confusão de papéis. O ser não é mais uma criança dependente, contudo, ainda não é um adulto independente. Logo, este ser em construção (adolescente) está no limítrofe de tantos fatores da vida como o amor, a profissão e a participação na sociedade adulta. Portanto, a busca da própria identidade é a necessidade principal dessa etapa.

Provavelmente, em algum momento, todos fizeram a mesma pergunta e também uma mesma afirmação: “quem eu sou?”, ou “eu não sou meu pai/mãe”. O fato é que, no período da adolescência, o ser humano passa por mudanças hormonais como picos de GH[3], de testosterona[4]. Tais mudanças fazem, em algumas vezes, que o jovem mal reconheça seu próprio corpo.

A esse respeito, encontramos a seguinte colocação: a mudança mais profunda do jovem talvez seja a social, onde o mundo a sua volta espera que ele tenha certos comportamentos. Dessa forma, que ele possa tomar certas decisões, que escolha seus objetivos e, em uma sociedade capitalista como a nossa, torne-se produtivo.

Nesse processo de transições dialéticas e internas, cabe ao ambiente escolar e familiar guiar a trajetória do jovem até onde possível. Sob essa ótica, sempre respeitando suas escolhas, bem como o preparando para a imposição de limites que enfrentará na vida adulta.

Considerações Finais

É no ambiente escolar que ele terá seu principal “ensaio” para a vida adulta. Portanto, é papel da escola como ente social abordar os diversos temas que permeiam a vida, por exemplo, a política, as relações humanas, os relacionamentos e a sexualidade. Inclusive, podemos incluir a aceitação a novos paradigmas que surgem com as relações humanas e a tecnologia.

Agora, perceba na linda letra de Luiz Gonzaga: “O pai leva ao doutor a filha adoentada”. De maneira simples, esta letra denota o cuidado e o conflito de gerações entre adultos e adolescentes, onde o adulto precisa servir como guia idôneo, não como ditador, mas como o mentor que norteia o herói rumo sua maior aventura: a vida!

Referências Bibliográficas

MENDES, L. C; PORTES, L. A. F. Psicologia da Aprendizagem. Universidade Veiga de Almeida (UVA) [livro eletrônico], 4ª Ed., Rio de Janeiro, 2016, 80 p.

SANTOS, P. D; NASSAR, S. P. Psicologia do Desenvolvimento. Universidade Veiga de Almeida (UVA) [livro eletrônico], 4ª Ed., Rio de Janeiro, 2016, 237 p.

PAOLINI, C. Eragon: A Herança. Rocco digital, eBook kindle. Traduzido por Nelson Rodrigues Pereira Filho, 2005, 576 p.

Publicado por Rafael Rocha Porciúncula Rodrigues[1] e Katia Cristian Puente Muniz,[2]

[1] Aluno do Curso de Licenciatura em História da Universidade Veiga de Almeida.

[2] Professora tutora do Curso de Licenciatura em História da Universidade Veiga de Almeida

[3] Hormônio responsável pelo crescimento físico do corpo humano e também pelo crescimento celular.

[4] É um andrógeno (hormônio masculino) produzido preferencialmente nos testículos e responsável pela diferenciação sexual (características próprias ao sexo).