Ser professor é saber ensinar?
Ser professor é saber ensinar?, Ao ensinar a gente aprende, com essa aprendizagem a gente ensina melhor, a aprendizagem deve acontecer naturalmente, valorizar o conhecimento prévio do aluno.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
SER PROFESSOR É SABER ENSINAR?
A cada dia há uma nova aprendizagem em nossa vida. Ao ensinar a gente aprende e, com essa aprendizagem, a gente ensina melhor. Isso sempre se transforma num círculo contínuo e, o melhor, produtivo.
Nas diversas faculdades da vida aprende-se que o aluno vem até o professor no intuito de aprender e que o professor deve estar preparado para ensinar. Lá nos ensinam a seguir teorias das mais diversas, testadas ou não, aprovadas ou não, quem sabe? Mas todas elas trazidas de lugares dos mais diversos, de realidades diferente da nossa, onde os valores sócio-culturais, políticos, religiosos e os costumes não têm nada a ver com o nosso dia-a-dia. Sem perceber, muitas vezes utilizamos essa prática nefasta que anula ou, ao menos, confunde o conhecimento prévio do aluno. Ensinamos ao nosso aluno faminto a escrever “lasanha” e o pobre nem enche a boca de água, porque muitas vezes nem sabe o que é. Ensinamos, no bê-á-bá, o "a" de ameixa, o "b" de bola, "c" de caqui, "d" de... Danou-se! E o "f" de fada? Será que o professor acredita em contos de fada? Quando e onde esses pobres alunos viram uma ameixa, um caqui... Tem professor que ousa ensinar o "c" de caviá sem nem ele saber sequer de onde vem e muito menos o que é. Não seria mais fácil ensinar o "a" de abóbora, (o b de bola ainda vá lá), o "c" de caju, o "d" de dedo, o "e" de escola, "f" de família (está mais presente na vida deles do que o feijão e a fada, ainda que desestruturada). Não seria mais interessante um ensino regionalizado onde se valoriza o que o aluno conhece e está presente no seu cotidiano?
E se a aprendizagem deve acontecer naturalmente, sem imposições nem ritmo pré-estabelecido, por que não valorizar o conhecimento prévio desse aluno?
Não seria mais simples para o professor ensinar que lápis se escreve com l do que “o l de lasanha?” A não ser que eles (professor e alunos) levem os ingredientes e a receita e, juntos, com objetivos claros, bem definidos, botem, literalmente, a mão na massa e preparem uma. Isso daria uma aula e tanto. Usaria a matemática até na hora da degustação (seria necessário o milagre da multiplicação da lasanha, da adição ou subtração de algum ingrediente ou da divisão em partes iguais?). São nesses momentos que a interação professor-aluno deve tomar proporções gigantescas, uma vez que, assim, o professor pode demonstrar afetividade e respeito, mostrando ao aluno que, apesar de ser o professor, existe entre eles algo que os torna iguais: a condição humana de inacabados e em constante transformação.
Reconhecer esse fator é importante. Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações. Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência. Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas barreiras.
O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.
É importante saber que, dentro de sala e fora dela, o professor é alguém em quem o aluno se espelha, uma vez que este é (ou deveria ser) o seu mais concreto exemplo de sabedoria, de caráter e, por que não, de heroísmo. Exemplo disso é que toda criança um dia brinca de escolinha e todos eles sempre querem ser o professor. Quando a disputa acontece, sempre acaba nessa posição o mais velho, o maior da turma, alguém de destaque e desenvoltura. Isso não é uma forma de respeito? Por que será que eles nunca deixam esse posto para o mais bobo? Isso provoca uma série de indagações.
Publicado por: Helio Valerio da Silva
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.