O Sistema Montessoriano na Educação Parnaíbana
O Sistema Montessoriano na Educação Parnaibana, Sistema montessoriano. Educador. Prática pedagógica, O Sistema Montessoriano, Aspectos norteadores da pesquisa, Resultados e discussões, Entendimento dos professores sobre o Sistema Montessoriano.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO:
Este artigo aborda a prática do Sistema Montessoriano, resultante da pesquisa que fizemos Escola Arco-Íris, cidade de Parnaíba, visando apresentar elementos característoco do sistema e sua relevância no desenvolvimento intelectual e social do aluno. Sendo assim, apresentamos inicialmente neste trabalho, uma introdução sobre a temática estudada, seguindo-se de um pouco de referencial sobre o sistema montessoriano. Dando continuidade, apresentamos os aspectos norteadores da pesquisa e o ambiente em que nos debrauçamos para investigar, culminando com os resultados e discussões da investigação, bem como, finalizando o trabalho por meio de considerações finais. Portanto, vale ressaltar que o educador montessoriano é um observador, pois procura observar todo o desenvolvimento do aluno, tendo como objetivo principal torná-lo responsável por seus atos. Além disso, o ambiente educativo montessoriano é adaptado, com materiais de fácil compreensão tanto para educador quanto para o educando.
PALAVRAS-CHAVE: Sistema montessoriano. Educador. Prática pedagógica.
1 Introdução
Este artigo visa apresentar o Sistema Montessoriano na cidade de Parnaíba, mas os estudos sobre esse sistema não devem se resumir somente aos objetivos científicos, como também devem fornecer parâmetros à sustentação de políticas públicas e sociais para conscientização da população sobre a relevância desse sistema educacional para o desenvolvimento integral das crianças. Diante disso, este texto propõe desvelar a investigação que fizemos sobre o Sistema Montessori e a aplicação do mesmo na Escola parnaibana Arco-Íris, onde fizemos a observação e tivemos a fundamentação para a realização da pesquisa.
A carência de informações sobre o ensino de Montessori, leva a população muitas vezes criar um rótulo errôneo para a escola que segue esta linha. Foi possível perceber ao longo de nossa pesquisa que, apesar da população não conhecer esse tipo de serviço educacional, alguns procuram saber, e informar-se sobre o assunto.
Reforçamos, então nossa intenção, que através desse artigo, possamos mostrar o funcionamento do Sistema Montessoriano na cidade de Parnaíba, especificamente, numa escola particular da rede formal de ensino infantil e fundamental.
Diante disso, a pesquisa realizada tem grande relevância, uma vez que desvelar a cultura do Sistema Montessoriano em Parnaíba é fundamental para que possamos compreender essa proposta educacional e suas contribuições para sociedade, sobretudo, para os alunos de graduação dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas da região.
Enquanto acadêmicas de pedagogia, este assunto nos interessou pelo fato de estudarmos Maria Montessori e suas práticas pedagógicas na disciplina Fundamentos Didáticos da Prática Educativa, que nos mostrou a importância dos estudos de Montessori na construção integral do indivíduo.
O que nos chamou atenção é que a preocupação de Montessori com o meio social é relevante. As crianças são educadas para tornarem-se indivíduos responsáveis e independentes, por isso são preparadas desde cedo, de acordo com a idade para que aos poucos se adaptem ao ensino por ela proposto. Sendo assim, Maria Montessori é a favor da boa educação independente da situação socioeconômica das famílias dos educandos.
Por isso, o interesse de saber como em Parnaíba, a escola que assume a filosofia montessoriana como teoria e prática educacional, aplica este sistema, fazendo valer as teorias de Maria Montessori, a fim de contribuir para que a comunidade educacional conheça mais a respeito desse sistema de ensino.
2 O Sistema Montessoriano
A educação da criança começa antes mesmo do nascimento, com os cuidados que lhe dispensa a mãe na vida intra-uterina, por isso, é de grande importância o período da infância que vai do nascimento até os seis anos de idade. Nesta fase a criança inicia o desenvolvimento, absorvendo o mundo. Utilizando os sentidos e o movimento ela descobre, experimenta e desenvolve a inteligência, sendo comprovada a importância de um ambiente preparado que favoreça o trabalho da criança: no observar, pesquisar, elaborar e construir o conhecimento de forma prazerosa, para construir-se como pessoa em seus vários aspectos, como ressalta Montessori (2004).
Neste ambiente preparado a criança interessa-se pelas coisas como um explorador nato, tendo a oportunidade de escolher atividades, buscar materiais necessários a sua aprendizagem, agir por decisão e esforço, sendo agente do seu processo de desenvolvimento. Diante disso, as múltiplas atividades que um ambiente deste oferece, a criança conhece suas possibilidades e limitações, busca meios de vencê-las sozinha e, sobretudo, com ajuda dos companheiros e do educador. A criança conquista sua segurança ao perceber que é capaz de resolver problemas, conscientizando-se da sua valorização pessoal. Portanto, é no exercício de livre escolha que a criança desenvolve o senso crítico, enfrenta suas diferenças e as dos outros e prepara-se para assumir responsabilidades pessoais e sociais.
Segundo a filosofia Montessori, a escola que assume esse sistema deve propiciar um ambiente preparado favorecendo, sem dúvida, um processo de conquista da independência, uma vez que cada um é livre para movimentar-se, para estar à disposição dos companheiros, dando e recebendo ajuda, aprendendo e ensinando. Independência que continua acontecendo durante a vida toda numa atuação de verdadeira cidadania. De acordo com essa reflexão:
A liberdade da qual nos fala Montessori está relacionada às conquistas pessoais ou coletivas que se sucedem no desenvolvimento da criança, no caminho de aprender a fazer escolhas e responsabilizar-se por elas, de aprender a avaliar a pertinência de seus atos, de aprender a ser e se relacionar adequadamente com todos, visando o bem estar comum. (RIGHETTI; STABILE; SOTERO, 2000).
É relevante ressaltar que o aluno montessoriano é levado a formar opiniões, construir possibilidades de decisão e compromisso, agindo pelos valores da verdade, da justiça, do bem pessoal e comunitário, estrutura de vida social condigna com a natureza do ser humano. E para que essa filosofia fosse efetivada, Montessori apresenta um plano de educação integral que dá à criança uma visão cósmica da realidade, ao mesmo tempo, proporcionando a vivência de um ambiente preparado, com estímulos e possibilidades de atuação apropriadas, em que a criança tem a oportunidade de efetivar a construção do conhecimento, não através de matérias, mas sob um aspecto real e sistêmico que possibilita desvendar o mundo em que vive e apreciá-lo no que tem de belo e harmonioso.
Nessa perspectiva, a Educação Cósmica é um dos pilares do Sistema Educacional criado por Maria Montessori. Esse pilar sensibiliza o homem a respeitar a natureza e perceber a interdependência entre os elementos do universo, entendendo que a união de todos garantirá uma vida equilibrada à humanidade. Com esta visão do Plano Cósmico Montessori antevê o surgimento de um Novo Homem que participando ativa e conscientemente da sociedade, assume a responsabilidade de autor de sua historia da humanidade. Diante disso, Fonseca diz que:
A Educação Cósmica é caracterizada por um segundo tipo de conhecimento, é intuitiva, e está alicerçada na experiência da realidade direta, não intelectual. É holística. É um conhecimento ecológico. É buscar ajuda das emoções da criatividade e não querer compreender tudo apenas com o intelecto. E, para que durante o processo de aprendizagem a criança pudesse adquirir esta visão do Todo, seguindo um estudo detalhado das partes e observando o processo da evolução, é que Drª. Maria Montessori pensa apresentar este estudo cósmico através de “Grandes Lições Básicas”: O Deus Sem Mãos; A Linha Negra; A História da Vida; A Linha da Mão; A Chegada do Homem; História do Alfabeto e A História do Número. Desta forma mostra à criança que no curso da evolução, há uma relação de cumplicidade inclusive entre os seres irracionais e cada espécie contribui ao meio do qual depende, a fim de conservar as condições para manter seus dependentes em contínuo desenvolvimento. (FONSECA, 2002, p. ?)
No livro Pedagogia Científica, de Maria Montessori, na qual se baseia a proposta montessoriana, esta ressalta a importância dos primeiros anos de vida onde se processa a Educação Infantil, como o alicerce para o desenvolvimento do potencial humano, etapa em que são conquistadas as potencialidades que sustentarão o Homem que surgirá na fase adulta. As sementes lançadas na Educação Infantil proporcionam-lhe ser uma pessoa feliz, um cidadão consciente e harmonizado com o seu planeta, isto é, um home universal.
E isso, se dá pelas capacidades internas que criança possui, papel dos espaços educacionais de despertá-las. Cabe aos pais, como educadores, intuir instintivamente essas exigências e disposições. Para estabelecer o ritmo e tipo de procedimento, diremos que sempre, em educação escolar, deve-se partir da criança, ou seja, de seus conhecimentos trazidos da experiência. Mas o educador, na ansiedade de ver o progresso do educando, não deve impor exercícios que lhe sejam muito difíceis.
De particular importância aos olhos de Maria Montessori é a necessidade de compreender melhor as disposições e as capacidades da infância que a levou a estudar os “pequeninos”, pois, existem muitos adultos que não conseguem ver na criança um ser humano inteligente, capaz de aprender. Portanto, “a Descoberta da Criança”, feita por Maria Montessori, assinala uma etapa fundamental na evolução da psicologia infantil. Ao falar da “mente absorvente da criança”, a Dra. Montessori coloca em evidência a extraordinária facilidade que tem a criança de assimilar, quase inconsciente, o mundo externo. Convencida de que a criança absorve os conhecimentos do ambiente físico em que vive, ela cria um ambiente expressamente predisposto para os pequenos com quem trabalha (quem disse esse texto? Colocar o nome da autora e o ano)
Nesse ponto, porém, define de imediato que “o ambiente deve revelar a criança e não plasmá-la”. A educação não deve ser imposta à criança. Em um ambiente favorável à aprendizagem, a criança será livre para agir e desenvolver-se, ao longo de linhas próprias de orientação. A Dra. Montessori sentia que, no mundo da criança, deve reinar a liberdade indispensável para o indivíduo, num harmônico desenvolvimento físico, mental e espiritual.
Segundo Montessori (1965), a criança pequena é particularmente levada à atividade manual, e o material escolar deve ser adequado às suas necessidades de aprender através do movimento, porque na verdade é do movimento que parte o trabalho intelectual. Além disso, a sala de aula Montessori é preparada funcionalmente para a criança e lhe permite trabalhar, mover-se e desenvolver-se livremente. O próprio cômodo e mobiliário deverão ser proporcionais ao tamanho da criança. Tomando em consideração que exatamente nesses primeiros anos desenvolve-se na criança também o sentido estético, porque, Maria Montessori atribui importância particular à beleza do ambiente educativo.
Nesse contexto, o material de desenvolvimento preparado para a criança deve ser sempre bem confeccionado e conservado. Os objetos são dispostos ordenadamente sobre as estantes. Nas paredes penduram-se desenhos vivos e diversos livros devem estar dispostos na estante. Cada objeto no ambiente é destinado a um uso específico e nada existe que a criança não possa ver e tocar.
Para Montessori (1965), o educador é um observador sempre pronto a guiar e a dirigir, animado na intenção de manter vivo nas crianças o entusiasmo pela aprendizagem, sem jamais interferir nos seus esforços para entenderem sozinhas. Assim, o adulto observa que a criança tem uma personalidade peculiar e procura ajudá-la desenvolver-se cada vez mais. Por exemplo, a criança em situação normal, determina ela mesma seu trabalho, no qual persevera ou muda segundo suas próprias exigências interiores. Não procura afastar o cansaço, ao contrário, visa situações exigentes, enfrenta com alegria obstáculos que sente poder superar. Portanto, ao educador Montessori, ela ensinava o respeito pela vida íntima da criança, pela sua privacidade.
Nessa perspectiva teórico-prática, o Sistema Montessori desenvolve a personalidade da criança por inteiro. Cultiva e protege suas qualidades interiores e lhe ensina a liberdade, num âmbito de atividade organizada. Por isso, na nossa época, na qual se tende a censurar a importância de uma sadia e inteligente educação infantil, a originalidade da visão Montessori e sua sugestiva didática abrem à pedagogia, novas e promissoras perspectivas no campo educacional.
3 Aspectos norteadores da pesquisa
A investigação que realizamos se constituiu de uma pesquisa etnográfica, pois ao conhecer o ambiente da Escola Arco-íris, pudemos desvelar, um pouco, de como a prática pedagógica na instituição contempla a filosofia montessoriana.
Diante disso, nosso contexto empírico foi a escola Arco-Íris uma instituição de ensino de educação infantil e fundamental, da rede privada de educação parnaibana, cuja intenção, como já foi afirmada, anteriormente, foi revelar de que modo o corpo docente da Escola A.I. assume a filosofia do sistema montessoriano em suas práticas pedagógicas. Para isso, utilizamos um questionário aberto aos sujeitos da pesquisa, contendo questões relativas ao interesse deste trabalho. Em seguida, realizamos uma análise das considerações dos sujeitos abordados para que pudessemos apresentar dados relevantes que demonstre como os professores estão atuando conforme o que diz a teoria montessoriana.
Vale ainda ressaltar que, nosso objetivo principal na pesquisa foi investigar como é a prática pedagógica montessoriana da Escola A.I. no município de Parnaíba, a fim de desvelar o cotidiano do trabalho nessa perspectiva de ensino.
Esta escola foi fundada por Fernando Ferraz no ano de 1990, com o intuito de suprir a necessidade de sua filha que havia estudado em uma escola montessoriana em São Paulo, uma vez que em Parnaíba, não havia nenhuma escola que seguisse esta metodologia. No início, a escola funcionou em um sítio, todavia, hoje tem sede situada na Rua James Clark, no Bairro de Fátima.
4 Resultados e discussões
Na pesquisa que assumimos tínhamos a intenção de investigar a prática pedagógica montessoriana da Escola Arco-Íris no município de Parnaíba. Diante disso, apresentaremos a seguir, uma análise e interpretação de dados coletados utilizando categorias para apresentar os pontos mais relevantes da investigação.
4.1 Os Professores Investigados
4.1.1 Entendimento dos professores sobre o Sistema Montessoriano
Sobre o sistema montessoriano os professores responderam:
“É uma proposta de trabalhar a práxis vinculada à vida prática do educando” (P1).
“É o ensino que prepara o aluno para ser independente e responsável”. (P2)
“Método de ensino que trabalha por meio de experiências do cotidiano”. (P3)
Nessa compreensão, o sistema montessoriano é um tipo de educação que prepara o aluno para construir possibilidades de decisão e compromisso, sendo formador de opiniões, agindo pelos valores da vida no bem pessoal e comum.
4.1.2 Teoria e prática do Método Montessoriano
Em relação a vinculação da teoria e prática no Sistema Montessoriano de ensino os professores responderam:
“Através de aulas práticas, usando recursos didáticos variados (sucata, transparências, jogos, massa de modelar, aula de campo) e outros”. (P1)
Verifica-se que a prática no sistema montessoriano é colocada como parte de igual importância tal qual a teoria, pois segundo Montessori (1965) “é do movimento que parte o trabalho intelectual”.
4.1.3 Prática do Método Montessoriano em sala de sula
Sobre a prática em sala de aula os professores responderam:
“Associando o conteúdo à vida prática, considerando o educando um agente de sua aprendizagem de modo participativo, dinâmico”. (P1)
Nesse contexto, a compreensão da professora P1 esclarece para onde o aluno é direcionado, cuja prática do professor articula vida e conteúdos da escola, a serviço da formação de indivíduos participativos e ativos no mundo em que vivem.
4.1.4 Dificuldades e facilidades do Método Montessoriano
Quando perguntamos aos professores sobre as dificuldades e facilidades de se trabalhar o sistema montessoriano um dos professores foi enfático ao responder a indagação:
“Dificuldades não as vejo, pois atualmente tudo estar bem atualizado em todos os campos da educação exceto o laboratório equipado; o corpo docente e compõem a E.A.I é o aspecto mais positivo e realmente humano, gratificante e amigo que ali existe, desde a portaria.” (P1)
Diante disso, ficou claro que as dificuldades estão no campo da infra-estrutura, como laboratórios para atuação dos professores, consequentemente, para uma aprendizagem mais criativa e autonôma dos alunos.
4.2 Os Alunos Investigados
42.1 Matrícula e seus motivos
Quando perguntados sobre as razões que foram matriculados na escola, os alunos abordados responderam:
“Por uma boa educação [...] e tbm p/ serem com menos alunos [...]”.(A).
“Influência de familiares” (C)
42.2 Formação: aprendizagem discente
De acordo com as entrevistas realizadas com ex-alunos desta escola, pudemos perceber o prazer de terem sido alunos da mesma. Segundo eles, adoravam as coisas que lá aprendiam e que são gratos por hoje estarem devidamente preparados para a vida.
Neste contexto, um ex-aluno “A” afirma:
“Hoje posso enfrentar a vida graças ao que aprendi na escola Arco-Íris, se eu fosse morar sozinho, saberia me virar. Em relação ao preconceito, fui muito bem instruído, convivi com colegas que tinham necessidades especiais, aprendi a ajudá-los e agradecer por ser ‘normal’”.
4.2.3 Atividades propostas pela escola
Quando a se refere às atividades que a escola desenvolvia, os alunos responderam:
“Hoje posso enfrentar a vida graças ao que aprendi na escola Arco-Íris, se eu fosse morar sozinho, saberia me virar. Em relação ao preconceito, fui muito bem instruído, convivi com colegas que tinham necessidades especiais, aprendi a ajudá-los e agradecer por ser ‘normal’”. (A)
“Limpar pratos, fazer comida, higiene, teatro e aula extra de dança”. (E)
Publicado por: Fernanda
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