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O NOVO FAZER PEDAGÓGICO ATRAVÉS DA INCLUSÃO DAS TIDCS

Breve resumo sobre o fazer pedagógico através da inclusão das TDICs (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação).

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Com a chegada da Pandemia de COVID-19, no ano de 2020, fomos pegos de surpresa, por uma mudança repentina! Tudo mudou, os processos mudaram, as competências, habilidades, formas de aprender e de ensinar trouxeram novos patamares de exigências a fim de que a sociedade consiga estar alinhada com os novos rumos que se preconizam na educação e no mundo do trabalho.

Diante do contexto que estamos vivendo, a educação requer práticas pedagógicas com novos olhares, métodos e conceitos em que o ensino e a aprendizagem sejam alicerçados através de novas metodologias, tecnologias digitais e o desenvolvimento de novas habilidades do profissional perante as exigências do mercado de trabalho do Século XXI. Neste sentido, torna-se necessário o letramento digital.

O letramento digital vai além do saber ler e escrever no âmbito digital, conforme Pereira (2005), o indivíduo demanda compreender, analisar e praticar as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação - TDICs, acessar e buscar a informação e construir novos saberes diante de novos contextos sociais.

A adoção das TDICs no Brasil e no mundo é algo que vem acontecendo há algum tempo, mais precisamente em meados do século XX. No entanto, o conceito de tecnologia não significa, necessariamente, que precisamos, por exemplo, de um computador ou smartphone de última geração para ministrar aulas, promover conteúdos, desenvolver atividades, independentemente de qual seja o objeto de conhecimento a ser tratado. Para Silva (2001), cada época histórica da nossa sociedade foi configurada por tecnologias que reordenaram as relações espaço-temporais em diversas escalas – local, regional, nacional, global – as quais, a humanidade estabeleceu e estabelece com o mundo, “estimulando e provocando transformações noutros níveis do sistema sociocultural (educativo, económico, político, social, cultural, etc.)” (SILVA, 2001, p. 890).

Aproximando a fala de Silva (2001) com o contexto educacional, podemos observar o quanto esse segmento contou com diferentes tecnologias ao longo do tempo – o quadro negro, o giz, o retroprojetor, a televisão, o livro didático etc. – e que estas, ainda seguem inseridas no ambiente escolar, colaborando com a construção do conhecimento em diversos níveis de ensino e em inúmeras instituições do país (e do mundo).

No Brasil após duas décadas de debates, reflexões e questionamentos a partir de governos, comunidade acadêmica e sociedade em geral, em 2018, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) finalmente é publicada. Porém, ainda provoca discussões e questionamentos diversos. Portanto, conceituada como um “documento de caráter normativo” a BNCC tem a função de definir

O conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver  ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional deEducação (PNE) (BRASIL, 2017, p. 7, grifo original).

Nesse sentido a BNCC estabelece competências gerais para a Educação Básica, as quais, conforme rege o documento, “orientam igualmente as aprendizagens”. Assim, destacamos aqui que na primeira, quarta e quinta competências gerais, já nos é possível observar a importância que as TDICs passam a assumir no contexto da Educação Básica. Com isso, emergem três diferentes temas com profundas conexões entre si: o pensamento computacional, o mundo digital e a cultura digital.

A BNCC define o pensamento computacional como “as capacidades de compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar problemas e suas soluções, de forma metódica e sistemática, por meio do desenvolvimento de algoritmos” (BRASIL, 2017, p. 474).

Nesse sentido, o mesmo decorre da mobilização de conhecimentos lógicos, matemáticos, analíticos e estruturais cujo foco pode ser a construção de softwares ou aplicativos com objetivos específicos. Um exemplo desse tipo de pensamento é a criação de sites que utilizam linguagem de programação combinada com banco de dados. No entanto, a construção de uma planilha eletrônica igualmente pode exigir o pensamento computacional.

No quesito mundo digital, o documento conceitua como “as aprendizagens relativas às formas de processar, transmitir e distribuir a informação de maneira segura e confiável em diferentes artefatos digitais [...] compreendendo a importância de codificar, armazenar e proteger a informação” (BRASIL, 2017, p.474).

As redes sociais on-line como Instagram, Facebook, YouTube etc., ou mesmo WhatsApp, serviços de e-mail e armazenamento em nuvem são exemplos de configurações do mundo digital, o qual permeia nossas vidas na atualidade. Desde a simples troca de mensagens até o envio e recebimento de documentos, são ações que facilitam a comunicação entre as pessoas. Termos essa percepção instrumental e a noção de que os dados trocados precisam estar seguros e criptografados são habilidades essenciais ao contexto da Informática.

E, finalmente, a cultura digital “envolve aprendizagens voltadas a uma participação mais consciente e democrática por meio das tecnologias digitais, o que supõe a compreensão dos impactos da revolução digital e dos avanços do mundo digital na sociedade contemporânea” (BRASIL, 2017, p. 474). A cultura digital está entre as dez competências gerais da BNCC e amplamente relacionada às habilidades de diferentes áreas do conhecimento. Essa competência, por sua vez, reconhece as TDICs como uma das principais mediadoras das relações humanas atualmente ao passo que aproxima a escola da vida cotidiana do jovem, que é mediada pela tecnologia.

A sociedade está, mais ainda do que em outras épocas, imersa em uma cultura digital. São vários os segmentos que utilizam as TDICs, a exemplo da área da saúde com seus exames diagnósticos não invasivos, a movimentação financeira executada por meio de aplicativos ou sites bancários; a internet das coisas, que pode tornar a nossa casa ainda mais conectada; a educação mediada por computador, onde é possível encontrarmos inúmeros softwares capazes de contribuir à construção do conhecimento etc.

Assim, quando analisamos a necessidade desses artefatos, percebemos que um mundo analógico não é mais possível, e que as futuras gerações estarão ainda mais presentes e imersas nesse mundo cybernético. Portanto, possuir habilidades digitais requer prática, conhecimento, habilidades e atitudes que levam o ser humano a desenvolver competências que o mundo do trabalho e a sociedade preconizam neste Século e mais precisamente nesta década que são as competências pautadas pela cultura digital.

Muitas lições ficam a respeito da pandemia, uma delas é no que diz respeito ao domínio das tecnologias digitais, foi preciso ter uma situação de calamidade mundial para que professores tivessem que se adequar, se interessar ao campo tecnológico, se letrar digitalmente para acompanhar as mudanças propostas naquele instante, pois se reinventar era preciso!

Mas, esta dimensão que foi dada para se especializar no momento da pandemia, não pode terminar aqui. A educação será ainda mais tecnológica, digital, cooperativa, inovativa e propositiva, e educadores necessitam estar cada vez mais preparados, para lidarem com a tecnologia, mas não só saber lidar com determinada ferramenta digital e sim saber lidar com metodologias definidas para inserção desta tecnologia em sua prática pedagógica.

Nos deparamos, na atualidade, com uma cultura informatizada, que possui hábitos intelectuais diferenciados e que dominam diversos signos e representações relacionados a técnica e as inovações. Por isso se faz necessário que a escola continue cumprindo seu papel indispensável na produção de conhecimento e na formação integral do sujeito, mas esteja preparada para fazer uso de novas tecnologias melhor atendendo a geração da era digital.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, SEB, CONSED, UNDIME, 2017.

BACICH, Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

PEREIRA, João Thomaz. Educação e sociedade da informação. In: COSCARELLI, Carla & RIBEIRO, Ana Elisa. (Orgs.). Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

RODRIGUES, Anna Maria Moog. Por uma filosofia da tecnologia. In: GRINSPUN, Miriam P. S. Zippin [org.]. Educação tecnológica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001.

SILVA, Bento. A tecnologia é uma estratégia. In: DIAS, Paulo; FREITAS, Varela de. [orgs.] Actas da II Conferência Internacional Desafios 2001, Braga, Centro de Competência da Universidade do Minho do Projecto Nónio, p. 839-859.

Eliane de Oliveira Jacoby[1];


[1] Graduada em Pedagogia pela UNIJUÌ, Pós-graduanda em Tecnologias e Educação a Distância, Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí,


Publicado por: Eliane de Oliveira Jacoby

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