O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Mostrar a relevância do ensino da Língua Inglesa no aprendizado infantil de um ou mais idiomas, simultaneamente.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
É na primeira etapa da Educação Básica, que a criança começa a ter contato com o ambiente escolar. A Proposta Pedagógica da Educação Infantil, prevê o trabalho da diversidade, do respeito, da proteção e dignidade da criança. Sem distinção de classe, etnia, religião ou qualquer outra peculiaridade. Inclusive, estes mesmos valores vêm a ser trabalhados também nas aulas de Língua Inglesa. À plasticidade do cérebro infantil, que, dito de forma simplificada, que é a capacidade de aprender e se adaptar a novas situações, qualquer criança, dentro dos padrões da normalidade cognitiva e respeitadas as características de sua idade, pode aprender a(s) língua(s) que lhe é/são ensinada(s). O objetivo do presente artigo é mostrar a relevância do ensino da Língua Inglesa no aprendizado de um ou mais idiomas, simultaneamente. A metodologia utilizada foi a Revisão Sintética de Literatura (RSL). Podemos observar durante a RSL que uma criança poderá ser ensinada e aprender dentro de seus limites, mais de um idioma sem que isso lhe cause prejuízo no aprendizado. Dentro do mesmo período de tempo que uma criança monolíngüe leva para adquirir uma língua, as crianças bilíngües adquirem duas línguas e se tornam capazes de usá-las com propriedade e naturalidade, nas situações cotidianas mais diversas. O profissional da Educação Infantil que trabalha com a língua inglesa, busca aproveitar ao máximo as situações oportunas para introduzir aos poucos as novas palavras do idioma. A língua materna entra como um facilitador do diálogo e a língua inglesa é introduzida naturalmente entre as frases.
Palavras-chave: Ensino. Língua Inglesa. Infantil.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como proposta trazer um tema que muito se discute na educação, que é o ensino da Língua Inglesa desde os primeiros anos da vida de uma criança, sendo ou não em uma creche/escola bilíngüe. Sabemos que palavras de outros idiomas acabaram sendo incorporados ao nosso e em outros por conta da colonização. E cada vez mais estamos diante de palavras da Língua Inglesa, atualmente, falada no mundo inteiro. Com as crianças, não é diferente. São desenhos, séries, brinquedos, dentre outros que trazem desde cedo o idioma para o convívio delas.
O objetivo deste trabalho é mostrar a relevância do ensino da Língua Inglesa desde a mais tenra idade. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, é na infância a fase de desenvolvimento e plasticidade cerebral, o que favorece o aprendizado de maneira geral.
Serão trazidos também alguns mitos sobre o assunto, o que realmente favorece ou não o desenvolvimento e aprendizado do idioma e como a criança aprenderá naturalmente, assim como aprenderá sua língua materna.
A justificativa da escolha do objeto de estudo tem relação com minha atuação presente como professora de Língua Inglesa da Educação Infantil, na qual posso observar o quão natural é para as crianças, principalmente os alunos do Maternal, aqueles praticamente bebês, aprender as canções, as cores ou quaisquer outros assuntos que eu trabalhe em nossas aulas.
Visto que eles próprios, muitas vezes, já chegam à escola com este conhecimento prévio da Língua Inglesa por conta dos desenhos e vídeos que assistem. O idioma já está incorporado ao cotidiano destas crianças, assim como está a língua materna.
EDUCAÇÃO INFANTIL: UM PRIMEIRO MOMENTO
É na Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, que a criança começa a ter o primeiro contato com o ambiente escolar e suas normas. Para a criança, esse desligamento momentâneo com o seio familiar pode ser muito delicado e por isso, o ambiente escolar deve propiciar aconchego, conforto e atenção às necessidades dos pequenos.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, “é dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção” (2010). Assim, a criança poderá desfrutar de um ambiente saudável e propício ao seu desenvolvimento integral.
Como um sujeito histórico e de direitos, a criança deve crescer em um espaço onde tenha oportunidade de brincar, interagir, se expressar, experimentar e aproveitar ao máximo este momento tão rico em aprendizados que é a infância. O Currículo deve ser voltado à promoção do desenvolvimento integral e sem deixar de considerar o contexto em que este aluno vive.
O Artigo 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente assegura que
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade (2017).
Assim, a Proposta Pedagógica da Educação Infantil, prevê o trabalho da diversidade, do respeito, da proteção e dignidade da criança. Sem distinção de classe, etnia, religião ou qualquer outra peculiaridade. Inclusive, estes mesmos valores vêm a ser trabalhados também nas aulas de Língua Inglesa.
EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA CRIANÇAS
Muitos questionamentos e principalmente, muitos mitos são criados em torno da educação bilíngüe voltada ao público infantil. Não deixando de sinalizar a falta de políticas e projetos visando dar importância ao aprendizado de um segundo idioma.
Dentre eles a questão da idade certa para iniciar um segundo idioma, se não seria prejudicial ao aprendizado da língua materna, dentre outros.
Para Finger e Hübner, da Revista Educação,
Devido à plasticidade do cérebro infantil, que, dito de forma simplificada, pode ser definida como a capacidade de aprender e se adaptar a novas situações, qualquer criança, dentro dos padrões da normalidade cognitiva e respeitadas as características de sua idade, pode aprender a(s) língua(s) que lhe é/são ensinada(s).
Dito isto, podemos observar que uma criança poderá ser ensinada e aprender dentro de seus limites, mais de um idioma sem que isso lhe cause prejuízo no aprendizado de sua língua materna.
Quanto à questão da idade, no mesmo artigo vemos que
Em outras palavras, dentro do mesmo período de tempo que uma criança monolíngüe leva para adquirir uma língua, as crianças bilíngües adquirem duas línguas e se tornam capazes de usá-las com propriedade e naturalidade, nas situações cotidianas mais diversas.
Ou seja, as crianças passarão pelo mesmo processo de aprendizagem tanto da língua materna, quanto da língua estrangeira. O importante é que a criança seja estimulada e exposta ao ambiente propício a esta aprendizagem. Este ambiente deve levar em consideração o contexto da criança e o aprendizado de maneira natural.
Existem estudos e artigos que, através de experiências, demonstram maior desempenho pelas crianças bilíngues do que pelas crianças monolíngues nas atividades propostas.
Vale lembrar que cada criança terá o seu tempo de aprendizado, e isto vale para qualquer assunto que seja trabalhado, tanto na língua maternal quanto na língua estrangeira.
A LÍNGUA INGLESA E A ATUAÇÃO DO PROFESSOR
O trabalho com a Educação Infantil requer sensibilidade e paciência, este já é um fato. Quando trazemos o ensino de um novo idioma e ainda mais levando em consideração o fato de que algumas crianças sabem pouco da própria língua materna, o cuidado deve ser redobrado. Para Pires, “formação pedagógica e lingüística específicas são fundamentais para esses professores que trabalham com aprendizes com idade abaixo de seis anos” (PIRES apud CARVALHO, 2004).
É necessário, além da formação específica, estar sempre refletindo sobre nossa prática. Como profissional da Educação Infantil e lidando com a língua inglesa, busco aproveitar ao máximo as situações oportunas para introduzir aos poucos as novas palavras do idioma.
A língua materna entra como um facilitador do diálogo e a língua inglesa é introduzida naturalmente entre as frases, para indicar objetos, comandos, cores, cumprimentos, dentre outros.
Percebo também como as canções são ótimas aliadas no ensino da língua inglesa. Além de serem divertidas e atrair a atenção das crianças, elas conseguem aprender facilmente e principalmente, associar o nome ao objeto, parte do corpo ou qualquer outra coisa que queira ser mostrada quando escutam a canção e observam a coreografia.
Podemos trabalhar qualquer assunto, desde que os temas sejam adaptados ao universo e linguagem infantil. Atuar na Educação Infantil requer sempre o trabalho das brincadeiras e do lúdico. Para Chateau apud Teixeira e Volpini
A infância é, portanto, a aprendizagem necessária à idade adulta. Estudar na infância somente o crescimento, o desenvolvimento das funções, sem considerar o brinquedo, seria negligenciar esse impulso irresistível pelo qual a criança modela sua própria estátua. (CHATEAU, 1954, p.14).
É a partir disto, que a criança consegue se desenvolver e aprender conceitos que levará ao longo de sua caminhada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Infantil, por ser o primeiro contato da criança com o ambiente escolar, requer muita atenção e dedicação, em qualquer conteúdo que seja trabalhado. Na Língua Inglesa não é diferente. Exige do profissional preparo, dedicação, rever sempre seus conteúdos e maneira de trabalhá-los.
A Língua Inglesa é atualmente um idioma universal e cada vez mais presente em nosso cotidiano desde a mais tenra idade. Cada vez mais cedo as crianças tem contato com as palavras presentes em jogos, vídeos e conteúdos voltados ao público infantil.
Observa-se a relevância do ensino de outros idiomas na infância por se tratar da fase onde a criança está mais propícia à novas descobertas e facilidade em absorver os conteúdos oferecidos. Estudos na área já conseguiram demonstrar como uma criança bilíngue consegue um melhor desenvolvimento em comparação à uma criança monolíngue.
Vale ressaltar que estes “mitos” citados são questionamentos que giram em torno da Educação Bilíngue. São necessárias políticas de aprendizagem que valorizem o ensino de um segundo idioma com o intuito também de inserir a criança em uma nova cultura e abrir seu olhar para novos caminhos.
É importante que todo conteúdo trabalhado na Educação Infantil, independente do idioma, seja sempre adequado e adaptado ao contexto, faixa etária e bagagem cultural que esta criança traz previamente. Lembrando que os pequenos chegam ao ambiente escolar repletos de conhecimentos e uma enorme vontade de explorar coisas novas. A curiosidade é o que os move.
Em minha prática observo como é grande a curiosidade e a facilidade com que as crianças conseguem assimilar as questões trabalhadas. Alguns alunos ainda estão descobrindo a língua materna mas já conseguem reproduzir palavras da Língua Inglesa. Os conteúdos são adaptados ao máximo e sempre instigando a curiosidade.
Um profissional da educação precisa estar sempre atualizado, envolvido e revendo diariamente sua prática. Trabalhar um segundo idioma, neste caso a Língua Inglesa requer mostrar para a criança o motivo de estar ali e conscientizá-la cada dia sobre o papel e importância deste idioma.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil. 2010. Acesso em: 23 abr. 2019.
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, e legislação correlata [recurso eletrônico]. – 9. Ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 207 p. – (Série legislação; n. 83). Acesso em: 24 abr. 2019.
CARVALHO, Raquel Cristina Mendes de. A educação infantil descobrindo a língua inglesa: interação professor/aluno. 2009. Acesso em: 23 abr. 2019.
FINGER, Ingrid. HÜBNER, Lilian Cristine. 5 mitos e evidências sobre educação bilíngue para crianças. 2017. Acesso em: 23 abr. 2019.
POULIN-DUBOIS, D. BLAYE, A. COUTYA, J. BIALYSTOK, E. The effects of bilingualism on toddlers’ executive functioning. Journal of Experimental Child Psychology, vol. 1, págs. 1- 13, 2011. < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4346342/> Acesso em: 14 mai. 2019.
TEIXEIRA, Hélita Carla. VOLPINI, Maria Neli. A importância do brincar no contexto da educação infantil: creche e pré-escola. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 1 (1): 76-88, 2014. Acesso em: 30 abr. 2019.
Por Nathalia Muniz Carneiro
Faculdade Metropolitana do Planalto Norte - FAMEPLAN - 06/05/19
Publicado por: Nathalia Muniz Carneiro
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.