FAMÍLIA E ESCOLA EM UM ÚNICO OBJETIVO
Confira aqui um artigo que trata da problemática relacionada à falta de acompanhamento da família na vida escolar do filho.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
Esse artigo trata da problemática relacionada à falta de acompanhamento da família na vida escolar do filho, o que resulta em uma péssima condição para o aprendizado prejudicando assim a qualidade do ensino na maioria dos centros educacionais. Para que se possa compreender a escola, é necessário conhecer e entender o processo social que lhe deu origem. A educação do aluno há alguns tempos atrás era uma atividade exclusivamente familiar, porém, quando a sociedade deixou de ser artesanal e se tornou industrial, foi preciso criar uma instituição que se responsabilizasse pela educação, assim surgiram às escolas as quais até os dias de hoje muito tem se mudado no planejamento educacional. Um dos principais é o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) que busca uma educação básica de qualidade. A prioridade é investir na educação básica, na educação profissional e na educação superior porque elas estão ligadas, direta ou indiretamente. Significa também envolver todos — pais, alunos, professores e gestores, em iniciativas que busquem o sucesso e a permanência do aluno na escola. Com o PDE, o Ministério da Educação pretende mostrar à sociedade tudo o que se passa dentro e fora dos centros educacionais, realizar uma grande prestação de contas. Se as iniciativas do MEC não chegarem à sala de aula para beneficiar a criança, não se conseguirá atingir a qualidade que se deseja para a educação brasileira. Por isso, é importante a participação de toda a sociedade no processo principalmente a família.
PALAVRAS-CHAVE: Família, sociedade, aprendizagem.
ABSTRACT
We treated this article the problems related to the lack of family members to accompany the school life of the child, which results in a bad condition for learning thus impairing the quality of education in most educational centers. In order to understand the school, it is necessary to know and understand the social process that led to it. Education student a few days ago was an exclusively family activity, but when the company ceased to be handmade and became industrial, it was necessary to create an institution that takes responsibility for education, thus came to schools which to this day very have moved on .A educational planning of the main is the PDE (education Development Plan) that seeks a quality basic education. The priority is to invest in basic education, vocational education and higher education because they are linked, directly or indirectly. It also means involving everyone - parents, students, teachers and administrators in initiatives that seek success and permanence of the student in school .With the PDE, the Ministry of Education intends to show society everything that goes on inside and outside the schools, hold a large accountability. If the MEC initiatives do not come to the classroom to benefit the child, you cannot achieve the quality you want for Brazilian education. Therefore, it is important the participation of the whole society in the mainly family process.
KEYWORDS: family, society, learning.
INTRODUÇÃO
A sociedade foi se modificando ao longo dos anos, e sendo assim o conceito de família também mudou. Há alguns anos atrás a família era considerada tradicional, ou seja, pai mãe e filhos ou filho, os quais eram responsáveis diretos pela educação dos mesmos. Hoje a família moderna já é mista, sendo composta inclusive por duas pessoas do mesmo sexo, ou somente a mãe ou o pai como sendo o único responsável por essa ou essas crianças.
No entanto com essa mudança e com o modelo de economia diferenciada a família já não consegue mais se manter presente na vida escolar dos filhos sendo que acabam colocando sobre a escola a responsabilidade de educar no sentido total da palavra.
Nesse artigo veremos alguns assuntos relacionados a autores que tratam do referido assunto com propriedade baseando se em pesquisas.
DESENVOLVIMENTO
Família e escola unidas por um único objetivo
A família e a escola devem caminhar juntas, na mesma direção, e embora não seja a realidade vivenciada no cotidiano escolar, essa questão precisa ser revista pois é fundamental no desenvolvimento do indivíduo como cidadão,afinal o ambas têm o mesmo objetivo o qual é sempre o bem estar do aluno.
Para que possam atingir o mesmo objetivo em comum, cada uma deve fazer sua parte visando assim conduzir crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade.
Tiba (1996) afirma que há pais que, por manter seus filhos na escola, acham que esta é responsável pela educação dos mesmos. Quando a escola reclama de comportamentos inadequados ou das indisciplinas por parte dos alunos, os pais atribuem a responsabilidade à escola.
Muitos pais não têm noção do mal que causam aos seus filhos quando não estabelecem limites para eles, atendendo todos os seus desejos sem questioná-los, crianças que não sabem controlar suas vontades, provavelmente não saberão lidar com problemas corriqueiros do seu cotidiano.
A escola em parceria com família sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam ser grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser humano.
É de suma importância que os muros das escolas deixem de significar barreiras e passem a existir para ampliar a atuação do processo educacional em um contexto multidisciplinar. E, para que isso ocorra, é essencial que sejam claros os princípios de educação que rege as ações de todos os indivíduos envolvidos, bem como a do sujeito que pretendemos formar. Partindo do princípio que a educação é constituída pela prática social, sendo assim as relações entre a escola e a família devem ser bem próximas ,ou seja precisam caminhar juntas.
A reflexão sobre as relações entre a escola e família constitui como elemento fundamental para o sucesso do processo ensino e aprendizagem. Atualmente investem-se muito no estudo a respeito do desenvolvimento da educação perante a participação da família, no intuito de promover uma educação de qualidade. Isso significa que a família tem que assumir a responsabilidade junto à escola na formação acadêmica de seus filhos.
Para Vasconcellos (1994) a família e a escola mudaram muito. Antes, a família era cúmplice da escola. Hoje deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela, porém a crítica. Cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela família.
As formas e amplitude das relações entre as escolas e famílias variam, pois estão relacionadas a diversos fatores, tais como escolarização das famílias, classe social, meio urbano ou rural, número de filhos, tempo disponível e ocupação dos pais, entre outros.
O impacto da vida familiar causa influencia corretiva na vida escolar do indivíduo, pois este está inserido numa estrutura familiar com uma dinâmica que por muitas vezes entra em conflito determinando seu comportamento e sua capacidade de aprendizagem escolar. Ainda segundo o autor a escola compartilha com a família suas descobertas e recebe dela, por meio de seus alunos, a dinâmica de um mundo em constante mudança num processo de colaboração. Não há separação entre a cultura da escola e a vida familiar, mas uma extensão em que ambas convivem e se influenciam mutuamente.
Segundo Aranha (2006) a história da educação no Brasil inicia-se em 1549 com a vinda dos seis jesuítas que aqui aportaram em companhia do primeiro governador geral Tomé de Souza. A partir de então, e por mais de duzentos anos, ficou entregue quase que com exclusividade, aos padres da Companhia de Jesus o ensino público em nosso País. Atendendo aos propósitos missionários da Ordem os jesuítas dedicaram-se fundamentalmente à catequese e à instrução do gentio, criando escolas de primeiras letras e instalando colégios destinados a formar sacerdotes para a obra missionária na nova terra.
Para compreendermos a forma como as instituições, escola e família influenciam no sucesso do processo educacional no Brasil, é necessário considerar primeiramente os aspectos históricos que constituíram a trajetória da escola e família desde o período colonial até os dias de hoje.
As últimas décadas do período imperial foram marcadas por grandes transformações, que envolveram o início da industrialização, a chegada de imigrantes, o fim gradativo da escravidão e a urbanização, que contribuíram para o desenvolvimento do trabalho assalariado no país, para a expansão da produção do café e para o aprimoramento da infraestrutura quanto à comunicação (telégrafos) aos transportes (ferrovias e portos). Gonçalves (2003) nesse período, o pensamento católico, até então dominante, passa a ser questionado por um movimento mais liberal, ligado ao positivismo, que na educação, defende a escola pública, gratuita, leiga além da mudança curricular, contemplando o ensino das ciências.
Segundo Gonçalves (2003) a partir da Primeira República a Educação passa a ser um tema debatido pelos intelectuais, sendo esta discussão caracterizada, sobretudo pelo “entusiasmo pela educação”, de caráter mais quantitativo e visando à expansão da escola pública, e pelo “otimismo pedagógico”, de caráter mais qualitativo e seletivo. A ampliação do debate educacional neste período deve-se em especial às novas necessidades da população surgidas no âmbito social, econômico e político, diante da reorganização do Estado. Essa crescente demanda deve-se e especial à educação ser entendida, nesse momento, como caminho possível para o emprego na estrutura administrativa do Estado que então se fortalecia, ou seja, a meta principal eram cargos burocráticos e intelectuais, entendidos como possibilidade de ascensão social por uma classe média que se fortalecia.
No artigo 227 da Constituição Federal do Brasil (1988) diz na sua íntegra que:
“é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Discutir a questão da infância e da família no campo da pedagogia constitui tarefa importante para evitar o recurso a padrões rígidos que pensam a educação a partir de um modelo universal e temporal de infância e de família.
Nos seus aspectos históricos a família é uma entidade histórica, interligada com os rumos e desvios da história, que mudou suas estruturas através do tempo. Há, portanto, que se fazer uma releitura desta instituição e seu dever perante as pessoas que a compõe. Para Aranha (2006) as relações das crianças na sociedade, intermediadas pela família, são um fenômeno mutável no tempo, por ser a família uma instituição social historicamente situada, sujeita a mudança de acordo com as diferentes relações estabelecidas entre os sujeitos.
Os historiadores passaram a ter interesse pelo tema família e infância a partir do século XIX, mas as pesquisas se restringiram geralmente às famílias mais ricas.
A família é uma instância importante no processo de socialização, bem como no desenvolvimento da subjetividade autônoma, ensinando informalmente o que as crianças devem fazer, dizer ou pensar. A educação dada pela família fornece solo a partir do qual o indivíduo pode agir até para, em última instância, rebelar-se contra os valores recebidos: contra esses valores, mas sempre a partir deles.
Para Tiba (1996) a falta do amparo familiar, mais precisamente a carência afetiva durante a infância, pode conduzir a uma deterioração integral da personalidade, e consequentemente do comportamento. Quando o relacionamento familiar é precário, certamente irá influenciar nos relacionamentos sociais de seus membros, principalmente dos filhos. A pobreza, violência doméstica, alcoolismo, à desagregação dos casamentos, droga, ausência de valores, permissividade, demissão dos pais da educação dos filhos, etc. São apontados como as principais causas que minam o ambiente familiar.
Aranha (2006), descreve que “a crise da família é de origem social e não é possível negá-la ou liquidá-la como simples sintoma de degeneração ou decadência”. Trata-se de algo que está sendo reconstruído à revelia do que existe. Tarefa difícil, que exige cuidado e empenho, a fim de evitar o saudosismo da antiga família, em que a autoridade paterna era indiscutível, e de não culpar a mulher pela entrada no mercado de trabalho como fator de desagregação.
No final do século XX, o limiar de uma nova realidade para família. Muitos ainda consideram que se trata de uma desordem na família, ao verem com suspeita os divórcios e casamentos sucessivos, constituição de famílias sem casamento oficial, a produção independente da opção mono parental, isto é, a criança vivendo só com o pai ou só com a mãe, os bebês de proveta, o casamento gay, inclusive com a doção de filhos, entre tantas outras formas de constituição familiar.
Ainda segundo a autora “desordens na família não são novas, embora hoje em dia, se manifestem de forma inédita, mas elas não impedem que a família seja atualmente reivindicada como o único valor seguro ao qual ninguém quer renunciar. Ela é amada, sonhada e desejada por homens, mulheres e crianças de todas as idades, de todas as orientações sexuais e de todas as condições”.
Existem diversas contribuições que tanto a família quanto a escola podem oferecer, propiciando o desenvolvimento pleno respectivamente dos seus filhos e dos seus alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atual realidade brasileira é que a escola tem procurado estabelecer relações com as famílias de seus alunos visando principalmente o investimento familiar e pessoal de cada aluno na sua aprendizagem escolar, mas nem sempre, consegue atingir os resultados. É um assunto que merece reflexão e uma busca exaustiva de alternativas que possam ajudar, pois afeta diretamente no ensino - aprendizagem.
A escola e a família devem estar estudadas em suas particularidades para que caminhos de interação produtiva possam ser traçados e seus papéis definidos para que haja benefício para os alunos e consequentemente a qualidade de ensino oferecida.
Entendemos então que a família como primeiro núcleo da construção de um sujeito, é fundamental para sua estrutura e isto é de suma importância para a educação e transmissão e fixação de valores. Já à escola, é primordial que ela elabore projetos e crie mecanismos para que a família participe ativamente do cotidiano escolar. Somente assim serão parceiros na efetivação do processo ensino e aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.estantevirtual.com.br/autor/maria-lucia-de-arruda-aranha
ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da Educação 3.ed.rev.e ampl. São Paulo:moderna,2006.
http://www.tiba.com.br/
TIBA, Içami. Disciplina – Limite na medida certa. 8ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996.
http://www.estantevirtual.com.br/autor/maria-lucia-de-arruda-aranha
ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da Educação 3.ed.rev.e ampl. São Paulo:moderna,2006.
http://www.tiba.com.br/
TIBA, Içami. Disciplina – Limite na medida certa. 8ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996.
Publicado por: Silvana Padilha da Silva Tonet
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.