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As novas tecnologias e a alfabetização

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) como aliadas às boas práticas pedagógicas, possibilitando uma nova forma de interação social e, contribuindo efetivamente no processo de alfabetização.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A comunicação e a interação são processos pertinentes ao homem, que desde os tempos primórdios dialogavam sobre suas caças e aventuras, através das figuras rupestres. Muitos anos se passaram e com a evolução das tecnologias da informação e comunicação as Tics, as distâncias e as dificuldades de comunicabilidade foram reduzindo assim como, os métodos de aquisição da leitura e escrita. Se antes fazíamos pesquisas nas bibliotecas e aprendíamos a ler o bê a bá nas cartilhas, atualmente a geração dos chamados nativos digitais crescem mexendo em celulares e internet, ou seja, essas ferramentas são de suma importância tanto para o ensino, quanto para a aprendizagem. A seguir iremos refletir sobre como as novas tecnologias influenciaram nos processos de interatividade tanto no campo social, como no campo educacional e discutir sobre quais estratégias aliadas as essas ferramentas podem auxiliar os professores na alfabetização.

Na sociologia interação social é um conceito que determina as relações sociais desenvolvidas pelos indivíduos e grupos sociais. É a partir desta interação que o homem desenvolve a comunicação e estabelece a criação de redes de relações. No campo da educação diversos autores discorrem sobre a importância das interações sociais para o desenvolvimento e aprendizagem. Embora não tenha se fixado nos aspectos sociais e sim nos fatores biológicos em relação aos estágios do desenvolvimento Piaget (1987) afirma que: “O homem é um ser essencialmente social, impossível, portanto, de ser pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive”.

Vygotsky (1993) foi um dos maiores representantes da Teoria Sócio-interacionista, nos seus estudos aponta o homem como sujeito social e em constante interação com o meio. Para este autor o desenvolvimento intelectual ocorre a partir de um intenso processo de interação social, ou seja, quando a criança brinca em seu ambiente, ela internaliza instrumentos culturais construindo o seu próprio conhecimento.

As novas tecnologias transformaram as trocas de informações e possibilitaram a interação social de “um para todos" para "todos a todos" aproximando os indivíduos de maneira atemporal. Nas salas de aula a interatividade digital já faz parte do cotidiano de um número pequeno no Brasil. Embora o acesso a tablets, computadores, leitores digitais e celulares ainda seja restrito a poucos, muitos professores já perceberam a importância que as TiCs tem no processo de aprendizagem. Para Kenski (2012) a introdução das novas tecnologias como instrumento para aprendizagem modificam comportamentos e o saber de maneira muito rápida.

Um saber ampliado e mutante caracteriza o estágio do conhecimento na atualidade. Essas alterações refletem-se sobre as tradicionais formas de pensar e fazer educação. Abrir-se para as novas educações, resultantes de mudanças estruturais nas formas de ensinar e aprender possibilitadas pela atualidade tecnológica, é o desafio a ser assumido por toda a sociedade. (KENSKI, 2012, p. 41).

As tics aliadas ás boas práticas pedagógicas podem contribuir efetivamente no processo de alfabetização. De acordo com a educadora e presidente do Sindicato das Escolas Privadas do Amazonas (Sinepe/Am), Elaine Saldanha, (2017) “Enquanto estão mexendo em um computador ou tablet, as crianças desenvolvem a concentração e o raciocínio lógico". Nessa fase é preciso que o professor estimule os alunos a conhecer o alfabeto de maneira lúdica e criativa, por isso deve implementar nas aulas, sites e aplicativos voltados para leitura e escrita. Antes de tudo, é preciso identificar em qual hipótese silábica o aluno se encontra para que sejam divididos em grupos.  Na sala de informática estimular o acesso a plataformas como: O pé de vento, site com jogos, músicas, contação de histórias e conteúdos, nele o jovem aprende com aventuras de todos os tipos. Voltada para alunos do primeiro ano, a ferramenta reúne diferentes atividades. O HagáQuê desenvolvido pelo Instituto de Computação da Unicamp, é um software educativo de apoio a alfabetização e ao domínio da linguagem escrita, que auxilia as crianças a criarem histórias em quadrinhos.

De acordo com Débora Garofalo, professora de Informática Educativa na escola EMEF Almirante Ary Parreiras, em São Paulo: “Os jogos digitais têm um papel fundamental durante o processo de alfabetização. Ao mesmo em que eles conseguem desenvolver a concentração, o raciocínio lógico e a colaboração entre as crianças, incentivam a leitura e a escrita. Os jogos são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, além de favorecer a apropriação e interpretação dos recursos linguísticos primordiais a alfabetização”. A fotografia também pode ser utilizada, o professor poderá criar um jornal da escola junto com os alunos, eles escolhem o tema, fotografam e escrevem a matéria coletivamente, por exemplo, o que tem na quadra de educação física ou que falta? Essas atividades, além de favorecer o raciocínio, a memória e inserir a criança no mundo digital, também proporciona a interação social e facilita de maneira rápida e lúdica o conhecimento do mundo das letras.

REFERÊNCIAS

CANAL DO ENSINO. 8 Ferramentas  digitais gratuitas  que ajudam na alfabetização. Disponível em: https://canaldoensino.com.br/blog/8-ferramentas-digitais-gratuitas-que-ajudam-na-alfabetizacao. Acesso em 03 de Novembro de 2018.

GARAFALO, Débora. Revista Nova Escola: Como a tecnologia contribuem para o processo de alfabetização. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4854/blog-tecnologia-como-as-tecnologias-contribuem-para-o-processo-de-alfabetizacao. Acesso em 01 de Novembro de 2018.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9. ed. São Paulo: Papirus, 2012.

Piaget J. A psicogênese dos conhecimentos e sua significação epistemológica. In: M. Piattelli-Palmarini M, org. Teorias da linguagem, teorias da aprendizagem: debate de Jean Piaget e Noam Chomsky com outros autores. Lisboa: Edições 70; 1987. P. 51-62

SALDANHA, Elaine. Novas Tecnologias contribuem e modificam forma de alfabetizar crianças. Disponível em: https://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/novas-tecnologias-contribuem-e-modificam-forma-de-alfabetizar-as-criancas . Acesso em 05 de Novembro de 2018.

VYGOSTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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Por Luana Santana
Jornalista especializada em Mídias Sociais. Graduanda em Pedagogia.


Publicado por: Luana Santana

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