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A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

Analise sobre o psicopedagogo e a sua atuação no campo escolar.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

Geralmente quando se fala em dificuldade nem sempre esta palavra está relacionada com distúrbio, mas da dificuldade no sentido de que até qual ponto é da criança, da metodologia ou do ambiente sociocultural, onde a mesma está inserida. Então o profissional formado em Psicopedagogia vai ajudar na resolução da dificuldade, o leque de opções quanto a área de atuação vária: pode ser exclusivo da escola, atuando com os professores verificando a metodologia usada num sentido de colaboração, uma vez que se apresente uma dificuldade cabe a essa profissional orientar o professor como trabalhar com a criança afim de contribuir no processo de melhora, existe também os psicopedagogos do hospital, esse profissional é requisitado quando a criança pelo fato de não poder sair do hospital solicita receber atendimento nesse ambiente, além dessas duas classes citadas o Psicopedagogo pode trabalhar na área empresarial contribuindo na resolução de problemas no tocante ao trabalho em grupo e de convívio. Portanto este artigo busca levantar pontos importantes sobre o psicopedagogo e a sua atuação no campo escolar.

Palavras - Chaves: Psicopedagogia; Atuação; Processo de Intervenção

ABSTRACT

Usually when speaking of difficulty, this word is not always related to disorder, but rather to the difficulty in the sense that it is the child, the methodology or the socio-cultural environment, where it is inserted. Then the professional trained in Psychopedagogy will help in solving the difficulty, the range of options regarding the area of ​​various activities: it may be exclusive to the school, working with the teachers verifying the methodology used in a sense of collaboration, once there is a difficulty it is up to this professional to guide the teacher how to work with the child in order to contribute to the improvement process, there is also the psychopedagogues of the hospital, this professional is required when the child due to not being able to leave the hospital requests to receive care in this environment, besides these two classes cited the Psychopedagogue can work in the business area contributing in solving problems regarding group work and socializing. Therefore this article seeks to raise important points about the psychopedagogue and its performance in the school field.

Key Words: Psychopedagogy; Performance; Intervention Process

INTRODUÇÃO

Fazer-se um ser aprendente é estar vivo e aberto ao mundo, nele intervindo a vontade pela confiança exuberante de conhecer o que se oculta e aguarda revelação. Fazer-se um aprendente é, pelos desafios, reconquistar valores, os bens expropriados de muitos pela voracidade de poucos. Fazer-se um ser aprendente é transviver do que se aprende, sustentar-se de seus frutos, nomear-se como identidade pessoal na construção do próprio sonho, e universal em suas compartições com o sonho de outros. Fazer-se um ser aprendente é unir a cigarra e a formiga dentro do homem, cantar enquanto se constrói a casa do conhecimento, cimentar-se a realidade com a argila do sonho. Fazer-se um ser aprendente é aprender a aprender a desalienar-se e desumilhar-se. Fazer-se um ser aprendente é aprender a não se excluir dos frutos da árvore da vida, ruminando a própria culpa. Fazer-se um ser aprendente é ensinar-se a aprender a alegria que salta, brinca e dança da vontade. Fazer-se um ser aprendente é encher a hora de vida, a vida de sentido, o sentido de palavras e as palavras de alegria, a alegria que é a matéria-prima do sonho. Fazer-se um ser aprendente é conhecer os limites e transgredi-los. Fazer-se um ser aprendente é não esconder o sol dentro da alma, nem a palavra calada. (Paulo R. do Carmo e Vilmar F. de Souza, 2000).

Nessa reflexão podemos notar o que é e do que trata a Psicopedagogia, que teve a sua origem no século IX na Europa como atuação na área da saúde com deficiências e na educação com crianças com comportamento inadequados e dificuldade de aprendizagem, tem a sua atuação caracterizada na reeducação, segundo o contexto histórico social o cientificismo que tinha como foco a crença na ciência e no positivismo. Em um primeiro momento foi organizada numa visão organicista sobre os problemas de desenvolvimento e aprendizagem detendo com isso uma visão patológica do ente da aprendizagem, mesmo antes dessa ciência chegar ao Brasil chegou primeiro na Argentina em meados da década de setenta, tendo sido criado em Buenos Aires os primeiros cursos de Psicopedagogia primeiramente entendido como Centros de Saúde Mental, as razões para a sua criação foi a grande demanda nos problemas da aprendizagem.

Nessa década com forte influência da Argentina a Psicopedagogia chegou ao Brasil como uma oportunidade de resolução das demandas dos grandes problemas da aprendizagem, deste modo surgiu em Porto Alegre Rio Grande do Sul o Centro de estudos Psicopedagógicos que inicialmente estudou com bases nos princípios europeus se utilizando do Método Terapêutico da Pedagogia Curativa fechando-se a sua atuação no campo clínico que tinha como denominação Pedagogia Terapêutica,

Em 1979 foi criado e fundado o Curso de Formação clínica e Institucional de Psicopedagogia formulado no instituto SEDES SAPIENTIAE no estado de São Paulo, nesse época houve uma grande procura por intervenções educacionais daí a necessidade de criação do instituto para lidar com problemas da aprendizagem, como isso surgiram os cursos de especialização e pós graduação em várias instituições.

O QUE É PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia é um campo de estudo que se preocupa com a aprendizagem humana, geralmente pelo temos a concepção que psicopedagogia é apenas a junção da psicologia com a pedagogia, então como nos diz Bossa,

A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda - o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e evoluiu devido a existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindo- se assim, em uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto, vemos que a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprender, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e a preveni-las. (BOSSA, 2007, p. 24)

Quando comecei a estudar o assunto por meio da pós pensava que tinha essa conotação, na verdade tem mas não apenas essa, o tema é bem mais amplo, como tem por foco a aprendizagem logicamente os problemas que norteiam esse processo passaram a ser temas estudados pelos psicopedagogos, então a procura por esse profissional acontece quando se tem dificuldade em aprender alguma coisa, ou seja, todo o processo da aprendizagem no sentido da dificuldade no enfrentamento do mesmo, cabe ou caberá desde que solicitado a presença de um profissional formado em Psicopedagogia. Santos (2010) pontua que cabe ao psicopedagogo não somente propor:

“Atividades e treinamentos para indivíduos com problemas de aprendizagem e comportamento baseados em teorias comportamentais, como sugere a Psicologia Educacional, nem definir métodos, técnicas e estratégias de ensino como propõe a Pedagogia mas cabe-nos ocupar um lugar que está na inter-relação da ensinagem e da aprendizagem" (p.1)

Normalmente se pensa na aprendizagem apenas num conjunto de criança e escola, essa relação na verdade existe, mas não somente essa, pois, não se pode medir a idade da aprendizagem, num sentido de quando a criança aprende, pois aprendemos a vida toda e em todos os lugares não necessariamente na escola, nesse sentido o leque de atuação de um psicopedagogo não se prenderá apenas na criança mais em todo aquele que tiver dificuldade no processo de aprender.  

Existem duas grandes áreas de atuação do psicopedagogo, a área clínica e a institucional, contudo independente da área o que voga é o processo de aprendizagem, porém dependendo de onde está o sujeito do processo ficará diferente, se na área clínica será necessário fazer um trabalho individualizado, resultando em uma intervenção se assim for necessária, geralmente esse profissional atua em um consultório, por isso algumas escolas ao invés de ter no seu quadro um profissional com essa habilitação contrata-o em sua clínica cabendo ao mesmo se deslocar a escola para uma avaliação de um respectivo aluno ou grupo de alunos. Já o psicopedagogo institucional trabalhará semelhante ao clínico pois os processos são os mesmos, o diferencial é que a resolução dos problemas da aprendizagem se dará em um espaço mais coletivo, assim sendo qualquer empresa, loja, instituição, hospital entre outros locais é uma instituição onde poderá trabalhar, desta forma o trabalho do psicopedagogo na escola segundo Bossa (2007) é necessário pois,

No primeiro nível o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu trabalho incide nas questões didático-metodológicas, bem como na formação e orientação de professores, além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados. Para tanto cria-se plano diagnóstico da realidade institucional, e elaboram-se planos de intervenção baseados nesse diagnósticos a partir do qual se procura avaliar os currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos. No terceiro nível o objetivo é eliminar transtornos já instalados em um procedimento clínico com todas as suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que ao eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de outros. (BOSSA, 2007, p. 25)

O psicopedagogo é muito importante na resolução de problemas de grupo, pois  se existe dificuldade no feitio do trabalho onde o profissional de uma empresa não tenha desempenhado de forma produtiva o seu dever, o mesmo interferirá diretamente no trabalho do outro, um exemplo clássico disso acontece quando se vai a um supermercado onde percebe-se um bom setor de compras, boa logística, contudo o profissional que é responsável por repor a gôndola se não colocar de uma maneira adequada o mercado terá problema, então atuar em empresas é auxiliar no desenvolvimento do sujeito para que consiga desempenhar melhor sua função. Sobre isso Bossa pontua que,

Existe também uma proposta de atuação nas empresas, onde o objetivo seria favorecer a aprendizagem do sujeito para uma nova função, auxiliando-o para um desenvolvimento mais afetivo de suas atividades. (BOSSA, 2007, p.33)

Então todos devem aprender a lidar com o espaço do coletivo e como acontece a sua participação nesse espaço para não prejudicar o andamento nos outros, nessa situação pode intervir um psicopedagogo, então antecipadamente é pesquisada a empresa que irá desenvolver o seu trabalho para ver como será desenvolvida uma melhor estratégia, assim também conhecerá o perfil de trabalhador que se encaixa na necessidade daquela empresa, por isso a importância do diagnóstico. Segundo Bossa,

O psicopedagogo busca não só compreender o porquê de o sujeito não aprender algumas coisas, mas o que ele pode aprender e como. A busca desse conhecimento inicia-se no processo diagnostico, momento em que a ênfase é a leitura da realidade daquele sujeito, para então proceder a intervenção que é o próprio tratamento ou o encaminhamento. (BOSSA 2007, p.94.)

Portanto essa formação em nível de especialização, ou seja, um curso de pós graduação para pessoas comprometidas com o processo educacional tem cada vez mais abarcado profissionais tais como: Pedagogos, Psicólogos, Professores de outras áreas e etc. Geralmente esses profissionais buscam essa especialização para melhor ofertar aos seus alunos a aprendizagem da qual o tais tem direito, então quando um professor ou outro profissional tem dificuldade de compreender o processo de aprendizagem do seu aluno ou trabalhador busca na psicopedagogia uma solução para esse problema.

Conforme foi mencionado no início não existe idade para aprendizagem, uma vez que na medida que o ser humano envelhece vamos nos acostumando com determinadas formas de aprender, os chamados vícios, um exemplo disso aconteceu com um colega que na atualidade tem 35 anos, ao passar por um dentista descobriu que escovava os dentes errado, foi muito difícil aprender a forma que o dentista lhe ensinara pois já tinha de forma intrínseca desenvolvido um hábito. O ser humano vai cristalizando formas de aprender e uma vez cristalizadas as temos como certas, então trabalhar com uma criança em termos é mais positivo porque a mesma vai desenvolvendo e mudando a sua forma de lidar como o conhecimento o que não acontece com pessoas de mais idade, onde o processo é mais lento, deste modo as instituições educacionais requer do psicopedagogo três vertentes diferentes que segundo Cortes (2012) deve apresentar as seguintes etapas:

Primeira etapa: Uma assessoria psicopedagógico e as intervenções geralmente acontecem diretamente junto ao grupo de docentes que buscam metodologias diferenciadas de trabalho, visando melhor aproveitamento escolar por parte do aluno. A assessoria pode acontecer também junta aos pais ou familiares de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

Segunda etapa: Nesse caso, o psicopedagogo passa a realizar um trabalho em conjunto com outros profissionais contribuindo em diversos aspectos como metodologia, avaliação, relacionamentos entre outros. O psicopedagogo pode também atuar junto aos pais na busca de melhorias nas relações entre pais e filhos frente aos desafios de um mundo em constante mudança.

Terceira etapa: Diretamente com seus alunos em sala de aula, o que favorece o relacionamento de proximidade, de confiança, propiciando um melhor conhecimento das possíveis dificuldades de aprendizagem dos alunos e intervindo no sentido de prevenir ou minimizar possíveis dificuldades de aprendizagem. (CORTES, 2012, p. 3816)

Muitos psicopedagogos se utilizam do recurso das mídias para potencializar suas análises, como instrumento muito válido na intervenção que quer praticar, porém cabe também saber dar a criança em paralelo a sua família um crivo num sentido de qual tipo de informação está sendo oferecida, uma vez que, o excesso de informação é o mesmo que fazer uma refeição e comer demais, não será saudável, a criança não terá condições de digerir tudo aquilo que lhe é oferecido de forma exacerbada pelas mídias. Isso tem se tornado uma preocupação, pois os pais precisam fazer um crivo naquilo que é importante, separando toda informação que não for necessária para que a criança não seja amontoada por saberes desnecessários, essa também é uma preocupação do Psicopedagogo pois na sua essência preocupa-se do processo da aprendizagem, que segundo Bossa

A Psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos, e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatam o prazer de aprender em sua totalidade. Incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do aluno. (BOSSA, 2007, p. 67)

Quando por exemplo vão fazer a sua tarefa de escola onde a presença dos pais e requisitada  deverá acontecer de forma a criar as condições e oportunidade para que seu filho ou filha desenvolva a tarefa, criando uma rotina, um horário, um espaço para isso, onde é inquirido por parte dessa família o desligamento de qualquer função que não seja a criança, assim a criança terá sossego e calma para conseguir desenvolver sua tarefa, esse é o acompanhamento ideal, porém existe um equívoco ao relacionar pai e mãe na resolução da tarefa do filho, no sentido do pai realizar a tarefa no lugar do seu filho, a tarefa do aluno é dele e não dos seus pais, essa orientação no sentido de melhor significar a tarefa é feita pelo psicopedagogo onde deixa claro que a intervenção dos pais deverá acontecer com base no primeiro caso citado e não no segundo.

No caso de um adulto com todas as mudanças tecnológicas que vem cada vez mais modificando a forma como aprendemos, a presença de um psicopedagogo é fundamental, então essa demanda de trabalho existe e vem aumentado principalmente porque a escola cada vez mais se pergunta como alcançar esse aluno, uma vez que dispõem de várias tecnologias e precisam saber usa-las, até mesmo para potencializar a aprendizagem dos alunos do EJA pois sabe-se que estão naquele espaço desejando muito aprender, mais quando se deparam com uma dificuldade ficam frustrados e podem sair da escola.

É preciso que a escola desde que bem orientada trabalhe no aluno essa frustação sabendo que o erro é um opção não para deixar de fazer algo mais para voltar e fazê-lo melhor, se houve erro é porque em termos não houve a aprendizagem que se esperava com isso uma oportunidade de aprender de forma diferente, sempre questionando também o que está fazendo com que esse aluno não aprenda, as vezes pode ser um problema físico ou desconhecimento do uso de alguma tecnologia. Então em se tratando da escola o psicopedagogo tem como foco trabalhar com o aluno, o pedagogo, orientadores e professores. Para santos,

O trabalho na instituição escolar apresenta duas naturezas: O primeiro diz respeito a uma psicopedagogia voltada para o grupo de alunos que apresentam dificuldades na escola. O seu objetivo é reintegrar e readaptar o aluno à situação de sala de aula, possibilitando o respeito às necessidades e ritmos. Tendo como meta desenvolver as funções cognitivas integradas ao afetivo, desbloqueando e canalizando o aluno gradualmente para a aprendizagem dos conceitos conforme os objetivos da aprendizagem formal. O segundo tipo de trabalho refere-se à assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores. Tem como objetivo trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos e as diferentes áreas do conhecimento. (SANTOS, 2011, p. 02)

Assim sendo o Psicopedagogo tem como instrumento de trabalho a: a atenção concentrada, a capacidade de tomada de decisão, as tais são habilidades que a pessoa humana precisa ter e se não tem deve-se analisar os porquês, ou seja, pode ser uma dificuldade por parte do aluno para expressar aquilo que ele sabe, tomar uma decisão e usar o conhecimento de uma maneira mais rápida são qualidades a serem desenvolvidas no processo de intervenção do psicopedagogo.

Contudo é preciso ter clareza do limite de atuação do Psicopedagogo, os instrumentos específicos e testes norteiam a área de atuação sem que aja invasão em outras áreas, o Psicopedagogo se utiliza de instrumentos próprios sem testes psicológicos ou fonoaudiólogos. Os jogos e a utilização do lúdico são ferramentas do psicopedagogo na análise das dificuldades, então o profissional pós-graduado em Psicopedagogia precisa ter clareza de até onde pode ir e de quem procurar para ter certeza da dificuldade do aluno e a intervenção que fará no mesmo. Quando uma criança com dificuldade apresenta por exemplo uma suspeita de dislexia o diagnóstico desse problema e dado pelo fonoaudiólogo o psicopedagogo pode encaminhar com a suspeita desse problema mais não constatar sem uma prévia análise do fonoaudiólogo, então quando existe a necessidade de uma análise de um outro profissional deve-se fazer o devido encaminhamento, por isso o trabalho do psicopedagogo é feito por etapas, sobre isso Paín aponta que,

O profissional, para cumprir os objetivos e garantir o enquadre no trabalho psicopedagógico, deve adotar certas técnicas. São elas: organização prévia da tarefa; graduação nas dificuldades das tarefas; auto avaliação de cada tarefa a partir de determinada finalidade; historicidade do processo, de forma que o paciente possa reconhecer sua trajetória no tratamento; informações a serem oferecidas ao sujeito pelo psicopedagogo, num nível em que possa integrá-las ao seu repertório intelectual e construir o mundo que habita; por fim, a autora fala da indicação como mais uma técnica no tratamento psicopedagógico. (PAÍN, 1986 apud BOSSA, 2007, p.106)

A Associação Brasileira de Psicopedagogia tem algumas décadas de existência, mesmo antes dela se tornar uma associação já existia Psicopedagogos atuando no Brasil, com isso pode-se dizer que tem mais de cinquenta anos de duração, quando houve a instauração da associação o curso foi oferecido primeiramente como especialização, assim sendo quando houve a aprovação da profissão pela câmara o que colocou-se como requisito foi justamente oferta-lo como curso de especialização, porém algumas localidades oferecem a Psicopedagogia como graduação, então isso mais que prova a demanda cada vez mais crescente desse profissional no mercado de trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho foi declarado a importância da Psicopedagogia, que tem sua importância na contribuição que pode dar na formação dos entes ao ligar com as dificuldades da aprendizagem, os pais professores e todos aqueles que lidam com crianças podem identificar que possuem dificuldade mas podem ficar de mãos atadas não sabendo como ajudar, nessa perspectiva o Psicopedagogo entra respondendo como pode ser dada essa ajuda. Então sempre quando se trabalha com dificuldade o primeiro caminho a se tomar é a pergunta, sem a perguntar não existe direcionamento, sem a qual mudanças não surgem tal como a soluções, então quando os pais e professores se perguntam como ajudar uma criança com dificuldade os tais querem a resolução do problema e para tanto buscará os melhores meios.

A psicopedagogia como área de estudo, não pode ficar meramente no discurso, pois sua existência se dá na prática, no fazer, as próprias pessoas que deram origem a essa ciência a desenvolveram não sentadas escrevendo, mas fazendo, lidando com as dificuldades e respondendo como resolver, então não é uma área recente aja vista que são mais de trinta anos de psicopedagogia no Brasil, numa troca de fontes, primeiro o Brasil bebeu da argentina, que por sua vez bebeu da Europa. Então como área de estudo e desenvolvimento de pesquisa, teoria e técnicas que vão se relacionar a aprendizagem humana, assim sendo o desenvolvimento do modo de fazer e de como fazer acontece com a aprendizagem fazendo com que o sujeito tenha prazer em aprender, resgatando uma vez que tenha perdido, a psicopedagogia também trabalha na área preventiva demostrando aonde acontece possíveis acertos e erros.

Neste trabalho pude apresentar também que temos um vício em se tratando do aprender correspondendo ao mesmo ao que é ensinado na escola ou meramente nela, percebeu-se ao longo deste trabalho que o aprender é muito mais amplo, então é um erro corresponder na Psicopedagogia a aprendizagem apenas de números letras e contas, como área multidisciplinar aja vista que não somente professores buscam essa qualificação tem a sua procura por todos aqueles que querem contribuir com a aprendizagem dos, filhos, alunos, trabalhadores e etc.

Ressalto aqui o principal objetivo da Psicopedagogia que é compreender o processo da aprendizagem, deixou-se claro também que como ciência tem os seus instrumentos próprios e nada interfere nas outras ciências, sendo por tanto uma colaboradora do processo de resolução das dificuldade da aprendizagem, por isso a sua procura acontece quando existe uma deficiência no aprender.

REFERÊNCIAS

BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2007.

CÔRTES, Ana Rita Ferreira Braga. O estado do conhecimento acerca da psicopedagogia escolar no Brasil. Disponível em: Acesso em 23/11/2018

FERNÁNDEZ, Alicia: Os Idiomas do Aprendente. Disponível em: < http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/07/OS-IDIOMAS-DO-APRENDIZADO.pdf> Acesso em 30/11/2018.

SANTOS, Marinalva Batista dos. Quem é o psicopedagogo institucional numa instituição de nível superior? Disponível em: C:UsersHPDesktopPsicopedagogiaQuem é o psicopedagogo institucional numa instituição de nível superior.mht. Acesso em: 23/11/18.

SANTOS, Rogério Augusto. O Psicopedagogo na instituição escolar: Intervenções psicopedagógicos no processo de ensino-aprendizagem. Disponível em: Acesso em 30/11/2018.

Jamisson da Silva Angelo - Graduado em Pedagogia – pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT


Publicado por: JAMISSON DA SILVA ANGELO

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