A educação infantil como destaque no desenvolvimento humano e social da criança
Entenda a educação infantil como destaque no desenvolvimento humano e social da criança.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
A valorização atribuída hoje à infância em nada se compara como ela era vista no passado. Ao estudar profundamente a infância e a educação, percebem-se as transformações ocorridas com o passar dos tempos e o olhar que o mundo tem sobre a criança como sujeito de direitos.
No passado, a concepção de infância era completamente diferente da visão atual. No decorrer da Idade Média, “[...] mal adquiria algum embaraço físico, era logo misturada aos adultos e partilhava de seus trabalhos e jogos” (Ariès, 1978, p. 11). A infância não era vista como uma fase de fragilidade, tendo em vista que a criança tinha uma atenção especial somente no início da vida. Era vista diferente do adulto apenas no tamanho e na força e o importante era que crescesse para adentrar a vida adulta rapidamente.
Aos sete anos, a criança era criada por outra família, “[...] para aprender os trabalhos domésticos e valores humanos, mediante a aquisição de conhecimento e experiências práticas” (MENDONÇA, 2012, p. 17) e, dessa forma, não era possibilitada a criação de sentimentos entre pais e filhos. Não havia distinção entre crianças e adultos, usavam os mesmos tipos de trajes e de linguagem, não existia um sentimento em especial ao mais novos. Na educação, pessoas de todas as faixas etárias freqüentavam a mesma sala de aula e recebiam o mesmo ensinamento.
A visão que se tinha da criança passa a se modificar social e intelectualmente após a Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a constituição de Estados laicos, porém apenas a criança nobre era tratada melhor, diferentemente da criança pobre. Apenas no capitalismo a criança passa a ser cuidada para uma atuação futura.
Após a Segunda Guerra Mundial, as mães começaram a trabalhar, muitas substituindo o trabalho masculino. Como as crianças precisavam passar o dia em um lugar durante o trabalho das mães, a educação pré-escolar passou a ser reconhecida. Muitos pensadores da educação ao investigar o desenvolvimento infantil perceberam que a inteligência se dá a partir do nascimento e se estende por toda a infância.
No Brasil, a educação pública só teve início no século XX. Durante várias décadas, houve diversas transformações: a pré-escola não tinha caráter formal, não havia professores qualificados e a mão-de-obra era muita das vezes formada por voluntários, que rapidamente desistiam desse trabalho (MENDONÇA, 2012). Graças à Constituição de 1988, a criança foi colocada no lugar de sujeito de direitos e a educação infantil foi incluída no sistema educacional.
A educação infantil foi conceituada, no art. 29 da LDB, como sendo destinada às crianças de até seis anos de idade, com a finalidade de complementar a ação da família e da comunidade, objetivando o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. Isto nos remete à questão da formação humana [...] mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizador da criança. Esse processo requer e implica em um projeto de educação infantil fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança. (MENDONÇA, 2012, p. 42).
De acordo com a citação acima, é na Educação Infantil que a criança irá se desenvolver integralmente, pois é durante essa etapa que ocorre o processo de humanização e troca de experiências sociais que a tornarão sujeito com identidade e subjetividade. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação infantil é o sistema destinado à faixa etária de zero a seis anos: as creches para a faixa de zero até três anos e as pré-escolas para a faixa de quatro a seis anos (MATTIOLI apud TADEI; STORER, 1998).
As crianças se sentem irresistivelmente atraídas pelos destroços que surgem da construção, do trabalho no jardim ou em casa, da atividade do alfaiate ou do marceneiro. Nestes restos que sobram elas reconhecem o rosto que o mundo das coisas volta exatamente para elas, e só para elas. Nestes restos elas estão menos empenhadas em imitar as obras dos adultos do que em estabelecer entre os mais diferentes materiais, através daquilo que criam em suas brincadeiras, uma nova e incoerente relação. Com isso, as crianças formam seu próprio mundo das coisas mundo pequeno inserido em um maior. (BENJAMIN, 1984, p. 77).
A Educação Infantil é fundamental e essencial porque desenvolve um papel de destaque no desenvolvimento humano e social da criança. Ela vai evoluir de forma cognitiva, tendo contato com diversos objetos e com a arte, cultura e a ciência, dando vazão à sua criatividade na escola e essa instituição deve ser esse espaço preparado, com professores que levem em conta a criatividade e a capacidade dessa criança que já tem um conhecimento prévio, tem uma história e a sua própria linguagem.
À medida que o professor reflete sobre sua ação, sobre sua prática, sua compreensão se amplia, ocorrendo análises críticas reestruturação e incorporação de novos conhecimentos, que poderão restaurar o significado e a escolha de ações posteriores. (GERALDI et al. 1998, p. 256).
O professor deve refletir de forma crítica sobre a sua práxis pedagógica, traçando metas e estratégias para que o ensino seja contextualizado e carregado de significado para que a aprendizagem seja eficaz. Também devem ser levados em conta os desafios que esses alunos, como cidadãos, enfrentarão no futuro. A escola não pode ser vista nos dias atuais como uma instituição em que as crianças aprendem a ler, a escrever e a calcular, mas deve ser vista como lugar onde os seus saberes são ampliados, vários conhecimentos são agregados e lhe são oportunizados a interpretação de textos, a habilidade de comunicar-se oralmente e o domínio de diversas áreas que lhe serão úteis durante sua vida, acompanhando as constantes mudanças da sociedade.
REFERÊNCIAS
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo, Summus, 1984.
GERALDI, G.M.C. ET AL. Cartografias do trabalho docente professor (a) pesquisador (a). São Paulo: Mercado das Letras, 1998.
MENDONÇA, Fernando Wolff. Teoria e Prática na Educação Infantil. Maringá, PR: UNICESUMAR, 2013.
TADEI, Gescielly Barbosa da Silva; STORER, Márcia Regina de Sousa. Problemas e dificuldades de aprendizagem na infância. Maringá, PR: UNICESUMAR, 2012.
Publicado por: Jacqueline Bagistério Bueno
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.