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Lucíola livro de José de Alencar.

Resumo do livro Lucíola de José de Alencar.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Introdução

Foi publicado em 1862; Alencar sofreu ataques de ordem literária e linguística por causa da obra porque retratava o câncer social da prostituição (Lúcia que era meretriz, que encantava os olhos de Paulo) problema que os homens do século XIX conheciam, mas preferiam ignorar. Alencar também foi criticado por não utilizar o Português clássico; Em Lucíola encontram-se alguma das melhores características do romance brasileiro do século XIX que marcaram definitivamente a presença do urbano no Romantismo do Brasil. Retrata muito bem a sociedade, os costumes, e convenções da época; A História Quando Paulo chega ao Rio de Janeiro, conhece de longe uma mulher excêntrica, depois de um tempo, vai a um baile no qual é convidado, em cismar relembra a mulher a quem viu na rua ao chegar ao Rio, ”Como já lhe disse, suspeitava que Lúcia devesse assistir à ceia, para a qual Sá me convidara na quinta-feira, jantando no Hotel da Europa” Paulo ao encontrar no baile a mulher no qual o apaixonava, pergunta ao dono da festa e amigo Dr. Sá, quem é essa mulher? Sá responde: ”A mais bonita mulher do Rio de Janeiro e também a mais caprichosa e excêntrica. Ninguém a compreende.”

No início, Paulo é atraído apenas pelo prazer carnal. Com o tempo, o rapaz vai sendo envolvido pelo amor, logo que Lúcia não cobra por seus serviços na segunda noite de amor que passaram juntos. No entanto, percebe as incertezas e as desconfianças que marcam esta paixão.

Ao se apaixonar por Lúcia, Paulo carregará o preconceito e terá que enfrentar a si mesmo para se reconhecer impressionado e apaixonado pela meretriz. A jovem poderá reconquistar sua antiga inocência e se purificar por meio de ser mãe, engravidando de Paulo, e seguido através da morte juntamente com seu filho no ventre. A separação dos amantes significa o encontro da paz que Lúcia em vão procurara em vida.

O filho concebido morreu nas entranhas da mãe, pois a ele, por motivos óbvios, não poderia ser dada a chance de vida. Mas ele serviu para purificar, porque deixou registrada uma boa aceitação diante o olhar da sociedade, que faz da mulher meretriz a Mãe pura e santificada. A morte significa reclusão, abstenção dos prazeres carnais até a recuperação da integridade angelical que lhe devolverá os laivos da adolescência. Seu nome real é Maria Glória, seu pseudônimo é Lúcia:

”— Maria da Glória! (Indagou Paulo) — É meu nome. Foi Nossa Senhora, minha madrinha, quem mo deu. Nasci a 15 de agosto. Por isso todos os anos vão levar-lhe um trabalho de minhas mãos, e pedir-lhe que me perdoe. Outrora “lhe pedia que me fizesse feliz; toda a minha família me acompanhava; agora vou só e escondida.”

(Maria da Glória, a menina inocente e simples, e Lúcia, a meretriz sedutora e excêntrica.) Paulo indaga Lúcia sobre a sua família: “— E que é feito de tua família? — Lembra-se da febre amarela em 1850? — Não estava aqui. — É verdade! Foi um ano terrível. Meu pai, minha mãe, meus manos, todos caíram doentes: só havia em pé minha tia e eu. Uma vizinha que viera acudir-nos adoecera à noite e não amanheceu. “Ninguém mais se animou a fazer-nos companhia.”

Era muito difícil para Paulo aceitar a condição de meretriz que Lúcia trabalhava, mesmo amando: “Figurei uma moça vestida de ricas sedas, com as mangas enroladas e a saia arregaçada e atada em nó sobre o meio da crinolina; com uma toalha passada pelo pescoço a guisa de avental; vermelha pelo calor e reflexo do fogo, batendo gemas de ovos para fazer não sei que doce. Repito: era preciso ter a faceirice e gentileza daquela mulher, para nessa posição e no meio da moldura de paredes enfumaçadas, obrigarem que a admirassem ainda.”

Os passeios de Paulo e Lúcia e o Racismo empregado na linguagem da época: Os passeios de Paulo e Lúcia eram frequentes: “Às cinco horas da manhã estava de pé, vestindo-me para ir buscar Lúcia. Partimos a pé, com a fresca da manhã; fizemos um dos mais belos passeios de que se pode gozar no Rio de Janeiro. A casa que comprara ainda estava fechada: o preto que a guardava veio abrir-nos o portão; corremos o jardim colhendo flores, enquanto se arejavam as salas para receber-nos.

Os “cômodos eram suficientes para duas pessoas; Lúcia devia morar com sua irmã Ana, que ia sair do colégio.” Tempo - Passa-se na metade do séc. XIX no ano de 1855 na época que compreende uma parte do Segundo Reinado . "Paulo chega primeira vez que vim ao Rio de Janeiro foi em 1855" O romance entre Paulo e Lucia dura aproximadamente seis meses. A sociedade da época, em nome de seus padrões morais, não aceita a condição de Lúcia, como meretriz. A mulher era desvalorizada na época; Não tinha opinião; Não tinha direito a nada, nem ao menos o direito de ser cidadã, logo podendo ter direito ao sufrágio; Os casamentos eram arranjados com puro interesse econômico, não importando se a mulher amava ou não o homem a quem seria entregue. Lugar A história se passa no Rio de Janeiro, que naquela época era a capital do Império Segundo Reinado.

Referência a sua ruas das Mangueiras, rua está no inicio do livro, quando Paulo encontra Lúcia ao chegar ao Rio, as festas são ocorridas no bairro da Glória, na casa de seu amigo Sá, e a lojas finas que vão comprar para seduzir (Wallerstein). Em relação aos primeiros atos libidinosos, não aparece o casal ter ficado satisfeito, quando Paulo vai pela segunda vez ao quarto de Lúcia, para completar seu amor, pois, não se sentia satisfeito com a primeira noite, não qual ao pagar pelo serviço, Lúcia nega. Já quando eles se amaram nos jardins da casa do Dr. Sá, na festa promovida por ele, depois de Paulo ter conhecido-a na rua, eles obtiveram a satisfação plena.

 O cenário é bem do romantismo: a natureza. Narrador:

O narrador é o personagem, Paulo, que vivencia os acontecimentos. Evidência em destaque duas Gerações: SEGUNDA GERAÇÃO - mal do século (tuberculose) - ultra-romantismo (exagero) /TERCEIRA GERAÇÃO - escravidão Concepções pré-realistas: -Retrata a hipocrisia e o falso moralismo /Fala sobre as meretrizes. (contradição às idéias românticas) Personagens: - LÚCIA – É uma cortesã cuja prostituição lhe atormentava constante, já que não se entregava totalmente a ela. E os atos libidinosos constituíam para ela verdadeira autopunição aliada ao angustiante sentimento de culpa. - PAULO - É um provinciano de Pernambuco, 25 anos, que veio tentar se estabelecer no Rio de Janeiro.

É um ingênuo personagem romântico. Apesar de se declarar pobre e até se vexar por isso, vive, ironicamente, de sonhos, de amor. - Dr. SÁ e CUNHA - Amigos de Paulo, desde a infância. Encarnam a moral burguesa e suas máscaras, de falsas morais. Ambos ve-em em Lúcia apenas a prostituta. - ANA - É a irmã de Lúcia, que foi educada num colégio, graças a ela, até os doze anos. Tratava-a como se fosse sua filha. Lúcia tenta casá-la com Paulo para ser uma espécie de perpetuação e concretização de seu amor por ele. O Autor: José de Alencar, advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Mecejana, Ceará, em 1° de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar e de sua prima Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita. Após se formar em Direito, começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por Francisco Otaviano de Almeida Rosa, seu colega de Faculdade, e a escrever para o Jornal do Comércio os folhetins que, em 1874, reuniu sob o título de ‘Ao correr da pena’. Redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará; de 1868 a 1870, foi ministro da Justiça.

Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política passou a dedicar-se exclusivamente à literatura. Em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, publicou, em folhetins, O Guarani, que lhe fez obter grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. Suas obras causam imensa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.


Publicado por: João Camargo

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