Livros que roubam pessoas as leituras de Liesel Meninger e Camilo de Jesus Fagundes Lima.
Livros como proderosos insturmentos de prazer, com seu poder que encanta e subjuga o leitor.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
“É uma engrenagem. Tomai cuidado com essas linhas negras sobre o papel branco, pois elas são forças, combinam-se, compõem-se, decompõem-se, entre uma e outra, desenrolam-se, enlaçam-se, acasalam-se, trabalham. Uma linha morde, a outra aperta e esmaga, a outra subjuga. As idéias são as rodas da engrenagem. Vós vos sentis atraídos pelo livro. Ele vos soltará depois de ter dado forma ao vosso espírito.”
(Victor Hugo)
Resumo
Mostra que os livros, poderosos instrumentos de prazer, com seu poder que encanta e subjuga o leitor ao ponto de roubar-lhe o espírito para transformar-lhe a existência, roubaram os espíritos de personagens fictícias e reais, que desfrutaram do imenso poder e fascínio que os livros e suas leituras exercem sobre as pessoas e continuarão a exercer sobre diferentes personagens da vida real ou imaginária sem limites de idade.
Palavras-chave: livros; leitor; leituras; poder.
1. Introdução
Este trabalho nasceu das discussões feitas em sala de aula a respeito da literatura baiana poética e, para nós, falar de literatura baiana, assim como de literatura num âmbito geral, é falar de livros e de como eles roubam pessoas. Porém, não podemos falar desse assunto sem situar o leitor no tempo e no espaço em que os mesmos surgiram para transformar a vida dos leitores.
Os primeiros livros surgiram no século II a.C.. Os monges copistas da Idade Média foram os inventores dos primeiros livros ocidentais, as belíssimas iluminuras, livros manuscritos, fartamente ilustrados. Mas os primeiros livros do ocidente a roubar pessoas, pois desfrutaram de um grande público, foram os romances de cavalaria.
Aqui também é importante discorrer um pouco a respeito do leitor e das leituras, para que possamos adentrar no estudo sobre as leituras de Liesel Meminger, personagem fictícia da obra A menina que roubava livros, de Markus Zusac, bem como sobre as leituras feitas pelo poeta Camilo de Jesus Fagundes Lima, personagem real da literatura baiana.
Muitos leitores são roubados ainda na infância ao mergulharem no mundo maravilhoso dos contos de fadas. Fato ocorrido também com as personagens aqui destacadas, sendo que no caso destes, não foram os contos de fadas as suas primeiras leituras, pois, Meminger foi roubada pela primeira vez por um livro ao ler “O Manual do Coveiro” e Lima foi roubado ainda na infância pelos grandes clássicos da literatura e da história. Por isso, é importante salientar que no ato da leitura de um livro, o leitor é tão roubado pelo que lê, a ponto de interessar-se em desvendar o final da história e, ao tentar descobrir o fio narrativo, se torna vítima do sortilégio da mesma, ou se torna preso pelo encantamento do suspense e lê movido pela curiosidade. Nesse momento, a leitura o absorve tanto que o mesmo acaba se deixando roubar pelo livro mesmo sem querer.
É desse roubo que passaremos a tratar a partir dos tópicos seguintes, intitulados: As leituras de Liesel Meminger e Camilo de Jesus Fagundes Lima e as leituras que o levaram á poesia.
1. As leituras de Liesel Meminger
Ao adentrarmos no mundo de leituras de Meminger poderíamos, no aspecto teórico, definir a leitura como a ação de pronunciar palavras de um escrito impresso e de decodificar signos lingüísticos. Porém, o processo da leitura ultrapassa tal definição.
Indo por um viés mais profundo, podemos pensar a leitura dando-lhe sentidos e compreensão de maneira peculiar. Ou seja, a leitura não se resume a ler palavras apenas, pois, vivemos inseridos em um contexto capaz de possibilitar-nos inúmeras leituras das mais variadas maneiras. Essas leituras são produzidas de acordo com determinados contextos que devem ser observados e no caso de Liesel Meminger o contexto era o da Segunda Guerra Mundial e o Comunismo alemão.
Como “toda leitura tem sua história” (ORLANDI, 2006,) é no bojo dessa historicidade que advém a personagem Liesel Meminger da obra A menina que roubava livros (ZUSAC, 2006), e suas leituras, cuja narrativa é feita pela morte.
A personagem em questão que é abandonada ainda na infância pela mãe comunista, vê seu irmão morrer em seus braços e vive situações que a levam a refletir sobre o quanto o ser humano é inocente de uma forma profunda na infância e superficial quando adulto.
A morte acenava para Meminger com o desejo de levá-la consigo. Porém, mesmo na sua inocência, a protagonista da história percebia as intenções desta. Seu subterfúgio residia nos livros que a mesma roubava mesmo sem o domínio da leitura e isso fascinou a morte que, podemos dizer, foi assim como Meminger também roubada pelos livros.
A pequena ladra de livros, na ânsia do conhecimento, movia-se entre um furto e outro, nos quais, imbuída de sofrimentos, busca, além de fugir da morte, aprimorar no seio da inocência, a subversão do definhamento, e a desistência de lutar através das palavras escritas, ou como bem diz a epígrafe “linhas negras sobre o papel branco [...]”. Suas leituras eram produzidas de acordo com o contexto sócio-histórico em que a personagem estava inserida.
Atraída pelos livros, Meminger tem sua primeira experiência como leitora aos dez anos de idade, ao ler, no seu quarto e com a ajuda de seu pai adotivo, Hans Huberman, “O Manual do Coveiro”. Primeiro livro a ser roubado pela menina, assim como, o primeiro a roubar-lhe o espírito.
Imersa a essa prática ilícita do roubo, a morte delimita o que irá proferir e como o fará a partir do seu ponto de vista, de sua visão sobre a situação humana e seus toques sobre os seres humanos.
A escolha dessa narrativa pela morte se dá mediante os desejos da protagonista de aprender a ler mesmo em situações precárias como a guerra, a necessidade de ocultar segredos perigosos, a convivência com diferentes sujeitos e os roubos de livros que proporcionavam a Meminger, prazer em meio à dor provocada pela miséria, a variação climática e as adversidades que mesmo presentes no dia-a-dia, não faziam com que as pessoas deixassem de viver, conviver e sobreviver. As três exemplificações supracitadas foram resultados das leituras feitas pela menina em diversos momentos da guerra, pois foram as leituras que muitas vezes salvou Meminger e seus companheiros do infortúnio e da morte.
No decorrer da história de vida de Meminger seis livros foram roubados de três maneiras diferentes. O primeiro, “O Manual do Coveiro”, foi roubado na neve em pleno cemitério no dia do sepultamento do irmão. O segundo cujo nome era “O Dar de Ombros” foi retirado do fogo no dia 20 de abril de 1940, dia do aniversário de Hitler. Fogo este, proveniente da grande fogueira acesa para queimar livros, jornais, etc, que não poderiam ser lidos pelo povo para que não lhes suscitasse ideais subversivos. A queima de livros era para Meminger um crime, uma vez que, para ela, os livros que a mesma possuía eram seus bens mais preciosos, e nessa época Liesel só possuía três deles. Um roubado e dois dados pelo pai.
A biblioteca particular da esposa do prefeito passou a ser o alvo de cobiça de Meminger que mesmo tendo permissão da esposa deste para ler os livros, não resistiu ao infame e desenfreado desejo de roubar. Após algumas sessões de leitura na biblioteca e alguns desentendimentos, Meminger roubou um dos livros do acervo do prefeito. “O Assobiador” foi o livro que a esposa do prefeito ofertou a Meminger e esta recusou, para depois roubá-lo. “O Carregador de Sonhos foi mais um que foi roubado para sua coleção. Meminger roubou também “Uma Canção no Escuro” e sentiu mais uma vez prazer e satisfação. Seu último livro a ser roubado foi um dicionário intitulado “Dicionário e Tesauro Duden Completo.”
Muitos desses livros foram lidos por Meminger para seus vizinhos durante a guerra. Nesses momentos de leituras, as personagens mergulhavam nas histórias narradas a ponto de serem roubadas pelos livros lidos pela garota e a morte não os encontrava. Isso a deixava assombrada, pois dificilmente naquela situação alguém conseguia escapar-lhe, uma vez que, esta sempre está presente nos encarando face a face. O que a morte não sabia é que Meminger tinha, ao roubar “O Manual do Coveiro e demais livros, se tornado uma leitora ou uma temível desconhecida que “[...] livro aberto nas mãos, no silêncio de sua leitura, pergunta ao escritor que não pode esquivar-se da resposta: trouxeste a chave? [“...]” (LAJOLO, 1993, p. 33).
A morte fora enganada pela menina e roubada pelos livros e suas leituras, pois estas, feitas por Liesel Meminger, retiraram desta a oportunidade de ceifar muitas vidas. Isso se deve ao fato de que Meminger tinha a chave que lhe dava a vida e atava as garras da morte, pois a ocultava desta.
Nessa prerrogativa vemos a graça e a desgraça da vida de Liesel Meminger que ao ser roubada pelos livros descortina diferentes mundos tentando passar seus dias de maneira agradável.
2. Camilo de Jesus Fagundes Lima e as leituras que o levaram à Poesia
A personagem de que trataremos a partir deste momento, diferente da personagem anterior, viveu no mundo real. Poeta baiano inserido no contexto comunista, Camilo de Jesus Fagundes Lima (1912/1975), enquanto sujeito leitor, tem suas especificidades e sua história. Porém, antes de abordarmos sobre o modo como o mesmo foi roubado pelos livros a ponto de tornar-se um poeta, é mister destacarmos um pouco a sua história de vida.
O poeta Camilo de Jesus Fagundes Lima nasceu em Caetité, no interior da Bahia em 08 de setembro de 1912 e desde a mais tenra idade foi introduzido no mundo da leitura por seu pai, o também escritor Francisco Fagundes Lima que o levou a conhecer os grandes clássicos da literatura e da história.
A leitura como elemento influenciador do desenvolvimento social tem o grato poder de aproximar as pessoas e foi ela que aproximou Lima de muitos leitores das décadas de 30 e 40.
A mesma aproximou de forma marcante este poeta baiano pertencente à segunda geração do Movimento Modernista, período que vai de 1930 a 1945 e que bebeu da fonte de todas as conquistas deixadas pela geração de 1922, da poesia.
Nesse período cheio de transformações foi que a poesia da segunda fase do Modernismo apresentou um amadurecimento na literatura que se tornou mais construtiva e mais politizada, mas, nem por isso, Lima deixou de ser esquecido mesmo tendo sido colaborador na Revista Caderno da Bahia (1948 – 1951).
Nos poemas de Lima, aparecem não apenas ecos de quem escreve, mas também, de um leitor que soube passar para a escrita os ecos daquilo que leu.
Lima, assim como outros poetas iniciou seus escritos a partir do gosto profundo pela leitura de livros. Gosto, herdado do seu pai, o também escritor Francisco Fagundes Lima que o introduziu no universo leitor ao incentivá-lo a ler os grandes clássicos da literatura e da história. Foi também seu pai, o grande referencial como escritor, pois este retratava fortemente em seus poemas e romances a realidade vigente na Bahia e no Brasil.
Aproximando-se dos ideais comunistas que veiculavam no período, Lima procurou cotidianamente difundir em seus escritos esses ideais. Podemos dizer que Lima na verdade se enquadra na idéia subtraída de Marisa Lajolo, de que os leitores são temíveis desconhecidos, que precisava encontrar nos livros que lia aquilo que fora buscar.
As leituras feitas por Lima levaram-lhe além de aguçar sua veia poética e descobrir na palma de sua mão esquerda a linha da poesia, trazer para o leitor que vivia nos idos de 30 e 45 a chave que abre a este, o mundo da leitura. A mesma chave que acaba prendendo-o e roubando-lhe o espírito.
Lima desde a infância já escrevia seus primeiros poemas e já respirava os ares da literatura. Mas não só da literatura como também da política e ao lado de Laudionor Brasil, Bruno Bacelar de Oliveira e Erasthothenes Menezes, estes também poetas, Lima se tornou colaborador do Jornal “O Combate”, no qual, de acordo com Maria Aparecida S. de Sousa e Carlos Gomes Borborema (internet) publicou poemas e crônicas literárias de sua autoria.
Nesse período Lima conheceu figuras ilustres como ele mesmo escreveu:
[...] aproximei-me de Laudionor Brasil e do seu semanário, onde encontrei Clovis Lima e Erasthothenes Menezes, que ali começaram a dar os primeiros passos no caminha das letras. Dono de erudição primorosa, Flaviano Dantas esclarecia nossas dúvidas, abrindo um rápido sorriso na face sofredora, porque ele sorria e só podia sorrir para quem gostasse das letras. [...] (Lima, apud Sousa e Borborema).
O amadurecimento intelectual de Lima que muito influenciou em seus poemas e crônicas foi fruto das discussões e análises que o mesmo fazia juntamente com seus companheiros em O Combate. Esse amadurecimento deu a Lima a grata oportunidade de fundar em 1938, juntamente com seus companheiros a Ala dos intelectuais que mais tarde passou a ser conhecida como Ala das letras de Conquista que lhe proporcionou amadurecimento político e cultural.
De acordo com Sousa e Borborema para Mozart Tanajura as principais obras da literatura conquistense surgiram no seio desse organismo em 1940. Para Tanajura algumas dessas obras, dentre elas As trevas da noite estão passando, de Laudionor Brasil e Camilo de Jesus F. Lima bem como Poemas, novos poemas, cantigas da tarde nevoenta de Camilo de Jesus F. Lima, são “dignas de figurar na história da literatura da Bahia ou do Brasil” (TANAJURA, apud. SOUSA e BORBOREMA).
Vencedor do concurso da Academia Carioca de Letras, Lima recebeu o prêmio Raul de Leoni, sendo consagrado o melhor poeta jovem do Brasil nos anos 40 e um dos melhores poetas da Bahia. O que lhe deu a chance de ser convidado por Jorge Amado para representar a nova intelectualidade baiana no Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores.
Lima foi roubado também pelos livros de temática sócias como os de Gorki, Dostoiévski e Tolstoi. Essas obras o roubaram para a literatura dita Marxista ou Comunista, visto que o romantismo e o conservadorismo foram relegados a segundo plano após essas leituras. O que comprovamos pelas palavras de Lima em um dos seus artigos que diz: “[...] Foi essa cambada que me fez passar a tesoura na cabeleira romântica.” (LIMA, apud, SOUSA e BORBOREMA).
Adepto do Comunismo, Lima que se autodefinia segundo Sousa e Borborema como o poeta proletário, escreveu diversos artigos e crônicas durante as décadas de 40 e 50 para difundir seu ideal comunista e, desta forma, todos os textos de Lima tinham um viés político, e quando dizemos todos, nos referimos a todos mesmo, desde poemas a romances. Um dos exemplos que podemos citar é o poema A megera está rondando que foi produzido segundo o próprio Lima para repudiar a Lei de Segurança Nacional.
Com as mudanças no quadro político do Brasil, Lima diminui a freqüência de seus escritos e chega a dizer em 1950 sobre si mesmo o seguinte:
Eu sou tenho uma vaidade na vida: não sou desses intelectuais que esmagam a consciência ao peso das gorjetas; não ter colocado minha vocação a serviço de uma ideologia morta e decomposta a troco de posição, ou de uma vida mais fácil; não ser um daqueles que ‘perderam o rumo na tempestade’ e pensam ser possível ‘abafar a tormenta com seus cantos de sereia, dentro dos camarotes fechados’. [...] Sou por tudo isso um escritor livre. Muito maior que a indiferença com que, certa vez, recebi entre festas burguesas, um prêmio literário de uma academia, onde fósseis vaidosos e medalhões circunspectos arrotavam jactâncias [...] (LIMA, apud, SOUSA e BORBOREMA).
A produção literária de Lima reduziu depois de sua libertação após ser preso por dois meses por questões políticas e o mesmo só parou de escrever com sua morte em março de 1975.
Lima enquanto leitor que começou a adentrar no mundo dos livros ainda na infância e nesse período ser roubado por eles, evoluiu e se aprimorou de acordo com Maria Helena Martins através da leitura que o levou a viver. e a ter uma concepção abrangente sobre aquilo que lia e que eram fontes não só de conhecimentos como também de prazer e satisfação.
Lima assim como muitos outros escritores da Bahia e do Brasil se deixou roubar por essa “coisa espantosa” que é a leitura como bem diz Davi Arrigucci Jr. (Internet) e vivia tateando sobre ela para “reconhecer o mundo que nos cerca e a nossa própria face nesse vasto mundo.” (ARRIGUCCI JR.).
3. Conclusão
Partindo do que abordamos acima podemos dizer que os livros roubam pessoas quando as cativam e prendem através da leitura.
Meminger e Lima foram roubados pelos livros, isto não resta dúvida e ambos viram na leitura uma forma de mudança, uma oportunidade de poder através do bom uso dela, feito por ambos, encontrar a felicidade.
Meminger encontrou a felicidade em continuar vivendo em meio ao horror da guerra e os desmandos de Hitler e em poder proporcionar aos amigos a oportunidade de também continuar a viver e Lima a encontrou na poesia, em suas crônicas e em seus ideais políticos.
Acreditamos que os livros ao roubarem pessoas e lhes proporcionar o manuseio de suas páginas pela leitura, tem o poder de dar luz á imaginação e foi esse poder que deu a Liesel Meminger a capacidade de salvar vidas da morte e até mesmo o poder de roubar da morte muitas vidas. Esse mesmo poder deu a Lima a grata satisfação de se tornar um escritor, ainda que esquecido hoje, que pode através de seus textos expressar sua visão de mundo.
Ao roubar pessoas, os livros acendem a imaginação sem, contudo, conseguir preenchê-la. Mas as leituras que Meminger e Lima fizeram em um mesmo espaço de tempo, 1930 – 1945, sendo que aquela era fictícia enquanto este era real, formaram suas intelectualidades para que estes pudessem viver de acordo com a condições impostas pelo contexto sócio-histórico do período.
Por fim, podemos afirmar que tanto Meminger quanto Lima se tornaram vítimas da leitura que prende e isola as pessoas sem, contudo, deixar de proporcionar-lhes a fascinante redescoberta do mundo e das variadas formas de pensá-lo.
Edneide Ferreira da Costa & Mateus Batista de Sousa
Publicado por: Edneide Ferreira da Costa
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