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A tradução literária segundo Cristiane Nord

Para Nord, toda tradução necessita de uma figura chave que se chama de “iniciador”. É por meio dele que a tradução é encomendada dando assim inicio a todo o processo tradutório.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Nord, em seu primeiro capitulo da obra Text Analysis in Translation Teory, procura estabelecer as bases do que seria a análise correta de qualquer tradução. Ela acredita que é primordial que a tradução apresente uma compreensão e interpretação coerente com o texto fonte. Cada etapa do processo tradutório deve ter uma referenciação fidedigna ao texto fonte e à tradução. Segundo Nord, é preciso apoiar-se constantemente em uma boa fundamentação durante toda a análise.

Uma vez definida a base da tradução, vemos o que seria a relação dos elementos que compõem a tradução: o texto fonte, o texto alvo, a cultura fonte, a cultura alvo, a língua fonte, a língua alvo, o tradutor, a tradução, o cliente e o publico alvo. Para Nord, toda tradução necessita de uma figura chave que se chama de “iniciador”. É por meio dele que a tradução é encomendada dando assim inicio a todo o processo tradutório.

No que concerne as estratégias tradutórias, o tradutor pode optar por fazer uma tradução se pautando no mesmo efeito que o texto fonte causou nos seus leitores da época (se o texto pertence a um período histórico especifico) ou pode buscar adaptá-lo ao contexto atual, mas mantendo um efeito equivalente ao dos dias de hoje. Durante o processo, o tradutor deve identificar de maneira analítica como foi a recepção do texto fonte naquela dada época. Contudo, na visão da autora, esse aspecto pode ser secundário dependendo do produto exigido pelo iniciador.

Quando fala-se de “Tradução” na obra, faz-se referência a dois tipos de objetos: a interpretação e a tradução. A maneira como elas são compostas reflete-se no meio de comunicação de que fazem uso, essa por via escrita e aquela por via oral. Contudo as diferenças não se limitam a esses dois aspectos. Enquanto a interpretação se faz dentro de um contexto em que o produtor e o receptor estão presentes em um mesmo momento; a tradução pode ser feita num momento que difere daquele da recepção a tal ponto que os receptores mudam ao longo do tempo, o que não ocorre com a interpretação que é mais estática e presa ao tempo.

A forma de ler uma obra literária ou um trabalho científico diferem-se demasiadamente entre um leitor comum e um tradutor. Por meio de estratégias de análise e de crítica da obra, o tradutor não averigua a obra com a intenção de obter informação ou divertimento, pois sua leitura pauta-se numa analise enviesada para a interpretação e tradução. A principal distinção está no fato de que o tradutor é consciente e crítico da obra que lê, o que nem sempre ocorre com o leitor comum.

No que diz respeito às competências do tradutor, Nord percebe o tradutor como um intermediador que está apto a operar em duas línguas e culturas de maneira a reagir corretamente de acordo com cada contexto da cultura de origem e da cultura alvo. Não se sabe ao certo até que ponto um individuo é plenamente capaz de atravessar as fronteiras culturais e lingüísticas com exatidão. No entanto, a autora reconhece que esse é apenas um ideal a ser alcançado pelo tradutor.

Outro aspecto que é levantado além da transposição lingüístico-cultural de um texto fonte para um texto alvo, é a importância de uma correlação da estrutura do texto fonte com o texto alvo. O gênero textual delimita uma função comunicativa, todavia, a função comunicativa de um texto pode ser definida pela recepção dos leitores do texto alvo e/ou fonte, pois os receptores da obra complementam e completam o processo de comunicação.

Em conclusão, pudemos assim perceber os diferentes componentes que constituem o cenário do processo tradutório segundo a perspectiva de Nord e de outros teóricos que trouxeram valiosos aportes para a discussão. A tradução constitui-se de figuras chaves tais como o autor, o tradutor e os receptores; cada um com características bem distintas, mas que juntos tecem uma rede de comunicação interdependente de acordo com o objetivo que se busca.

REFERÊNCIA

NORD, Cristiane. Text Analysis in Translation Theory, Methodology and Didactic Application of a Model for Translation-Oriented Text Analysis. Amsterdam. Rodopi, 1991.


Publicado por: julio lenz rodrigues barrocas

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.