Os moinhos
Os moinhos, O moinho d’água, o moinho hidráulico, o aproveitamento da energia eólica, os moinhos de vento, a localização dos primeiros moinhos de vento, Durante o período feudal os moinhos pertenciam aos senhores.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O moinho d’água era conhecido na Ilíria desde o século II a.C., na Ásia Menor desde o século I a.C. e existiu no mundo romano onde foi construído pela primeira vez. Os romanos substituíram as antigas rodas horizontais pelas rodas verticais com uma engrenagem que religava o eixo horizontal da roda ao eixo vertical. Porém praticamente não as utilizavam, em parte porque possuíam escravos em número suficiente para não se preocuparem com máquinas poupadoras de mão-de-obra e em parte porque na maioria dos territórios romanos não abundavam correntes rápidas .
No século IX o moinho hidráulico já estava difundido no Ocidente, mas seu pleno desenvolvimento encontra-se entre os séculos XI e XIV, onde alguns registros mostram o dobro de construções existentes nos períodos anteriores. Os moinhos d’água eram utilizados para fins artesanais e industriais, mas tinham como principal tarefa a moagem de grãos.
Depois de dominarem completamente a complexa tecnologia da construção dos moinhos d’água, os europeus voltaram a atenção para o aproveitamento da energia eólica. Por volta de 1170 surgiram os primeiros moinhos de vento, com o corpo central rotativo para acompanhar a direção do vento. A partir de então, em terras planas como as da Holanda, onde não havia correntes rápidas, os moinhos de vento se proliferaram. No início do século XII eram feitos de madeira, e ao final do século passaram a ser feitos de ferro e sem o corpo rotativo.
Embora os moinhos de vento fossem, sobretudo utilizados para a moagem de grãos, logo foram adaptados para movimentar serras, fabricar tecidos, espremer óleo, fazer cerveja, proporcionar força a forjas e esmagar a polpa para produzir papel.
A origem do moinho de vento ainda não é clara, mas parece ter sido uma influência oriental, já que eram conhecidos na China e na Pérsia no século VII, e mencionados na Espanha no século X. Entretanto, a localização dos primeiros moinhos de vento, atualmente notados numa zona limitada em torno do Canal da Mancha (Normandia, Ponthieu, Inglaterra), e as diferenças de tipos, entre o moinho oriental, o ocidental e o mediterrânico, não tornam improvável a aparição independente do moinho de vento nestas três regiões. Durante a Alta Idade Média toda construção de um moinho era atribuída ao nome de um santo que o introduziu naquela região, tudo devido a forte influência religiosa da época.
Durante o período feudal os moinhos pertenciam aos senhores, e só podiam ser utilizados por servos ou camponeses mediante o pagamento de uma taxa abusiva. Além disso, os moinhos eram tidos como lugares de encontros e de prostituição, conhecidos como “taverna banal”. Os leprosos eram proibidos de freqüentar os moinhos, devido ao medo de contagio tido pelo resto da população.
Segundo Jacques Le Goff a “revolução” do moinho atingiu tanto o campo quanto a cidade. Na sociedade medieval tiveram de ocorrer mudanças nas condições históricas e culturais para que se permitisse compreender plenamente a utilidade e a ampla vantagem do moinho.
Bibliografia:
BURNS, Edward, McNall. Alta Idade Média(1050 – 1300): Instituições economicase políticas. In: História da civilização ocidental: do homem das cavernas às naves espaciais. São Paulo: Globo, 2000, p.237-269.
LE GOFF, Jacques. A vida material (séculos 10º-13º). In: A Civilização do Ocidente Medieval. Bauru, São Paulo: Edusc, 2005, p. 191-256.
LE GOFF, Jacques. SCHMITT, Jean-Claude. A Cidade. In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2002, vol. I.
FRUGONI, Chiara. Invenções da Idade Média. Jorge Zahar Editor.
Publicado por: Denise de Moraes Melo
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