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Dia Nacional da Consciência Negra

Dia 20 de novembro, comemora-se o dia Nacional da Consciência Negra.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Dia 20 de novembro, comemora-se o dia Nacional da Consciência Negra. Para entender melhor o motivo da comemoração é necessário rever o processo histórico e a inserção do negro no Brasil. É momento de repensarmos o racismo e práticas culturais decorrentes dele, que se caracterizam pela inaceitação do negro como igual aos demais.

Para solucionar o problema da mão-de-obra, os portugueses trouxeram 5 milhões de africanos para o Brasil. Homens e mulheres sequestrados, em sua terra natal, para trabalhar como escravos nos latifúndios daqui. À força, foram aculturados e submetidos aos maus tratos e humilhações por mais de 300 anos. É preciso lembrar que o Brasil foi o último país, das Américas, a acabar com a escravidão.

Com o início da Guerra do Paraguai (1864-1870), os escravos foram seduzidos, nas senzalas, com a promessa de serem homens livres caso lutassem pelo Brasil - ao lado da Argentina e Uruguai - que sequer tinha tropas militares suficientes paracombater o poderio de Solano Lopes. Sem treinamento militar, combateram astropas paraguaias heroicamente. Com a derrota do Paraguai, ao fim do conflito, eles não tiveram direito à liberdade conforme prometido. Ela veio, tardiamente, 18 anos depois.

Apesar de livres, os afrodescendentes não gozaram dos mesmos direitos que osdemais membros da sociedade civil. Tanto é verdade, que não receberam nada pelas contribuições que prestaram ao país e nem pela violação e degradação deseus direitos. Permaneceu a mentalidade escravocrata. É por isso que o Brasil tem uma, enorme e impagável, dívida social com os negros.

Pois bem, com o fim da escravidão (13/5/1888) e sem ter onde morar, restou aos recém-libertos ocupar morros e favelas das cidades espalhadas pelo país. Mesmo liberto, o negro não foi integrado à sociedade. Por um lado, não se pode esquecer que nossa população, em sua origem, é formada por negros.

Hoje, estigmatizados pela cor, os afro-brasileiros engrossam a fila do analfabetismo e são as maiores vítimas do desemprego estrutural - causado pelatecnologia - e conjuntural, que é causado pelas sucessivas crises econômicas. Além disso, apesar de vivermos numa sociedade multiétnica, do ponto de vistaracial e cultural, relutamos em aceitar as diversidades, por isso, não conseguimos avançar no pluralismo racial. Tem mais, o alvo maior do racismo é tentar impedir que o negro exerça o seu direito à cidadania plena. Por fim, quem maltrata o outro, não sabe amar!

De outro lado, a data é um registro histórico que marca a luta do negro parasuperar e desconstruir o preconceito socioracial tão enraizado em nossa cultura, cuja mentalidade escravocrata permanece. Zumbi dos Palmares, que morreu em 20 de novembro de 1695, é o símbolo da luta do negro e lutou até morrer pelo fim da escravidão. Em sendo assim, não é justo desqualificar a importância dasincontáveis contribuições culturais amalgamadas e transplantadas da África para o Brasil, que foram fundamentais para a formação da nossa sociedade.

Enfim, é momento de revermos nossa história, seus rumos e lacunas que não podem ser, simplesmente, esquecidas ou ignoradas. (Ricardo Santos é prof. de História).


Publicado por: RICARDO SANTOS

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.