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Um breve resumo sobre Risco ambiental

Definição do conceito de risco ambiental

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Risco ambiental é a possibilidade de ocorrência de danos, seja dentro de um período pequeno ou grande de tempo, ou seja, é tudo que colabora ou pode vir a colaborar para colocar em risco e causar prejuízos materiais ou imateriais na sociedade, um grupo, o individuo e ao meio ambiente, sendo esses prejuízos causados por fatores de ordem natural, social ou tecnológica.  
Ao falar de riscos ambientais devemos considerar os elementos constituintes do risco que são os alvos, as áleas e a vulnerabilidade, assim antes de prosseguirmos apresentarei o conceito de cada um dos elementos citados. 
A vulnerabilidade variará de uma localidade para outra, visto as diferentes formas de organização das sociedades, a cultura, o relevo e a condição econômica e de desenvolvimento de cada local além das relações políticas e sociais atuantes em cada local, dessa forma a vulnerabilidade é o quão exposta uma sociedade está aos riscos e qual poder de devastação poderá se abater caso ocorra um sinistro. 
Quanto às áleas, conforme Veyret (2007),  podem ser definidas como a possibilidade de risco devido ao desencadeamento de ações originárias de processos tecnológicos, naturais ou econômicos ou processos combinados de origem diversa, caracterizando assim uma provável concretização do risco, ou seja, uma álea é um processo perigoso levará riscos conforme for a vulnerabilidade do local, mas em si não é um risco mas um processo que leva perigo.  
Já os alvos são aqueles que estão expostos aos riscos, são as pessoas, seja individual ou um grupo, a sociedade, o ambiente em si e tudo que possa ser afetado em caso de desastres. 
Assim percebemos que os riscos são diretamente ligados à forma de ocupação e uso de um território, ao ocupar um espaço de forma não planejada faz com que áreas de risco sejam criadas, visto as características do território e a forma de ocupação, como por exemplo, uma comunidade ribeirinha é altamente vulnerável aos riscos e áleas da enchente independente da condição socialeconômica daquela sociedade, pois as condições territoriais nesse caso ofereceram riscos independente de outros fatores serem favoráveis ou não. 
Já que o território e sua forma de ocupação e uso estão diretamente ligados aos tipos de riscos e as áleas de acordo com cada tipo de território podemos afirmar que na gestão do território tanto poder público como privado deverão buscar meios de ocupação e uso que busquem reduzir riscos já que em caso de desastres a sociedade como todo sofrerá com danos visto que: 
“Risco também expressa tanto a dimensão social de eventos catastróficos, como a percepção individual de seus efeitos. Como tal, é uma ponte entre o público e o privado que pode subsidiar a tomada de decisões sobre alternativas de desenvolvimento tecnológico e de alocação do gasto público em condições democráticas de gestão do território.” (Eagler – 1996). 
Seguimos então para os tipos de riscos, esses podem ser sociais, tecnológicos ou naturais. 
Os riscos sociais podem ser analisados por 3 diferentes maneiras, uma delas é a capacidade de uma sociedade causar dano a outra, como em casos de conflitos armados, ou onde um grupo de indivíduos ataque outro, a segunda maneira é ao analisar a relação de vulnerabilidade x marginalidade x desastres naturais, visto que grupos marginalizadas possuem menores condições favoráveis de moradia e condições de ascensão social o que faz com que esses ficam mais expostos ao desastres naturais por ocuparem áreas territoriais mais instáveis e por isso menos seguras, como por exemplo aqueles que moram em favelas sem infraestrutura adequada acabam ficando mais vulneráveis aos riscos de desabamentos de terras decorrentes das chuvas. A terceira maneira de analisar os riscos sociais é considerar as carências sociais e como estas contribuem para que pessoas nessas condições sofram com exclusão social e falta de acesso aos serviços básicos e que acabam por afetar nas condições de emprego e renda.  
Assim, analisando a questão da violência urbana, temos todas as maneiras apresentadas ligadas a essa questão, visto que a violência é uma forma de uma parte da sociedade levar risco às outras, como na questão do tráfico, veem cada vez mais traficantes dominando áreas da cidade, assim eles criam 
territórios de poder e nesses locais as pessoas acabam por ficarem sem acesso aos serviços básicos, pois há perigo iminente de se adentrar nessas áreas e as pessoas que ali residem são marginalizadas pelo simples fato de ali viverem e isso tem impacto direto nas oportunidades de educação, emprego e renda fazendo com que essas pessoas vivam em condições precárias muitas das vezes contribuindo para uma ocupação do solo desorganizada e assim contribuindo ainda mais para agravar sua situação de vulnerabilidade, pois moram em residências sem condições adequadas ou ainda há os que nem possuem local para morar e vivem como sem teto. 
Os riscos naturais são decorrentes de processos e eventos de ordem natural ou em decorrência da atividade humana. 
Ao falar em eventos de ordem natural é comum que se confunda os conceitos de natureza e meio ambiente, por isso sempre que formos abordar o tema é importante ter em mente que natureza é tudo que foi criado e o que se formou de maneira natural e o meio ambiente são todas as coisas vivas e não vivas no planeta que podem ser alteradas, logo tudo que foi criado pelo ser humano não pode ser considerado natureza, mas tudo que foi criado pelo homem é considerado parte do meio ambiente. 
Logo o risco natural é diretamente ligado à oscilação dos sistemas e processos naturais e a condição de vulnerabilidade, sendo essa ultima relacionadas a forma de ocupação e  uso do território pela sociedade e ao eventos naturais que ocorrem no planeta. 
Como no caso das enchentes, isso ocorre em parte pela concentração das chuvas em um curto período de tempo mas também pela forma como o homem ocupou o solo, a parte da sociedade que vive marginalizada acaba por ser a mais vulnerável por ocupar as áreas onde falta infraestrutura  e por isso mais propícia aos alagamentos decorrentes das enchentes, assim a parcela vulnerável acaba sofrendo mais danos nesses períodos.

Referências bibliográficas

Egler, C. A. G.- Risco Ambiental como Critério de Gestão do Território, Território, 1: 31- 41, 1996. 
Veyret, Yvette - Os Riscos - o Homem Como Agressor e Vítima do Meio Ambiente, São Paulo: Contexto, 2007.  


Publicado por: VAGNER MIRANDA DE MORAES

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