Whatsapp

SER PROFESSOR DE GEOGRAFIA NA ESCOLA BÁSICA NO SÉCULO XXI

Refletir sobre o papel do professor para o desenvolvimento da consciência crítica do aluno, além do mesmo (o docente de Geografia) se colocar em autorreflexão sobre “ser professor de Geografia na escola básica”.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Diante da atual conjuntura, em que as transformações socioespaciais acontecem de forma substancialmente rápida, evidencia-se ainda mais a importância de ensinar Geografia de forma mais crítica e relacional visando formar cidadãos capazes de saber pensar o espaço face as suas contradições, e comprometidos em construir um mundo mais justo e igualitário. Nesse contexto, demonstra-se o grande desafio colocados aos professores dessa disciplina, no que refere-se a formação do sujeito-aluno para a cidadania. Diante disso, discorrerá agora sobre a seguinte questão: “Ser professor de Geografia na escola básica no século XXI”.

Educar, na contemporaneidade, nunca foi tão árduo, mesmo diante dos avanços científicos, das novas descobertas e, sobretudo, do acúmulo de saberes. Nesse sentido, é fundamental que o professor da referida disciplina reflita sobre o quer trabalhar em sala de aula, e quais resultados pretende alcançar, ou seja, se a sua prática pedagógica colaborará para a formação do educando diante da modernização da sociedade a qual está inserida.

Nesse contexto, ser professor de Geografia na escola básica no presente século, em termos um bom profissional comprometido com a educação, requer, primeiramente, que o mesmo tenha um aporte teórico-metodológico de sua área de conhecimento, pois, isso dará subsídios iniciais para que este não venha cometer os mesmos erros da forma de ensinar Geografia do passado, onde esse ensino se restringia a descrição e decoração dos conteúdos, especificamente da área física, sem muita preocupação em relaciona-los com os aspectos sociais e instigar os alunos interpretá-los, analisa-los ou até mesmo entender por que tais assuntos estão sendo trabalhados em sala de aula. Faz-se necessário um ensino de Geografia que além de transcender a forma de ensinar no passado, possibilite ao aluno transformar as informações que são trabalhadas em sala de aula em conhecimento.

O “ser professor” a qual se discute e ao mesmo tempo se propõe aqui é um modelo de professor de Geografia que se espera face a árdua realidade do vigente século, onde as desigualdades sociais imperializam e ao mesmo tempo a desvalorização do magistério aumenta, especialmente de áreas que exercem um papel fundamental na formação crítica dos sujeitos, como é o caso da Geografia.

A consciência crítica acerca da realidade permite ao individuo ser agente de transformação social, ou seja, compreender a sociedade a qual faz parte, e a partir desse entendimento agir sobre ela. A despeito disso, Paulo Freire (2005, p. 33) explana acerca da importância dessa consciência transformadora da realidade:

O desenvolvimento de uma consciência crítica que permite ao homem transformar a realidade se faz cada vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo, vão temporalizando os espaços geográficos e vão fazendo história pela sua própria atividade criadora.

Por isso, é tão presente nos discursos sobre o ensino de Geografia a questão da formação da consciência crítica transformadora, e o grande papel que professores dessa disciplina devem assumir para essa formação de sujeitos-aluno críticos e participativos em escolarização. Essa formação, implica em o professor ajudar o aluno a pensar e compreender o seu papel na sociedade.

Ser professor na escola básica em si só já é algo desafiador, ainda mais quando o mesmo está comprometido com a formação crítica do aluno, pois, para isso o mesmo deve assumir uma postura político-profissional que vai de encontro com os interesses de determinada minoria político ideológica hegemônica, que constantemente tentam impor ideias sobre a vida social. Sendo assim, caso tal desafio não seja posto, levará os alunos a crerem que a Geografia é uma disciplina simplesmente descritiva e decorativa. Infelizmente, essa imagem estereotipada acerca dessa disciplina faz-se presente no imaginário de uma boa parte da população que não tem muita clareza enquanto o que é de fato a mesma. Sendo assim, para que tal imagem seja desfeita, torna-se fundamental refletir sobre o papel do docente para o desenvolvimento da consciência crítica do aluno, além do mesmo (o docente de Geografia) se colocar em autorreflexão sobre “ser professor de Geografia na escola básica”, pois o que se espera de um ensino de Geografia hodierno é a desconstrução dessa imagem e a valorização do ensino dessa ciência como instrumento desalienante da consciência humana.

REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Educação e mudança. 28 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005 (1979).

STRAFORINI, R. Ensinar Geografia: o desafio da totalidade-mundo nas séries iniciais. 2° ed. São Paulo: Annablume, 2004. 190 p.


Por Eliel Viscardis Damião Santos


Publicado por: Eliel Viscardis Damião Santos

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.