Friedrich Ratzel e a sua contribuição a geografia
Confira aqui as contribuições de Friedrich Ratzel para a geografiaO texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Friedrich Ratzel (1844-1904): para entender suas colocações é necessário se colocar no espaço/tempo em que eles às postulou, que foi justamente durante a formação real da Alemanha e a seu processo de expansão. Para que a unificação se concretizasse houve uma guerra entre os dois reinos “dominantes” Áustria e Prússia (1886); que culminou com a vitória da Prússia, que veria então a exercer forte influência no estado em formação como por exemplo: a organização militar tanto social como estatal, o espirito nacionalista e uma política externa extremamente agressiva. Este país emergia como mais uma unidade do centro do mundo capitalista, industrializada, porém sem colônias devido sua unificação tardia. Ratzel vai ser um representante típico do intelectual engajado no projeto estatal; sua obra propõe uma legitimação do expansionismo bismarckiano (Oto von Bismarck (1815-1898), foi o estadista mais importante da Alemanha do século XIX) chegando a exaltar e comparar o Imperialismo a “uma luta pela sobrevivência”.
Ratzel teve como principal obra o livro Antropogeografia –fundamentos da aplicação da Geografia à História (1882) onde muitos acreditam que fundou a Geografia humana. Nela Ratzel definiu o objeto geográfico como o estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade, ou seja, tais condições naturais “moldaria” o caráter humano, onde este refletiria na sociedade tanto em suas posses como na sua cultura; neste caso a situação natureza > homem (natureza delimita o homem). Para ele o homem precisaria utilizar os recursos da natureza, para conquistar sua liberdade pois a medida que a sociedade se expande ela necessitaria de mais recursos, se eles eram escassos a sociedade não se desenvolvia (aí que surge o termo “espaço vital”), se a sociedade dependia da natureza teria de a proteger por isso segundo ele “Quando a sociedade se organiza para defender o território, transforma-se em Estado”. A geografia “Ratzeliana” privilegiou o elemento humano e abriu várias frentes de estudo, com um foco mais para as questões históricas/espaciais , como: a formação dos territórios, a distribuição da humanidade na Terra (migrações, colonizações, etc), o de povos isolamento e o que causaria aos mesmos , além de estudos monográficos das áreas habitadas; mas sempre considerando as imposições naturais e não sociais sobre o homem como já citado anteriormente .
Em termos de metodologia a Geografia “Ratzeliana” não expos grandes novidades manteve ela como uma ciência sintética de base empírica e naturalista, mesmo apesar de propor que ela deveria ser observada como umm todo não somente de uma forma regional como ele mesmo propõe “ver o lugar como objeto em si, e como elemento de uma cadeia”.
Os discípulos de Ratzel colocaram suas formulações de um modo muito radical simplificando-as, tomando por base nos seus estudos a máxima “o homem é um produto do meio” (onde Ratzel colocava apenas a influência do meio no homem) e formaram o que hoje se chama de “escola determinista” ou “determinismo geográfico”.
Outra área que recebeu contribuição das ideias de Ratzel foi a Geopolítica que teve seu gêneses a partir de algumas ideias de Ratzel tais como a dominação de um “espaço vital” para o bom desenvolvimento de um estado.
A “escola ambientalista” também surgiu a partir de colocações de Ratzel e apoiado aos ideais da Ecologia, esta corrente propõe o estudo do homem em relação aos elementos do meio em que ele se insere,só que aqui a natureza não determina o homem mais vai lhe dar o suporte para seu desenvolvimento e existência.
A importância de Ratzel na Geografia foi grande pois, ele trouxe temas que até então não eram abordados por ela (econômicos e políticos) e por fim colocou o homem com um ser central nas suas analises mesmo que este fosse visto por ele apenas como um animal, ao não diferenciar as suas qualidades específicas.
REFERÊNCIA:
MORAES Ant. Carlos Robert, Geografia Pequena História Crítica 20° ED, São Paulo: Hucitec, 1994, Pagina 15 a 21.
Publicado por: Thiago Pereira dos Santos
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