Caracterização e revitalização da nascente da biquinha no bairro Bromélias - Timóteo - Minas Gerais
A Forma de manejo adequado para a revitalização da área, destaca a grande importância que a água potável tem na vida dos seres vivos.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Resumo
O presente artigo descreve, analisa e desenvolve uma provável forma de manejo adequado para a revitalização da área onde se encontra o objeto de estudo, destacando a grande importância que a água potável tem, na vida dos seres vivos. Com o objetivo de promover uma recuperação florística das áreas degradadas no entorno e na área de recarga da nascente, o projeto de recomposição florística objetiva também, recuperar as matas de topos, ciliares e de encostas das áreas destinadas para a revegetação, assim elaborou-se uma proposta de adequação dos usos e destinos das mesmas, considerando aspectos legais, sociais e ambientais. As principais fases da recomposição dentro do perímetro de cada local são: avaliação das áreas degradadas, levantamento da vegetação regional e suas espécies características, seleção do sistema de revegetação, escolha das atividades de recomposição, plantio, manutenção e avaliação. Com isso, conclui - se que a importância da revegetação com espécies florestais nativas se fundamenta na função ambiental que a mesma exerce no meio ambiente, participando ativamente no ciclo hidrológico de forma adequada às condições pedomorfoclimáticas, promovendo estabilização das vazões dos cursos d’água, promovendo melhorias na qualidade da água, formando ecossistemas mais adequados para o desenvolvimento da vida animal e vegetal e, no caso das áreas em questão, promover maior segurança para os moradores do entorno e qualidade de vida para a população do município de Timóteo.
Palavras - chave
Caracterização, revitalização, meio ambiente, sociedade , água.
Introdução
Neste final de milênio, a crise ambiental surgiu juntamente com a ampliação da miséria humana gestada por um mundo globalizado. Esse crescimento da crise ambiental é um dos difíceis desafios a serem enfrentados pelas futuras gerações, em âmbito nacional e internacional. A água é o recurso natural mais importante, portanto deve ser preocupação de cidadãos comuns, partidos políticos, dos meios de comunicação de massa, instituições governamentais e não governamentais e ao mesmo tempo uma questão de ética, política, econômica, sociedade, cultura, ou seja, é um problema da humanidade.
A água é um patrimônio global e por isso, é um direito de todos, um bem comum. Temos a obrigação de conservar este patrimônio, pois ela tem se tornado escasso, devido a inúmeros fatores, entre eles, o crescimento da população, o seu uso inadequado e a diminuição dos mananciais de água doce do planeta.
Segundo o IBGE o Brasil é um dos países mais ricos em água doce. Existem grandes bacias hidrográficas que constituem 12% da água doce existente no mundo. Aproximadamente, 70 % dos rios brasileiros estão contaminados. Do ponto de vista de consumo, 20% da população brasileira (35 milhões) não têm acesso à água potável, 40% da água de nossas torneiras não servem para beber (atingindo perto de 70 milhões de pessoas), 80% do esgoto coletado é jogado “in natura” nos rios brasileiros.
De acordo com Crespo (1999) a ameaça do colapso ambiental acabou gerando consciência nova, que está trazendo de volta a forma sistêmica de pensamento e avaliações globais sobre o modo de produção convocando os especialistas e administradores à nova razão de desenvolvimento com sustentabilidade. A água como indicador positivo de saúde e cidadania, não mais pode ser vista como mero recurso hídrico, seus aspectos físicos e químicos, mas como ambiente, eixo metodológico e de marcadora de território para o planejamento de monitoramento de biodiversidade e qualidade de vida, pois aproximadamente 70% das doenças que atingem a humanidade , esta ligada a este recurso natural.
A biodiversidade terrestre se mede pela biodiversidade dos corpos d’água. Os ciclos da água e da vida são inseparáveis. Segundo Martins, Sebastião (2004), a recuperação de áreas degradadas torna-se, cada vez, uma necessidade maior do ser humano, frente ao ritmo crescente da degradação ambiental que se impõe aos diversos, ecossistemas. Recuperar áreas antropicamente alteradas, na busca de se amenizar os efeitos negativos da degradação na qualidade de vida da população, torna-se necessária para que em futuro próximo tenhamos vida nas várias faixas da biodiversidade.
Desde os primórdios de sua existência, o homem, como qualquer outra espécie habitante do planeta, interage com o ambiente para atender suas necessidades. Os resultados dessas ações são facilmente notáveis a toda a biosfera. Recuperar nossas nascentes revitalizá-las e monitorá-las é uma forma de garantir vida em nosso município.
O projeto de recuperação florística das áreas degradadas, faz parte de uma proposta de adequação dos usos e destinos das mesmas, considerando aspectos legais, sociais e ambientais. Devido á fragilidade e necessidade de recuperação da Nascente no Bairro Bromélias ( área pertencente a empresa ACESITA ), Timóteo – Minas Gerais é importante a revegetação com espécies florestais nativas fundamentando-se na função ambiental que a mesma exerce no meio ambiente, participando ativamente no ciclo hidrológico de forma adequada às condições pedomorfoclimáticas, promovendo estabilização das vazões dos cursos d’água, melhoria na qualidade da água, formando ecossistemas mais adequados para o desenvolvimento da vida animal e vegetal e, no caso da área em questão, promover maior segurança para os moradores do entorno e qualidade de vida para a população do município de Timóteo.
A vegetação nativa possui um papel importante na estabilização das vazões dos cursos d’água e na melhoria da sua qualidade, por favorecer a infiltração em detrimento do escoamento superficial. Também, esse papel, acaba melhorando as condições ambientais dos corpos d’água, por diminuir as probabilidades de seu assoreamento e contaminação com agentes tóxicos provenientes principalmente das explorações agrosilvopastoril e industrial e até das residências, de acordo com Rodrigues (1990).
Através do trabalho de campo percebe-se que a nascente está contaminada por esgotamento animal, suas florestas áreas de preservação (mata ciliares), foram destruídas onde afetou diretamente à quantidade e a qualidade da água, e contribuem para o agravamento de assoreamento, formações erosivas e movimentos de massas em toda área degradada, favorecendo, enxurradas e inundações que acabam invadindo as moradias acarretando prejuízo econômico, transtornos e riscos de vida; contribuindo para o aumento de parasitas e predadores, entre os quais pode-se citar o caso do carrapato que, além de provocar moléstias e alergias, é vetor do parasita que provoca a febre maculosa. Ainda em relação á população vizinha, acredita-se conveniente comentar que áreas degradadas passam a impressão de que o proprietário não possui o controle da posse das mesmas ou não se importa com seu destino, incentivando às invasões. Dessa forma, a recomposição desses locais reforça e legitima não somente a propriedade, como também a posse das áreas. Outro fator não menos importante, digno de ser mencionado dentro da justificativa, é que as empresas que possuem certificação ISO 14000, como é o caso da ACESITA, têm o compromisso de manter um bom relacionamento com a comunidade do entorno. Neste sentido, a recomposição das áreas de sua propriedade, próximas ao núcleo urbano de Timóteo, é uma oportunidade impar de melhorar esse relacionamento, mostrando que a empresa assume sua responsabilidade ambiental. Portanto este trabalho propõe-se realizar as indicações de revitalização da área conhecida como Biquinha do bairro Bromélias/Timóteo - Minas Gerais.
A comunidade pode contribuir na proteção e preservação ambientais, com elaboração de planos de desenvolvimento auto-sustentáveis, dependendo tanto da obtenção dos conhecimentos científicos, como também da sua divulgação ao público em geral. Deve-se permitir que toda a sociedade fique esclarecida e seja capaz de escolher o melhor caminho para solucionar o problema, não somente no Bairro das Bromélias, como também em nascentes existentes no município de Timóteo. A ampliação deste projeto e a formulação de políticas de proteção dos recursos hídricos existentes podem contribuir para a proteção de nossos mananciais de águas e melhoria de qualidade de vida das populações de todo o município de Timóteo. Portanto este trabalho, procura propor indicações de revegetação da Nascente do Bairro das Bromélias, conhecida como Biquinha, no Município de Timóteo – Minas Gerais, através de uma avaliação da área degradada, levantamento da revegetação regional e suas espécies características, reestruturação do solo, escolha das atividades de recomposição, e plantio, manutenção e avaliação do local.
Caracterizar, revitalizar e monitorar para recuperar
Timóteo, situada na região Leste de Minas Gerais, localiza-se na Microrregião de Ipatinga, de acordo com o IGA (CETEC), Instituto de Geociências Aplicadas, estando aproximadamente a 196 Km de Belo Horizonte. A principal rodovia de acesso ao Município é a Br-381, ligando à capital mineira. O Município ocupa uma área de 143,99 Km², com uma população de 71.456 habitantes, localizando aproximadamente 99,79% na área urbana e apenas 0,24% na área rural. Em decorrência das características do relevo moderamente acidentado, as altitudes variam de 200 metros na calha do Rio Piracicaba e 800 metros no Pico do Ana Moura. Pertence á Bacia do Rio Doce, sendo banhado pelo Rio Piracicaba. O clima é tropical com inverno seco e verão chuvoso, com índice pluviométrico de 1.436,9 mm, a temperatura média anual é de 23,9ºC. De acordo com AB’SABER, a área está inserida no Domínio Morfoclimático dos Mares de Morros, com substrato de rochas cristalinas, principalmente gnáissicas e graníticas. O Município encontra-se sob o domínio da Floresta da Mata Atlântica, que se caracteriza por possuir de 20 a 50 % de caducifólia no conjunto florestal, sendo definida como "Floresta Estacional Semi-decidual".
No que concerne especificamente o Censo de 2000, realizado pelo IBGE - ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ), a população era de 71.456 habitantes, quase que totalmente urbana, e a maioria da População Econômica Ativa (PEA), trabalhando no setor industrial. Cabe ressaltar que Timóteo faz parte da região metropolitana do Vale do Aço, junto com os municípios de Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso, instituída pela lei complementar 51 de 30 de dezembro de 1996, representando hoje 20% do PIB do estado. Constatando um movimento migratório muito intenso na região, em razão de ser um centro comercial e cultural.
Há algum tempo, a atenção dos poderes públicos e privados, da população em geral, vem mobilizando para resolver os conflitos decorrentes da consolidação da região do Vale do Aço como um espaço econômico integrado e dinâmico do país, mas marcados por impactos ambientais extremamente negativos, como concentração das propriedades em mãos de poucas empresas, concentração da renda, miséria e favelização nas periferias deste aglomerado urbano.
Uma das principais funções que exercem as matas nativas no ecossistema, em relação à água, é o de promover mudanças na sua dinâmica favorecendo a infiltração e absorvendo parte do excesso que escorre pela superfície do solo, evitando que cheguem até os córregos e rios na forma de enxurradas. Desta forma, a água é devolvida para a atmosfera pela transpiração das árvores, indo a formar novas chuvas. Nesse sentido, a existência de matas, principalmente nas áreas de preservação permanente (nascentes, topos de morros e vertentes com declives acima de 45º) é fundamental para manter a água residente em todo o território, antes de desembocar e ser perdida para os oceanos.
As matas nativas, principalmente as de áreas de preservação permanente, desempenham funções vitais na quantidade e qualidade da água dos mananciais, isso porque propiciam um aumento da estruturação do solo, devido ao porte de matéria orgânica, que acaba favorecendo a velocidade de infiltração da água pelo solo. A melhoria da qualidade da água se deve à capacidade que possuem as florestas nativas de absorver e “filtrar” a água das chuvas poluídas por resíduos de fertilizantes e agrotóxicos, que escorrem sobre o solo, evitando possíveis contaminações dos corpos d’água, aumentando o suprimento de água despoluída aos aqüíferos subterrâneos. Outra função importante das matas é a de servir como obstáculo ao livre escorrimento das águas das enxurradas, reduzindo sua velocidade e possibilitando sua infiltração no solo por aumento do tempo de oportunidade. Dessa forma, a mata nativa contribui de maneira decisiva para diminuir ou até evitar o assoreamento do leito de córregos, rios, estuários, várzeas e lagos. Existem vários métodos propostos para a recomposição florística de uma região, porem, atualmente existe uma impossibilidade de comparação da real eficiência dos métodos no cumprimento dos objetivos em função de que, a discussão tem-se restringido aos custos inerentes a cada método em relação às possibilidades de recobrimento, independentemente da diversidade, da origem e da qualidade genética do material usado e, principalmente, da qualidade desses resultados na escala temporal. O custo e o recobrimento são certamente dois aspectos fundamentais, porém, nem sempre é possível atingir os objetivos desejados, utilizando um bom recobrimento de baixo custo, principalmente ao longo prazo. Ou seja, não se tem tomado como referência à relação custo/benefício como índice de avaliação.
A área a ser revejetada esta localizada ao Bairro Bromélias, da cidade de Timóteo no Estado de Minas Gerais. A nascente se encontra no topo do morro com uma área aproximadamente 34 hectares. A situação do ponto de vista da sua preservação é preocupante, pois se encontra desprotegida com algumas vegetações arbórea constituída quase exclusivamente por eucaliptos de porte elevado e uma vegetação de gramíneas com predominância do capim colonião (Panicum Maximum).
Os tipos de solo que predomina nas proximidades desta nascente são de textura arenosa e pouco estruturada, com pouca formação de agregados, facilitando o escoamento superficial das águas das chuvas. A classe de solo é de latossolo amarelo, distrófico, podendo encontrar-se nos locais de intensa erosão, solos da classe dos cambissolos. Observa-se a presença de três sulcos de grandes magnitudes que apresentam uma ativa erosão e que se ramificam à medida que avançam vertente acima, inclusive um chegando ao topo da encosta. Também se verifica a presença de inúmeros pequenos sulcos de pouca magnitude que poderão evoluir, caso não sejam tomadas medidas de contenção dos mesmos. Constatou-se a compactação do solo, pelo pisoteio do gado. A situação referente à quantidade de água produzida por esta nascente é muito pequeno no período de chuva, quando o índice pluviométrico é intenso, provoca transbordamento excessivo, tendo como conseqüências inundações das casas vizinhas e atingido as vias urbanas. A erosão e o assoreamento da nascente foram provocados pelo desmatamento avassalador para a produção de carvão vegetal, pastagem no passado, monocultura de eucalipto e urbanização descontrolada. Finalmente resta registrar em relação à fauna e a flora a não existência de animais nativos, devido ao desmatamento e outros fatores existentes.
À medida que as condições do ambiente forem melhorando e adequando-se as condições de habitat das espécies as mesmas habitarão naturalmente o local. Espera-se que o isolamento e a recomposição florística com espécies nativas, associadas a outros tipos de intervenções estruturais de engenharia propostos por outros programas e a conscientização da população do entorno sejam as medidas mais adequadas para recuperar ambientalmente essa área. Em relação à fauna acredita-se que, por ter relativa maior mobilidade em relação à flora, à medida que as condições do ambiente forem melhorando e adequando-se as condições de habitat das espécies, as mesmas habitarão naturalmente o local.
O sucesso de um Projeto de Recuperação de mata ciliar depende essencialmente da aplicação correta das técnicas de implantação bem como da manutenção do reflorestamento. A vegetação nativa possui um papel importante na estabilização das vazões dos cursos d’água e na melhoria da sua qualidade, por favorecer a infiltração em detrimento do escoamento superficial. Também, esse papel, acaba melhorando as condições ambientais dos corpos d’água, por diminuir as probabilidades de seu assoreamento e contaminação com agentes tóxicos provenientes principalmente das explorações agrosilvopastoril e industrial e até das residências.
É inegável o papel das florestas nativas na manutenção da biodiversidade das espécies, condição obrigatória e necessária para manter o equilíbrio ambiental dos ecossistemas. A manutenção da biodiversidade se recobre de uma importância tão especial que até os adeptos da teoria ambiental “Tecnocentrista” concordam que o re-surgimento de espécies, já extintas, é praticamente impossível através da ciência ou da tecnologia. Por outro lado, devido à proximidade das áreas a serem recompostas do núcleo urbano do município de Timóteo, sua degradação acaba gerando sérios transtornos para os moradores das vizinhanças entre os principais transtornos podem-se citar os seguintes:
a.- deslizamentos de massas de terras provenientes das encostas desprotegidas de vegetação; que acabam invadindo as moradias acarretando prejuízos econômicos, transtornos e risco de vida;
b- as áreas, principalmente aquelas que apresentam o solo totalmente exposto, acabam gerando uma considerável poluição ambiental visual;
c- aumenta o aparecimento de parasitas e predadores, entre os quais pode-se citar o caso do carrapato que, além de provocar moléstias e alergias, é vetor do parasita que provoca a febre maculosa;
A necessidade de adoção de práticas de manutenção diminui a medida em que o plantio adquire uma estrutura de floresta, ou seja , atinge o real objetivo do Projeto.Após alguns anos da implantação, a cobertura formada pelas plantas arbórea fornece um nível de sombreamento do solo que praticamente inibe a infestação por espécie invasoras e o sistema radicular das plantas também se torna profundo o suficiente para garantir a sua sobrevivência, mesmo no período de estiagem prolongada.
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As principais fases do projeto de recomposição da área degradada são:
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Avaliação das áreas degradadas.
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Levantamento da vegetação regional e suas espécies características.
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Seleção de sistema de revejetação.
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Escolha das atividades de recomposição.
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Plantio, manutenção e avaliação.
Ainda em relação á população vizinha, acredita-se conveniente comentar que áreas degradadas passam a impressão de que o proprietário não possui o controle da posse das mesmas ou não se importa com seu destino, incentivando às invasões. Dessa forma, a recomposição desses locais reforça e legitima não somente a propriedade, como também a posse das áreas.
Implantação
Plantio, manutenção e avaliação
O primeiro passo do projeto de revegetação consistirá no isolamento total da área de forma a impedir que animais entrem na mesma, evitando-se o pisoteio e compactação do solo e o maltrato e ingestão das plantas pequenas quando em formação. Para cercar as áreas recomenda-se utilizar arame farpado e mourões de eucalipto tratado de 2 metros de comprimento e 8-10 centímetros de diâmetro. Os mourões serão colocados distanciados de 3 em 3 metros, com esticadores também de eucalipto tratado, com 2,5 metros de comprimento e 12-14 centímetros de diâmetro, dispostos a cada 15 metros.
O sistema de plantio obedecerá ao estabelecimento de módulos, com área de 144 m2 c/u (12m x 12m), que consiste na sucessão de unidades de pequenas áreas e que conteriam espécies dos três estádios (pioneiras, secundárias e climáxicas), em proporções adequadas, de forma a ter-se o rápido recobrimento da área (pioneiras) e garantindo a perpetuação da vegetação na área (secundárias e climáxicas) (Anexo 01). A associação de 30 módulos comporá o que chamaremos de um bloco, que terá uma área de 4.320 m2.
Preservação do solo
Para aumentar a preservação do solo, principalmente no inicio da formação das plantas, o plantio das mudas deverá ser realizado em curvas de nível, utilizando como forma de limpar a área da cova o coroamento do local.
Correção e adubação do solo
A correção do solo será dispensada em função de que quase todas as espécies recomendadas apresentam relativa adaptabilidade às condições de acidez, normalmente predominantes na região. As fertilizações e adubações sugeridas correspondem à incorporação de 100 gramas do formulado (N-P-K) 4-14-8, misturado com 250 gramas de fosfato natural de menor solubilidade, de forma a garantir o suprimento de fósforo por um tempo maior.
Plantio
O plantio das mudas deverá seguir todas as recomendações silviculturais normalmente usadas em reflorestamentos dessa natureza. Recomendando-se sempre que possível efetuar o plantio das mudas nos dias de menor insolação e em períodos onde se prognostique a existência de chuvas nos dias próximos ao plantio. O tamanho das mudas deve ser outro parâmetro importante a ser considerado, pois caso estejam muito pequenas a eficiência de pegamento será baixo e se muito grandes seu desenvolvimento poderá ficar comprometido. O ideal é que as mudas possuam tamanho compreendido entre 50 e 70 cm de altura.
Avaliação
A avaliação deverá ser realizada trimestralmente no primeiro ano, devendo constar de um relatório descritivo da situação das áreas apontando o sucesso ou insucesso alcançado, além dos caso onde seja necessário efetuar atividades complementares para atingir os objetivos propostos. As plantas avaliadas deverão ser escolhidas ao acaso, abrangendo toda área avaliada. O número de plantas a serem avaliadas deverá ser de aproximadamente 5% dos espécimes, distribuídos proporcionalmente entre as espécies contidas em cada subárea. As anotações dos dados de campo deverão constar numa planilha específica, que servirá de base para a elaboração de um relatório completo de andamento do processo de recuperação da área.
Operacionalização
Em função da inexistência de árvores de espécies nativas nas três áreas a serem revejetadas e da baixa capacidade espontânea de recuperação, se recomenda que a prática utilizada seja a do isolamento e implantação. Como os tratos culturais e a manutenção após o plantio serão caráter genérico, para todas as áreas, esses tópicos serão abordados juntos e as estimativas de cálculos separadamente, embora, na realidade, façam parte da caracterização e manutenção de cada local.
O isolamento das áreas por meio de cercas de arame farpado ou outras formas que impeça a entrada de animais na área é condição obrigatória para ter-se sucesso na implantação da proposta. Como as áreas a serem protegidas, correspondem a dimensões diferentes, os cálculos das atividades e do material necessário, será estimado separadamente.
Considerações finais
A qualidade de vida dos seres vivos está intimamente associada à condição ambiental, por exemplo, o homem é reflexo do ar que respira, da água que bebe e dos alimentos que consome. Quanto mais saudáveis forem esses três bens naturais, melhor qualidade de vida terá a população que os utiliza.
Este projeto possui interface com praticamente todos os programas propostos no Plano de Gestão Sócio-Ambiental. Por exemplo, com o Programa de Prevenção Contra Incêndios interage na construção de aceiros e no impedimento que as mudas e/ou árvores sejam danificadas pelo fogo. Com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, sua interface é evidente uma vez que este projeto faz parte desse programa. Em relação ao Programa de Utilização e Destinação das Áreas, o projeto interage no momento que o programa define as áreas como de recomposição florística. Com o Programa de Monitoramento possui uma interface direta, uma vez que, uma das fases do projeto envolve o monitoramento e avaliação dos resultados alcançados. A interface com o Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental possui uma interface que deverá ser utilizada no momento que o programa seja efetivado, mostrando os benefícios que a reestruturação ambiental das áreas trazem para a comunidade.
Provavelmente a menor interface é com o Programa de Negociação que, mesmo não sendo muito explicita a interface, o projeto de revegetação pode ser utilizado como condicionante nas negociações.
Vale ainda ressaltar, que além do aspecto ambiental, a execução deste projeto implicará na produção de mudas de plantas nativas, compra de materiais e emprego de mão-de-obra, que quando realizadas utilizando o potencial do município de Timóteo acabará trazendo benefícios sociais e econômicos para o mesmo.
A gestão das atividades será realizada pelas partes (ACESITA-Unileste-MG), sendo atribuição do Unileste-MG o acompanhamento e monitoramento das atividades, em momentos a serem negociados com a ACESITA e a(s) instituição (ões) executora(s) de acordo com o andamento dos trabalhos.
A aquisição dos materiais, mudas e a contratação dos serviços deverão ser da responsabilidade da ACESITA, devendo os mesmos adequar-se, ao máximo, com as especificações projetadas. Contudo, caso não sejam encontrados no mercado os materiais especificados, principalmente no que concerne às mudas, as adequações podem ser realizadas sem perder de vista o princípio logístico e estrutural do mesmo. O ser humano da atual sociedade precisa repensar seus valores e atitudes para usar de modo sustentável o ambiente no qual está inserido.
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Rogério Madeira,
Geógrafo Especialista em Planejamento e Gestão Sócio-ambiental, UnilesteMG.
Publicado por: Rogério Pereira Madeira
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