Análise Sobre Orientações Curriculares para o Ensino de Geografia do Sexto ano da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Reflexões com a tentativa de renovar as práticas curriculares no ensino de Geografia.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Como o próprio nome diz são orientações para um currículo de geografia, essas orientações foram desenvolvidas com princípios de Kaercher (1998), com a pretensão através de reflexões com a tentativa de renovar as práticas curriculares.
Este documento parte de três análises feitas por Leite (1993), a) Uma construção do sujeito frente ao mundo, ou seja, não bastando que o professor “doe”, “deposite” o conhecimento – por mais crítico que ele possa parecer – no aluno. Com o aluno, sim. Para o aluno, não. Combater a visão de currículo que privilegia a informação e quantificação ou fragmentação do saber. A criação deve ser enfatizada. Aliar informação com reflexão. Buscar mais de uma versão para um fato. Mostrar os conflitos de interesses e as mensagens nas entrelinhas dos textos.
b) Uma ação transformadora do sujeito sobre a realidade. Não basta “conhecer mais”, “saber mais”. É preciso que esse conhecimento seja uma práxis, isto é, uma combinação de ação-reflexão no cotidiano da pessoa. Transformar a realidade implica assumir o caráter político da educação com a conseqüente tomada de decisões. Um alerta: respeitar o outro, o diferente, é condição fundamental para a democratização da escola e da sociedade.
c) Um pensar relacional e multidisciplinar. Conhecimento é um emaranhado de múltiplas e complexas relações e estas devem ser cada vez menos apegadas a rígidas fronteiras acadêmicas. O contato entre profissionais, seja de uma mesma disciplina ou não, deve ser cada vez mais incentivado. Sem falar num maior diálogo com nossos próprios alunos que, muitas vezes, muito nos ensina, desde que assumamos a postura epistêmica de “estarmos abertos permanentemente ao novo”.
Seguinte a ordem das análises feitas por Leite, mostrarei as tendências pedagógicas que considerei mais conectadas as análises.
A primeira cita a construção de um sujeito frente ao mundo, o combate a visão de um currículo que privilegia a informação e a quantificação ou fragmentação do saber, este também cita um conhecimento que seja além daquele da escola tradicional aonde o aluno é visto como pote vazio aonde seria introduzido o conhecimento, método esse chamado por Paulo Freire de “educação bancária”. Esta primeira análise está muito ligada à tendência progressista crítico social dos conteúdos, aonde Leite deixa bem claro o combate a uma visão de currículo parada, inerte, mas sim um currículo vivo, conteúdos dinâmicos indissociáveis das realidades sociais.
A segunda cita que é preciso que o conhecimento seja bom precisa-se de uma combinação de ação-reflexão no cotidiano da pessoa e que para se transformar a realidade terá este de assumir um caráter político da educação com a conseqüente tomada de decisões. Esta segunda considerei partes ligadas a Paulo Freire, devido a ser citado a transformação da sociedade e a ação-reflexão no cotidiano da pessoa, ou seja, uma reflexão a vivência do aluno.
A terceira cita as diversidades e complexidades de relações de formas de conhecimento, sendo que estas devem ir além das rígidas fronteiras acadêmicas, cita uma maior integração entre as disciplinas. Considerei esta, próxima a tendência progressista critico social dos conteúdos, pois deixa bem explicita que os conteúdos devem ir além das fronteiras acadêmicas e que deve também haver o que pode ser chamado de uma maior interdisciplinaridade nas escolas.
Com relação aos objetivos, conteúdos, habilidades e sugestões que são oferecidos neste documento, considero muito importante os conteúdos que serão apresentados aos alunos, pois se deve ter um controle do que será ou não ensinado, pois por mais crítico que seja uma tendência, devemos ter um plano para assim haver uma organização do que será ensinado. Porém os objetivos e as habilidades sei que, servem para ajudar o professor no desenvolvimento dos conteúdos, mas considero bem próximos a tendência tecnicista, pois são procedimentos e técnicas para a transmissão e recepção de informações.
Bibliografia:
LIBÂNEO, José C. Democratização da escola pública, São Paulo, Edições. Loyola,1985.
FREIRE, Paulo (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 165 p.
KAERCHER, Nestor André. “Ler e escrever a Geografia para dizer a sua palavra e construir o seu espaço”. In:
SCHÄFFER, Neiva Otero (org.) et alli. Ensinar e aprender Geografia. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros – seção Porto Alegre, 1998. (p. 11-21)
Publicado por: Vander Alves
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.